Apresentadora é chamada de gorda e dá resposta que todos devem ouvir

Apresentadora é chamada de gorda e dá resposta que todos devem ouvir

A agressividade e o preconceito com relação às pessoas obesas são evidentes no e-mail que essa aparesentadora americana recebeu de um telespectador.

Publicamos esse vídeo pela primeira vez em 2014, mas retomamos o alerta para a conscientização da temática que é atemporal.

Apenas vejam.

Hoje eu vou me amar

Hoje eu vou me amar

Hoje vou levantar mais cedo para ver o céu alaranjado da manhã. Vou subir no telhado feito gato, e enquanto o dia nasce, vou tocar o céu com os dedos e soprar sobre mim uma brisa de felicidade.

Vou colocar aquela roupa bonita que deixei guardada para ocasiões especiais e vou usá-la sem preconceitos bobos. Vou sair voando e de propósito esquecer o café da manhã só pra me empanturrar com bons dias recheados de atenção.

Vou desligar o celular e ouvir apenas o toque dos meus pensamentos. Farei juras de amor para meu coração e prometerei ouvi-lo atento todas as noites antes do sono chegar.

Abrirei um mapa de possibilidades e vou circular tudo que gostaria de conhecer e fazer, mas que deixei irremediavelmente para depois. Aquele depois que parece um saco sem fundo no qual atiramos nossas vontades mais delirantes.

Vou comprar sapatos como os da Dorothy de Oz e vou batê-los buscando voltar para mim. Abandonarei as obrigações urgentes e me darei a alegria de fazer o que bem entender.

Hoje vou escolher só a felicidade, ela combina bem com tudo e torna meu sorriso absurdamente charmoso. Vou guardar as olheiras do desânimo e vou soltar em algum mato os grilos da minha cabeça.

Vou pentear meus cabelos de um jeito diferente. Esticá-los e depois enrolá-los de um jeito que nunca fiz antes.

Vou me sentar em um banco dentro de um parque lindo e esperar, sem ansiedades ou dúvidas bobas, eu mesma chegar.

Vou abraçar-me demorado e me perguntar dos gostos meus, se eles ainda são aqueles de antes das imposições do que precisa ser feito.

Vou me convidar para soltar bolinhas de sabão ao vento e não vou ligar se meu vestido levantar quando pular alto para alcançar as nuvens.

Vou subverter o tempo e saltar sobre ele, voltando para dias de escolhas que mudaram minha vida. Vou me olhar carinhosa e me puxar para um canto e, em cochichos, contarei a mim todas as verdades que descobri.

Vou usar o lenço das lágrimas que chorei pelos amores errados para limpar os vidros das janelas do meu eu, e com a visão clara de minhas aspirações, não aceitarei migalhas para matar a fome gigante que me habita.

Vou colocar as minhas músicas preferidas no último volume e vou dançar feito louca, varrendo para longe minhas expectativas bobas acerca dos outros.

Vou enlaçar o lobo do amor próprio que vive nas pradarias do me eu e serei dele a dona cativa, estufando o peito ao gritar “não” para tudo que for contrário aos meus valores.

Vou fazer uma poção encantada para enfeitiçar o medo e o farei dormir por tempo indeterminado em uma torre bem distante das minhas conquistas.

Vou fazer dieta de sofrimento, de autopiedade, de culpa, de contentamento e vou salgar minha comida com um monte de coragem ousada.

Vou jantar a luz de velas, mesmo quando existirem luzes ao alcance da mão e vou caprichar na sobremesa para dividi-la com o meu eu mais animado.

Vou me apaixonar por mim, por todas minhas mazelas e por todas minhas tentativas. Rirei dos meus erros bobos, mas guardarei todos nos bolsos para não repeti-los amanhã.

Vou tomar banho de espuma. Vou beber champanhe barato de ano novo, brindando a minha vida e todos os acasos e não acasos que me levaram até onde estou.

Vou abraçar meu coração e adormecer. E de manhã, quando o sol gritar “recomeço” vou sair pela porta de mãos dadas com tudo que sou, carregando comigo a certeza de que minhas escolhas serão acertadas por levarem em conta especialmente o que é também bom para mim. 

Acompanhe a autora no Facebook pela sua comunidade Vanelli Doratioto – Alcova Moderna.

Adeus às ilusões

Adeus às ilusões

Temos muita dificuldade em colocar um ponto final e de “partir para outra”, nos vários setores de nossa vida, como se fugíssemos à responsabilidade de ter de arcar com a dor advinda com esse despedir-se, como se aquilo que está feito, feito está, o que é uma inverdade, pois, muitas vezes, a permanência traz uma segurança ilusória. E assim vamos pagando um preço alto por nossa covardia e fingimento para com ninguém mais do que nós mesmos.

Os caminhos que temos à nossa frente são entremeados por bifurcações e armadilhas e, sem que percebamos, somos muitas vezes levados a optar por alternativas às quais é mais fácil nos acomodarmos. Acomodar-se, porém, pode também significar passividade e conformismo, sendo que sentimentos estanques não nos impelem às mudanças necessárias ao nosso desenvolvimento como pessoas. Conformar-se demais pode nos custar a distância de uma outra verdade – com a qual nos identificaríamos melhor -, a desonestidade com nossas vontades e um crescente arrependimento, nocivo tanto ao nosso bem estar quanto à harmonia com quem está ao nosso lado.

É preciso dizer adeus ao amor que já deixou de acelerar nossos corações, que já não sorri quando nos vê, que não nos dá as mãos, pois não caminha ao nosso lado, que não nos pergunta se dormimos bem, se almoçamos, ou o porquê das lágrimas suspensas em nossos olhares distantes. É necessário despedir-se do amor que trai e fere, que já nem é amor, nem amizade, nem troca ou cumplicidade, tampouco conforto e necessidade.

Diga adeus à amizade que já deixou de fazer falta, que não tem tempo de ouvir e animar, que já não aparece em busca de conselhos, nem quer saber de sua vida. É preciso despedir-se de amizades que não acrescentam, que nos diminuem, que nos trocam facilmente, que usam nossos segredos contra nós, puxam nossos tapetes, esgotam nossas energias.

