Bertrand Russell, nasceu em 1872 e é considerado um dos mais influentes matemáticos, filósofos e lógicos que viveram no século XX. Em vários momentos na sua vida, ele se considerou um liberal, um socialista e um pacifista.
Em 1959, ele concede uma entrevista à BBC, de Londres, na qual deixa dois conselho, um moral e outro intelectual à Humanidade. Vale muito conferir.
Não foi por um acaso que eu e minha amiga Vanessa resolvemos usar uma das manhãs de nossas férias para visitar a oficina do escultor e artista plástico pernambucano Francisco Brennand.
Não fosse pela sugestão dela, contudo, eu teria ficado a ver o mar e jamais passaria um dos momentos mais prazerosos da minha viagem – eu planejava ir correr na praia, mas tive medo de ela ir, ser muito legal, e eu ficar de fora.
O artista não só estava na oficina (depois soubemos que ele costuma por lá estar), como, do alto dos seus respeitosos 86 anos e inúmeras obras espalhadas pelo Recife, Brasil e mundo, falou com a gente sobre o sentido da vida. E enquanto ele respondia a pergunta, a Vanessa aproveitou para gravar um vídeo (veja o vídeo e leia a transcrição no texto abaixo).
“Foi por um acaso”, começou Brennand, “ontem, lendo um escritor e poeta excelente aqui de Recife, chamado Marcus Accioly, ele estava exatamente falando sobre isso.”
Abriu seu caderno de anotações (ele havia nos convidado para conversar em sua sala):
“Eu anotei aqui, pelo menos começar a quinta-feira com alguma coisa que denote inteligência. Lendo o artigo de Marcus Accioly, quando ele nos adverte: ‘para curtir o outro mundo não é preciso esperar muito’. Isso ele queria certamente se referir à morte, depois ele cita Goethe: ‘nós fomos feitos para viver a vida, não para entendê-la.”
E após a citação, concluiu: “dá certinho para o que você está perguntando, mas não é uma frase minha. Mas nós não precisamos descobrir frase nenhuma quando alguém já disse uma coisa excelente como essa. Nós não precisamos entender a vida, fomos feito para viver a vida, não para entendê-la”.
Se foi coincidência ou não, só Deus para saber. Aliás, foi o universo que conspirou ao nosso favor. Ou eu estava apenas no lugar certo, na hora certa?
Na opinião de Brennand, parecia ser de tudo um pouco. Nos aproximadamente 30 minutos que falou com a gente, disse acreditar em Deus, falou da necessidade de nos conciliarmos com o universo, mas acrescentou que, com a idade que chegou, conforta-se em dizer: “a vida é um mistério.”
O artista completava uma ideia atrás da outra, com a serenidade e experiência de quem já tem as respostas para todas as suas questões. Dessa forma, resolvi transcrever a entrevista tal como foi feita: só com ele falando. Seguem os trechos:
Fórmulas
-Não há nada mais estranho do que uma pessoa dizer que tem uma fórmula qualquer a respeito da vida, ou dizer que tem razão em alguma coisa. É muito mais certo você viver a vida e se conciliar com os astros, o universo. Porque não há diferença nenhuma, todo ser vivo é igual, você olhando uma foca, um animal, um pinguim, uma ave, um cavalo, um boi, ser humano, ou uma bactéria, um vírus. São seres vivos, vegetais, etc. Animados ou inanimados.
Deus
-Mesmo os minerais têm uma historia a contar. Você diz, são rochas inertes. Mas a composição delas tem compostos que existem na nossa composição corpórea. O homem não é estranho nem ao planeta nem tampouco ao universo. Somos feitos do mesmo material das estrelas, portanto, não estamos sós. Esse é o nosso grande espírito, o nosso grande legado, porque nós pertencemos ao universo, e o universo é o enigma, e o enigma é Deus.
O senhor é religioso?
– É uma coisa tão ridícula não acreditar em Deus. Como não acreditar em Deus se a própria natureza, o próprio ser humano, a própria vida… O mistério da vida, da existência, da fala, o silêncio. Os bichos não falam, matam-se entre si. Mas o bicho mata e esquece. Não existe crime. Ele mata para comer. Para sobreviver. Nós matamos para comer e para sobreviver. E alegremente. Na hora do almoço quando chega um bom pedaço de carne, quem está se lembrando que aquele bichinho foi assassinado, em proveito da nossa alimentação? E a vida, a palavra certa, com a idade que cheguei, e isso me conforta, com a idade que eu cheguei, é dizer: é um mistério, é um enigma, e os mistérios são irreconhecíveis, não há como descobrir, se não, não haveria mistério.
Felicidade
– Felicidade é simplesmente viver, com todos os atrapalhos que a gente tem. E encontrar dificuldade, não há como evitá-las. E todo o tipo você encontra. Mas isso não quer dizer que seja infelicidade. As doenças são outros tantos mistérios, porque nós adoecemos de doenças que são ligadas também à natureza. Ou seja, para que haja uma doença, tem que haver uma degenerescência qualquer onde há entrada de vírus ou bactérias comuns na natureza, com as quais convivemos e elas estão ali no seu papel, no seu local.
Excessos
– Outro dia vi na televisão que a mão deve ser lavada, como higiene. Quantas vezes você puder. Mas tome cuidado, o excesso também é prejudicial. Se lavar excessivamente, você prejudica seu cabelo, prejudica sua pele. Existe na nossa pele elementos que são vitais, que são fabricados pelo próprio corpo. Se você mete sabão em cima, você arranca com esses elementos. Você usa shampoo demais no seu cabelo, você destrói o seu cabelo. A mulher brasileira toma banho demais, por isso esta faltando água em São Paulo!
Inteligência humana
– É muita estranha a vida, e sem querer nós homens, como somos dotados de uma extrema habilidade e uma versatilidade muito grande através da inteligência, da memória, a gente tem facilitado a nossa vida. Essas descobertas são todas notáveis, mas muitas vezes, nós sabemos que tem o aquecimento global, não é invenção de cientista, cientista não tem razão nenhuma para mentir, que um politico minta, mas um cientista, com que finalidade? A não ser que ele esteja feliz com o governo.
