É difícil dimensionar a profundidade das marcas que uma criança pode desenvolver depois de ter que sair fugida de seu país e atravessar um oceano enfrentando todos os tipos de dificuldades físicas e emocionais. O medo, a fome e o contato com a morte são apenas alguns exemplos do que os pequenos têm que lidar num momento em que deveriam estar protegidos, em que seus pequenos corpos ainda carregam os maiores sonhos.
Para aliviar essa tensão e devolver sorrisos a alguns desses rostinhos tão jovens, um grupo de palhaços vem desenvolvendo um trabalho de valor humanitário tão elevado quanto qualquer acolhimento e doação: eles devolvem sorrisos e brilho aos olhos de crianças que, há dias e até semanas, não se lembravam mais do que era a alegria.
Trapalhadas, nariz vermelho e cores e lá estão as crianças correndo em busca de encanto.
Em entrevista, uma das responsáveis pelo projeto que acontece na ilha grega de Lesbos fala com entusiasmo e emoção sobre o processo de retomada da infância que os pequenos encontram ao se deparar com as brincadeiras. Em alguns momentos, a passagem de um helicóptero os assusta, pois relembram dos perigos que ficaram para trás. Quando isso ocorre, ela diz aos pequenos que está tudo bem e que a brincadeira pode continuar. Uma mensagem de tranquilidade que traz para as crianças um novo padrão mental em que elas podem registrar uma informação diferente da mensagem traumática que carregam na memória.
Sabemos que muitos desafios ainda estão por vir, mas desejamos que essas vidas continuem sendo brincadas com pessoas que sabem que sorriso é alimento para sonhar e, enquanto houver sonho, vale a pena lutar pela vida.
Abaixo, o vídeo com a entrevista em inglês feita pela TV Aljazeera.
Ele é Ramon Habitsenther, 21 anos. Como tantos outros jovens LGBTs no país, convive com a violência homofóbica física e psicológica desde a infância. Mas, na última quarta-feira, uma pessoa ou um grupo de pessoas tentou expor ele e sua família à humilhação pública. O jovem morador de Volta Redonda, no Sul Fluminense, teve o muro da casa pichado com a palavra ‘Bichona’.
Contudo, o tiro, destes que agem sempre na escuridão, saiu pela culatra. Ramon publicou uma resposta vitoriosa no Facebook, que conquistou o apoio de mais de 4 mil e quinhentas pessoas na rede social até a madrugada desta segunda-feira. E para os homofóbicos, fica a dica: ele não tem vergonha de ser quem é: gay e afeminado. “Sou uma bichona de marca maior!”.
Abaixo, na íntegra a resposta primorosa do estudante e, mais abaixo, a conversa do BLOG LGBT com ele:
“Nunca fui de me abalar com o comentário das pessoas em relação a minha orientação sexual, eu cresci ouvindo e vivendo coisas das piores espécies que qualquer ser humano pode ouvir por simplesmente ser quem eu era.
Minha memória mais antiga é de quando eu tinha por volta de 8 anos e queria jogar queimada com as garotas e não futebol com os meninos, só que nesse dia estava faltando um garoto para completar o time do futebol dos machos da escola. Eu nunca gostei de brincar de bola, carrinho ou soltar pipa. Inclusive quem levantava minhas pipas era minha amiguinha que morava na casa lado porque ela fazia isso muito melhor que eu. Mas voltando ao acontecido da escola, estava faltando um garoto para completar o time, eu continuei a jogar queimada e o time deles acabou ficando desfalcado e não conseguiram jogar a partida que queriam.
Segui meu dia normalmente como bom aluno que era, sem me importar muito com ameaças e piadinhas que ouvia a todo instante e de todos os lados.
O sinal para ir pra casa bate, como eu morava e moro na mesma rua da escola que estudava, caminhava sozinho até minha casa todos os dias. Mas nesse dia eu não fui sozinho, aquele grupo de garotos me acompanhou, chegando próximo a um terreno vazio que ficava logo depois da escola, fui empurrado para dentro dele e então, bom, eu apanhei nesse dia porque eu não quis participar do futebol, porque segundo eles eu era menininha, eu era “Ramona” e não merecia ir pra casa sem passar por aquilo.
Mas qual é? Eu só estava sendo eu mesmo, eu simplesmente não sabia ser de outro jeito, EU ESTAVA SENDO O QUE EU ERA. Minha mãe e meu pai sempre me criaram como um garoto, me davam bolas, carrinhos e skates, porém eu sempre me interessava mais pelas bonecas e sapatos da minha irmã, sempre foi natural isso pra mim. E por quê não seria? Por quê seria errado eu gostar daquilo que pra mim era muito mais legal? Bom, essas perguntas eu me fiz a vida inteira. Até não precisar mais fazê-las, até que eu me compreendi, me entendi, me aceitei, me amei e senti muito por aquelas pessoas sentirem tão pouco.
Eu nasci, cresci e vivo no mesmo bairro de sempre, dos insultos, das humilhações, da surra, das palavras ríspidas. Só que de tanto ouvi-las elas pararam de fazer sentido, não me afetam mais, não me magoam, simplesmente porque estou seguro de quem eu sou e do que eu acredito!
Quando a coisa é comigo, eu simplesmente ignoro e deixo pra lá, porém dessa vez foram além e expuseram toda minha família, família maravilhosa por sinal, que me respeita e me ama acima de qualquer coisa! Simplesmente sujaram, estragaram algo que meu pai trabalhou a vida inteira para conseguir. E pra que? Em nome de quem? Pra me ferir? Não conseguiram.
Sou uma bichona de marca maior e não me envergonho nem um pouco disso, nunca vou fingir ser algo que não sou para ser aceito e jamais vou parar de compartilhar e expor minhas idéias para que pessoas como essas pensem que “está tudo bem, só não pode ser gay perto de mim”. SIM, NÓS EXISTIMOS E PERSISTIMOS! Não vou me calar em relação a isso e a nada mais. E a essas pessoas eu dou todo amor que tem dentro de mim e que faltam nelas.
O AMOR É LIVRE!! “
A conversa com Ramon surpreende ao revelar um rapaz tranquilo, que não altera o tom de voz em nenhum momento, mesmo para falar das violências homofóbicas que vem sofrendo desde a infância. Seguro de si, inteligente e articulado, o estudante planeja um grande salto na vida: tornar-se drag queen. Com essa segurança demonstrada na entrevista, o BLOG LGBT aposta que ele vai arrasar!
BLOG LGBT: Qual foi a sua primeira reação ao ver o muro da casa da sua família pichado com uma ofensa contra você
Ramon: Eu não acreditei. Fiquei muito chocado. Ainda tive que ouvir do meu pai que a culpa era minha por me expor tanto. Meu pai aceita bem minha sexualidade, mas ele é muito heteronormativo. Acha que para ser gay não pode ser afeminado. Minha mãe brigou com ele quando ele disse que a culpa era minha.