É preciso dizer adeus ao serviço que nos empobrece, que alimenta nossa miséria emocional, que nos impede de sorrir, que não nos oferece oportunidades, que nos assedia moralmente, não nos ouve. É necessário despedir-se dos chefes desumanos, dos colegas de trabalho hipócritas, das jornadas extenuantes, da mesquinharia com o cafezinho, dos gritos e erros destacados, da humilhação velada, da estagnação que anula nossas capacidades, da cordialidade venenosa na mesa ao lado.

Digamos adeus ao lar que já não nos comporta em tudo o que somos e queremos, que extrapola os nossos limites, que cobra por nos amar, tolhe nosso caminhar e não mais entende o que falamos. É preciso despedir-se do quarto sem privacidade, da TV sempre ligada, da roupa emprestada da irmã, da cópia das chaves da porta, da consulta ininterrupta ao relógio nas noites de diversão.

É preciso dizer adeus à esperança de que o outro vá mudar, à espera vã do telefonema, da resposta que nunca chega, do convite que nunca é ouvido, do “eu te amo” nunca dito, do abraço não correspondido, do olhar que não penetra fundo, do reconhecimento nunca recebido. É necessário despedir-se de quem nos fere, no corpo e na alma, de quem nos incomoda, dos xingamentos, das noites insones, da violência alheia, da ânsia pelo fim do expediente, pelo fim do dia.

Diga adeus ao não existir, ao sufocamento dos desejos, à raiva contida, às ofensas engolidas, aos desvios de caminhos, aos projetos não realizados, aos sonhos que não acordam, à morte em vida. É preciso despedir-se das roupas que já não nos servem, dos CDs que não ouvimos, das cartas que já nem lemos, das lembranças que nos ferem, das fotos envelhecidas no tempo, da sombra da infidelidade, das obrigações que criamos e não nos levam a nada.

Não nos demoremos em lugares onde não nos sintamos vivos, amados, onde não respiremos direito, onde não possamos ser verdadeiros. O desapego é difícil, pois requer o enfrentamento corajoso do que fizemos de nossas vidas, do que somos e sentimos, e encarar as escolhas erradas traz dor e culpa. Além disso, quando rompemos com o que parece estabelecido em nossa jornada, mexemos também com as vidas que caminham conosco e teremos que trilhar uma árdua batalha, até que sejamos compreendidos, ou não. O importante é que estaremos agindo em busca de nossa felicidade, partindo ao encontro de nosso lugar no mundo e na vida de alguém. Ninguém pode ser condenado por tentar ser feliz, quando o fizer de forma ética e sincera, sem desrespeitar a si mesmo nem a ninguém mais. Quem nos ama de verdade acabará entendendo a necessidade de nossa atitude, torcendo pelo nosso sucesso, onde e com quem estivermos.

Nossa sobrevivência depende do adeus às ilusões, da coragem para iniciarmos as despedidas necessárias, tendo a consciência de que as infinitas possibilidades que se descortinarão a partir de então compensarão as perdas pelo caminho. Ninguém é obrigado a aceitar com resignação e conformismo aquilo que pode – e deve – mudar. Todos, afinal, temos o direito de viver e de respirar com alívio, com a certeza de que o que deixamos para trás ficou exatamente onde deveria: lá atrás, bem distante, não tendo mais poder algum sobre nossas vidas e nossa busca pela felicidade.

A Inveja nas relações íntimas- Flávio Gikovate

A Inveja nas relações íntimas- Flávio Gikovate

Por Flávio Gikovate

Ninguém gosta muito de pensar que possa sentir inveja, muito menos de alguém que lhe seja bem próximo. Porém, a realidade nos ensina exatamente o inverso: o sentimento ocorre mais frequentemente entre os que têm convívio íntimo.

A inveja deriva da nossa tendência a nos compararmos: nos sentimos diminuídos, humilhados, quando alguém tem algo a mais que nós. Ela costuma ser mais intensa quando consideramos que o outro não deveria ter mais, pois é da mesma faixa etária, da mesma origem social…

A manifestação mais frequente da inveja acontece entre irmãos. Cada um tem suas propriedades e, é claro, sempre um se destaca mais pela beleza, inteligência, habilidade no trato social ou na área profissional e financeira. Nesse caso, como em tantos outros, a inveja se acopla ao ciúme: irmãos disputam o amor dos mesmos pais e o anseio de serem “o queridinho” deles gera uma inevitável rivalidade. A tensão cresce e a hostilidade invejosa se manifesta de modo claro justamente quando um deles consegue obter melhores resultados ao longo dos anos da vida.

Aquele que se sente por baixo, perdedor nessa disputa, experimenta uma mistura de sentimentos: antes de mais nada, sente-se humilhado, ou seja, ferido na vaidade (esse anseio que todos temos de nos destacar); ao se reconhecer por baixo, sente raiva, o que determina o surgimento de reações agressivas sutis ou frontais. Quase toda hostilidade gratuita deriva da inveja!

Ao longo da vida adulta, quase todos nós continuamos a nos comparar com aqueles com quem cruzamos, especialmente com os que consideramos nossos concorrentes. Sempre que nos sentimos perdedores nessa comparação – e isso depende, é claro, do julgamento que fazemos de nós mesmos e do outro – experimentamos a desagradável sensação de humilhação que pode gerar hostilidade ou, naqueles mais responsáveis, um afastamento que pretende exatamente evitar a manifestação agressiva. Ainda que haja o afastamento, o desconforto íntimo de ter se sentido por baixo, perdedor, continua a atormentar a mente do que sentiu inveja ao longo de algum tempo.

É sempre conveniente registrar que a inveja pode nos alcançar, a todos, em algum momento da vida. Aqueles que dizem nunca ter sentido inveja ou são mentirosos ou ainda não se viram numa posição de inferioridade suficientemente desagradável para que viessem a experimentar o desconforto.

A inveja só pode deixar de se manifestar naqueles que se consideram tão diferentes, tão menos dotados que nem caberia a comparação. Por exemplo, nos tempos em que os regimes monárquicos eram efetivos e poderosos, talvez os plebeus nem ousassem se comparar com os nobres!