Gabriel Garcia Márquez
– Além de dizer a frase de Goethe, Accioly aproveita o Gabriel Garcia Marquez. E ele diz, o Gabriel Garcia Márquez, já que o outro diz que a vida é para ser vivida, para vive-la,. Vivê-la para contá-la. (…) Não é uma maravilha? Porque todos esperam que a gente conte. Porque as pessoas que não pintam estão esperando ver pintura. Todos são pintores também, apenas não pintam, mas querem ver pintura, e por isso pintor pinta. Não é que ele seja melhor, ele é apenas o veículo daquilo que todos estão esperando ver.
Juventude
– Todo jovem quer viver da mágica, da palavra. Todo jovem acha que representa, vocês representam a novidade. A nova geração. E vocês são a eternidade. Porque vocês se acham eternos. Eu já fui eterno, hoje não penso que sou eterno, mas já fui eterno e compreendo aqueles que acham que são eternos. Compreendo aqueles que por serem muito jovem sempre acham que estão com a razão e que a geração de vocês tem sempre razão. Porque os novos tem sempre que ter essa razão para que haja um impulso para que a vida seja mais confortável através do pensamento. Você não pode pensar que está vindo errado, não há esse caminho.
Velhice
Há muitos anos atrás existia uma música que dizia: desconfie dos homens de mais de 30 anos. Passou os 30 já é para desconfiar. Não é que a pessoa ficasse velha, mas é que a velhice pode se transformar em velhacaria, o que é uma coisa perigosa. Você pode envelhecer e simplesmente ser um velho, mas pode ser um velhaco também, usar a velhice para enganar os outros.
Frase em um dos muros da Oficina Brennand, no Recife
O senhor não pensa que é eterno, por conta de sua obra?
Eu vou dizer o seguinte, eu já acreditei que fosse assim, eu acho que o tempo não vai fazer justiça a ninguém, tudo é uma questão de casualidade. A permanência da obra de um artista é sempre uma incógnita,
E depois de dar todas suas respostas antes de eu conseguir fazer qualquer pergunta sobre a vida, esse simpático senhor de longas barbas brancas, uma fala sincera e sotaque pernambucano, conclui:
“Espero que, em vez de ter-lhe confundido, eu tenha contribuído com alguma coisa, porque eu falei tanto e posso não ter dito nada.”
O homem recusa o mundo tal como ele é, sem aceitar o eximir-se a esse mesmo mundo. Efetivamente os homens gostam do mundo e, na sua imensa maioria, não querem abandoná-lo. Longe de quererem esquecê-lo, sofrem, sempre, pelo contrário, por não poderem possuí-lo suficientemente, estranhos cidadãos do mundo que são, exilados na sua própria pátria. Exceto nos momentos fulgurantes da plenitude, toda a realidade é para eles imperfeita. Os seus atos escapam-lhes noutros atos; voltam a julgá-los assumindo feições inesperadas; fogem, como a água de Tântalo, para um estuário ainda desconhecido. Conhecer o estuário, dominar o curso do rio, possuir enfim a vida como destino, eis a sua verdadeira nostalgia, no ponto mais fechado da sua pátria. Mas essa visão que, ao menos no conhecimento, finalmente os reconciliaria consigo próprios, não pode surgir; se tal acontecer, será nesse momento fugitivo que é a morte; tudo nela termina. Para se ser uma vez no mundo, é preciso deixar de ser para sempre.
Neste ponto nasce essa desgraçada inveja que tantos homens sentem da vida dos outros. Apercebendo-se exteriormente dessas existências, emprestam-lhes uma coerência e uma unidade que elas não podem ter, na verdade, mas que ao observador parecem evidentes. Este não vê mais que a linha mais elevada dessas vidas, sem adquirir consciência do pormenor que as vai minando. Então fazemos arte sobre essas existências. Romanceamo-las de maneira elementar. Cada um, nesse sentido, procura fazer da sua vida uma obra de arte. Desejamos que o amor perdure e sabemos que tal não acontece; e ainda que, por milagre, ele pudesse durar uma vida inteira, seria ainda assim um amor imperfeito. Talvez que, nesta insaciável necessidade de subsistir, nós compreendêssemos melhor o sofrimento terrestre, se o soubéssemos eterno. Parece que, por vezes, as grandes almas se sentem menos apavoradas pelo sofrimento do que pelo fato de este não durar. À falta de uma felicidade incansável, um longo sofrimento ao menos constituiria um destino. Mas não; as nossas piores torturas terão um dia de acabar. Certa manhã, após tantos desesperos, uma irreprimível vontade de viver virá anunciar-nos que tudo acabou e que o sofrimento não possui mais sentido do que a felicidade.
A premissa de um sonho lúcido é simples e, ao mesmo tempo, misteriosa: um sonho lúcido é aquele em que você sabe em que está sonhando. A maioria de nós acorda ou tem o sonho imediatamente interrompido quando descobre, no meio dele, que está sonhando. O susto parece trazer nossa consciência de volta do mundo onírico. Mas o que talvez você não saiba é que tem gente que consegue ter sonhos lúcidos com bastante frequência e inclusive permanecer neles, mas alerta. E isso significa ser capaz de fazer tudo o que você faz acordado, mas em sonho.
Os primeiros registros de sonhos lúcidos na história são egípcios
Alguns pesquisadores acreditam que Ba, a representação egípcia para a alma, era o ‘eu’ presente em sonhos lúcidos e projeções astrais, por exemplo. Ba era comumente demonstrado como um pássaro com cabeça de humano que flutuava acima do corpo humano. Robert Waggoner, autor de Lucid Dreaming: Gateway to the Inner Self, fala no mesmo livro que Ba pode ser o primeiro registro histórico de uma consciência itinerante, que sai do corpo mas conserva as características do corpo e da mente comuns, ou seja, nós mesmos quando estamos dentro de um sonho lúcido.
Sonhos lúcidos podem ser identificados como um outro estado de consciência
De acordo com a autora do livro Consciousness: A Very Short Introduction, Susan Blackmore, sonhos lúcidos podem ser um estado de consciência distinto daqueles que já conhecemos e alguns cientistas até acreditam que possamos, eventualmente, identificá-lo desse maneira. Ela iguala o estado de ‘sonho lúcido’ a alteração de consciência de experiências com algumas drogas como maconha e LSD, paralisia do sono, meditação e experiências de projeção astral.