“Ser uma bichona é sensacional”, lacra na afirmação o estudante universitário
BLOG LGBT: E o que te motivou a fazer a postagem no Facebook?
Ramon – A publicação foi um desabafo. Foram anos e anos de situações acumuladas. E a pichação foi a gota d’água para eu não ser mais tão passivo diante do que eu vinha passando. Eu queria que as pessoas do meu bairro, que sempre me provocaram, vissem que eu não estou nem aí. Não tem problema nenhum ser uma bichona, ser uma bichona é sensacional! As pessoas são diferentes e que bom que as pessoas são diferentes.
BLOG LGBT: Quando você ouviu de seu pai que “a culpa era sua”, deve ter doído, não?
Ramon: Minha relação com meu pai sempre foi delicada. Não por conta da minha orientação sexual, que ele aceita numa boa. Só que ele ainda é heteronormativo, no sentido de achar que um homem tem de ser um super-homem, não pode ser afeminado. Eu gosto de ser como eu sou. Tenho trejeitos e não me incomodo com isso. O que me chateou foi ele achar que eu preciso me esconder, foi achar que eu preciso ser uma pessoa que eu não sou para que as pessoas não sejam homofóbicas. Essa lógica é mesma que tenta justificar que a culpa de uma mulher ser estuprada é o fato de usar roupas curtas na rua. Isso me magoou.
BLOG LGBT: Passados alguns dias, que conclusão você tirou de tudo isso? Passar por esse episódio te deixou abalado ou, pelo contrário, mais forte?
Ramon: Eu não estou mais forte, nem abalado. Estou tranquilo como sempre estive. Foram anos e anos passando por provocações para eu me abalar com aquilo. As pessoas que fizeram a pichação são vazias ou até mesmo frustradas com elas mesmas e tentaram compensar essa frustração em uma pessoa que aparentemente para elas seria frágil. Porque para muitas pessoas uma pessoa afeminada é frágil. Eu posso ser frágil fisicamente. Se eu entrar numa luta corporal com alguém, eu vou perder com certeza. Mas mentalmente eu sou uma das pessoas mais fortes que eu mesmo conheço. Poucas coisas me tiram do sério. Para mim, foi apenas mais um dia. Está tudo sob controle.
BLOG LGBT: Na publicação no Facebook, você descreveu alguns dos casos de homofobia que vem enfrentando desde a infância. Mesmo assim, você parece ser uma pessoa bem tranquila. Por esta conversa, não parece se ruma pessoa amargurada, ou rancorosa, ou com raiva. De onde vem essa paz e segurança?
Ramon: Essa força que eu tenho, acho que vem muito por conta da minha mãe. Desde pequeno, quando alguém fazia algum comentário referente ao meu jeito, minha mãe sempre dizia: Ramon, não se importa com isso. Você é uma pessoa muito boa, uma pessoa iluminada. Sempre me mostrou que eu não estava errado em ser assim. Ela mesmo me ajudava a brincar com as bonecas da minha irmã. Ela sempre me mostrou que não errado. Tudo o que eu sofria na rua, em casa era amenizado. Acho que, por isso, o apoio da família seja tão importante para pessoas LGBTs. O que elas sofrem na rua pode ser amenizado dentro de casa. Eu tenho essa certeza que eu sou essa pessoa, segura, tranquila, por causa da minha mãe.
BLOG LGBT: E para a gente fechar. O que você quer para o seu futuro?
Ramon: Para o meu futuro eu quero dinheiro, eu quero homens.. brincadeira… eu quero ser uma drag queen bem legal. E que essas coisas que aconteceram comigo até hoje diminuam até o dia que não aconteça com mais ninguém.
A Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP) desenvolveu uma plataforma que oferece gratuitamente um curso online de braille. As aulas são voltadas para pessoas de qualquer idade que não tenham deficiências visuais. Os interessados devem acessar este link.
O material está disponível em português, inglês e espanhol. A metodologia é a seguinte: com o aprendizado do sistema composto por 63 símbolos formados pela combinação de seis pontos em uma célula, o indivíduo que vê pode ler textos em braille apenas substituindo as letras comuns pela nova simbologia. Comece agora mesmo!
O sistema braille é um código universal de leitura tátil e de escrita, usado por pessoas cegas. Ele foi desenvolvido na França por Louis Braille, um jovem cego, a partir do sistema de leitura no escuro, para uso militar, de Charles Barbier.
A posição de dormir diz muito sobre a personalidade, hábitos e até mesmo preocupações. Existem muitas formas de dormir, sozinhos ou acompanhados. Vamos descobrir o significado de cada uma a seguir.
As posições para dormir: o que elas nos dizem?
Pode-se inferir muito sobre a personalidade de uma pessoa pela maneira que dorme. Trata-se apenas de observar. O corpo descansa durante o sono, mas também a mente se descansa e se reorganiza.
Podemos destacar seis principais posições que as pessoas usam para dormir. Estudos garantem que é possível verificar a relação entre a posição e a personalidade individual uma vez que linguagem corporal existe em todos os momentos, inclusive quando dormimos. Cada posição afeta também a saúde.
A)Posição fetal:
Trata-se de dormir de lado, encolhido com os joelhos na direção do peito, braços cruzados perto das pernas. Seu nome deriva da posição dos bebês no ventre materno. Às vezes, um braço fica debaixo do travesseiro. É a posição mais frequente. Cerca de 40% das pessoas tendem a escolher essa posição, sendo que as mulheres as mulheres optam por ela duas vezes mais que os homens. Quanto à personalidade, existem diversas variantes. Por exemplo, “enroscar-se” para dormir está relacionado com a sensibilidade e emotividade, assim como a tendência para relações mais intensas. A pessoa pode parecer tímida quando encontra alguém, mas depois relaxa e se torna muito cordial, amorosa e teme ser ferida sentimentalmente.
B) Posição “tronco“
Caracteriza-se por dormir de lado com as pernas esticadas e juntas, na linha do ombro. As mãos ficam geralmente ao lado do corpo ou uma delas debaixo do travesseiro ou até esticada. É adotada por 15% das pessoas. Essas pessoas são desinibidas, descontraídos e descomplicadas. São muito sociáveis, se dão bem com a maioria das pessoas, se sentem bem quando fazem parte de um grupo, confiam nos outros, mas costumam ser bastante inocentes.