Não deixa de ser curioso observar que a inveja permeia muitas das relações amorosas. Isso acontece por inúmeras razões e não conseguirei registrar todas aqui.

A inveja deriva da admiração: me comparo e considero o outro mais bem dotado do que eu e, por isso mesmo, admirável. O problema é que o amor também deriva da admiração! Se as pessoas envolvidas sentimentalmente não se acautelarem conviverão com os dois sentimentos ao mesmo tempo, o que não é mistura muito conveniente.

Uma pessoa introvertida e que não gosta muito do seu jeito de ser tenderá a achar graça e se encantar por quem seja extrovertido. A diferença encanta, por vezes irrita e em outras ocasiões provoca inveja.

É claro que se o introvertido se encanta pelo mais falante é porque acha a forma de ser do parceiro melhor que a sua. A única saída possível seria o avanço pessoal: através do convívio, as pessoas poderiam aprender umas com as outras o que não sabem e admiram. Pena que não seja essa a tendência usual, uma vez que ambos pressentem que são admirados e amados exatamente por serem diferentes.

Uma boa parte dos homens e das mulheres sentem inveja das propriedades do sexo oposto: muitos homens invejam o poder sensual feminino e uma boa metade das meninas, ao longo da infância, refletiram sobre sua condição e concluíram que a dos meninos era melhor.

Isso está em mudança graças aos avanços para um mundo mais unissex; porém, muitos são os resíduos desse tipo de desconforto diante das diferenças entre os sexos: os homens mais machistas são exatamente os mais invejosos; não perdem uma oportunidade de falar das limitações, fraquezas e supostas tolices femininas; e isso é óbvia manifestação invejosa!

As mulheres que não gostam de sua condição por considerá-la inferior hostilizam seus parceiros, não vibram com o sucesso deles e não raramente se recusam à intimidade erótica (apesar de serem provocantes e sensuais) sempre com o intuito de depreciar e agredir aquele que é, ao mesmo tempo, objeto do amor e da inveja.

As afinidades e a boa aceitação da própria condição são requisitos para atenuar as chances de inveja nos casais.

Fonte indicada: Flávio Gikovate

10 e-books gratuitos para quem trabalha com educação

10 e-books gratuitos para quem trabalha com educação

Eles não têm o velho charme nem aquele familiar cheiro de papel, mas para quem busca praticidade, os livros online podem ser bons aliados na hora de investir na atualização profissional. Na área da educação, há diversos e-books disponíveis gratuitamente que contribuem tanto para a atuação quanto para a formação docente. Assim, selecionamos dez títulos que abordam temas como educação infantil, uso de tecnologia na sala de aula, políticas públicas e pesquisas científicas. Os livros podem ser baixados na web no formato PDF ou em smartphones, via PlayStore.

1. Aprendizagem e comportamento humano

Tendo como cenário a inclusão social e escolar, o livro trata dos processos de aprendizagem e comportamento na vertente pedagógica e clínica.

Autores: Tânia Gracy Martins do Valle; Ana Cláudia Bortolozzi Maia
Páginas: 225
Editora: Unesp

2. Tecnologias digitais na educação

O livro é uma compilação de artigos que resultaram das monografias da primeira turma do curso de Especialização em Novas Tecnologias na Educação. Entre os temas tratados estão vídeos e jogos digitais, a tecnologia a serviço da inclusão e tutoria na educação a distância.

Autores: Robson Pequeno de Souza; Filomena M. C. da S. C. Moita; Ana Beatriz Gomes Carvalho
Páginas: 276
Editora: Eduepb

3. Educação universitária: práxis coletiva em busca de veraz qualidade e de precisa cientificidade

Composto por seis capítulos, o e-book aborda a prática sócio-seletivista da universidade, problematiza a qualidade e a cientificidade da educação universitária e apresenta um estudo de caso da educação universitária em Barreiras e no extremo-oeste da Bahia.

Autor: Pedro Bergamo
Páginas: 296
Editora: Eduepb

4. Educação e contemporaneidade: pesquisas científicas e tecnológicas

Os desafios que a contemporaneidade apresenta para a formação dos profissionais da educação é o tema central do livro, que trata também da atualidade do pensamento de Freinet, Vigotsky e Paulo Freire.

Autores: Antônio Dias Nascimento; Tânia Maria Hetkowski
Páginas: 400
Editora: Edufba

5. Ciência, universidade e ideologia: a política do conhecimento

Estão presentes no livro assuntos como ciência, tecnologia, tecnocracia e democracia; política científica; universidade, ciência e subdesenvolvimento; e espaço acadêmico.

Autor: Simon Schwartzman
Páginas: 142
Editora: Centro Edelstein

6. Políticas públicas para a educação infantil no Brasil (1990-2001)

Marcado por intensas reformas educacionais, o período de 1990 a 2001 é investigado no livro pela perspectiva do discurso veiculado na imprensa e na forma como os professores-leitores aprenderam esse discurso.

Autores: Jani Alves da Silva Moreira; Angela Mara de Barros Lara
Páginas: 246
Editora: Eduem

7. Educação infantil: discurso, legislação e práticas institucionais

Focado na educação infantil como um dos direitos da criança, o e-book trata de políticas públicas para a infância, analisando as concepções de criança, seus direitos e educação infantil.

Autor: Lucimary Bernabé Pedrosa de Andrade
Páginas: 193
Editora: Unesp

8. Necessidades formativas de professores de redes municipais: contribuição para a formação de professores crítico-reflexivos

Considerando fundamental o protagonismo dos professores na inserção de mudanças nas práticas e nos currículos escolares, os autores trabalharam com uma amostra de 533 docentes, indicando propostas para efetivação de políticas de formação contínua.

Autores: Cristiano Amaral Garbaggi Di Giorgi; Monica Fürkotter; Yoshie Ussami Ferrari Leite; Vanda Moreira Machado Lima; Naiara Costa Gomes de Mendonça; Maria Raquel Miotto Morelatti
Páginas: 139
Editora: Unesp

9. Complexidade da formação de professores: saberes teóricos e práticos

Com base em pesquisas desenvolvidas a partir dos anos 1990, o livro preocupa-se com a formação e a atuação docente, partindo da racionalidade da constituição do trabalho docente em sala de aula.