Uma em cada 5 pessoas tem pelo menos um sonho lúcido por mês
Um estudo de 1988 descobriu que 20% das pessoas afirmam ter sonhos lúcidos todo mês, enquanto outros 50% disse já ter tido um sonho assim pelo menos uma vez. O estudo também mostrou que a lucidez em sonhos é ainda mais comum para crianças – desconfia-se que seja porque crianças têm mais pesadelos e são mais vulneráveis a eles, e pesadelos frequentemente despertam a parte do cérebro responsável pela lucidez no sonho, para que o sonhador possa se dar conta que está em uma narrativa irreal e possa então transformá-la em algo diferente e menos assustador.
Alguns alimentos podem aumentar suas chances de ter sonhos lúcidos
Anota aí: um estudo de 2006 identificou que participantes que tomaram, diariamente, 250mg de vitamina B6, disseram ter sonhos mais vivos, emocionantes, com cores mais vivas e histórias mais mirabolantes. O problema é que a quantidade diária recomendada pela OMS de vitamina B6 é 100mg. O que acontece se você tomar vitamina B6 demais? Bom, registros científicos anteriores dão conta de gente que tomou de 500mg a 1000mg por dia durante meses e teve neuropatia sensorial, que é dormência e perda de sensibilidade na extremidade. Ou seja, não é uma boa ideia.
Mas você pode garantir que seu consumo diária de vitamina B6 fique dentro do recomendado e isso já vai ajudar: você a encontra em alimentos como batata, banana, pães e arroz integral, alho, abacate, gema de ovo, limão, leite e aveia, por exemplo.
Há um gadget que, supostamente, induz sonhos lúcidos
A Aurora é uma máscara facial que pisca cores em um padrão específico que, de acordo com o fabricante, induz sonhos lúcidos mais facilmente. O projeto foi financiado no Kickstarter e a Aurora já está em pré-venda por 200 dólares.
‘Nessa vida tem que ter jogo de cintura, não pode perder o rebolado, nem descer do salto.’
Não deu certo (um namoro, um emprego, um alvo) parta pra outra, rapidinho!
Se deu mal num caminho, nem pense, vá logo buscar outro. Afinal, a vida é muito curta para estar parado, mal amado, solitário e desempregado.
Arranja logo um ‘substituto’, o quanto antes, ponha logo na mira o plano B. Aliás, tenha sempre um plano B! (que muitas vezes é muito parecido com o A, mas mudam-se os protagonistas, os coadjuvantes e o cenário. Ás vezes o plano B é simplesmente viver a mesma vida em outra cidade, país, terreno. Se você for o mesmo, seu plano B é apenas um plano A disfarçado).
Mas não importa! A ideia é não parar, nessa vida a gente não pode parar! Para ser feliz e importante, tem que estar ativo. Por isso mantenha-se ligado, mantenha-se amado e amável, mantenha-se amando, querendo, desejando, mantenha a postura, o gingado e o nariz levantado.
É o que dizem por aí. Mas aí a vida diz corra, e lá no fundo do seu coração há um pulsar mais fraco, de velhinha querendo cama, mesmo que solitária. Há uma respiração frouxa, um cansaço desse andar desenfreado, há um ritmo que descompassou e pede quietude. Há uma vontade, bem lá no fundo, de não resolver nada agora, nessa hora de desencontros, derrotas e abandonos. Há uma vontade de sair da dança para pegar um pouco de fôlego nas margens da vida.
Acabou a energia pulsante, não há lágrimas e nem vontades. Os sentimentos estão desérticos, a alma não quer renascer agora, esta alma que já teve algumas primaveras este ano. Agora está hibernando. Deixe ela quieta! Parar não é morrer, não é vegetar, muitas vezes é apenas meditar, respirar fundo, entender para voltar feito borboleta: voando leve e mais colorida ainda.
Não deixar a peteca cair, emendar um voo no outro, desdobrar o plano B antes mesmo que o A tenha se findado, pode significar uma queda mais vertical no final. Pode significar que nasça uma borboleta de uma asa só. Há um tempo de maturação entre um final e um começo.
Por isso, deixe sim a peteca cair, descompasse, fique na cama no sábado à noite, não faça as malas ainda. Pode ficar um tempo fechado para balanço, organizando o estoque dos sentimentos ou apenas respirando, sentado na encruzilhada de um mundo absurdo que não para te pedir tudo quando você já não pode oferecer nada. Não ainda.
Cada ser humano tem a sua forma de sentir e demonstrar suas emoções, o professor de psicologia e psiquiatria Richard J. Davidson chama isso de “impressão digital emocional”. E o termo é mesmo muito interessante, pois expressa bem a nossa individualidade. Assim também, algumas pessoas lidam melhor com suas emoções negativas, enquanto outras apresentam maior dificuldade.
A boa notícia é que mudar o comportamento emocional é possível através de exercícios mentais que promovem o que a pessoa precisa para mudar a forma de encarar as situações da vida de forma positiva.
Observe estes exercícios baseados nas sugestões do Dr. Davidson na matéria:
1. Anote características positivas
Escreva numa agenda uma característica positiva sua e de mais duas pessoas que convivem com você, pode ser um familiar e um colega de trabalho, por exemplo. Mas é importante que você observe sinceramente e anote com segurança. Repita isso três vezes ao dia e procure levantar características diferentes.
2. Expresse gratidão
Ainda usando sua agenda escreva no final do dia pelo menos um momento em que você demonstrou estar grato. Para cultivar esse sentimento olhe nos olhos das pessoas e agradeça com sentimento e não apenas diga “obrigado”. Observar a natureza, a família e tudo o que há de bom na própria vida é também essencial.
3. Elogie alguém regularmente
Mantenha-se atento nas circunstâncias propícias em que alguém aja de forma admirável e aproveite para elogiar. Faça isso pelo menos uma vez por dia, olhando nos olhos da pessoa para desenvolver uma conexão positiva com ela. Melhor será o efeito se você anotar esse momento em sua agenda.
4. Faça exercícios respiratórios
De preferência duas vezes ao dia procure privacidade, sente-se de forma confortável, feche os olhos e respire pausadamente. Procure se concentrar na sua respiração e no movimento de seu corpo ao inspirar e expirar.
