Isso que você faz todos os dias pode causar câncer

Isso que você faz todos os dias pode causar câncer

Por Caroline Canazart

São tantas as preocupações diárias que por vezes esquecemos, ou nem nos damos conta, que muitas coisas que estão ao nosso redor podem causar grande mal para a saúde. A exposição constante a produtos químicos, por exemplo, presentes na nossa casa ou no trabalho, pode trazer um diagnóstico que ninguém gostaria de ter: o câncer.

Abaixo você pode ver uma lista de produtos usados no dia a dia e que podem contribuir para o aumento de casos de câncer. Mas, para a nossa tranquilidade, algumas atitudes práticas também são capazes de exterminar com esses problemas. É só começar e manter disciplina.

1. Panela antiaderente

Você sabia que as panelas e outros utensílios domésticos antiaderentes podem trazer risco para a nossa saúde? Pois existem estudos que dizem que o teflon contém o ácido perfluorooctanóico suspeito de causar câncer. De acordo com especialistas, o produto pode ser liberado na hora do preparo do alimento e, principalmente, quando a superfície da panela estiver riscada.

Desde 2006, o programa “PFOA 2010/15 Stewardship Program” pede que os fabricantes de panelas antiaderentes reduzam e eventualmente eliminem as emissões de PFOA.

A alternativa é cozinhar em panelas de vidro, ferro, cobre ou panelas revestidas de cerâmica ou porcelana.

2. Maquiagem

Aquela sua nécessaire cheia de produtos pode ser uma grande vilã e estar lhe deixando doente. Muitos produtos que estão na composição das maquiagens e cremes para a pele são cancerígenos. Sabe aquele seu batom maravilhoso? Ele é o principal vilão de todos os produtos, pois pode conter chumbo, causador de câncer e outros problemas de saúde.

Todos os produtos que contenham as substâncias a seguir precisam ser utilizados com atenção ou simplesmente abolidos do uso: Peróxido de benzoíla, DEA (Dietanolamina), MEA (Monoetanolamina) e TEA (Trietanolamin), dioxina, DMDM hidantoína e ureia (Imidazolidinyl), cor e pigmentos FD&C, parabenos (metil, butilo, etilo, propilo), PEG (polietilenoglicol), ftalatos, propileno glicol (PG) e butileno glico, lauril sulfato de sódio (SLS) e lauril éter sulfato de sódio (SLES), produtos químicos de protetores solares: avobenzona, benzphenone, ethoxycinnamate e triclosan podem ser a porta de entrada para um câncer.

A solução é ler o rótulo de cada maquiagem e ir em busca das empresas que utilizam tudo natural e orgânico.

3. Plástico

Depois de todo o sucesso e facilidade que um belo conjunto de pote de plástico pode significar para uma família, as notícias dizem que ele não é a melhor opção para armazenar comida. Isso porque a maioria deles contém o BPA ou bisfenol A, uma substância ligada ao câncer, problemas reprodutivos e doenças cardíacas.

Em alguns países como o Canadá, Costa Rica e Dinamarca e alguns estados dos Estados Unidos a substância é proibida, mas, no Brasil é utilizada na fabricação de todos os produtos plásticos, como mamadeiras, copos para bebês e garrafas plásticas.

A contaminação com o produto químico acontece principalmente na hora do aquecimento. Então acabe com a mania de esquentar comida em plásticos no micro-ondas ou colocar aquele filme plástico em cima de algum pote na hora do aquecimento. A água também não deve ser colocada em garrafas plásticas. E sempre procure comprar recipientes plásticos que contenham a mensagem “Livre de BPA” no rótulo.

4. Pesticidas e herbicidas

Eles são utilizados para controlar pragas e ervas daninhas em plantações e normalmente são tóxicos para o ser humano. Um estudo de 2009 diz que existe uma maior incidência de casos de câncer no cérebro de crianças cujo os pais tiveram grande exposição à pesticidas, herbicidas e fungicidas, em casa ou no trabalho. O Mal de Parkinson também está sendo ligado à exposição desses produtos, já que um outro estudo concluiu que pessoas diagnosticadas com a doença tinham duas vezes mais chances de relatar que já haviam sido expostas aos produtos tóxicos. Os inseticidas também estão sendo relacionados aos problemas como o câncer.

Para prevenir-se aprenda a cuidar de seu jardim ou horta de forma natural. Arranque as ervas daninhas com as mãos ou encontre substâncias naturais para fazer o controle de pragas. Se você precisar utilizar bombas de inseticidas em casa, assegure-se de ficar longe por um dia completo.

5. Tinta

Você já ouviu falar no perigo que as tintas de parede trazem para a saúde? E não estamos falando apenas sobre o cheiro ruim. Diferente de muitos países, no Brasil, até existe uma legislação que limita o uso do chumbo nas tintas, mas muitas vezes ela não é cumprida. Uma pesquisa de 2009, da Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte, mostrou que a maioria das marcas de tintas brasileiras tem chumbo acima do estipulado (600 partes por milhão (ppm) de acordo com a lei de 2008. Nos Estados Unidos, em 1978 a quantia de 600 ppm já era limitada. Hoje não pode passar de 90 ppm. A preocupação é tanta com o perigo da presença de chumbo nas casas americanas, que, muitas vezes, ao preencher formulário de matrícula para a escola de crianças aparecem as perguntas: você mora em uma casa construída antes de 1978? Houve alguma reforma nela depois disso? A tinta da parede esta descascando?

Tudo isso porque o chumbo prejudica o sistema nervoso central, fígado, sangue, rins e sistema reprodutor de homens e mulheres.

Além disso, tintas, vernizes, ceras e alguns produtos de limpeza contém composto orgânico voláteis (VOCs), outras substâncias que, somado ao chumbo, trazem problemas para a saúde elevando a possibilidade de câncer.

A alternativa é comprar tintas e produtos que marquem no rótulo que não contenham chumbo e que tenham baixo nível de VOC. Pintar a casa no verão e primavera também pode ajudar na hora da ventilação.

Fonte indicada: Família

Uma hora todo mundo sofre. Só sente dor quem continua vivo.

Uma hora todo mundo sofre. Só sente dor quem continua vivo.

Todo mundo sofre. Uma hora ou outra, dói. Não há quem escape. Uns sentem mais, outros menos. Mas todos sofrem. Ah, sofrem, sim.

Há os que demonstram pouco, quase nada, e isso não quer dizer que também não amarguem uma perda aqui, uma separação ali, uma decepção acolá. E há os que escancaram seu pesar com a honestidade de um alto-falante. Tem gente que grita sua queixa muito mais alto que o volume da dor que sente. Também tem aqueles que sofrem não pela tristeza da perda, do fim, do adeus, mas pela incompreensão do fato, pela dificuldade de aceitar que algo acabou.

E tem ainda aquela gente que sente tanto, mas sente tão fundo, que nem tem força para sair por aí berrando seu desespero. Então se fecha e chora baixinho até passar a dor.