Autor: Marilda da Silva
Páginas: 114
Editora: Unesp

10. Pesquisa em educação escolar: percursos e perspectivas

Os grandes temas do livro são a responsabilidade e o compromisso da escola com o mundo em que vivemos. A partir disso, os autores tratam de políticas públicas, formação de professores, valores e educação, e práticas educativas.

Autores: José Milton de Lima; Divino José da Silva; Paulo Cesar de Almeida Raboni
Páginas: 357
Editora: Unesp

Fonte indicada: Revista Educação

Clarice Lispector

Clarice Lispector

Clarice Lispector foi uma escritora e jornalista. Nasceu no dia 10 de Dezembro de 1920, em Tchetchenilk, na Ucrânia. O seu nascimento ocorre durante a viagem de emigração da família judia em direção à América, desanimados com sucessivas guerras internas e constante perseguição antissemita, gerando fome e miséria. Poucos meses depois a sua família chega ao Brasil, e fixam-se em Recife, cidade onde a futura escritora passou a infância. Clarice perdeu a mãe tinha 9 anos e mudou-se com a restante família – o pai e a irmã – para o Rio de Janeiro, em 1934, decisão de Pedro, pai de Clarice, com o intuito de construírem uma nova vida. Os três membros da família ficam a morar numa casa alugada perto do Campo de São Cristóvão. Em 1935, mudam-se para uma casa na Tijuca. Clarice começa a ler livros de autores nacionais e estrangeiros mais conhecidos. Decorre o ano de 1939 quando inicia os seus estudos na Faculdade Nacional de Direito. A par dos estudos Clarice faz traduções de textos científicos para revistas e trabalha como secretária. Depois de terminar o curso a escritora casa-se com um colega de faculdade. Em 1942 publica a sua primeira obra: “Perto do coração selvagem”.

Em 1944, acompanhou o marido, Maury Gurgel Valente, diplomata de carreira, para Nápoles, Itália, em plena Segunda Guerra Mundial. Clarice mostrou-se dividida entre a obrigação de acompanhar o marido e ter de deixar a família e os amigos. Em 1948 Clarice fica grávida do seu primeiro filho, Pedro, que vem ao mundo a 10 de Agosto, em Berna, Suíça. Para ela, a vida na Europa é de “miséria existencial”. No ano seguinte a escritora volta para o Rio de Janeiro. Em 1952 Clarice engravida e volta a trabalhar em jornais brasileiros. Todavia, em Setembro desse ano, embarca para a capital americana onde permanecerá por oito anos. Aí instalada, Clarice inicia o esboço do romanceA Maçã no Escuro’. O seu segundo filho, Paulo, nasce em 1953. Depois de Itália e Suíça, Clarice acompanha o marido até Inglaterra, mas só nos Estados Unidos, ela conhecerá o renomado escritor Erico Veríssimo, com quem trava uma longa amizade.

contioutra.com - Clarice Lispector
De 1957 a 1959 o seu casamento vive momentos de tensão, dando sinais de um fim iminente. A separação dá-se no início da década de 60, com Clarice regressando com os filhos para o Brasil. Nesse ano turbulento é dado à estampa ‘Laços de Família’, o seu primeiro livro de contos. Em 1961 recebe o Prémio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, por ‘Laços de Família’. Lispector dedica-se, quase exclusivamente, a escrever e a traduzir para diversos idiomas várias obras estrangeiras. Em 1965 a situação financeira de Clarice é muito difícil. No ano seguinte, um incêndio na sua casa provoca-lhe inúmeras queimaduras pelo corpo, tendo Clarice ficado dois meses hospitalizada. Este acidente mudaria em definitivo a vida de Clarice. As profundas cicatrizes fazem com que a escritora entre no árduo labirinto da depressão. Instala-se, assim, um desequilíbrio interior que mudará a sua vida para sempre.

contioutra.com - Clarice Lispector

Em 1974, o seu cão lhe morde o rosto, fazendo com que Clarice Lispector se submeta a cirurgia plástica reparadora. É agraciada, em 1976, com o Prémio concedido pela Fundação Cultural do Distrito Federal, pelo conjunto de sua obra. Em 1977 é-lhe diagnosticado um cancro. Um mês depois, na véspera de seu aniversário, Clarice Lispector morre em plena actividade literária (escrita e tradução) e gozando do prestígio de ser uma das mais importantes vozes da literatura brasileira.

“Fique de vez em quando só, senão será submergido. Até o amor excessivo pode submergir uma pessoa.”

“Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar essa pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.”

Almas velhas, almas sensíveis

Almas velhas, almas sensíveis

Já lhe disseram que você parece mais maduro do que as outras pessoas da sua idade? Ou o contrário? Você já deve ter ouvido falar de “almas velhas” e “almas novas,” de acordo com o nível de inteligência, sensibilidade, intuição ou relação com a época em que vivem.

Desses dois conceitos, o que chama mais a atenção é talvez o de “almas velhas”. A origem desta expressão se deu na religião taoísta (com mais de cinco mil anos de idade e originária da China). De acordo com suas crenças, a alma deixa o Tao, a unidade global e natural e adquire experiências diferentes.

Como os taoístas acreditam que tudo deve voltar à sua origem, o objetivo final da alma é uma viagem de volta ao Tao, com todo o conhecimento e experiências adquiridas nesta vida. Para alcançar a perfeição, a alma passa por cinco idades.

Neste caso, a pessoa possui níveis mais elevados de percepção, é diferente dos demais, porque é mais espiritualizada, está preocupada em encontrar o seu “lugar no mundo”, acredita ser parte de algo muito maior e seu principal objetivo é alcançar a satisfação interior.

Os taoístas acreditam que muitos filósofos, cientistas e artistas são almas velhas que escolhem essas profissões como uma forma de se sentirem mais à vontade. Vale a pena ressaltar que essas almas gostam de aprender e muitas vezes desafiam “a ordem estabelecida” baseada em suas próprias experiências.