5. Desenvolva a compaixão
Pensar no sofrimento de outra pessoa e no que pode ser feito no sentido de provocar alívio melhora muito sua percepção da própria vida. Uma boa ideia é começar com os familiares. Conforme escrevi no artigo 4 passos para desenvolver maior afeto pelos pais na vida adulta: A afetividade tem tudo a ver com compaixão.
6. Saia da zona de combate
Diante de conflitos procure equilibrar os ânimos antes de continuar a conversa, assim é mais fácil de manter as emoções em alta e harmonizar a situação.
7. Encare suas dificuldades
Escolha um momento propício e pondere calmamente sobre o que faz suas emoções negativas se tornarem incontroláveis. Faça uma lista e reflita em cada item, procurando entender porque aquilo afeta tanto você. Faça exercício respiratório e perceba que você consegue enfrentar a situação com calma.
8. Preste atenção nas reações de seu corpo
É importante tomar consciência do que acontece com seu organismo quando você se envolve em emoções negativas. Isso ajudará ao controle necessário de sua mente para que os efeitos desagradáveis desapareçam.
9. Observe o que provoca o seu bem-estar
Concentre-se em buscar atividades que elevem sua autoestima e, consequentemente, provoquem o seu bem-estar. Substitua estímulos dolorosos por pensamentos agradáveis e se contamine com eles. A mudança começa sempre no pensamento.
A sua vida é fruto de suas escolhas, assim também é o seu ânimo emocional: você pode optar por seguir de mau humor na vida ou identificar suas dificuldades e mudar suas emoções de forma a ser uma pessoa mais positiva e feliz.
Pretensas fórmulas, manuais, bulas, estatísticas, dentre outras tentativas de enquadrar e categorizar a vida, os comportamentos e as pessoas, de modo a elencar determinadas formas de fazer algo, ou interpretar uma ação, ou ainda rotular alguém, não é algo estritamente contemporâneo. Entretanto, talvez pela facilidade de veiculação de informações, ou pelas características predominantes inerentes à nossa época. Creio que nunca se viu tantas propostas para “esquematizar” as experiências quanto encontramos hoje. Testes de personalidade (não necessariamente sérios e muito menos científicos), padrões estéticos e comportamentais contribuem para patologizar as diferentes formas de existir a reveria, engordando os livros dos CIDs e DSMs. Livros da auto ajuda (que na verdade não tem nada de “auto”) são vendidos como Best Sellers, técnicas de comportamento são veiculadas em textos, vídeos e palestras, como se as mesmas coisas funcionassem da mesma forma para qualquer um. Crônicas trocam o humor sarcástico pela lição de moral. Enfim, lembro-me do vídeo clip da música “Another Brike in the Wall” do Pink Floyd, em que os alunos de uma escola aparecem uniformizados, com mascaras deformadas que escondem suas faces, caminhando de forma heterogênea e sem vida para caírem em um máquina de moer carne. Lembro-me dos treinamentos dos exércitos militares, em que todos devem marchar de forma igual, e fazer tudo igual, sem questionar, para engolirem a ideia indigesta de morrer por uma pátria se for necessário. Essas pátrias as quais se deve servir gentilmente, mas que não servem a ninguém.
Essa tendência a hegemonização global desvirtua até mesmo a diferença, transformando atitudes, estilos e estereótipos que em um tempo foram marginalizados e revolucionários em tendências da moda, figuras do marketing e por aí vai. Estes resíduos da cultura capitalista, em que a quantidade supera a qualidade, em que a essência é ignorada em detrimento da aparência, potencializam a chaga civilizatória que prega a massificação, afinal, isso facilita a dominação e o controle sobre o ser humano. Não critico as tradições, e muito menos afirmo que não possamos aceitar conselhos, expressar nossas experiências e a percepção que temos delas, compartilhar nossas opiniões e defendê-las, nos alegrarmos quando encontramos pessoas afins, ou mesmo gostar de uma proposta estética e querer adotá-la em nosso cotidiano. No entanto, o rumo dessa produção em massa de manual de instruções para todas as finalidades é muito mais complicado e perverso do que parece.
Se em outras épocas a imposição de padrões era explícita e rígida, como podemos recuperar na memória histórica do funcionamento das instituições de educação, das famílias e outras formas coletivas organizadas, atualmente essa imposição é global, sutil e mascarada de liberdade. Absorve-se às vezes essa substância pastosa do “como deve ser” sem que se perceba, e seus efeitos colaterais se reproduzem e infectam como vírus as ações e percepções que deveriam ser pessoais. Algumas situações em particular me levaram a refletir seriamente sobre isso. Como quando em uma conversa de boteco que, até então, para mim era descontraída, a interlocutora me pediu estatísticas que comprovassem o que eu estava falando. Sério? Então são estatísticas que resumem a natureza de um assunto? Se fosse tão simples, estaríamos vivendo em um paraíso, pois o que não falta por aí são estatísticas. E outra, pedir alguém para comprovar estatisticamente sua opinião holística, como era o caso, em um bar, é muita apelação. Na mesma linha, por vezes me encontro com perguntas sobre o que e em que grau alguém precisa ter para me atrair, ou vejo outras pessoas se orgulhando de serem questionadas sobre isso, provavelmente por se sentirem desejadas. Isso me deixa perplexa. Só falta começarem a abrir editais de processo seletivo para potenciais amores e amizades…
O absurdo dessa lógica que quantifica e padroniza é que ela propõe que nos moldemos para nos oferecer a algo ou a alguém. Tornamo-nos mercadorias e vendedores de nós mesmos. Isso acontece a todo o momento, e em algumas situações não há escapatória, como é o caso das entrevistas de emprego, por exemplo. No entanto, onde isto nos leva? Inequivocamente, para algum lugar tão longe de nossa própria existência, que perdidos de nós, convertemo-nos em um objeto sem vida e fácil de manipular. Lygia Fagundes descreve de forma muito clara esse perder-se do ser em seu conto “Eu era mudo e só” (no livro “Antes do Baile Verde”):
“Depois, com o passar do tempo, a metamorfose na maquinazinha social azeitada pelo hábito de rir sem vontade, de chorar sem vontade, de falar sem vontade, de fazer amor sem vontade… O homem adaptável, ideal. Quanto mais for se apoltronando, mais há de convir aos outros, tão cômodo, tão portátil. Comunicação total, mimetismo: entra numa sala azul fica azul, numa vermelha, vermelho. Um dia se olha no espelho, de que cor eu sou? Tarde demais para sair porta afora”.