Cada um de seu jeito, todo mundo sofre. Paciência. Estamos todos na fila para renovar nosso visto de permanência na vida.

Talvez esteja aí a menor distância entre cada um de nós. Nossa divina capacidade de sofrer, deixar para trás e seguir em frente. Em cada um de nós essa arte se manifesta de um jeito, em seu tempo. Porque somos diferentes, digerindo misérias diversas.

Tão chato quanto quem nos enfia suas alegrias goela abaixo, “eu sou mais feliz que você”, é quem insiste em nos castigar com suas desgraças, “eu sou mais triste que você”. Aí não basta nos mostrarmos solidários, bons ouvintes. É urgente sermos tão desgraçados quanto aquele a quem tentamos consolar. Sentimento estranho.

Lá pelas tantas, vem um de nós e escancara seu infortúnio em nossa cara, como quem diz “olha só o meu brinquedo, ele é maior do que o seu”. Em sua lógica perversa de exigir que todos reconheçam sua penúria e padeçam a seu lado, recusa o apoio simples, a mão estendida, o ombro vago. E agride, ataca, machuca quem estiver perto para provar que sua dor é mais sofrida.

Quanto engano. Dor nenhuma é pior que outra. Pessoais e intransferíveis, nossas dores podem ser consoladas, jamais comparadas ou transferidas. E a vida não é um concurso de sofrimentos.

Todo mundo sofre nessa vida. Sofre o rico e sofre o pobre, o mocinho e o bandido, o patrão e o empregado, homens e mulheres, crianças e velhinhos, heteros e gays, enrustidos e assumidos, pretos, brancos, vermelhos e amarelos, solteiros e casados, sozinhos e enturmados, cães e gatos, moscas e lagartixas, joaninhas, tatus-bola, lesmas e minhocas, as formigas, as girafas e os elefantes. Todos nós sofremos.

E sofre mais, sofre ainda mais quem acha que “o amor não acaba assim ou assado”. Esse padece em dobro. Primeiro pela falta do amor que se foi, depois com a descoberta de que a verdade sobre o coração alheio não lhe pertence. Sofre como qualquer um de nós. Ah, sofre, sim.

Por que o tema da redação do Enem incomodou tanto?

Por que o tema da redação do Enem incomodou tanto?

Dia 25 de Outubro de 2015. Redação do Enem. O tema? Poderia ser a crise econômica, o empobrecimento da população através da baixa do crescimento do PIB. Outra possibilidade era discutir a situação dos refugiados e os tópicos políticos envolvidos no assunto. Porém, o MEC decidiu que seria A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira.

Todos os temas que acabei de citar são importantes. Nenhum deles é banal. Em qualquer um o aluno poderia seguir diversos caminhos para elaborar o texto. O meu assombro veio quando percebi que algumas pessoas não querem falar sobre violência contra a mulher. Por quê?

Não vou me limitar. Pode ser que não dominem o assunto (realmente as nossas escolas não nos preparam pra falar disso), porém a medida que manifestam raiva do assunto, fico assustado. Já que, na minha cabeça, só é possível odiar coisas que possuo o mínimo de conhecimento. Eu não odeio ETs de Plutão, nem o Iphone 15, ou o Android 96.5 , são objetos distantes da minha realidade.

Uma das críticas ao tema é um suposto teor de esquerda. É cômico imaginar que só pessoas de esquerda querem tratar deste tema. Minha Mãe não era de esquerda, nem de direita, nem nada. E enquanto ela apanhava do meu padrasto, quando eu tinha 7 anos, eu corri na casa dos vizinhos sem me preocupar com qual partido político eles defendiam. Eu só queria a minha mãe em segurança.

Assisti homens baterem na mulher que mais amo nessa vida e ninguém queria falar sobre o assunto. Era tabu. Eu me deprimi. As cenas eram insuportáveis. A minha escola não falou disso. Estudei a vida toda e nunca entraram nesse assunto. Minha única saída era correr e pedir ajuda.

Eu não sou de esquerda, eu não sou de direita. Eu sou gente. Façam o favor de enxergarem além de suas disputas eleitorais. As mulheres, mães ou não, já enfrentam muita agressão pra terem que esperar vocês abandonarem as brigas partidárias.

Que não seja só tema de uma redação, que seja tema de músicas, filmes, documentários, propagandas, capinha de celular.

Os seus partidos, suas ideologias, seus teóricos políticos, juntem todos eles e não valem uma mulher em segurança e livre do perigo dos socos de alguém.

Parte de uma história, por Nina Spim

Parte de uma história, por Nina Spim

O filme Frances Ha, de 2012, fala sobre crescimento profissional e, especialmente, sobre crescer ao lado de alguém. As protagonistas Frances e Sophie são melhores amigas e precisam aprender a lidar com o fato de que a vida não para por ninguém.  Em certo ponto da narrativa, Frances diz algo que eu já tinha ouvido falar em outras produções audiovisuais, mas que nunca realmente tinha parado para refletir sobre: “Aquela é a sua pessoa nessa vida”. A personagem faz alusão ao fato de duas pessoas gostarem tanto uma da outra que, mesmo em um ambiente público, sabem reconhecer o quanto são importantes nas vidas de ambas.

Fico imaginando quantas pessoas passam por nós todos os dias, que sequer observamos. Ou quantas pessoas olham para nós com carinho e não nos damos conta. Ou quantas pessoas escondem o amor para se preservar, ou para preservar a quem se ama. A verdade é que, ao nunca pensarmos nessas questões, estamos também ignorando o fato de que temos importância na vida de alguém. E esse alguém pode ser um desconhecido completo, a nossa melhor amiga, ou aquele vizinho que só sabemos o nome.

No final do monólogo, Frances diz que a situação é “divertida e triste, mas só porque essa vida irá acabar”. Temos mania de afirmar o quanto precisamos fazer tudo aquilo que gostaríamos de fazer sem pensar nas conseqüências, já que a vida é curta e precisamos aproveitá-la. Devíamos fazer aquela pergunta que achamos idiota no meio da aula, aprender a tocar piano só porque gostamos da sonoridade (não precisamos ser realmente bons), esquecer de acordar cedo num sábado mesmo que tenhamos combinado de ir ao parque com alguém, adotar cachorros, ou dizer que amamos nossos amigos (por que nunca dizemos?). Mas, quando tentamos colocar tudo isso na prática, sempre parece loucura, esquisitice, ou simplesmente inútil. De certo modo, pensamos que tudo o que fazemos ou dizemos não faz diferença nas vidas alheias, quando é exatamente o contrário. Talvez, a pessoa que você menos espera está lá te ouvindo falar com as paredes, enquanto seus amigos estão no celular. Talvez, tudo o que você sempre quis dizer para alguém, esse alguém também esteja querendo dizer.

E é por isso que Frances – e muita gente por aí – deseja que exista aquela única pessoa em sua vida: porque, quando se a tem, a vida pode terminar a hora que for que, ainda assim, haverá felicidade, companheirismo e aceitação. É pertencer a algo exclusivo, algo que não dá pra dividir com mais ninguém. E não precisa ser parte de algo romântico, como no caso das protagonistas, apenas precisa ser parte de uma história.