Cinco aspectos das “almas velhas”

– Eles têm um elevado grau de maturidade. Desde pequenos se diferenciam porque não se encaixam no mundo das crianças. Ficam entediados com os jogos estabelecidos para sua idade, querem livros mais complexos, pois as histórias são muito básicas. Têm atitudes de uma pessoa mais velha, chegam a conclusões que seus pais não conseguem. Tudo isso devido a um grau de raciocínio muito maior do que o considerado “normal”.

– Gostam de ficar sozinhos e de qualquer exercício relacionado à introspecção. As “almas velhas” não precisam de companhia, seu universo interior lhe basta. Aproveitam seu tempo livre para meditar, reconhecer os seus sentimentos e ler sobre temas “profundos”. São muito tranquilos e introvertidos. Alguns podem até considerá-los tímido, mas na realidade estão completamente absorvidos pelo seu interior.

– Apreciam as coisas simples. Uma alma velha tem uma espiritualidade forte e só faz aquilo que gosta. Trabalham com algo que os faça felizes e realizados. Esforçam-se para dominar um assunto e estão sempre mudando de atividade. Por quê? Porque encontram mais prazer no caminho do que no objetivo final.

– Têm a intuição muito desenvolvida e se deixam guiar por ela. Observam tudo nos mínimos detalhes e têm a capacidade de formar imagens completas em suas mentes. Enquanto a maioria das pessoas veem um bosque com muitas árvores, a alma velha vê todas as espécies vegetais e animais, o solo, o céu, o vento e muito mais. Nada passa despercebido; ela pode analisar uma pessoa ou uma situação com todos os detalhes sem errar.

– São muito sensíveis. Têm um elevado nível de empatia e conseguem se colocar no lugar dos outros, compreendê-los e ajudá-los. Têm a capacidade de perdoar, deixar ir o que é ruim e dar conselhos sem julgar.

Finalmente, seria bom destacar também as desvantagens de ter nascido com uma alma velha:

– Não tem afinidade com pessoas da sua idade, gosta de se relacionar com pessoas mais velhas.

– Acredita que está desconectado do mundo. Não partilha dos mesmos pontos de vista de seus entes queridos.

– Pode ficar deprimido e ter problemas de autoestima. É perfeccionista e se julga com muito rigor.

Você conhece alguma “alma velha” ou acredita que você mesmo possa ser uma delas?

Texto original em espanhol de Yamila Papa

Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa

8 maneiras de aprender psicologia na internet

8 maneiras de aprender psicologia na internet

Todo mundo gosta de saber como o cérebro funciona e entender o comportamento de outras pessoas. Quer se tornar um craque no assunto? Você pode ter contato com os fundamentos da psicologia, ensinados por professores de instituições como Yale e MIT, sem ter de encarar horas de voo. Tudo a partir do computador da sua casa. Selecionamos oito cursos gratuitos para se aventurar:

Psicologia Geral, Universidade da Califórnia em Berkeley
Disponível no Veduca, o curso tem 24 alunas ministradas pelo professor John F. Kihlstrom. Elas abordam os conceitos básicos da área. O conteúdo é legendado em português.

Introdução à Psicologia, Yale
Comandadas por Paul Bloom, as aulas exploram os fundamentos da psicologia, o desenvolvimento do pensamento, a comunicação, a consciência e a vida em sociedade. Todo o material é legendado em português.

A Psicologia da Felicidade, TED
Uma seleção de sete palestras sobre a ciência por trás da felicidade. Entre elas, “Psicologia Positiva”, de Martin Seligman, “Porque amamos e traímos”, de Helen Fisher, e “As Origens do Prazer”, de Paul Bloom. Legendado em português.

Introduction to Psychology (Introdução à Psicologia), MIT
Perfeito quem vai os primeiros passos na área e domina bem o inglês — já que não há legendas. Ministrada por John Gabrieli, a disciplina tem em 24 aulas e inclui fala sobre as bases mentais e neurais da percepção, emoção, aprendizagem, memória, cognição, o desenvolvimento da criança, personalidade, psicopatologia e interação social.

Instituto de Psicologia da USP
A playlist no YouTube inclui diversos vídeos gravados na universidade, que podem ajudar a aprofundar os conhecimentos. Há discussões sobre a ética na pesquisa, neurologia na alfabetização, sexualidade, entre outras. Em português.

Families and Couples (Famílias e casais), Universidade da Califórnia em Los Angeles
Você acha que o amor é algo impossível de entender? Essas 18 aulas do professor Benjamin Karney estão prestes a te provar o contrário. “Sim, você pode estudar o amor. Tenho estudado por mais de 20 anos”, afirma Karney. Em inglês.

How to Think Like a Psychologist (Como pensar igual a um psicólogo), Stanford
Neurocientistas e pesquisadores explicam sua atuação — desde política e educação até como criar os filhos. Em todas as aulas, os palestrantes falam durante 45 minutos, seguidos por aproximadamente 30 minutos de perguntas. Em inglês.

Brain and Behavior (Cérebro e comportamento), Universidade de Nova York
Com 24 vídeos, a disciplina é ministrada por Wendy Suzuki. “A aula está focada em neurociência, tentar entender como o cérebro nos permite ver, sentir, compreender, lembrar e fazer tudo que nos faz sermos quem somos”, diz a professora. O conteúdo é em inglês.

Fonte indicada: Galileu

Depressão na infância e na adolescência

Depressão na infância e na adolescência

Recebo muitos pedidos para escrever sobre comportamento infantil e adolescente. Mantenho sempre meu foco distante dos transtornos, tentando levá-los à reflexão sobre a vida humana dentro da sua naturalidade. Temos visto mudanças importantes em nossas crianças e adolescentes e eu costumo escrever sempre alertando e responsabilizando os pais pelo importante papel que exercem. Hoje, sendo um pouco diferente do meu estilo, quero trazer a vocês algumas informações sobre uma doença para que ela não seja confundida com os pedidos habituais de socorro visto em crianças e adolescentes, decorrentes da negligência e indiferença dos pais.

O Transtorno Depressivo Infantil é um quadro sério e capaz de comprometer o desempenho, o desenvolvimento e a maturidade psicossocial da criança e do adolescente. A maior dificuldade no diagnóstico e tratamento são os familiares que não acreditam que ela exista ou tentam minimizar o problema, influenciados  por teorias que afirmam que a depressão de origem exclusivamente ambiental, negando as origens biológicas da doença.