Neste conto, a autora que narra a partir da voz de um homem político aposentado discorrendo sobre a sua própria vida, confunde a percepção do leitor, que não sabe se este homem está metaforizando sua vida com um cartão postal, ou se está louco achando que vive dentro de um cartão postal.
O grande triunfo dessa lógica cultural e social é fazer com que as pessoas pensem que, se elas não conseguirem se adaptar a algo e não forem bem sucedidas, elas são fracassadas e exclusivamente culpadas por suas dores. Quem foge a regra do camaleão, recorrentemente joga cartas com a solidão. Ou dá conta e se diverte com isso, ou se rende e perde suas cores e metamorfoses espontâneas.É claro que temos nosso papel em cada coisa acontece, mas que papel é esse, que é nosso, se não existir alguém para ser? Por vezes, as pessoas se tornam apenas o papel, vivem o papel, e quando esse papel perde o sentido, elas perdem o sentido de viver. Isso explica pessoas que odeiam seus trabalhos, mas se recusam a aposentar, ou casais que não se suportam, mas não se separam. Ou ainda, pessoas que adorariam viver uma experiência diferente (estas, ainda com uma centelha de vida, pois não perderam a capacidade de sonhar e desejar), mas se encontram tão aprisionadas à rotina que não arriscam sequer sair pelo portão.
É que existir é imanente à surpresa, ao imprevisível, ao novo, ao mutável, e diante disso é inútil buscar por uma fórmula mágica que ofereça uma solução precedente ao confronto com problema. Assumir a vida às vezes é mergulhar no problema, como um físico que busca provar sua teoria absurda. Provar a vida que é oferecida. Arriscar desagradar, errar, falir, sofrer, ser desprezado, excluído, mal visto, machucar-se, morrer. E é a consciência de que estamos vivendo simplesmente para em algum momento tudo acabar (mesmo que exista outra vida, ela não seria a mesma de agora), que às vezes faz com que as pessoas repensem sua travessia pela existência, e percebam que “provar a vida” oferece também o risco de se alegrar, de amar, de receber, de sentir-se especial, descobrir prazeres, conhecer, se encantar, viver a paz e o êxtase intensamente.
A jovem, estreante nos caminhos do amor, aproximou-se cabisbaixa da mãe:
– O que acontece quando uma represa vai guardando tanta água que arrebenta com as comportas?
– Filha, a água sai com muita força e acaba inventando outros caminhos, além do antigo curso do rio. Por que a pergunta?
– É que tenho uma represa no fundo dos olhos, mãe. Se ela romper as comportas do rosto e da alma, eu me derramo inteira, como se toda a minha existência fosse um choro imenso, e preciso saber em que mar eu irei desaguar.
A dor, quando quer externar-se, ela reveste os olhos de tristeza. Olheiras, é sabido, são lágrimas represadas. Avolumam-se nos dias mais tristes e tornam-se escuras devido à força do salubre líquido que bate forte contra as suas paredes. Se não há suficiente vazão, fingem-se semi luas, disfarçam-se de noite.
A menina ainda não saiba que o amor exige mais que a entrega, mais que sensível doação de afeto, de ternura; que o amor exige mais que a veneração e a eleição do ser amado. O amor exige, acima de tudo, o respeito.
Respeito às escolhas dos outro. Exige respeito à individualidade do outro, ao desejo, ao pensamento, ao sentimento do outro. O verdadeiro amor é um exercício de compreensão e alteridade. É quando, ao respeitar integralmente o amado, alcançamos um novo patamar de autorrespeito e autoaceitação.
Até a compreensão chegar, cabe-nos administrar a tristeza, dando vazão, pelas lágrimas, à dor que os nossos olhos represam. Cabe enamorarmo-nos de nossas olheiras e ver, no rosto abatido mirado no espelho, na face avermelhada de choro, o encantamento de um humano que cresce. Saber que a dor que os nossos olhos represam é proporcional ao afeto que de nosso peito transborda.
Então a mãe olha a filha de olhos já marejados e diz:
– Recosta no ombro da mãe, filha.. E chora. Porque a lágrima é a única sagrada moeda com que um coração pode comprar a liberdade de si mesmo. E não se preocupe com o fluxo das águas. Elas sempre encontrarão o caminho do mar.
Quando eu não era mãe, ouvia relatos de mães que não conseguiram amamentar no peito seu filho recém-nascido e vinham teorias psicológicas na minha cabeça que constatava que essa mãe não se entregou o suficiente para o filho a ponto de alimentá-lo com seu próprio leite.
Quando eu não era mãe, ia ao supermercado e se encontrasse alguma criança fazendo birra, eu pensava: falta competência para essa mãe educar melhor seu filho e estabelecer limites.
Quando eu não era mãe, estive com amigas minhas que tinham filhos pequenos, fazendo qualquer coisa para a criança comer um pouco do prato servido no almoço, eu pensava: deixe passar fome que uma hora a criança vai comer.
Quando eu não era mãe, ficava horrorizada assistindo mães oferecerem aos seus filhos refrigerantes, comidas industrializadas e dizia para mim mesma: que preguiça de fazer algo melhor para as crianças.
Quando eu não era mãe, maldizia as mães que colocavam seus filhos pequenos em frente à televisão para assistir Galinha Pintadinha, Peppa Pig ou coisas parecidas.
Ah, quando eu não era mãe, certamente eu era a melhor mãe do mundo!
E um dia fui mãe!
Embora tenha me esforçado absurdamente para amamentar meu filho no peito, nenhum método funcionou. Senti-me culpada pela “falta de entrega”. Tive que entrar com leite artificial. No início da minha experiência, pensei que estava causando um trauma ao meu filho por não ser amamentado no peito. Quando ele estava com um ano e meio, descobriu-se que ele tinha inserção anteriorizada do freno da língua, ou seja, tinha a língua presa e por isso não mamava direito. E eu, mãe, tinha certeza que a culpa era minha.
E hoje há dois anos e seis meses sou mãe.
Fui uma supermãe até um ano e meio, cozinhava somente alimentos nutritivos, fazíamos refeições em casa, meu filho assistia muito pouco às programações da televisão, não comia doces e muito menos refrigerantes.
Mas que trabalho dá ser uma supermãe!