Nina Spim

contioutra.com - Parte de uma história, por Nina SpimÉ uma escritora sonhadora dotada de blue feelings. Cursa Jornalismo na PUCRS, adora as palavras, mora nos livros, gosta de cinema como um esporte, é seriadora aos fins de semana e escritora compulsiva. Autora dos contos “Heart and Love” e “Coisas, definitivamente, de Amélia” das Antologias Amor nas Entrelinhas e Aquarela, respectivamente, pela Adross Editora.

Dona do blog http://ninaeuma.blogspot.com/

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A intimidade é o desapego das relações artificiais

A intimidade é o desapego das relações artificiais

Andamos tão carentes de relações reais que, do nada, esbarramos em pessoas de forma acidental e descobrimos em minutos de convivência que existe por aí gente semelhante a nós; gente que acredita, almeja, sonha e persegue os mesmos ideais que nos movem. O que nos falta é tirar a cabeça do modo automático e dirigir nossas vidas utilizando nossas próprias mãos. O resultado pode ser surpreendente!

A ansiedade é o combustível universal da atualidade. Vivemos ansiosos, por resultados, por conquistas, por reconhecimento. E, que coisa mais maluca: vivemos ansiosos para nos livrar da ansiedade. Haverá solução para nós? Ouso acreditar que sim. Ora, a ansiedade é fruto da nossa confusão mental. Diferente do medo, que tem causas reais e palpáveis, a ansiedade nasce de uma excitação mental. Ela é alimentada por pensamentos acelerados que buscam encontrar, de forma imediata, conforto para sensações de perigo.

Quando ainda vivíamos nas cavernas, a ansiedade tinha um aspecto mais visceral, e era um elemento indispensável para que conseguíssemos prever o perigo. Depois de alguns (nem tantos, né?), anos de evolução, está claro que não temos mais que sair por aí escalando árvores ou caçando o que comer. Tampouco, precisamos escapar de quem esteja nos caçando como prato principal do almoço ou jantar. No entanto, fizemos trocas. A nossa “sobrevivência”, hoje, está ligada ao medo de perder status, conforto, relacionamentos amorosos, amizades, e tantas outras milhares de coisas que sustentam a nossa vida e a nossa vaidade. Trocamos alguns poucos itens de sobrevivência por infinitos objetos de desejo, cuja lista não para de crescer.

Do ponto de vista dos relacionamentos, sejam eles amorosos ou não, vivemos perdidos por não ter a real ideia do que de fato estamos procurando. Muitas vezes, procuramos por afeto ou companhia, seguindo uma espécie de “manual de instrução do viajante perdido do século XXI”. Nosso comportamento de busca é tão desorganizado que, qualquer novo critério nos atinge. Vivemos com a cabeça tão entupida de verdades, que nos esquecemos de lembrar que somos mentirosos por natureza. Mentimos sobre tudo! Principalmente, mentimos sobre o que sentimos. Mentiras sinceras nos interessam, essa é que é a verdade.

Nessa altura, estimado leitor, pode ser que você esteja balançando sua linda cabecinha (cheia de verdades), para lá e para cá. Instalou-se em seu rosto uma expressão indignada e você está pensando “Eu não me enquadro nisso! De jeito nenhum! Detesto mentira!”. Ahhhhh… tá! Só de ser atacado por essa suposta onda de revolta, você já é um mentiroso. Por favor, não se ofenda. Ou, se ofenda… Caso isso seja necessário para tirar você dessa postura empedernida da defesa hipócrita! Aleluia! Veja bem, não estou aqui fazendo nenhuma apologia da mentira. Apenas estou fazendo a minha confissão sobre algo que é incontestável: para podermos sobreviver, mentimos muito.

Muitas vezes, faltamos com a verdade com a nossa própria consciência, de forma pouco consciente. Por exemplo: você está em vias de conseguir uma colocação naquela empresa altamente qualificada e avaliada como “a empresa dos sonhos”. Neste momento, você convenientemente, ignora algumas de suas características pessoais e veste uma capa de funcionário ideal para o emprego dos sonhos. Numa situação dessas, você só vê o lado bom das coisas. Pronto! Você está mentindo. A dura verdade é que não há nada (nada mesmo!) nesse mundo que só tenha lado bom ou seja completamente virtuoso!

E, tudo bem você mentir. Até porque as verdades são coisinhas extremamente volúveis. O que hoje é verdade, amanhã não é mais. É meu amigo… Está ficando cada vez mais complicada a nossa sobrevivência longe das queridas caverninhas.

E, é nessa conjectura de afogamento dos sonhos para encontrar a paz, que saímos da nossa casquinha de perfeição e resolvemos olhar para nossa necessidade de afeto com olhos mais benevolentes. É abrindo mão do nó das idealizações que acabamos encontrando nossos pares, sejam eles para escrever conosco uma história de parceria ou nos completar com promessas de amizade ou amor. É sem armaduras douradas e perfeitas que vamos ao encontro do estranho, que de perto, nem é tão estranho assim. É sem a expectativa do maldito “manual de instrução” que nos damos ao luxo de encontrar a deliciosa sensação de intimidade que, acredite, é o que mais nos falta neste mundo maluco, para nos sentirmos mais humanos.

Imagem de capa meramente ilustrativa- cena do filme argentino Medianeiras

‪#‎meuprimeiroassedio‬ e o que isso realmente quer dizer.

‪#‎meuprimeiroassedio‬ e o que isso realmente quer dizer.

A sociedade encontra formas estranhas de revelar seus esqueletos no armário. Essa semana, foi através de um programa de culinária voltada para crianças e pré-adolescentes, onde uma participante de 12 anos mereceu comentários do nível “se tiver consentimento é pedofilia?” ou “a culpa da pedofilia é dessa molecada gostosa”.

Isso motivou uma reação enorme, levando várias pessoas – não só mulheres – a postar seus relatos com a hashtag #meuprimeiroassédio. Uma amiga fez um post contando um assédio que havia sofrido ainda muito pequena e ficou surpresa com as mensagens que recebeu inbox, de outras mulheres que se sentiram incentivadas a contar a ela o que haviam passado. Algumas diziam que era a primeira vez que falavam sobre o assunto com alguém. Só não se sentiam a seguir o exemplo dela e tornar público. E dá pra entender a razão.

Muitas pessoas ficaram surpresas com a quantidade de relatos que surgiram de pessoas próximas, o que mostra que não são fatos isolados, mas parte de uma cultura que atinge todas as camadas, grupos ou qualquer divisão que se queira fazer.

Essa mesma cultura que permite (e é essa a palavra) que crianças sejam abordadas sexualmente, é a cultura que evita que o assunto seja discutido. Mas não discutir, é exatamente o que dá a permissão para que esses casos aconteçam. É preciso falar, para que se dimensione essa questão, que não é pequena. Mas ainda mais importante, é preciso que se ouça.