C) Posição “melancólica”
A pessoa também fica deitada lateralmente. O ombro está reto, as pernas ligeiramente dobradas para frente, a mãos esticadas para frente, podendo ir debaixo do travesseiro. 13% das pessoas afirmaram dormir assim. Essa posição denota uma personalidade mais complexa. Embora amistosa e aberta, a pessoa tende a ser um pouco cínica e desconfiada em relação aos outros. A tomada de decisão é realizada com muita calma, mas quando encontra uma razão é muito “cabeça-dura” e não há nada que lhe faça mudar de ideia. Pode ser a melhor amiga e ser carinhosa com todos.
D) Posição Soldado- “barriga para cima”:
Dorme-se com a barriga para cima, com as pernas abertas na largura dos quadris ou dos ombros, os braços são esticados ao longo do corpo (geralmente colados). Não mais de 8% dormem desta forma, com queixo virado para o teto. Essas pessoas são reservadas, caladas, quase sem emoções fortes, não falam muito sobre si para os outros, não gostam do “comum” e têm metas e objetivos muito elevados. São leais e protegem sua família e entes queridos, além de valorizar os laços interpessoais.
E) Posição “queda livre” (de bruços):
É chamada desta forma porque parece que as pessoas acabaram de cair do céu. Ficam deitadas de bruços, com a cabeça virada para um lado, com uma mão debaixo do travesseiro ou esticada para cima. Representam 7% dos entrevistados na pesquisa. São pessoas muito intensas, extrovertidas, atrevidas e, no fundo, muito sensíveis. Amam muito a liberdade, não gostam de ser “conduzidas” sobre o que fazer (em qualquer campo, amor, carreira, família, sociedade etc.), muito menos de ser criticadas.
F) Posição “estrela do mar”:
É o oposto da anterior, porque a pessoa se encontra virada para cima, com os braços circundando parcialmente ou completamente o travesseiro e as pernas semiflexionadas ou uma dobrada. É a posição preferida de 5% das pessoas. São melhores como ouvintes dos problemas alheios, muito boas amigas, sempre dispostas a ajudar os outros, mas na maioria das vezes preferem ser o centro da atenção onde quer que estejam.
As posições laterais (fetal, tronco e melancólica) são as mais saudáveis. Segundo os médicos, deve-se dormir de lado para evitar colocar pressão sobre o coração e os órgãos mais vitais. Aconselha-se a rotação sobre o lado direito. Alguns textos também recomendam mudar de posição no meio da noite (metade de um lado e metade do outro).
A duas posições de costas (estrela) podem causar agitação durante a noite, também contribuindo para o ronco e outros problemas respiratórios, como apneia. Por sua vez, produzem refluxo estomacal. Por fim, a única posição de bruços (queda livre) é boa para a digestão segundo alguns, enquanto outros indicam que é a menos recomendada, pois todos os órgãos vitais estão “pressionados” contra o colchão.
Como propósito define-se uma intenção, um projeto ou um desígnio, aquilo que se busca alcançar. Um objetivo, uma finalidade ou um intuito.
Encontrar, não qualquer propósito, mas aquele que norteia nossa vida deveria ser uma premissa para todos nós, contudo quase sempre não o é. Muitas vezes fazemos o que tem que ser feito e nos perdemos em meio a esse fazer cotidiano.
Contudo encontrar nosso grande propósito não é corriqueiro ou compulsório, não nos surge sem que estejamos atentos, pelo contrário. Para descobri-lo não devemos nunca apontar para terras distantes, mas emergir de cabeça nos profundos oceanos do nosso eu. E para mergulhar em nós, devemos antes calar o mundo para nos fazer ouvir.
O propósito mora sempre em nossas aptidões e nunca nas poltronas que nos apontam os outros. Se por um instante vocês pensaram no propósito de vida que os norteia e imaginaram que ele pode ser facilmente desempenhado por outro, talvez vocês estejam pensando em um encargo e não em um propósito.
Para encontrar nosso propósito devemos permitir que a vida sussurre aos nossos ouvidos através de nossa voz interior.
Quando a vida nos fala é mais provável que encontremos nosso propósito do que quando ditamos planos minuciosos para ela.
Esse sussurro dela para nós quase sempre começa com uma vontade curiosa e se transforma em algo que não podemos negar. O chamado da vida nos coloca no caminho para o nosso propósito e, apesar de existir muita felicidade em trilhá-lo, seguir esse caminho intuitivo não é nada fácil. Quase sempre ele vai em um sentido contrário ao que parece sensato, algo que pode fazer com que sejamos desacreditamos, contudo não devemos protelá-lo ou pensar que é inviável, pelo contrário. Muitas pessoas deixam-se convencer de que o caminho que escolheram é equivocado e por essa razão optam por seguir o script do mundo, assumindo carreiras e encargos que apesar de preencherem a vida, trazem um imenso desânimo e um grande vazio.
E, sabendo o mundo desse vazio frequente que nos toma quando distantes do nosso caminho, ele em sua leviana benevolência nos sugere falsos propósitos ao longo da vida. Muitas vezes o mundo nem mesmo precisa vir até nós com essas ofertas grátis de propósitos rasos, somos nós que afoitos buscamos por eles para mascarar dores e questões interiores mal resolvidas.
Devemos resistir à vontade de abraçar uma causa efêmera, pois assim estaremos aceitando, conformados, uma vida infeliz.
Um outro fato bastante engenhoso na abstração do nosso propósito maior é o de que muitas vezes somos levados a fazer escolhas importantes precocemente, quando adolescentes por exemplo. Isso não ajuda muito no quesito “ser feliz”, já que nossas escolhas nessa fase se firmam sobre conceitos e não sobre a vivência efetiva do que somos. Nesses casos a chance para o erro é bastante grande.
Outra questão que faz com que deixemos o nosso grande propósito de lado está ligada às expectativas dos outros a respeito de termos ou não uma carreira rentável, uma família e filhos. O mundo adora criar um roteiro para nossos passos e muitas vezes, por nos parecer mais seguro e confortável, resolvemos segui-lo sem muitos questionamentos. Dessa forma largamos mão de acreditar em nossa capacidade de superar desafios e tomamos desatentos o caminho do conformismo.
O real propósito mora no silêncio e não no murmúrio que se exalta. O nosso grande propósito se desenha em cada passo que damos e não nasce da necessidade de ganho financeiro, de reconhecimento ou de aceitação.
Hoje em dia o silêncio é muito raro, contudo nos é essencial se quisermos tocar o propósito maior de nossa vida. Parece que tudo conspira para propiciar o barulho e a falta de concentração que advêm dele. A essência da vida mora no silêncio, em nossa contemplação calma acerca de tudo que somos. No silêncio estamos despertos para alcançar dentro de nós respostas para perguntas que nunca nos fizemos. No silêncio acordamos para a realidade que só nos diz respeito. É nele que as informações que recebemos na vida se convertem em ensinamentos.