Outro fator que compromete o entendimento da depressão na infância e na adolescência é a grande diferença entre seus sintomas e os sintomas da depressão do adulto. Enquanto o adulto deprimido consegue falar sobre seus sentimentos, deixando clara a sua dor e, consequentemente, falar de seus sintomas; a criança e o adolescente não conseguem ter total consciência do que sentem. Dessa forma a doença só pode ser notada através de alguma atitude ou  comportamento característico.

Estão entre os sintomas da depressão na infância e na adolescência a autodepreciação, a instabilidade de humor, os distúrbios do sono, a perda de apetite e/ou de peso, a falta de vontade, a perda da socialização e queda no desempenho escolar e a modificação do comportamento na escola. A presença de alguns desses sintomas já pode caracterizar a doença. A depressão na criança ou no adolescente pode ser inicialmente percebida como perda de interesse pelas atividades habituais, tal como uma espécie de aborrecimento constante diante de coisas que antes ele fazia frequentemente como jogos, brincadeiras, esportes, sair com os amigos, escola, etc. Além dessa apatia, há a preguiça e a redução significativa da atividade. Em alguns casos notamos também a tristeza.

Estão enganadas as pessoas que dizem que as crianças não ficam deprimidas porque não têm problemas e que depressão em adolescentes é normal. Quem disse que precisa ter problemas para ter depressão? Quem disse que depressão é normal? Problemas podem proporcionar tristeza, ansiedade, angústia, mas depressão é outra coisa. É claro que as vivências podem agravar ou desencadear estados de humor problemáticos, entretanto a depressão não é uma resposta imediata e automática para as vivências. Depressão é uma doença, um transtorno afetivo, uma disfunção cerebral com sólida base bioquímica.

Em caso de suspeitar que a criança e/ou o adolescente estão deprimidos observe as mudanças de comportamento. Essas mudanças no comportamento podem ser decorrentes do desenvolvimento da depressão. Quanto mais súbitas, mais importantes elas são. Assim, diante da depressão, crianças antes bem adaptadas socialmente passam a apresentar condutas destrutivas, agressivas, com a violação de regras sociais anteriormente aceitas, oposição à autoridade, preocupações e questionamentos de adultos.

Tendo em vista a importância das mudanças de comportamento infantil, pais e professores devem ficar atentos para acontecimentos que chamam atenção, que sejam incomuns se comparadas estatisticamente à maioria das crianças na mesma faixa etária e situação sociocultural.

Ao se pensar no tratamento o passo mais importante é ter certeza do diagnóstico. É necessário avaliar o grau da doença e sua origem. Nas crianças menores a probabilidade de existir forte componente orgânico é maior, principalmente se houver antecedentes familiares de transtorno afetivo. Nas crianças em idade escolar a depressão pode ser também reativa, ou seja, desencadeada ou determinada por questões vivenciais (bullying, violência física, sexual, maus tratos, falhas educacionais, prejuízos acadêmicos, etc.) As eventuais complicações do quadro depressivo, geradas por eventos ambientais – sejam causas ou consequências -devem ser avaliadas para acompanhamento psicoterapêutico paralelo ao tratamento médico-psiquiátrico.

Donos da verdade são tão distraídos! Mal percebem não passar de uma mentira.

Donos da verdade são tão distraídos! Mal percebem não passar de uma mentira.

Gente que comprou a verdade das coisas é muito, muito chata. Exibe premissas onipotentes, postulados irrevogáveis, certezas inquebrantáveis e outros dogmas como melancias penduradas no pescoço. Despreza qualquer dúvida, desdenha de impressões diferentes das suas e segue a vida agarrada a uma razão falsa e ilusória. Tomada de soberba e afetação, celebra seu poder imbatível mirando os outros em plano superior. Quanto engano! Sua única habilidade é matar seus interlocutores de tédio.

Rasteiros, vingativos e rancorosos, os proprietários da verdade absoluta são criadores de caso, pecuaristas de picuinhas, fazendeiros de asneiras. Desconhecem argumentos e dominam nenhum outro ofício tão bem quanto manejam a arte do grito. Tapam os ouvidos para raciocínios contrários, repetem as mesmas coisas que seus interlocutores já tinham dito, no entanto com outras palavras ou entonações. Só para estarem “certos”. Jamais se dão ao trabalho de ouvir. Não escutam nada além do som da própria voz.

Quando ficam em silêncio enquanto o outro fala, é só para tomar fôlego e devolver frases feitas, velhas máximas que confirmem sua vitória esquizofrênica sobre o resto do mundo. Refletir, ponderar para quê? As certezas e as verdades já estão ali, prontas, à mão, decoradas, na ponta da língua.

Faça um teste. Cogite a possibilidade de contar por aí que uma história amorosa importante na sua vida acabou. Simplesmente chegou ao fim. Porque acontece, não? De vez em quando, amor verdadeiro também acaba. Isso já se deu comigo e com a quase totalidade das pessoas que eu conheço.

Aí vem um portador da sabedoria divina e decreta peremptório, o dedo em riste, a jugular saltada:

– Amor de verdade não acaba.

– Ah, não? E se acabar?

– Se acabar é porque não era amor.

– Ah, tá. Então… se o meu casamento chegou ao fim, não importa o motivo, quer dizer que eu não tinha amor por minha ex-esposa?

– Exato. Se acabou é porque nunca houve amor.

– Sei. É sempre assim?

– Sempre.

– E como é que você pode saber?

– Amor de verdade não acaba.

– Mas você nem me conhece para saber se o meu amor, aquele que acabou, não era verdadeiro!

– Não interessa. Se acabou é porque não era amor.

Uma, duas, três horas depois, se você permitir, a conversa entra em estado de looping. Vai se estender até só Deus sabe quando. Se você der trela, o proprietário da verdade por usucapião será capaz de virar dias e noites repetindo análises prontas e certezas acabadas, montado em sua pose de vencedor da peleja. Donos da verdade são muito, mas muito chatos.