E nós não ouvimos. Ou não acreditamos. Ou culpamos a vítima.

A apresentadora Xuxa Meneghel revelou que foi vítima de abusos quando criança. Nos dias depois da entrevista em que deu essa declaração, muitas mulheres também aproveitaram para contar seus casos pessoais. Mas muitas pessoas – homens e mulheres – preferiram fazer piada com o caso. Choveram comentários como esse abaixo:

Xuxa fazer fime porno com menor pode ne,sera que nao foi voce que atacou quem voce esta acusando,seu passado te condena fecha o bico que e melhor.

Como dá pra ver, a pobreza revelada aí não está só no uso do português, em um comentário que dá pra ser analisado em várias camadas. E todas, são reflexo da forma como identidades são criadas.

Eu sou homem. Só posso olhar para a questão do assédio fato a partir dessa perspectiva. Quando ouço falar em cultura do estupro, eu reconheço nisso a descrição da cultura em que eu fui criado. Em maior ou menor grau, todos os homens recebem essa educação pela sociedade, em casa, na rua, através dos programas de humor, da publicidade (de cerveja ou não) e de qualquer lugar onde a figura da mulher é explorada. Isso leva os homens a replicar um comportamento que é visto como normal, onde a cantada de rua, por exemplo, é vista apenas como uma brincadeira inofensiva e que as mulheres deveriam se sentir felizes em receber um assobio ou “elogio”. E muitas vezes, o ato de virar o pescoço na rua, é tanto para ver a bunda, como para ter o próprio ato registrado pelos amigos, como prova de masculinidade.

Tenho uma amiga que sempre faz questão de abordar o homem que lhe dirige uma cantada, nem sempre de um jeito “light”. Mas ela diz que mesmo quando humilha o sujeito, ela está sendo didática. Quer que ele aprenda que o que ele está fazendo não é uma coisa normal e que é uma forma de abuso sexual.

Esse exemplo aí de cima pode não ser o melhor, mas é importante falar sobre isso. Muito. Comportamentos que são vistos como normais, precisam ser discutidos. Casos em que a vítima é culpabilizada, têm que ser revistos. E talvez o mais importante: nós, homens, precisamos ser reeducados.

Tem gente que diz que o mundo está ficando chato, que as pessoas não sabem mais brincar e que estão criminalizando até a “cantada de rua”, essa instituição nacional. O que elas não percebem, é que para algumas pessoas o mundo sempre foi chato. E mais que isso, perigoso.

Criado em fazenda Hare Krishna, rapaz volta a viver na comunidade pelos filhos.

Criado em fazenda Hare Krishna, rapaz volta a viver na comunidade pelos filhos.

Quando a mãe de Arjuna Sundara Kirtana Claro da Silva, 33 anos, engravidou dele, ela pediu a Deus que o tivesse num lugar especial, onde as pessoas buscassem um sentido a mais para a vida, distante da realidade mesquinha do mundo materialista, na descrição do próprio Arjuna. E não é que ela encontrou? O filho nasceu e foi criado em uma comunidade Hare Krishna que fica em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo.

Foi lá, na Fazenda Nova Gokula, em Pindamonhangaba (SP), que essa mãe encontrou sentido para ter seu jovem guerreiro – é que, no texto Bhagavad-gita, um dos mais populares do hinduísmo, Arjuna é um guerreiro que se vê no campo de batalha tendo que enfrentar a própria família.

A fazenda é um lugar lindo, fica na Serra da Mantiqueira, numa área de proteção ambiental repleta de rios e cachoeiras com águas cristalinas. E lá vive a maior comunidade Hare Krishna da América Latina, composta por aproximadamente 100 pessoas. Todas trabalham para o desenvolvimento local e seguem uma proposta de vida simples.

Eu conheci Arjuna – ou Sundara, como ele se apresentou – em visita à comunidade durante um passeio com um grupo de amigos praticantes de yoga.

Sundara (que eu pesquisei e descobri que significa ‘belo’ e sânscrito) foi o guia do grupo durante um passeio de observação de pássaros na fazenda. Era maravilhado que ele fazia todos tentarem prestar atenção nos assovios para descobrir onde o passarinho estava escondido. Com uma câmera fotográfica na mão, capturava as mais diferentes aves encontradas e depois mostrava a foto aos que não tinham conseguido enxergá-las – ou seja, a maioria dos ali presentes.

Quando a observação terminou, eu pedi para ele contar um pouco como é ter crescido num lugar como aquele. Foi quando Sundara me explicou o motivo que levou a mãe dele, então solteira, a escolher aquele local para o nascimento, o que ocorreu após o pedido que ela fez a Deus, descrito no início do texto. “Ela teve contato com o movimento Hare Krishna, que leu no livro de Swami Prabhupada, que é nosso fundador, e ela se encantou com o que ela leu e veio para cá.”

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Fazenda fica em área de preservação ambiental

‘Sou um filho desta terra’

Sundara nasceu, cresceu e viveu até os 16 anos na comunidade. “A minha infância inteira eu passei aqui. Eu conclui o ensino fundamental aqui. A gente tinha uma escola bem bacana, com bastante crianças. Digamos que eu sou um filho desta terra.”

Quando terminou a 8ª série, o jovem guerreiro foi em busca de encontrar novos desafios fora da fazenda. Concluiu os estudos na cidade, apaixonou-se, casou-se e teve três filhos. Além da técnica de observação de pássaros, é amante de escalada em montanhas. Aprendeu as técnicas e montou uma pequena empresa que presta serviços de pinturas e lavagens de fachadas com os aparelhos e conhecimentos usados na escalada.

Viveu tudo o que tinha que viver e agora, no começo deste ano, voltou a morar na comunidade para criar os filhos. “Como isso para mim é tão importante, eu queria que meus filhos também tivessem essa experiência. Será numa dimensão menor de tempo, porque hoje não tem escola e a gente não vai poder matriculá-los aqui. Mas esse tempinho, um ano, dois, vai deixar uma base do que foi para mim, vai conectar eles com o lado espiritual, com essas duas questões da vida, que é a material e a espiritual. Então, essa introduçãozinha eles vão levar para o resto da vida.”

E assim Krishna, de 7 anos, Anakin, 5, e a Serena, de 3, estão vivendo em meio às cachoeiras, árvores e pássaros da comunidade. “As crianças ficam encantadas. Meu filho Krishna falou, ‘pô, pai, eu não quero sair daqui nunca mais’. Então não há nada mais bacana para os pais do que seus filhos felizes, de bem, protegidos. É um lugar bacana para eles.”