Se temos em mente encontrar nosso real propósito, é importante que aprendamos a ouvir nosso inconsciente e não o desprezemos. Emoções, intuições, impulsos e sensibilidades muitas vezes nos gritam alto, contudo comumente os ignoramos em detrimento de um objetivo pequeno, que nem de longe diz das nossas capacidades e de nosso verdadeiro propósito.
A psicóloga americana Shelley Prevost, terapeuta do Lamp Post Group, listou em um artigo alguns sinais que denunciam com maior nitidez se estamos caminhando no sentido de alcançar nosso real propósito ou se estamos dando passinhos equivocados nessa direção.
De acordo com a profissional, atingir o grande propósito de nossa vida nos traz excitação e satisfação, em maior ou menor grau. Dessa forma Shelley aconselha que verifiquemos se os momentos de alegria, curiosidade e contentamento estão superando os de tédio, frustração e desespero em nossa vida.
Para Shelley a vida nos mostra muitas vezes qual o nosso propósito e para isso é importante que prestemos atenção a ela e em como as pessoas em nossa volta se portam com relação a nós. Vou dar um exemplo, sempre em minha vida fui procurada para aconselhar e indicar soluções. Julguei que isso tinha a ver com meu antigo trabalho como orientadora em museus, contudo ainda hoje quando saio de casa sou parada frequentemente por desconhecidos que buscam algum tipo de orientação.
Outra questão abordada pela psicóloga é que o verdadeiro propósito não visa benefícios financeiros, não se engendra buscando obter algum retorno. Ele se faz pela energia que existe em nós em fazê-lo. Ela ainda menciona que o real propósito nunca desmerece ou diminui os outros.
Construímos nosso caminho evolutivo com nossa capacidade de colaborar, de nos comprometer e amar e no caminho de nossa felicidade não poderia ser diferente!
Eu desejo do fundo do coração que todos tenhamos claro em nós o grande propósito de nossa vida e termino esse texto com uma passagem do filme “Hugo Cabret”, no qual duas personagens discorrem lindamente acerca do propósito:
– Propósito. O que significa?
-Tudo tem o seu propósito até as máquinas. Relógios dizem as horas, trens levam a lugares. Eles fazem o que nasceram para fazer. Por isso máquinas quebradas me deixam tão triste. Elas não fazem o que nasceram para fazer. Talvez seja igual com as pessoas. Se você perde o seu propósito é como estar quebrado…
-Eu me pergunto qual seria o meu propósito… Eu não sei qual é.
– Máquinas nunca vem com peças a mais. Elas sempre vem com a quantidade exata de peças. Então certo dia eu pensei que se o mundo todo fosse como uma grande máquina, eu não podia ser uma peça a mais. Eu tinha que estar aqui por alguma razão. Isso significa que você também está aqui por alguma razão.
É claro que existem pessoas que não se encaixam em todos os itens que serão listados a seguir.
A maturidade é mais um reflexo de como lidamos em cada momento da vida do que necessariamente um conjunto de regras.
Entretanto, entre os 30 e 40 anos, creio que a maioria das pessoas já foi apresentada a essas reflexões e pôde tirar suas próprias conclusões sobre a efetividade delas.
1. Ser paciente, mesmo quando não se está com vontade
A paciência está longe de ser uma caraterística passiva. Ela pode ser difícil de praticar, especialmente quando estamos estressados, sobrecarregados e cercados de impaciência por todos os lados. Mas isso é ainda mais uma razão para nos motivar.
Você nunca perde por tratar os outros com consideração. Depende de como você encara o problema. Digamos que você é cortês com alguém e a pessoa não reage na mesma moeda. Por que não usar isso como motivação para dar um exemplo, mostrando como a civilidade é realmente importante para todos? É uma questão de ser uma influência positiva. Se você exerce influência positiva, tem a motivação para ser melhor e influenciar os outros de maneira positiva.”
A estabilidade emocional e a capacidade de manter a cabeça fria também são importantes na hora de lidar com situações desafiadoras. Felizmente, a estabilidade emocional tende a aumentar com a idade – e não é surpresa que fiquemos mais felizes como resultado disso.
2. Ter bons modos
“A boa educação significa ter consciência sensível dos sentimentos dos outros. Se você tem essa consciência, você tem bons modos, não importa qual garfo use.” Emily Post, especialista em etiqueta.
Ter bons modos não se limita a dizer “por favor”, “obrigado” e “não há de que”. A boa educação requer que você reconheça os sentimentos da outra pessoa e aja de acordo. Siga a regra de ouro e trate os outros como gostaria que o tratassem. Por exemplo, sendo pontual (respeitando o tempo do outro), não falando mais alto que os outros (exercitando o autocontrole) e ouvindo ativamente o que os outros têm a dizer.
Não é possível ter consideração se você não ouve realmente. É preciso realmente prestar atenção, captar informações e até repeti-las para você mesmo, para então dar um retorno baseado na lógica real. Ouça, processe e então aja segundo a lógica, transmitindo essa lógica pela empatia. Então a resposta deve aparecer com lógica, mas com cortesia.”
3. Pedir desculpas, mas apenas quando há razão para isso
Algumas pessoas pedem desculpas a toda hora, por medo de ofender aos outros a cada passo. Outras nunca o fazem, transmitindo uma impressão de serem grosseiras e insensíveis. Como é o caso do esforço das pessoas gentis para agradar às pessoas, os pedidos de desculpas devem ser equilibrados.
“‘Perdão’ ou ‘sinto muito’ quer dizer que você lamenta um ato que cometeu”, diz Abdulhalim. “Ser gentil implica pedir desculpas quando você errou e quando você pensa que errou. Mas, se você tenta agradar a todos ou pede desculpas demais, só vai prejudicar a si mesmo. As pessoas que tentam agradar a todos geralmente são menos produtivas, porque, mesmo que não tenham tempo, procuram encontrar tempo para ajudar ao outro. Então aquele outro sabe que você está sempre disponível para ele e volta a procurá-lo sempre.”
4. Conhecer o otimismo realista
Pessoas que já possuem alguma experiência de vida estão acostumadas a se levantar depois de uma queda. Em vez de ficarem aflitas e desesperadas, elas aproveitam a oportunidade para raciocinar e encontrar uma solução criativa para o problema. Essas pessoas tendem a ser otimistas realistas -elas têm a esperança dos otimistas e a clareza dos pessimistas – o que lhes dá a motivação e o pensamento crítico exigido para obter as soluções criativas.