E assim o são com todos os temas. Política, economia, violência urbana, novela das nove, a alta do dólar, a safra do caqui, o rabo da lagartixa. Tudo. O dono da verdade sabe de tudo, tem sempre uma opinião pronta e calcificada. Ele manda em qualquer conversa. Aproxime-se e ele range os dentes. Rosna. Não adianta discutir. Para não se aborrecer, melhor evitar questões polêmicas. Ser de esquerda ou ser de direita? É prudente mudar de assunto. Defender a diversidade sexual? Ihh… vai cutucar um vespeiro. Concorda com a diminuição da maioridade penal ou “vai proteger bandido”? Pense bem se quer mesmo dizer o que pensa a um senhor da razão.

É triste. Mas se você não deseja se chatear, afaste-se de certas teclas. E nunca, jamais, em hipótese nenhuma, ouse tocar em assuntos inflamados como “o feminismo”. Vai abrir uma caixa de pandora e libertar um milhão de demônios raivosos, voando na sua garganta enquanto berram conclusões-padrão e certezas irredutíveis. Mesmo que você defenda radical e fanaticamente a igualdade entre homens e mulheres.

Um bate-boca estéril vai alçar um voo rasteiro por dias e noites, meses e anos, séculos e milênios sem fim, esvoaçando em terreno baixo, arando terra improdutiva.

Ahh… verdade absoluta. Seu nome é Mentira da Silva!

Perdoem-me os arrendatários do supremo juízo, mas expressar posições, posicionar-se assim ou assado perante a vida é uma coisa. Outra é brandir certezas sob a forma de espadas de plástico, os olhos fechados, os ouvidos tapados, e atacar, partir para cima, ganhar a peleja a qualquer custo. Pergunto: será que dá para resolver essa história com mais leveza e aceitar que todos temos o direito de pensar diferente?

Cá pra nós, eu tenho a impressão de que essa gritaria toda, essas bandeiras de pano espesso cobrindo nossos olhos talvez estejam a nos impedir de ver o óbvio: donos da verdade são nada além de escravos de uma boa, grande e velha mentira.

A maquiagem na rede social esconde a chatice da vida real?

A maquiagem na rede social esconde a chatice da vida real?

Uma coisa corriqueira nos dias de hoje é olhar as redes sociais – mentira, a gente não olha, a gente vive nelas – e se deparar com as vidas impecavelmente perfeitas. Gente linda, elegante e sincera para todos os lados. E a felicidade que salta das fotos e vem direto na testa de gente, como um dardo. Não que isso seja ruim, nem que sejamos todos invejosos e não consigamos tolerar a felicidade alheia. Aliás, eu particularmente aprendi numas das redes em que vivo, que “é sempre melhor ter gente feliz por perto, porque gente feliz não enche a paciência de ninguém”. Verdade? Sim. Às vezes…

Gente premeditada, deslumbrada, que não á a mínima para a sua cota de paciência e aluga um dia ou uma noite contando seus planos infalíveis para a sua vida perfeita… essa gente é chata.

Gente que não se importa em ter uma conversa com você, só quer falar e falar e falar, e dizer o quanto é elogiada, o quanto seus filhos são especiais, o tanto que consegue lucrar… essa gente é chata.

Gente que não faz questão de te conhecer bem, que corta seu coração, tratando de assuntos delicados para você como se estivesse displicentemente cortando uma fatia de bolo… essa gente é chata.

Gente que se melindra e cobra atenção, gente que quer ser sempre o centro da festa, gente que quer tirar fotos a todo instante, que marca o território o tempo todo, que pensa nas respostas antes das perguntas, que precisa todos os dias mostrar para o mundo o quanto é feliz e bem amada… essa gente é muito chata.

Mas, ser chato não é motivo suficiente nem para esse texto, nem para excluir qualquer pessoa de nada. Afinal, todos temos uma certa medida de chatice.

Um antídoto bacana para a maioria dos sintomas de uma vida premeditada, é justamente o seu oposto, a surpresa, o inesperado, a espontaneidade.

Tem coisa mais legal do que uma lufada de vento no momento de uma foto? Os cabelos ficam ridículos, mas os sorrisos… pode reparar! Nem dá tempo de fazer aquele bico…

Ninguém deve apontar para o outro e enumerar suas chatices. Além de descortesia, é uma imperdoável falta de educação.

Ficam então, as sutilezas como aliadas para uma boa convivência, e, conforme a ocasião, a coisa fica até engraçada. Se tiver amizade envolvida, tudo se resolve com uns toques e provocações.

Só não vale ser rude! Se não sabe brincar, deixa o que está se divertindo ser feliz!

Dica de livro: ‘O Livro da Psicologia’

Dica de livro: ‘O Livro da Psicologia’

A Psicologia abordada a partir de suas raízes filosóficas.

O que nos faz lembrar e por que nos esquecemos? Como podemos realmente medir a inteligência?
Conheça centenas de teorias de cientistas conceituados como Carl Jung, Freud, Erikson e Piaget.

“A inteligência de um indivíduo não é uma quantidade fixa” [Alfred Binet], “Uma boa vida é um processo, não um estado” [Carl Rogers], “Tudo o que cresce segue um plano preestabelecido” [Erik Erikson] e “Transformamo-nos em nós mesmos através dos outros” [Lev Vygotsky] são apenas quatro das pouco mais de 100 teorias que são apresentadas em ‘The Psychology Book’, obra publicada em 2012 pela conceituada Dorling Kindersley (DK), editora inglesa especializada em livros de referência ricamente ilustrados, para adultos e crianças. Os seis autores, C. Collin, N. Benson, J. Ginsburg, V. Grand, M. Lazyan e M. Weeks — na sua maioria psicólogos de renome — resumem, utilizando uma linguagem simples e objectiva, tendo por auxílio ilustrações e gráficos de cores garridas, as ideias de algumas personalidades de relevo do ramo da Psicologia, Psicanálise, Psiquiatria, Sociologia e Filosofia. Estes investigadores tiveram um papel crucial na génese de algumas escolas de pensamento da Psicologia, mesmo antes de 1879, quando surgiu o primeiro laboratório reconhecido para o estudo do comportamento humano, na Alemanha. Assim se estabelece esta disciplina científica como independente tendo como impulsionador Wilhelm Wundt (1832-1920).

contioutra.com - Dica de livro: ‘O Livro da Psicologia’Ao longo das páginas de ‘O Livro da Psicologia’, de forma cronológica, o leitor vai conhecendo e relembrando teorias que revolucionaram uma certa geração e que inspirou psicólogos e médicos, algumas das quais continuam, nos dias de hoje, a serem tidas como credíveis e a sustentar o ‘modus operandi’ de algumas terapias tradicionais e alternativas. Grandes ideias de figuras de relevo da Psicologia como Freud, Carl Jung, William James, Pavlov e Maslow são postas em síntese nesta obra. São questões de outrora que são tão actuais hoje. Sem maçar o interesse do leitor leigo, mas que interessa-se por Psicologia e por compreender a sua relevância na sua vida, esta é uma obra que desperta e impulsiona reflexões, e instigará o leitor a buscar o autoconhecimento.