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Sundara na Nova Gokula: ‘Digamos que eu sou um filho desta terra’

Sentido da vida

Bastante espiritualizado, Sundara explicou que, para ele, ter nascido na comunidade o proporcionou esclarecimentos sobre o sentido da vida. “Qual é o diferencial de eu ter nascido nessa egrégora de paz, de harmonia, de espiritualidade, de ter essa comunhão com Deus? Por eu ter vivido e nascido aqui, ter experienciado isso aqui, isso me esclareceu questões de que a gente não é simplesmente uma matéria, esse corpo perecível que tem um prazo de validade, que chegando no prazo ele vai virar pó, virar terra, e se encerrou. Eu acho que a criação de Deus é infinita, é muito maior do que a gente pensa. (….) Essas respostas me vieram, me foram esclarecidas, que somos centelhas de vida, infinitas, energia espiritual, e que a gente está aqui por um processo para evolução mesmo e para retornar para nossa morada eterna.”

E enquanto isso não ocorre, Sundara? Para ele, a resposta é simples: “A ideia é a gente se tornar melhor para poder passar adiante essa ideia e também melhorar a vida daqueles que estão ao nosso redor, dos nossos irmãos. A humanidade é uma irmandade só, então é interessante que todos nós ascensionemos, que todos nos alcancemos plenitude, paz, felicidade, saúde plena, harmonia. Então é isso que eu vim buscar e eu encontrei.”

contioutra.com - Criado em fazenda Hare Krishna, rapaz volta a viver na comunidade pelos filhos.

Para ele, o sentido de nossa existência está em “viver em plenitude, ter uma vida plena, equilibrada e feliz: É se realizar aqui, porque eu penso assim, a terra é um exemplo do que a gente pode ter no mundo espiritual, é um reflexo de lá. Então, quanto melhor passarmos aqui, quanto melhor sermos aqui, mais próximos do nosso objetivo a gente estará, que é viver em plenitude, encerrar esse ciclo de nascimento e morte (…). Existe muito mais do que isso aqui.”

E foi assim que, depois de conversar com Sundara, eu nunca mais fui a mesma ao ouvir, com atenção, o canto de um pássaro.

A vida é feita de escolhas

A vida é feita de escolhas

”O jeito é curtir nossas escolhas e abandoná-las quando for preciso, mexer e remexer na nossa trajetória, alegrar-se e sofrer, acreditar e descrer, que lá adiante tudo se justificará, tudo dará certo. ” (Martha Medeiros)

Como sempre digo, ao longo da caminhada, vamos vivendo e nos relacionando. Primeiro com a família, depois com os amigos da escola e assim vamos abrindo um leque de relações sociais, muitas vezes afetivas. Quando falo em afeto, não me refiro apenas aos apaixonados, a amizade talvez seja o maior de todos eles.

Escolhemos, a cada dia, com quem vamos conviver e é exatamente o afeto o principal estímulo para isso. Nós nos identificamos com o outro e por isso nos aproximamos, todavia, continuar as relações é sempre uma escolha – escolha nossa, escolha do outro e daí vem o famoso chavão: afeto tem que ser regado, cultivado. Escolhemos cuidar – e isso leva tempo e requer gasto de energia, requer um pouco de nós.

Sem dedicação estamos escolhendo, sem perceber, compactuar com a morte da tal relação. Para entender como o afeto está ligado a essa entrega é só observar o amor materno. Quanto tempo nós dedicamos aos nossos filhos? Será que um dia deixamos de nos dedicar? Mães são muitas vezes, as únicas a encarar a constrangedora fila dos presídios para levar comida, cigarro e afeto aos filhos abandonados por todo o resto de relações que um dia existiram. Não vou ser unânime em dizer que todas as mães são assim, infelizmente sabemos que não é verdade, mas a capacidade de amar que um filho pode provocar numa mulher é indescritível. E fazendo um paralelo eu lhes pergunto:

Por que escolhemos abandonar nossas relações? Por que somos abandonados por elas? Que escolhas nós fazemos a cada dia? Quais as consequências delas?

Como muito bem disse Freud, escolhemos e nos comportamos sempre em busca de prazer e também para evitar a dor. A decisão de escolher abandonar uma relação nem sempre é o melhor, mas sim o menos pior. Talvez estejamos abandonando porque já fomos abandonados. Talvez a escolha já tenha sido feita pelo outro. Sem dedicação, sem alimento, aquela plantinha chamada afeto, morre de inanição. Ao ir ao presídio todos os domingos, por mais sacrificante que isso seja, as mães estão alimentando o afeto por seus filhos, afeto maior do que qualquer erro que eles tenham cometido. Afeto capaz de perdoar erros imperdoáveis. Amor é assim, feito de perdão e de imortalidade. Amor não morre. Mesmo depois de morto, ele volta a nascer em outros vasos, para outros donos, quando se tem a capacidade de amar.

Ao escolher não cultivar uma amizade, um afeto, por qualquer razão que seja você escolhe morrer junto, aos poucos, pois a solidão é a única morte que existe. Ao encontrar desculpas para não se dedicar, estamos enganando a nós mesmos, a vida é feita de escolhas e todos os dias escolhemos e priorizamos o que nos é importante.

O que é casa? Casa é onde o coração está.

O que é casa? Casa é onde o coração está.

RAM DASS E A HISTÓRIA DO HOTEL LONGE DE CASA

“Um dia eu estava sentado em um hotel no meio dos Estados Unidos e era um daqueles tipos de lugar realmente plásticos, tipo Holiday Inn, e eu cheguei, fui pro meu quarto e sentei, coloquei minha mesa de rituais e você sabe, aquela coisa toda. Eu estava tirando o cardápio e as coisas do lugar e era meio deprimente, e pensei, “bem, mais algumas semanas e estarei com a viagem encerrada e posso ir pra casa”. E então vi a dor que aquele pensamento estava criando em mim.

Então me levantei e saí do quarto, fechei a porta, dei uma volta no hall, retornei, abri a porta e gritei, “Estou em casa!”. Então entrei e me sentei, olhei e, bom, eu não decoraria aquilo particularmente daquela maneira, mas que diabos? Pensei: se não estou em casa no universo, ah garoto, então tenho um problema. Se eu disser “só posso estar em casa aqui, não lá”.

O que é casa? Casa é onde o coração está. Casa é a qualidade da presença. É a qualidade de ser onde quer que você esteja.”

— RAM DASS, mestre americano

Fonte indicada: Dharmalog

O que acontece quando alguém tem um surto depressivo?

O que acontece quando alguém tem um surto depressivo?

POR ISABELA MOREIRA

Na manhã da quinta-feira (27/8), o jornalista Ricardo Boechat escreveu, em sua página do Facebook, sobre ter sofrido um surto depressivo recentemente. O relato é corajoso e sensível e mostra que ainda há muito o que ser discutido sobre a depressão.

A doença muitas vezes é vista como uma frescura e é tratada como se fosse tabu. Ainda assim, Boechat não está sozinho. Um estudo realizado pela Federação Mundial de Saúde Mental mostra que uma em cada 20 pessoas tem depressão. A instituição estima que a doença afeta cerca de 350 milhões de pessoas ao redor do mundo.