5. Não perder tempo sentindo pena de si mesmas
Essas pessoas não ficam cabisbaixas com pena de algo que aconteceu ou pela maneira como foram tratadas por outros. Em vez disso, aceitam a responsabilidade pelo papel que possuem e entendem que a vida nem sempre é fácil ou justa. Não gastam tempo renegando o passado e querendo que as coisas fossem diferentes. Elas reconhecem o passado e podem dizer o que elas aprenderam com ele. Entretanto, elas não revivem constantemente as experiências ruins ou fantasiam sobre os dias gloriosos. Ao invés disso, elas vivem para o presente e planejam para o futuro.
6. Tomar decisões mais centradas e baseadas em fatos e experiências anteriores
A maturidade, as quedas anteriores e o otimismo realista permitem que pessoas um pouco mais velhas levem um tempo maior para tomar decisões. Esse tempo é gasto nas considerações e análises dos prós e contras da nova experiência.
7. Não cometer os mesmos erros várias vezes
Uma vez que pessoas maduras sabem que são responsáveis por suas decisões, elas aceitam as consequências pelo seu comportamento e aprendem com os erros do passado. Assim, não cometem os mesmos erros outras vezes, seguindo em frente e tomando melhores decisões em ocasiões futuras.
8. Intuir as necessidades dos outros
“Quando você entra no elevador e tem dez segundos para causar uma boa impressão ou simplesmente ficar quieto, olhando seu celular, pode simplesmente perguntar ‘como está sendo seu dia?’, só para ser simpático. Isso é ter consideração”. “Vamos falar a verdade, você quer mesmo saber como está sendo o dia da pessoa? Isso vai fazer alguma diferença para sua vida? Especialmente se você não conhece a pessoa. Você só faz a pergunta porque quer fazer a pessoa que está à sua frente sentir-se valorizada. E é essa finalidade de ter consideração nessa situação: não é o conteúdo da resposta, é a intenção.”
9. Sorrir com frequência
Acredite se quiser, quando você escolhe sorrir, isso tem um impacto importante sobre como os outros sentem você e sua presença, além de ter um impacto sobre seu próprio estado de humor. “Por exemplo, na entrada do meu prédio aqui há uma faixa grande que diz ‘civilidade, poder’. Podem ser frases diferentes para me lembrar de sorrir para um desconhecido, abrir a porta para alguém que não conheço ou deixar a pessoa entrar no elevador antes de mim. Também ajuda treinar sozinho. Se você se olhar no espelho, fechando a cara ou sorrindo, verá que a diferença é enorme. As pessoas não sabem a aparência que têm quando fazem cara feia ou abrem um sorriso simpático.”
10– Não desperdiçar energia em coisas que não podem controlar
Você não vai ouvir uma pessoa madura reclamando sobre engarrafamentos ou uma bagagem perdida. Afinal, do que adiantaria se estressar? No lugar disso, preferem focar nas coisas da vida que estão sob seu próprio controle. Reconhecem que, às vezes, a única coisa que podem controlar é sua atitude e resolver o problema uma vez que o “estrago” já está feito. Também não perdem tempo buscando a aprovação de outras pessoas ou acham que o mundo ou “o destino” lhes deve coisas melhores pois sabem que a maioria das coisas que conseguirão serão consequência de seus próprios esforços.
11 – Não se preocupar em agradar a todos
Elas reconhecem que não precisam agradar a todos o tempo todo. Não têm medo de dizer não ou falar alto quando necessário. Elas se esforçam para serem gentis e justas, mas conseguem lidar facilmente com pessoas que não ficaram muito felizes.
12 – Não invejar o sucesso de outras pessoas
Elas são perfeitamente capazes de apreciar e comemorar o sucesso dos outros. Não alimentam inveja ou se sentem trapaceadas quando outras pessoas as superam. Ao invés disso, reconhecem que sucesso vem com trabalho duro e estão dispostas a trabalharem pelas suas próprias oportunidades de sucesso.
13 – Não sentir medo e até apreciar o tempo que passam sozinhas
Elas lidam perfeitamente bem com o tempo que passam sozinhas e não têm medo do silêncio. Também não sentem receio de ficarem sozinhas com seus pensamentos e utilizam o tempo de inatividade para algo produtivo. Aproveitam suas próprias companhias e não dependem dos outros para nada, pois elas conseguem ser felizes assim.
14. Não se incomodar em ser vulneráveis.
Quando somos vulneráveis, permitimos que outra pessoa nos veja e espie em nossa alma. Isto promove um sentimento de confiança que não pode ser alcançado nem com mil palavras. Eis um dos grandes segredos da maturidade!
15. Aceitar a finitude
A própria, dos pais ou até mesmo dos filhos. A compreensão do real e infalível ciclo da vida trás dor, mas também pode trazer o entendimento do valor de estar presente junto as pessoas que realmente amamos. Sem desculpas.
E então, a amiga perguntou por perguntar, apenas iniciando a conversa, e então, perguntou acendendo um cigarro, sem interrogação, e então, como vai a vida de casada.
Vai bem, ela respondeu, vai bem, quer dizer, em alguns momentos é ótima, alguns poucos momentos não são tão bons, ainda não tivemos um instante realmente terrível.
Mas como é na maior parte do tempo, a amiga perguntou, agora com um ânimo frouxo, uma quase ansiedade que fez com que repetisse com um pouco mais de energia: como é?
Na maior parte do tempo, você sabe, ela respondeu, na maior parte do tempo é rotina. Porque tudo é assim, casamento, filho, o emprego dos sonhos, tudo é acomodado em dias, e os dias são um conjunto de poucos momentos ótimos, alguns momentos bons, poucos momentos terríveis e, na maior parte do tempo, rotina.
É acordar, fazer o café, arrumar a mesa, ir ao banheiro, esquecer alguma coisa, voltar para pegar, suspirar, lembrar de alguma coisa e ir.
É comer uma fruta, pagar a fatura do cartão de crédito, telefonar para alguém, fazer planos, consultar as horas, rir de alguma bobagem, pensar em algo sério, tentar esquecer alguma coisa.
A maior parte do tempo é olhar o mundo automaticamente, olhar o mundo com a intimidade de quem já habita há algum tempo este mundo, o velho mundo de sempre, é olhar o mundo com a intimidade de quem está misturado ao concreto, passa reto pelos cruzamentos, faz parte da paisagem.
Sofrer, se divertir, trabalhar, sonhar, planejar, se desiludir, ansiar, rir, degustar alguma angústia amarga que veio sem avisar na tarde de uma terça-feira, assim é a maior parte do tempo.
A maior parte do tempo é descolada das circunstâncias, é cega e não tem tato – apenas existe, apenas varre, passa como o vento, levando tudo, como se nada fosse muito grande ou muito pequeno. A maior parte do tempo é a massa, a forma, é onde a maior parte da existência se dá, a maior parte do tempo é o lado de fora, fora dos grandes dramas e das delicadezas miúdas.