E minha vida não era somente ser mãe, tinha que ser profissional, esposa, cultivar minhas amizades e tantas outras coisas que as mães têm que fazer.
O problema de ser supermãe é que por fazer tudo absolutamente do jeito que a sociedade diz que é correto, é que não sobra disposição para estar inteira com seu filho. Haja tempo para cozinhar tudo que faz bem, tempo para entreter o filho sem televisão e paciência para todas as birras e manhas.
Atualmente, desisti de ser uma supermãe, resolvi ser somente mãe e sou mais feliz. Tenho mais tempo para ficar com ele, afinal não passo horas na cozinha preparando somente coisas extremamente saudáveis e recomendadas pelos pediatras, amigos, familiares e sociedade.
Voltei com minha agenda de trabalho de antes da maternidade, ele fica com a babá, afinal de contas todos nós temos que lidar com a falta e a primeira falta da criança é a mãe e terá que aprender a lidar com isso.
Quando faz birra nos supermercados, faz e pronto! Nada de traumas, nem para ele e muito menos para mim.
Enfim, agora decidi ser uma mãe normal! Sou aquela mãe que todos nós tivemos, sou aquela mãe igual às dos coleguinhas do meu filho.
Percebi que ele é mais feliz assim.
Agora sou mãe e pronto! E que ninguém me diga que ser “supermãe” é melhor para qualquer filho!
Sim, é. Mas não precisa se preocupar. Você não tá sozinho. Eu, tu, ele. Nós. Tamo junto! E nem é motivo propriamente pra vergonha, já que a gente é preparado pra isso. Sim, somos maioria. E ok, isso é uma generalização. Talvez você que esteja lendo realmente não seja parte deste time, lembrando até que existe o analfabetismo pleno e o analfabetismo funcional. Pra dar um exemplo simples, saber a diferença entre presidencialismo e parlamentarismo (coisa que se aprende na escola e dá pra relembrar com um google rápido), pode ser equiparado a conhecer o alfabeto, o que tira a pessoa do analfabetismo pleno, mas se você tem dificuldades pra discorrer sobre as vantagens de um sobre o outro, a partir de um ponto de vista próprio (ou emprestado mesmo), pode cair na categoria dos analfabetos funcionais. Outro teste: você fica à vontade pra falar sobre os benefícios que o voto distrital pode ou não trazer? Ou sabe o que é distritão, voto distrital misto, lista aberta, essas coisas que fazem parte da discussão sobre a reforma política no Congresso?
Sempre achei que a gente também deveria aprender na escola coisas práticas, como trocar um chuveiro ou ter aquelas aulas de marcenaria, que a gente vê em filme americano. Aprender sobre Política também poderia fazer parte, já que pode nos afetar mais do que não saber usar uma serra circular. Não falo só de uma passagem superficial sobre sistemas de governo e coisas assim, que são dadas pra alimentar a decoreba sem questionamento que tem validade só até a próxima prova. Temos escolas em que existe aula de Religião. Por que Política não pode ser uma disciplina também?
Nem tudo se aprende na escola, claro. Sempre dá pra correr atrás de informação, ainda mais agora que ela está por toda parte. Acho que não sei mais fazer uma equação de segundo grau, como muita coisa que foi dada na escola. Mas isso porque são coisas distantes pra mim. Sei que elas fazem parte do cotidiano, já que o prédio em que moro está de pé por conta delas, mas eu fico confortável em deixar que outras pessoas, com formações específicas, dominem as equações e se entendam com elas, pelo bem da comunidade, enquanto eu posso optar pelo direito de replicar o discurso do “Eu odeio Matemática!”. A Matemática não vai se ofender, já que ela consegue sobreviver sem mim e sabe que eu não consigo sobreviver sem ela.
A maior parte das pessoas diz que odeia Política. Mas sabe, com variados graus de consciência, que a vida de todos é afetada por ela, de várias formas. Impostos que puxam o custo de vida, leis que ditam comportamentos, obras que melhoram as cidades, por exemplo. Sem impostos, não temos as obras e sem as leis não estamos longe da barbárie, que mesmo com elas nunca fica muito longe. Impostos, leis e orçamentos interferem diretamente na nossa vida e são votados sempre, todos os dias em que o Congresso trabalha, mas a gente sabe que diabos é um Congresso? A diferença entre um deputado e um senador? Você sabe? Mesmo?
Com as redes sociais, a Política está em pauta todo dia, mas o que circula por ali tem mais o objetivo de confundir e desinformar. Tudo chega muito fácil e ainda existe a ilusão de que se algo está dito em um post, deve ser verdade, não precisamos ir atrás pra confirmar. Olhando por esse lado, antes de termos uma formação política, talvez aulas sobre como usar as redes sociais sejam mais urgentes…
Mas voltando à política: pra maioria das pessoas, votar em candidatos pra vereador ou deputado é sempre um problema. Tem sempre muita gente pedindo indicação, em época de eleições. Mais ou menos como na escola, onde um assunto é esquecido depois da prova, os candidatos em que se votou são esquecidos depois das eleições. Talvez porque não se saiba que um vereador ou deputado pode ter mais impacto sobre nossas vidas do que um governador ou presidente.
Em 1959, um rinoceronte chamado Cacareco teve quase 100 mil votos para vereador, em São Paulo. Rinoceronte mesmo, aquele bicho com chifre, que vivia no Zoológico. Para desilusão dos seus eleitores, que já imaginavam como seria a posse, seus votos foram considerados nulos. Mas a partir daí, o Voto Cacareco passou a ser sinônimo de voto de protesto. Claro que aí tinha uma mistura de voto propriamente de protesto e brincadeira. Mais ou menos como aconteceu recentemente com Tiririca, que teve 1,3 milhões de votos em 2010 e um pouco menos na reeleição, em 2014, mas ficando ainda com mais de um milhão de votos. Ainda houve uma tentativa de se impedir que ele tomasse posse, sob a acusação de analfabetismo, mas ao contrário de Cacareco, ele não só tomou posse como ainda tem tido uma carreira razoavelmente elogiada, sendo um dos mais assíduos, propondo projetos que beneficiam artistas circenses e ocupando a 68ª posição entre 513 deputados, na avaliação do ranking Atlas Político. Nada mal, mas quem votou nele, votou por quê? Não porque esperasse essa performance, mas talvez porque fosse uma forma mais divertida de se anular um voto, já que a ideia podia ser de que voto pra deputado não serve pra nada mesmo…
E como fica a questão do analfabetismo político entre vereadores, deputados, senadores? Ano passado, encontrei com um amigo que se candidatou a vereador em uma cidade pequena. Não ganhou, mas ficou na suplência. Como sempre temos um preconceito estocado para todas as horas, a primeira coisa que pensei foi que ele devia estar procurando uma fonte de renda. Pra minha surpresa, mais um preconceito foi demolido ali. Ele me disse que, apesar da suplente, ele estava comparecendo a todas as sessões e ainda tinha entrado em uma faculdade, para estudar Gestão Pública. Quantas pessoas têm esse grau de dedicação, quando resolvem seguir a carreira política?