“Os quadros de depressão podem ser leves e às vezes são confundidos com questões de personalidade, como se fosse um tipo de frescura”, diz André Brunoni, coordenador do Serviço de Neuromodulação do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPq-USP) a GALILEU. “Esse tipo de comportamento faz com que o próprio paciente não se sinta estimulado a procurar tratamento no começo ou perceba os sinais de depressão que está apresentando. Ele só vai se tratar quando o quadro fica grave.”

Causas e Efeitos

A depressão é causada por dois fatores: a genética e o ambiente. Isso significa que aqueles que têm um histórico familiar de depressão correm um risco maior de serem afetados pela doença. E algumas características do ambiente de convivência do indivíduo, como estresse e pouca valorização, podem ser decisivas para a saúde dele. Fora isso, há uma série de eventos que ocorrem ao longo da vida que podem levar alguém a ter depressão. O luto e o período pós-parto, por exemplo, são alguns deles.

Quem tem a doença sofre alterações no córtex pré-frontal, região do cérebro responsável pela tomada de decisões e julgamentos do que é certo e errado. Muda também a neuroplasticidade, ou seja, a capacidade dos neurônios de se comunicarem entre si. A sensação que um indivíduo tem durante um surto depressivo, segundo o psiquiatra, é de dificuldade em processar informações e agir, como se o cérebro não estivesse funcionando muito bem.

Ao longo do surto o corpo também sofre outros tipos de alterações, como o aumento na produção de cortisol. O excesso do hormônio aumenta a adrenalina no sangue e faz com que a variabilidade da frequência cardíaca do paciente diminua.

O tratamento para a doença varia de acordo com a gravidade. De acordo com André Brunoni, quadros leves e moderados podem ser tratados a partir de mudanças no estilo de vida, como exercícios e alimentação. Em casos mais sérios, é necessário contar com a ajuda de antidepressivos.

Como nem todos os pacientes podem adotar a medicação, seja por conta de outros remédios ou condições pessoais, novas técnicas de tratamento estão sendo desenvolvidas. Uma delas é a estimulação magnética transcraniana, na qual um pulso eletromagnético é gerado no córtex pré-frontal de forma a estimular a neuroplasticidade. “Essa técnica não tem efeitos colaterais, o que é muito importante pois é comum que pacientes melhorem por conta dos remédios, mas sofram com ganho de peso, perda de libido, problemas gastrointestinais. Se elas param de tomar a medicação, a depressão volta e cria-se um ciclo vicioso”, afirma Brunoni.

No momento, o psiquiatra e outros profissionais da área estão pesquisando a possibilidade de o tratamento ser mais eficaz que o uso de medicamentos. Por isso, farão o estudo a partir de 240 voluntários – ainda há 40 vagas, os interessados podem entrar em contato com os pesquisadores através do e-mail [email protected].

Dados do Instituto de Psiquiatria da USP mostram que 15% das pessoas terão algum tipo de depressão ao longo da vida. Com tanta gente propensa a ser afetada por essa doença, relatos como o de Boechat e outros profissionais que atingem um maior número de pessoas, como Dan Harris, apresentador do programa americano Good Morning America, e da jornalista e roteirista Mariliz Pereira Jorge, são importantes e necessários.

*Com supervisão de André Jorge de Oliveira

Fonte indicada: Galileu

A animação *perfeita* para entender a função do medo em nossas vidas

A animação *perfeita* para entender a função do medo em nossas vidas

Como quase todo sentimento, o medo não é algo simples de se compreender.

Talvez seja por isso que vemos tanto conteúdo sobre o assunto, mas que geralmente direciona os pensamentos para um ponto: supere seus medos.

Porém, essa belíssima animação chamada “Fears” em apenas 2 minutos nos joga para um outro ponto de vista sobre os medos. E se o seu medo salvar sua vida? 

Como tudo da vida, o medo mostra-se necessário quando equilibrado. Vejam!!!

Fonte indicada: Awebic

Os sete sinais da maturidade emocional.

Os sete sinais da maturidade emocional.
Normalmente, a maturidade é associada à idade e aos anos de experiência de vida cronológica. No entanto, quando se trata de maturidade emocional, a idade pode ter pouco a ver com isso. Muitas vezes a maturidade física chega antes da maturidade emocional.

Amadurecer significa entender que não existe amor maior do que o amor próprio, aprender e aceitar o que a vida nos apresenta e seguir adiante.

A maturidade emocional não surge do nada; exige trabalho, esforço, boa vontade e o desejo de olhar para dentro e se conhecer melhor, com a cabeça e o coração em perfeita sintonia. Amadurecer significa encarar a realidade como ela é, muitas vezes bem mais dolorosa do que gostaríamos.

Aqui estão sete características das pessoas emocionalmente maduras.

1- Sabem dizer adeus

A maioria de nós sente muito medo, principalmente quando se trata de soltar as amarras e deixar a vida fluir.

Pensar que o passado foi melhor é muito doloroso; nos impede de soltar e deixar ir.

As pessoas emocionalmente maduras sabem que a vida fica muito melhor quando é vivida em liberdade. Então, deixam ir o que não lhes pertence, porque entendem que ficar preso ao passado nos impede de fechar ciclos e curar nossas feridas emocionais.

2- Conseguem olhar para o seu passado emocional sem dor

Limpar a dor do nosso passado é absolutamente necessário para avançarmos em nosso caminho emocional. As ervas daninhas crescem rapidamente; se não limparmos nosso caminho, não veremos o que está próximo.

As pessoas emocionalmente maduras sabem da importância de viver no presente, superando e aceitando o que passou. O que aconteceu, já aconteceu; não podemos mudar. Aprenda com os erros e siga em frente.

Se perdermos o contato com o nosso interior, não nos afastamos dele, mas permitimos que o negativo do nosso passado interfira na nossa vida presente. Isso é muito doloroso.

“É por esse motivo que, quando tivermos aprendido o suficiente sobre a nossa dor, perderemos o medo de olhar para dentro e curaremos nosso passado emocional para avançar mais um passo na vida”.

3- Têm consciência do que pensam e sabem

A maturidade emocional nos ajuda a entender melhor nossos próprios sentimentos e os dos demais. As pessoas emocionalmente maduras se esforçam para escrever e pensar sobre as suas opiniões ou sobre como se sentem.

“Amadurecer é ter cuidado com o que diz, respeitar o que ouve e meditar sobre o que pensa”.

A clareza mental das pessoas maduras contrasta com a preguiça e o caos mental das pessoas imaturas. Portanto, a maturidade emocional ajuda a resolver problemas cotidianos de forma eficaz.

4- Quase não reclamam

Parar de reclamar é a melhor maneira de promover mudanças.

As queixas podem nos aprisionar em labirintos sem saída. As pessoas emocionalmente maduras já aprenderam que somos o que pensamos. Se você agir mais e reclamar menos, significa que está crescendo emocionalmente.

Quer viver infeliz? Reclame de tudo e de todos.