“Como é que se diz eu te amo?” – Não foi só Renato Russo: Todo mundo, em algum momento da vida, já se fez essa pergunta. O amor pode se converter em palavras, mas em tantas outras coisas também. E – em se tratando de amor e afins – acho que as palavras se tornam obsoletas, inúteis, insuficientes. Até porque já me disseram ‘eu te amo’ de tantas formas.
Aquecendo meu café, saindo mais cedo pra me dar uma carona, me abraçando forte. Me fazendo cafuné. Elogiando meu cabelo. Me trazendo inspiração de presente. Me dando o lugar na fila quando eu estava apressada, segurando meus livros no ônibus quando não havia lugar para sentar, tomando minhas dores numa discussão, deixando-me à vontade em minha solidão quando precisei. Já recebi amor embrulhado pra presente.
Já me disseram eu te amo com um simples sorriso – e foi tão melhor do que aquelas três palavras. Já me trouxeram amor em forma de consolo, em forma de beijo, em forma de bronca. Incrível como o amor pode ter tantas formas e ser sensacional em todas elas.
Por isso é tão injusto culpar alguém por não conseguir converter o amor em palavras quando consegue convertê-lo em tantas outras coisas mais bonitas, mais sinceras, mais autênticas. É triste condenar aquele que não sabe traduzir o que sente em palavras quando é mais conhecedor do amor que tantos poetas habilidosos.
Em um mundo em que o amor é tão banalizado, em que dizer “eu te amo” se transformou numa simples forma de puxar assunto, ser amado em silêncio é um privilégio – porque, curiosamente, a verdade do amor se revela melhor sem palavras. Pequenas gentilezas traduzem-no melhor que qualquer verso de amor exagerado. Ceder numa briga é mais belo que qualquer buquê de rosas vermelhas – que, em poucos dias, estará murcho e jogado numa lixeira.
Nesse mundo em que expressar-se deixou de ser uma necessidade para transformar-se em obrigação, aprender a respeitar o silêncio do outro faria bem às nossas relações. E aprender a ler o silêncio do outro faria bem à nossa alma – pois o silêncio pode dizer tanto se a gente tiver sensibilidade pra ouvir.
Cabe-nos parar de condicionar o amor a um milhão de versos, de verbos, de alianças, de declarações públicas clichês, de atitudes pré-concebidas. Valorizemos quem “nos ama calado, como quem ouve uma sinfonia.”Porque o amor genuíno tem um milhão de sentidos – cada um mais intraduzível que o outro.
O Alzheimer é uma doença degenerativa que ataca o cérebro e provoca a perda das funções cognitivas, como memória, capacidade de orientação no tempo e/ou espaço e capacidade de planejamento. O problema se inicia com alterações na memória e avança progressivamente até a dependência total do paciente.
Os sintomas do Alzheimer, porém, vão além do simples esquecimento do dia a dia. Portadores da doença têm dificuldade para se comunicar, aprender e raciocinar. Essas mudanças impactam o trabalho e atividades sociais e familiares. Como a doença é difícil de diagnosticar, é fundamental que pessoas com mais de 60 anos procurem um médico para entender melhor os sintomas. A descoberta precoce é a chave para uma melhor qualidade de vida e controle da doença.
A Alzheimer Association, nos Estados Unidos, desenvolveu um teste para ajudar a diferenciar sinais normais da idade com o mal de Alzheimer. Confira os sintomas:
Perda de memória
Esquecer informações aprendidas recentemente é um dos primeiros sintomas da doença. Não se assuste: confundir nomes e compromissos ocasionalmente é normal. O que é preciso prestar atenção, na verdade, é se a pessoa esquece coisas com mais frequência e fica incapaz de relembrar o assunto posteriormente.
Dificuldade para realizar atividades rotineiras
Portadores de Alzheimer têm dificuldade para planejar e completar tarefas do dia a dia, como preparar uma refeição, fazer uma ligação ou jogar um jogo. Já esquecer ocasionalmente o que você ia dizer ou o que você ia fazer é normal.
Esquecimentos
Pacientes com Alzheimer podem se esquecer de onde estão e de como chegaram até determinado local. Além disso, perder-se na própria vizinhança ou esquecer o caminho de casa são comuns lapsos comuns entre os portadores da doença.
Poder de julgamento e raciocínio abaixo do normal
Vestir-se de forma inapropriada, com várias camadas de roupa em dias quentes ou pouca vestimenta em dias frios pode ser um sinal de que o cérebro não vai bem. Pacientes de Alzheimer mostram pouca capacidade de julgamento, como doar alta soma de dinheiro sem motivo específico.
Problemas com pensamento abstrato
Dificuldade acima do comum para realizar raciocínios mentais, como esquecer para que servem os números ou como devem ser usados, é outro sinal da doença. Já achar difícil decifrar ou desenvolver uma fórmula matemática é normal.
Errar o lugar as coisas
Pessoas com Alzheimer podem errar o lugar de coisas usuais. Por exemplo: colocar o ferro de passar no freezer é um sintoma comum da doença. Entretanto, é normal colocar as chaves do carro ou carteira em lugar estranho de vez em quando.
Mudanças de humor e comportamento
Rápida alternância de humor e comportamento também é um sinal da doença. Pacientes mudam de humor muito rápido e sem motivos aparentes. Eles podem ir de um estado calmo ao depressivo e raivoso em pouco tempo.
A personalidade de pessoas com Alzheimer pode mudar drasticamente. Elas se tornar confusas, desconfiadas, medrosas ou dependentes de um membro da família. Entretanto, com o passar dos anos, é normal alguma mudança na personalidade. Fique atento se a transformação for mais severa que o usual.
Perda de iniciativa nas atividades
As pessoas com Alzheimer tornam-se muito passivas. Ficam, por exemplo, horas em frente à TV, dormem mais do que o normal e, normalmente, não têm disposição para realizar tarefas usuais.
Problemas com a linguagem
Esquecer palavras simples, substituir palavras comuns e usuais, dificultar a forma de falar ou escrever pode ser um sinal da doença. Por exemplo: um portador do problema não consegue encontrar a escova de dente e, ao invés de perguntar “onde está minha escova de dente?”, perguntaria “onde está o objeto de limpar a boca?”.
Existe um tabu que todas as mães enfrentam: elas não podem demonstrar insatisfação pública com a gravidez e com a maioria das coisas que estão acontecendo durante todo o processo anterior e após o parto. É como se qualquer problema fosse um sintoma de menos amor pela criança ou pelo processo da maternidade, algo não digno.
“TEMOS QUE FALAR SOBRE ISSOé uma plataforma de relatos ANÔNIMOS de mães que passaram pelas mais diversas situações: depressão pós parto, transtornos ligados à saúde mental na maternidade e no período perinatal (desde a concepção até o primeiro ano do bebê), dificuldades durante a gravidez, sofrimento psíquico intenso, problemas com amamentação, perda gestacional e neonatal, partos traumáticos, prematuridade extrema, gravidez de alto risco, processo de adoção, violência obstétrica, entre outros.