É isso que a gente tem que descobrir, na hora de votar. Ano que vem teremos eleições municipais. Pode ser hora de já ir pensando em quem são os vereadores que estão por aí. Em qualquer cidade, dá pra assistir uma sessão da Câmara. Na cidade de São Paulo, pra facilitar, existe um projeto que se chama Câmara no Seu Bairro, onde a cada semana a Câmara de Vereadores realiza uma audiência pública em uma das regiões da cidade. Parece que a adesão dos vereadores não é lá muito grande, mas a da população tem sido. Pode ser um começo de mudança.
Outro começo pode ser tentar descobrir pra que é que serve um vereador, o que é o voto distrital ou ler o poema “O Analfabeto Político”, do Bertolt Brecht.
Numa época distante eu achava que “prova de amor’ era um termo usado para definir grandes feitos, como ajoelhar-se no meio da rua na madrugada ou encomendar uma faixa com declarações de amor copiadas de versos do Vinícius. De fato vivi algumas situações pareciadas na adolescência e guardo com carinho esses momentos de pura paixonite juvenil.
Mas o tempo passa. Ah…como passa… E muito mais que esperar provas de amor intempestivas, descobrimos que amor de fato é estar lá.
Esta semana teria que fazer um exame de saúde e durante o preparo passei muito mal. No banheiro, me contorcendo de dor e agarrada à calça de moletom do meu marido, não conseguia pensar em mais nada. Porém, horas depois, constatei admirada que aquela tinha sido uma grande prova de amor. Segurando meu cabelo, enquanto eu vomitava vezes seguidas, aquele homem participava de minha agonia numa parceria tão amorosa, simples e verdadeira que, apesar do excesso de intimidade, me mostrou que estará comigo até nos momentos em que o cenário se restringir ao chão frio e inóspito, e a paredes cor gelo nada acolhedoras.
Não havia nada de romântico entre aquelas toalhas felpudas e escovas de dente coloridas. Mas ele estava lá. Preocupado, segurando forte minha mão _ e meu cabelo _, garantindo que logo eu estaria bem.
Descobrir que existe alguém que está lá nas horas mais difíceis e necessárias, ou nos momemos mais intensos e felizes é o que faz esse alguém ser tão especial ou um grande amor.
Lembro que uma amiga querida me contou que quando perdeu a mãe, seu marido era quem mais chorava. Aquilo lhe comoveu tanto a ponto dela não saber quem alí deveria consolar quem. lnexpicavelmente, o choro dele foi o estar lá com ela. Sentir a dor que ela sentia e partilhar de sua angústia tinha sido mais que uma prova, tinha sido o amor em si.
Estar lá é ser mão que entrelaça seus dedos aos nossos, desmanchando os nós, afrouxando
as defesas, apaziguando as imprevisibilidades.
Estar lá é amparar dúvidas, dissecar incertezas, afugentar medos:
É segurar a barra quando a vida pesa além da conta, e não baixar a guarda quando a imperfeição dos dias faz morada no vitral de nossa paisagem.
Estar lá é correr para ver o céu se colorir de vermelho no fim ao dia e não se esquecer de
partilhar a novidade com quem ama, nem que seja à distâncias somando e dividindo a alegria.
É absorver a felicidade inteira, para depois dividi-la em pedaços generosos descobrindo que
só assim restará beleza e euforia.
Estar lá é entender que a vida não é uniforme, ela é repetitiva; e se estivemos presentes num nomemo importante, o estaremos sempre, e sempre, e sempre, de uma forma ou de outra:
Estar lá é nunca ser ausência que dói, que machuca, que vira lembrança e depois ressentimento. É entender que é necessário fazer-se presente, mesmo que de uma forma invisívei, mas ainda assim, viva.
É aprender a conduzir uma dança que só pode ser dançada a dois, relevando a falta de jeito de quem tenta, ou ao menos se esforça pra ser o melhor enquanto está lá.
Estar lá é ser capaz de perdoar, colocando uma pedra em cima de certas instabilidades e dissonâncias, desenvolvendo a paciência e a tolerância de quem apenas quer estar lá…
Ao constatarmos que estar lá é mais importante que dar provas do nosso afeto, descobrimos que nossa história real está longe de ser comparada aos enredos românticos ou clássicos de livros e filmes.
Esperamos demais da vida e do amor, e nos esquecemos que só precisamos contar com alguém de verdade.
Uma mãe levou seu filho ao Mahatma Gandhi e implorou:
“Por favor, Mahatma, diga a meu filho para deixar de comer açúcar.”
Gandhi fez uma pausa e disse:
“Traga seu filho de volta daqui a 2 semanas.”Intrigada, a mulher agradeceu e disse que faria como ele ordenara.
Duas semanas depois, ela voltou com o filho.
Gandhi fitou os olhos do jovem e disse:
“Pare de comer açúcar.”
Agradecida, mas perplexa, a mulher perguntou:
“Por que me pediu para trazê-lo em duas semanas?
Poderia ter dito a mesma coisa antes…”
Gandhi replicou:
“Há duas semanas eu também estava comendo açúcar.”
Minha esposa Ashley e eu acabamos de ter nosso quarto bebê. Ter um bebê novo em casa me fez sentir mais nostálgico do que o habitual e eu tenho refletido sobre minha própria infância. Eu tenho pensado sobre as memórias que se destacam em minha mente e eu penso sobre as memórias que eu quero que meus próprios filhos tenham. Eu quero ser intencional em cada momento precioso.