5- Conseguem ser empáticas, sem se deixar influenciar pelas emoções alheias

As pessoas emocionalmente maduras têm respeito por si mesmas e pelos outros. Têm habilidade para se relacionar da melhor forma possível com os demais; sabem ouvir, falar e trocar informações. Aprenderam a olhar de forma generosa para o outro; todos nós temos valores diferentes, mas queremos ser aceitos e felizes.

6- Não se castigam pelos seus erros

Aprendemos com os nossos erros; falhar nos permite enxergar os caminhos que não devemos seguir.

As pessoas maduras não se punem por possuírem limitações, simplesmente as aceitam e tentam melhorar. Sabem que nem sempre tudo acontece como queremos, mas cada erro é uma boa oportunidade para o crescimento pessoal.

7- Aprenderam a se abrir emocionalmente

As couraças emocionais pertencem ao passado. É muito importante ter comprometimento, amor, autoconfiança e acreditar nas pessoas. Não seja perfeccionista e nem espere a perfeição dos outros. Esqueça as desavenças e perdoe, inclusive a você mesmo.

“Desfrute do tempo compartilhado da mesma forma que desfruta do tempo sozinho”.

Maturidade emocional é assumir o controle da sua vida, ter sua própria visão de mundo e ambição para a sucesso. Ao desenvolver a maturidade emocional a vida torna-se um prazer, e não uma obrigação.

Fonte indicada: A mente é maravilhosa

Os efeitos das emoções e pensamentos negativos no nosso corpo.

Os efeitos das emoções e pensamentos negativos no nosso corpo.

Há várias décadas, tem crescido o interesse pela relação entre as emoções, os pensamentos e o corpo físico. A comunidade científica já aceitou a inegável influência que esses fatores “invisíveis” têm sobre nosso corpo.

Como por exemplo, ao sofrer uma grande dor emocional, como a perda de um ente querido, alguém pode sofrer um ataque cardíaco ou um derrame, o que pode até levar à morte.

Mas, quando as emoções não são tão intensas, é um pouco mais difícil notar a relação entre elas e o estado da nossa saúde. Além disso, os pensamentos que alimentamos também podem influenciar nosso bem-estar, para bem e para mal.

Sintomas físicos da relação corpo-mente

A relação entre as emoções e o nosso corpo é bem conhecida pela sabedoria popular. Algo que percebemos graças à experiência e ao instinto. Por exemplo, é comum sentirmos dor de barriga antes de uma prova, entrevista de emprego ou outra situação em que seremos avaliados.

A dor de estômago também pode ser sintoma de estresse, como quando temos dificuldades no trabalho, nos relacionamentos ou problemas financeiros.

Dificuldades para dormir, perda do apetite e tremores também são sintomas de uma mente estressada.

A ansiedade pode levar algumas pessoas a procurar conforto na comida, sobretudo em alimentos ricos em açúcar e carboidratos, como chocolate, bolos, biscoitos, coxinhas, pizzas etc. Isso pode levar ao aumento de peso e a todos os problemas associados a ele.

A vergonha faz nosso rosto ficar vermelho e o medo faz com que o nosso rosto fique pálido. Quando a emoção é muito forte, o coração bate mais rápido, aumentando a pressão arterial.
Enfim, há muitas “provas” de que as emoções têm influência direta sobre o nosso corpo, o que pode causar doenças. Mas será que podemos ter algum domínio sobre o que sentimos e pensamos?

Afirmações positivas para curar

A autora Louise Hay é uma das mais respeitadas quando se trata de afirmações para a saúde, prosperidade, bem-estar e cura. Nos seus livros “Você pode curar sua vida”, “Cure seu corpo” e “O poder das afirmações positivas”, ela compartilha muitas informações valiosas sobre como você pode assumir a responsabilidade pelas suas emoções e pensamentos, curando, assim, não apenas o corpo, mas também todas as áreas da sua vida.

Louise acredita que o amor próprio é a chave da saúde e da felicidade verdadeiras. Um exercício simples que qualquer pessoa pode fazer e que a autora recomenda em seus livros, é este:

“Cerca de três vezes por dia, durante pelo menos um mês, diga, na frente do espelho, olhando para seus olhos: “Eu amo você. Tenho orgulho de você”. Essas afirmações simples, mas poderosas, devem ser ditas com sinceridade, sem nenhum criticismo. É normal sentir alguma resistência no início, mas persista até que se torne um hábito natural se elogiar.”

contioutra.com - Os efeitos das emoções e pensamentos negativos no nosso corpo.

Pensamentos de autocrítica

Constantemente, temos um “diálogo interno” com nós mesmos, sem que nos demos conta.

São as histórias que repetimos por dias, meses, anos, décadas e por toda a vida, sobre quem somos, o que podemos ou não fazer, o que outras pessoas nos fizeram, etc.
Quando esse diálogo é muito negativo, ele traz consequências danosas para a saúde física e mental. Exemplos de diálogos internos negativos:
– “Sou muito burra”.
– “Sou muito gorda”.
– “Não consigo emagrecer”.
– “As pessoas vivem me passando para trás”.
– “Ninguém gosta de mim”.
– “Não sou (bonita/inteligente/rica/boa…) o bastante”.
E por aí vai.
Uma boa maneira de combater esses pensamentos negativos é fazendo terapia. Anotá-los em um diário e questioná-los também é bastante eficaz, pois você se tornará consciente de seu próprio diálogo interno.
Outro efeito nocivo desses “diálogos internos” inconscientes é que eles vão atrair pessoas que pensam como você a seu respeito. Assim, se você acreditar que é “burra”, por exemplo, atrairá pessoas em sua vida que vão confirmar esse pensamento.

Boas maneiras de melhorar sua saúde através das emoções e pensamentos

Não podemos “controlar” nossos pensamentos e emoções, mas podemos adotar práticas saudáveis que nos ajudarão a lidar melhor com eles.

Uma dessas práticas é a meditação. Meditar pode ser a melhor coisa a fazer assim que você acorda, pela manhã. Dedique cerca de 15 minutos por dia a uma prática meditativa, sozinho ou em grupo.

Outra prática muito benéfica é a de atividades físicas. Corrida, hidroginástica, caminhadas na natureza, aeróbica, pilates, ioga e os vários tipos de esportes podem fazer maravilhas para o corpo, aumentando o nível de endorfina e a sensação de bem-estar, ajudando a equilibrar as emoções.

Cantar, dançar, pintar e realizar alguma atividade criativa e artística são bálsamos para as emoções. Você pode se dedicar a algum tipo de atividade assim, como a escrita, a pintura em tecidos, o bordado e a dança, apenas para citar algumas. É também uma excelente oportunidade de conhecer novas pessoas.

Exercícios de relaxamento profundo podem ser muito curativos. Você pode comprar CDs ou baixar meditações pela internet, como a ioga nidra, uma técnica de relaxamento simples, mas muito eficaz.

Cuidar bem da sua saúde mental e emocional terá um impacto positivo na saúde do seu corpo. Além disso, você estará cultivando uma postura mais positiva diante da vida, o que atrai felicidade.

Fonte indicada: Melhor com Saúde

Frequência afetiva, qual é a sua?