Desabafos de mulheres que, desamparadas, não encontram ajuda ou apoio para falar sobre isso.
Mães com dificuldades em contar suas histórias por medo de serem consideradas incapazes de cuidar de seus próprios filhos, por vergonha, por insegurança, por se sentirem sozinhas ou qualquer razão seja, têm um espaço de acolhida e suas vozes serão ouvidas.”
O desabafo anônimo permite que algumas coisas sejam ditas pela primeira vez. Nas palavras sem assinatura, sentimentos que encontram vazão e dão os primeiros passos no caminho do simbólico e da libertação.
A identificação com outras pessoas que sofrem de problemas semelhantes permite que a sensação de inadequação diminua.
Ajudar essas mães a encontrar forças e conforto nelas mesmas e em outras mães, para seguir adiante e ultrapassar esses obstáculos tão delicados nesses períodos tão sensíveis.
Coisas ruins acontecem, é inevitável. Muitas vezes, uma situação dificílima que aparentemente já foi resolvida, volta pra nos cobrar umas migalhinhas. O perigo não bate só nas outras portas, faz ruído em nossas soleiras também. E o que pode nos conceder alguma vantagem diante das ciladas da vida é ter coragem para reconhecer que se chegou ao limite máximo do pior que poderia acontecer. E o que pode nos dar a possibilidade de voltar a caminhar é ter honestidade para conquistar a própria confiança e perceber que o fundo do poço pode ser um lugar extremamente sedutor para quem se esqueceu que existe um mundo lá fora, esperando pelos corajosos. Pelos corajosos!
As crises existem, são reais e são cíclicas; e a única maneira de enfrentá-las é buscar entendê-las. Quando a crise atinge um grupo grande de pessoas, ainda que essas pessoas sejam diferentes entre si, há um sentimento de nivelação. É como se a desgraça tivesse o dom mágico de unir, pelo desespero, os que têm muito, os que têm pouco e os que têm nada. Isso vale para qualquer tipo de crise; seja ela moral, econômica, amorosa, existencial, social ou política. O mais incrível de tudo é que, em situação de crise coletiva, os que têm nada se encontram em posição de vantagem em relação aos que têm tudo. Que louco, não é? Mas é verdade! No caos, os menos favorecidos vislumbram uma oportunidade, enquanto os que se habituaram à fartura enxergam uma ameaça; e os que têm pouco, podem não perceber, mas é a sua chance de migrar para um ou para outro lado.
Do ponto de vista econômico, as crises cíclicas do capitalismo são reféns do método de produção. O capitalismo, em si, é um sistema econômico autodestrutivo, porque sendo desprovido de finalidade social, tem seu destino em rota de colisão com sua própria falência. Imagine que o industrial capitalista tenha capital sobrando e use a maior parte dessa sobra para modernizar sua indústria. Ele compra novos recursos tecnológicos para aumentar seu próprio poder de competição e, por isso, não precisa mais de tantos empregados. Acontece que ele não é o único a pensar assim. O que significa que a produção como um todo vai se tornando mais eficiente; assim, as indústrias, pouco a pouco, vão sendo concentradas nas mãos de uma minoria. Como consequência, cada vez menos trabalhadores são necessários, o que resulta em mais e mais desempregados. Aumentam, portanto, os problemas sociais.
O fato é que sempre que o lucro for investido nos meios de produção, sem que haja um excedente suficiente para garantir a continuidade da produção a preços competitivos, o dono da indústria terá de baixar salários a fim de poder comprar matérias-primas para a produção. Quando isso ocorre em grande escala, os trabalhadores empobrecem tanto que não podem comprar mercadorias. Com a queda do poder de compra, o colapso do sistema se torna iminente.
Ahhhh, meu assustado leitor… Nessas alturas você deve estar tendo uma estranha sensação de reconhecer essa situação, não é mesmo? Sinto não poder consolá-lo neste momento. É este exatamente, o preço que pagamos por colocar toda a nossa expectativa de realização no nosso poder de compra. Estamos absolutamente equivocados e não percebemos que há anos reproduzimos modelos econômicos e sociais alheios, sem nos darmos conta de que demos outra configuração, seja ela geográfica, histórica, política ou social. Estamos há séculos construindo uma trajetória vazia, já que nos convém a anestesia moral e intelectual. Não encontramos soluções porque não somos capazes de parar, pensar, analisar e reconhecer que podemos ser donos de nossas próprias histórias e que há soluções para os nossos problemas. Nós as encontraremos quando pararmos de idolatrar outras civilizações “de primeiro mundo”, que, caso você não tenha percebido, estão caminhando para um colapso.
Tudo bem! Pode ser que essa questão de crise no mundo ou no país seja por demais complexa para nossa cabeça. Vamos por partes, então. Reserve cinco minutos para analisar, com cautela aquela área da sua vida que anda precisando de uma auditoria. Pronto? Escolheu? Agora, faça a si mesmo algumas poucas perguntas. Como foi que eu cheguei aqui? Qual é a minha responsabilidade nessa confusão? Quais são os meus recursos reais para sair dessa situação? E, a pergunta mais importante… Eu quero sair? Isto posto, meu amigo leitor, bote um sorriso na alma (na cara só não vai adiantar!); arregace as mangas e as barras das calças (tem lama no caminho!); olhe pra dentro e enxergue pra fora. Você foi dormir achando que era o fim do mundo; no entanto, o dia clareou só por teimosia, só para esfregar na sua cara que ainda se espera muito da sua capacidade de recolher os cacos e se reinventar. E aquela mudança que você tanto espera, encontra-se exatamente na mesma situação que os sonhos que você aprendeu a domesticar e guardar no fundo da gaveta dos planos futuros. Sonhos e mudanças esperam que você acorde, reaja e demonstre que merece respeito e o direito de honrar o novo dia que amanheceu depois do fim.
Marcelo – Vocês viram que ano que vem estreia Batman x Superman?
Ivan – Não curto. Sempre achei o Superman muito coxinha. Conformado demais pra um cara que perdeu o próprio planeta, sabe? Aí ele resolve bancar o bom garoto, salvando a Terra toda hora? Sei não…
Paulo – Coxinha? Já reparou que a capa dele é vermelha? Tipo uma bandeira enorme? E a cueca pra fora da calça também é vermelha. Propaganda comunista, com certeza!
Ivan – Claro que não! O uniforme é azul. Junta tudo e dá a bandeira dos Estados Unidos. Imperialismo subliminar.