Neste livro, um verdadeiro compêndio, muitos são os aspectos positivos a nível da edição a salientar: o tipo de papel utilizado na sua concepção é de grande qualidade; os seus acabamentos são em capa dura; as cores fortes estampadas na totalidade de algumas páginas têm um papel fundamental e são tidas como separadores das dezenas de teorias tratadas; os desenhos e diagramas são simples de compreender e humorísticos; é feita uma breve biografia com fotografia de todos os autores analisados; o glossário apenso no final do livro é de grande ajuda para os menos entendidos em alguns dos termos descritos; a tradução (de Sara Travassos, Carmo de Abreu e Alexandra Cardoso) é exemplar, sem falhas nenhumas, o que denota um grande trabalho de equipa; enfim, por estes prós todos ‘O Livro da Psicologia’ vale todo o investimento que possamos fazer ao adquiri-lo.

‘O Livro da Psicologia’ é um dos volumes da série ‘Big Ideas Simply Explained’, da qual faz parte ‘O Livro da Filosofia’, que segue os mesmos padrões editoriais de grande qualidade.

Excerto
“Na sua breve história, a psicologia ofereceu-nos muitas ideias que transformaram a nossa forma de pensar e que nos ajudaram a compreendermo-nos melhor a nós mesmos e aos outros e também ao mundo em que vivemos.”

A indicação de leitura é do nosso blog parceiro Silêncios Que Falam.

Encontre o livro nos links abaixo:

Edição em Português do Brasil- Livraria Cultura, Livraria Saraiva.

Edição em Português de Portugal

Dos livros que somos

Dos livros que somos

Somos como livros em nossa diversidade, beleza e profundidade. Carregamos um mundo dentro da gente e a cada passo escrevemos uma nova linha da nossa história.

Alguns de nós não se deixam vencer pelas tragédias da vida. Geralmente são pessoas inspiradoras que nos ensinam, com o modo de viver, como podemos nos refazer e reinventar um novo amanhã. São pessoas que nos auxiliam a entender melhor a nossa própria vida.

Outras são como livros de crônicas, recheados de muitas vivências e experiências, e cada vez que nos encontramos com essas pessoas, entendemos que elas estão em um novo momento, vivendo outras coisas, experimentando o diferente, rodeadas por outros personagens.

Há aqueles que se entregam de corpo e alma ao ser amado e por ele largam tudo. Se atiram de cabeça nas relações e assumem para si todos os riscos de amar de coração aberto, sem destino certo. São puro romance!

Há livros e pessoas mergulhadas em assuntos dos mais diversos tipos e ao olhar para a imensa prateleira da vida, na qual também estamos, e ao ver os exemplares serem puxados e reagrupados por afinidades, não é difícil entender que a vida é infinita em suas possibilidades.

Todos temos um propósito, contudo será que inevitavelmente existirá para cada livro um leitor? Para cada panela uma tampa? Para cada cadeira um corpo? Para cada vaso uma planta? Para cada coração um amor?

Podemos ser um livro que por alguma razão ainda não foi dedilhado. Podemos ter postergado nossa vida, deixando o tempo passar desenfreado.

Mas, independente da posição a qual ocupamos na imensa prateleira da vida, podemos escrever e reescrever nossa história incontáveis vezes, mudando hábitos, sacudindo a poeira e nos tornando aptos a assumir o controle de nossas vidas.

Somos capazes de transformar histórias tristes em bonitos ensinamentos e se atentos ao nosso enredo, trilhando-o como protagonistas, independente do gênero que escolhemos para nós, deixamos para trás qualquer visão piedosa e lastimosa da vida.

Quando firmes em nossas aspirações, somos capazes de rasgar em pedaços impressões limitadas dos que fazem resenhas de nós sem nunca terem nos lido.

Quando decididos podemos, dentro do tempo que nos cabe, fazer nossa história digna de ser vivida, contada e recontada inúmeras vezes.

Acompanhe a autora no Facebook pela sua comunidade Vanelli Doratioto – Alcova Moderna.

Lady Gaga faz discurso emocionante sobre depressão

Lady Gaga faz discurso emocionante sobre depressão

No último sábado (24), Lady Gaga fez uma visita ao Centro Para Inteligência Emocional de Yale para falar um pouco sobre os problemas que podem ser agravados quando a saúde emocional não é devidamente tratada.

Durante o evento, a cantora fez um discurso muito inspirador e lançou uma nova campanha pelas redes sociais. “Eu inventei a Lady Gaga. Eu fiz da minha vida uma expressão da minha dor. Foi assim que eu superei a minha depressão, criando alguém que eu sentisse que fosse mais forte do que eu”, afirmou ela.

“Mas, nada é capaz de curar algo feito geneticamente. Eu nasci desse jeito”, continuou. “Não importa o quanto sucesso você faça, não importa quantas oportunidades, fama, fortuna – Não importa o quanto as pessoas te aceitem, para você, a pessoa que realmente precisa te aceitar é você mesmo”.

Prosseguindo, Lady Gaga disse “é por isso que estamos aqui hoje! Nós vamos conversar sobre o quão importante é se aceitar, o porquê é tão importante se emponderar e o porquê é tão importante que a inteligência emocional seja levada a sério.”

Fonte indicada: Mixme

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