Frequência afetiva, qual é a sua?

Por Eduardo Benesi

Via contioutra.com - Frequência afetiva, qual é a sua?

Dias desses mandei um inbox parabenizando uma amiga querida pelo seu aniversário. Na verdade, eram votos atrasados, já que ela tinha aniversariado no dia anterior. Ao agradecer meu pequeno textinho, ela escreveu: “gratidão pelo carinho e energia positiva, também por aceitar minha frequência afetiva”. Eu nunca tinha lido essa expressão “frequência afetiva” e ela ficou na minha cabeça por alguns dias. Propositalmente, não perguntei a ela o que aquilo significava porque eu simplesmente quis atribuir o meu sentido para aquela expressão tão especial, usada em um contexto tão carinhoso, por uma pessoa tão profunda.

Comecei a pensar que todos nós tínhamos a tal frequência afetiva. Essa ideia talvez estivesse diretamente ligada ao nível de presença que exercemos na vida das pessoas importantes para nós e também a forma como demonstramos isso. Pensei então em alguns exemplos de amigos que possuíam frequências afetivas muito especificas:

– A Natalia é uma amiga dos tempos de faculdade muito querida. Era daquele tipo do fundão que se infiltra no seu grupo sem você convidar, mas que no fim fazia tudo certinho. Sua característica marcante era o fato dela apreciar novelas do canal Viva – isso era um segredo dela. Depois que deixamos de conviver, comecei a perceber que eu só conseguia marcar algo com ela de seis em seis meses, em média. Que se eu tentava marcar coisas com intervalos menores, por algum motivo, o role não saia. Passei a aceitar que esse era o tempo dela e que isso não diminuía a minha importância em sua vida. Até hoje mantemos essa amizade tão especial quanto semestral.

– Tem a Carol que foi minha amiga da época de acampamento. A Carol é muito intensa e já viveu as fases mais exóticas que você pode imaginar. Ela já quis ser cigana e atriz, já foi para Brasília para defender ideias de esquerda, já morou nos Estados Unidos e em Londres e hoje trabalha como professora. O fato é que nessas fases de turbilhão a Carol sumia por muito tempo, tipo quatro anos, e depois reaparecia do nada. Depois, sumia novamente por tempo indeterminado e eu nunca sabia em que momento da vida eu encontraria ela novamente. Nossa amizade sempre teve esses intervalos bruscos, sem data para a próxima vez. Há dois meses a Carol me chamou para ser padrinho do seu casamento. E eu me dei conta de que essa falta de obrigatoriedade temporal na nossa amizade pouco influía na consideração que um tinha pelo outro.

– Tem o exemplo da Divimary. Nós temos uma amizade cinéfila. Nossos encontros são assíduos até hoje. Ao menos uma vez por mês damos um jeito de marcar nosso café com cinema. Desde os tempos de faculdade, nos acostumamos a passar tardes na Rua Augusta, regadas a filmes de todos os tipos e passeios sem destino. Ela é daquele tipo de amiga que para te ajudar, manda o seu currículo sem você saber e chega a ir à entrevista de emprego junto pra te dar apoio moral. É daquelas que te dão apoio quando você esta começando algo incerto e faz propaganda positiva sobre você para todos os outros amigos dela. É engraçado que mesmo não fazendo por ela exatamente na mesma medida o que ela faz por mim, tenho a certeza que ela aceita a minha frequência afetiva.

A ideia de “frequência afetiva” a meu ver envolve muito de aceitar o que o outro tem pra te oferecer, mas principalmente o que ele não tem. Nos últimos meses passei por diversas situações em que eu tive que dizer não para alguns amigos e pessoas queridas. A verdade é que quanto mais relações afetivas você tenta manter, mais você tem que disponibilizar o seu tempo e fazer escolhas em prol delas. Muitas vezes, essas escolhas não vão favorecer um amigo seu e a maneira como ele reage a isso é um momento importante para que você se descubra seletivo em suas relações. Às vezes você não diz não por egoísmo, às vezes você diz não porque tinha outra prioridade. Você conhece verdadeiramente as pessoas – que supostamente gostam de você – quando observa como elas se comportam diante desse não. Existe a situação oposta: aquelas amigos que nunca podem fazer nada, que de 100 convites, topam apenas um. Eu não deixo de ser amigo dessas pessoas por isso, mas elas deixam de ser prioridade na hora de pensar em quem vou chamar pra ir pra balada ou pro teatro. Na minha escala de amizades assíduas, os amigos que costumam topar coisas em cima da hora costumam naturalmente estar no topo das minhas prioridades.

 

Essa aceitação vale para todo tipo de relação, inclusive para as familiares ou para os namoros. Existem relações familiares que se estabelecem apenas pela convenção das datas comemorativas. Primos que você vê somente no Natal e que talvez você não procure durante o ano exatamente por isso. Porque esse tipo de frequência estabeleceu-se na relação com eles e não porque no fundo você só os vê pela obrigação da data. A frequência também envolve o jeito de demonstrar afeto. No mundo também existe gente que “não gosta” de receber ou demonstrar afeto ou que não é de abraço, pior ainda se for demorado. Tem até gente que não lida bem com elogios. E essa negociação de espaços é muito importante. Saber colocar em prática a arte da empatia tentando entender e tolerar o outro da maneira como ele é, caso você faça questão da relação.

Não tem como finalizar esse texto sem tocar em um tipo de frequência afetiva extremamente importante na vida virtual. A frequência de likes. Existem aqueles amigos que não são de entrar na internet ou de interagirem em redes sociais. Tem os que leem você em silêncio ou aqueles que simplesmente têm preguiça do que você escreve – não necessariamente preguiça de você. Existem os que usam o like como uma forma de vínculo/interação/ manutenção de relação. Existe até aquela pessoa que estranhamente só da like quando você conta alguma zica que te aconteceu. Existe também o ciúme. – Por que ela vive dando like no amiguinho e não em mim?

Na vida conjugal as coisas ficam um pouco mais delicadas. Quanto menos expectativas sobre o seu par melhor. Mas e pra baixá-las? É difícil entender que existem parceiros que se esquecem de datas importantes ou namoradas que não sentem ciúme de você e pronto. Aceitar uma vida a dois tem muito de estarmos preparados para tudo o que não iremos receber. Você está preparado para não receber? Você está preparado para receber, só que não exatamente da forma que esperava? Você respeita a frequência afetiva dos outros?

Eduardo Benesicontioutra.com - Frequência afetiva, qual é a sua?

Escritor, mochileiro-cinéfilo, paulistano praticante, hipster inconfidente, ator-pedagogo, cansou de ser sexy mas ainda é quentinho. Tem o péssimo hábito de somar em pensamento o provável peso das pessoas no elevador, pra ver se passa do limite. Dá abraço demorado, se acha mais legal que o Bruno de Luca e um dia quer fugir com circo. Enquanto isso, transforma viagens em devaneios junto com a sua trupe no www.demalaemochila.com.br.

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