Jerry Seinfeld brinca dizendo que, “O único propósito dos bebês é nos substituir! É por isso que suas primeiras palavras são, ‘Mamãe, Papai… Tchau tchau.'”
É uma piada engraçada, mas também um lembrete importante de que a vida é curta e nosso tempo com nossos filhos está passando rápido. Com isso em mente, eu quero tirar o maior proveito de cada minuto e criar o tipo de legado que irá perdurar por muito tempo depois que eu tiver ido embora. Este não é um pensamento mórbido, mas sim uma forma importante de manter o foco no que mais importa a cada minuto que temos com nossos filhos.
Como pais, temos a tendência de nos estressar com coisas que nem são tão importantes. Nossos filhos provavelmente não vão se lembrar de cada detalhe da decoração de nossa casa, ou o quão perfeito nosso jardim era, nem se nossa geladeira estava abastecida com nomes de marcas ou produtos genéricos. Vamos nos concentrar no que realmente importa. Se você quer saber o que seus filhos vão se lembrar sobre você, aqui está:
5 coisas que seus filhos vão se lembrar sobre você:
1. As vezes em que você fez com que sentissem segurança (ou insegurança)
Há uma vulnerabilidade e uma necessidade de proteção no coração de cada criança. Seus filhos vão lembrar daqueles momentos que você perseguiu os monstros debaixo de sua cama ou os acalmou depois de um pesadelo, mas eles também irão se lembrar das vezes em que o seu temperamento tornou-se o monstro que eles temiam. Nossos filhos provavelmente vão nos ver irritados algumas vezes, porque isso faz parte da vida, mas faça sua missão de vida fazer seus filhos sempre se sentirem seguros e protegidos quando estiverem com você.
2. As vezes em que você deu a eles toda sua atenção
Crianças medem o seu amor principalmente pela quantia de atenção que damos a elas. As vezes em que você para o que está fazendo para participar do chá da tarde ou sair para jogar bola ou pular em uma cama elástica serão memórias gravadas em suas mentes e corações para sempre. Reserve tempo para fazer as pequenas coisas com seus filhos, porque no final, esses vão ser os momentos mais importantes.
3. A forma como você interage com seu cônjuge
Nossos filhos estão formando suas opiniões sobre o amor em grande parte observando como tratamos nosso marido ou esposa. Esforce-se para ter o tipo de casamento que os torne animados para se casar algum dia. Dê-lhes a segurança que vem de ver sua mãe e pai em um relacionamento sério e amoroso um com o outro.
4. Suas palavras de incentivo e as de crítica
O coração de uma criança é como cimento fresco e a impressão feita no início da vida vai endurecer ao longo do tempo. Elas irão basear seu senso de identidade, capacidade e até mesmo autoestima, em grande parte nas palavras que você diz a elas naqueles anos de formação. Parte do nosso trabalho como pais é corrigir e disciplinar, mas mesmo ao corrigir, deixe que suas palavras sejam cheias de amor, incentivo e reforço positivo.
5. Suas tradições familiares
As crianças adoram espontaneidade, mas elas também têm uma profunda necessidade de previsibilidade. Elas vão recordar com muito carinho as “tradições” que você estabelecer, seja uma noite de filmes (ou jogos) em família toda semana, um lugar para o qual vocês viajam regularmente em família, a maneira como vocês celebram aniversários e eventos especiais ou qualquer outra tradição especial. Seja intencional ao criar algumas tradições que eles irão querer passar para seus próprios filhos algum dia.
Não me canso de achar estranho como alguns casais se comportam quando se trata de compromisso. A facilidade com que a fila anda e com que se troca de parceiro(a) é rápida para muitos que conheço. E essas mesmas pessoas costumam reclamar da falta de sorte no amor.
Talvez o desprendimento e a forma como a mídia e a sociedade encaram os novos relacionamentos influenciem em muitas escolhas e que mergulhar em um relacionamento é algo profundo e muitas vezes, doloroso.
Acredito que estamos nessa vida em sociedade para compartilhar, ensinar e aprender. E que seja bem difícil alcançar nossos objetivos sozinhos. Quando sentimos grande tristeza, alegria, raiva, remorso… enfim, todos os dias nós, de acordo com o caminhar do relógio atraímos diversos sentimentos para o lado de dentro. Nossas vivências precisam ser divididas, exteriorizadas, porque precisamos estar leves para caminhar. A presença do outro é estímulo para novos passos, para o outro dia, para o trabalho, para a vida.
Alguns prometem demais. Prometem o que não podem cumprir. Outros não se suportam tempo suficiente para descobrir a cumplicidade e as afinidades que poderão vir a existir. Há aqueles que repudiam o dar as mãos por confundir com exposição ou imposição. O estar junto é estar por livre arbítrio, por vontade, por desejo de estar perto e dividir os momentos não é dominar o outro. Dividir é servir de fortaleza nos momentos de tormenta, ultrapassando os ventos fortes e as tempestades, é ser o amigo que tem abertura para falar o que precisa ser dito e também para ouvir. É se deleitar com os prazeres mais simples, e por que não com os mais ousados?
Não precisa durar para sempre, só precisa ser sincero. Não precisa se transformar em outra pessoa, só vai funcionar se você for você.
Porque felizmente nós temos a capacidade de não esquecer aquilo que nos fez bem, mesmo que hoje faça parte do passado. Assim será eterno, mesmo sem o nosso querer.
Há pouco estava conversando com uma amiga e ela me contava de mais uma desilusão amorosa afirmando que as pessoas que se aproximam dela estão sempre cheia de problemas e isso a incomoda. Infelizmente, todos nós temos problemas e passamos por dificuldades. Então eu sugeri que se ela está à espera do par que não carregue nenhum tipo de turbulência seria melhor que ela parasse de procurar. E digo o mesmo para mim e para qualquer pessoa que não consiga enxergar nada de bom no outro. Permanecer de mãos dadas é difícil. Quando elas estão friinhas e cheirosas são maravilhosas, todavia as mãos também podem coçar, suar, apertar. As luvas podem proporcionar certo conforto, entretanto, você não terá o mais importante: o sentir. E aí, se for trocar de mãos todas as vezes que elas te importunarem é melhor que as mantenha livres.
Todavia, penso como Drummond, acho que será menos pesado e mais gratificante se formos de mãos dadas, em todos os sentidos, com todos os amores.