Paulo – Pra dar a bandeira, falta o branco. Acho que você tá confundido com o Capitão América.
Ivan – Vixi, esse aí já é um caso de imperialismo declarado. Dá até vergonha.
Paulo – Tanto faz, eu prefiro o Batman. Ele podia ser um símbolo da meritocracia! O cara perdeu os pais, mas não quis saber, foi à luta! Virou um self-made hero!
Ivan – Foi à luta? Que luta? Tinha tudo de mão beijada! O cara era milionário, típico filhinho de papai!
Paulo – Que papai? Acabei de falar que ele perdeu pai e mãe!
Ivan – E aí foi criado pelo mordomo! Mordomo! E mordomo inglês! Quem é que tem mordomo inglês?
Paulo – Pois é, exatamente! Ele podia ter ficado lá, esparramado na Mansão Wayne, alimentado com danoninho pelo Alfred e sofrendo a orfandade enquanto passava as tardes jogando Xbox, mas não! Ele preferiu fazer alguma coisa pelo bem da cidade, malhando pra virar herói e combater o crime!
Ivan – Ele que doasse a fortuna pro programa de renda mínima de Gothan. Se ele desse condições pros menos privilegiados, aí não ia ter Charada, Pinguim nem Hera Venenosa. Esse pessoal ia poder ganhar a vida sem ter que cometer crime usando aquelas fantasias ridículas.
Paulo – Sei, você tá dizendo que se tivesse tipo uma Bolsa-Família em Gothan, o Coringa não viraria criminoso e provavelmente ganharia a vida fazendo stand up?
Ivan – Por que não? De repente, ele podia ter virado uma variante mais inofensiva do Danilo Gentili.
Paulo – Aí você vai dizer também que nem o Batman existiria, porque o assassino que matou os pais dele era só uma vítima da sociedade?
Ivan – Vítima das Corporações Wayne, obviamente. Que é só uma representação do que o capitalismo tem de pior. E é tudo uma caricatura: a família feliz tá saindo de um teatro, onde foram assistir uma ópera. Madame vai feliz, com seu colar de pérolas, o Patrão de smoking, os dois levando o herdeiro pela mão, quando na esquina dão de cara com o andar de baixo da sociedade, que vem cobrar a conta.
Paulo – Nada a ver! Os Wayne simbolizam tudo de bom que tem a civilização ocidental cristã, são mecenas que iluminam uma sociedade corrompida.
Ivan – E o bandido representa quem?
Paulo – A barbárie, é claro.
Ivan – E a barbárie é quem? As minorias? O outro?
Paulo – Qualquer um que escolha o crime, seja lá quem for!
Ivan – Ninguém escolhe o crime, é empurrado pra ele.
Paulo – Olha aí, não falei? O cara mata o pai e a mãe do Bruce Wayne e você vem me dizer que é vítima da sociedade! Palhaçada, viu?
Ivan – O Batman é a Rachel Sheherazade de uniforme. É a personificação simbólica de quem amarra menor no poste e quer resolver o problema que ele mesmo criou na porrada.
Paulo – E na hora que o Duas Caras está prestes a destruir Gothan, você quer que o Batman passe a mão na cabeça dele?
Ivan – Ele que chame o Comissário Gordon, ao invés de fazer justiça com as próprias mãos.
Marcelo – Gente, eu só fiz uma pergunta sobre um filme, pelo amor de Deus! Vocês tão vendo política em tudo! Capaz de verem problema até em Chapeuzinho Vermelho!
Paulo – Óbvio, é a típica lavagem cerebral comunista pra crianças, afinal, ela não é vermelha à toa. O Lobo Mau é o capitalismo e o Caçador é o Povo.
Ivan – Você sabe que Chapeuzinho é mais velha que Marx, não sabe?
Paulo – Vai ver que antes era azul e ele mudou!
Marcelo – Pra mim já deu! Vou assistir a TV Senado, que até lá as conversas andam menos politizadas! Fui!
— Não confie na frase de sua avó, de sua mãe, de sua irmã de que um dia encontrará um homem que você merece.
Não existe justiça no amor.
O amor não é censo, não é matemática, não é senso de medida, não é socialismo.
É o mais completo desequilíbrio. Ama-se logo quem a gente odiava, quem a gente provocava, quem a gente debochava. Exatamente o nosso avesso, o nosso contrário, a nossa negação.
O amor não é democrático, não é optar e gostar, não é promoção, não é prêmio de bom comportamento.
O melhor para você é o pior. Aquele que você escolhe infelizmente não tem química, não dura nem uma hora. O pior para você é o melhor. Aquele de quem você procura distância é que se aproxima e não larga sua boca.
Amor é engolir de volta os conselhos dados às amigas.
É viver em crise: ou por não merecer a companhia ou por não se merecer.
Amor é ironia. Largará tudo — profissão, cidade, família — e não será suficiente. Aceitará tudo — filhos problemáticos, horários quebrados, ex histérica — e não será suficiente.
Não se apaixonará pela pessoa ideal, mas por aquela que não conseguirá se separar. A convivência é apenas o fracasso da despedida. O beijo é apenas a incompetência do aceno.
Amar talvez seja surdez, um dos dois não foi embora, só isso; ele não ouviu o fora e ficou parado, besta, ouvindo seus olhos.
Amor é contravenção. Buscará um terrorista somente para você. Pedirá exclusividade, vida secreta, pacto de sangue, esconderijo no quarto. Apagará o mundo dele, terá inveja de suas velhas amizades, de suas novas amizades, cerceará o sujeito com perguntas, ameaçará o sujeito com gentilezas, reclamará por mais espaço quando ele já loteou o invisível.
Ninguém que ama percebe que exige demais; afirmará que ainda é pouco, afirmará que a cobrança é necessária. Deseja-se desculpa a qualquer momento, perdão a qualquer ruído.
Amar não tem igualdade, é populismo, é assistencialismo, é querer ser beneficiado acima de todos, é ser corrompido pela predileção, corroído pelo favoritismo. É não fazer outra coisa senão esperar algum mimo, algum abraço, algum sentido.
Amor não tem saída: reclama-se da rotina ou quando ele está diferente. É censura (Por que você falou aquilo?), é ditadura (Você não devia ter feito aquilo!). É discutir a noite inteira para corrigir uma palavra áspera, discutir metade da manhã até estacionar o silêncio.
Amor é uma injustiça, minha filha. Uma monstruosidade.
Você mentirá várias vezes que nunca amará ele de novo e sempre amará, absolutamente porque não tem nenhum controle sobre o amor.
Fabrício Carpi Nejar, ou Fabricio Carpinejar, como passou a assinar em 1998 (Caxias do Sul, 23 de outubro de 1972) é um poeta, cronista e jornalista brasileiro http://www.carpinejar.com.br/