Algumas razões para fazer psicoterapia

Algumas razões para fazer psicoterapia

Apesar de infinitos os motivos pelas quais sofremos emocionalmente, eis algumas razões para procurar a ajuda de um psicoterapeuta.

-DIFICULDADES NOS RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS.

Seja nas relações sociais, afetivas, profissionais ou familiares, um entrave gera sofrimento e outras perdas. O ser humano é uma espécie que nasceu para viver “em bando”. Inabilidade em se relacionar causa sofrimento, seja pelo isolamento ou pela inadequação de um comportamento, por exemplo, agressivo. As dificuldades nos relacionamentos afetam o desempenho, na escola, no trabalho, na vida em geral. Não relacionar-se impede a nossa evolução em todos os aspectos. Durante o processo de psicoterapia, podemos observar mais detalhadamente cada uma das nossas relações e entender porque algumas delas falham. É comum pessoas nos procurarem por dificuldades de relacionamento afetivo, por exemplo, e vivenciar uma grande evolução durante o processo.

-TRANSTORNOS PSICOLÓGICOS.

Comportamentos depressivos, ansiosos, fóbicos, além das crises de pânico e transtornos alimentares como anorexia e bulimia também são indícios de que se precisa de ajuda profissional. Essas são as principais doenças que afetam a sociedade atualmente, e devem ser tratadas com acompanhamento psiquiátrico e psicoterapia, por isso devem ser muito bem diagnosticadas. O bom psicoterapeuta é o que sabe encaminhar ao psiquiatra e vice versa. É preciso ter muita atenção ao diagnóstico. Transtorno de Ansiedade Generalizado (TAG), Síndrome do Pânico, Depressão e Transtornos Alimentares são exemplos de doenças com causas físicas (desequilíbrio em produção de hormônios) e emocionais – por isso é preciso atuar em ambos os pontos.

-STRESS PÓS-TRAUMÁTICO.

São caracterizado por traumas emocionais agudos causados pela vivência de situações como: perda de um ente querido, acidentes de qualquer espécie, assaltos ou qualquer tipo de exposição à violência; entre outros eventos. As reações podem ser as mais variadas, e muitas vezes são físicas, mas a principal delas é o medo de voltar ás atividades da vida diária. Todo reação fóbica (de medo), resulta em fuga/esquiva, por isso é preciso buscar ajuda, ou corre-se o risco de nunca mais conseguir retomar a rotina. Um trauma pode permanecer por toda a vida caso não seja superado – a psicoterapia atua exatamente na superação do mesmo. Nesses casos também existe a necessidade de encaminhar para acompanhamento médico. Importante lembrar, não só esse, mas todos os quadros de stress indicam necessidade de psicoterapia.

-AUTOCONHECIMENTO.

Entender-se e descobrir-se faz de cada um de nós pessoas melhores. Lapidar conceitos sobre si mesmo, melhorar a autoestima e a autoimagem nos fazem mais felizes. Conhecer e aceitar nossas características físicas ou nossa opção sexual, por exemplo, são etapas importantes para nos tornarmos maduros emocionalmente. A não aceitação de si mesmo é receita de fracasso em qualquer quesito da nossa vida. Evoluir e buscar o que se quer é uma obrigação tão grande quanto cuidar da saúde física. A psicoterapia é um processo de desvendar-se, é superar os obstáculos criados muitas vezes por nós mesmos.
Termino com a frase que mais gosto de um grande homem, conhecido como o pai da psicanálise, por quem nutro profundo respeito: “NO DIA EM QUE A VONTADE FOR MAIOR QUE O MEDO DE MUDAR, A PESSOA MUDA!” – só procure um psicoterapeuta se estiver disposto a mudar – para melhor!

Meu mundo por um elogio!

Meu mundo por um elogio!

Quem não gosta de um elogio, de reconhecimento, de um bom destaque? É uma sensação deliciosa, não se deve negar.

Mas, esse é um terreno perigoso que pode embriagar e viciar, principalmente se não soubermos reconhecer por nós mesmos o valor de nossas qualidades,  seja lá por qual razão, pois que são diversas e nos espreitam por todos os cantos, tentando entrar: inseguranças, comparações, concorrências, competições, vaidades, rejeições e toda a sorte de aniquiladores do reconhecimento genuíno.

Somos legítimos quando reconhecemos, ou pelo menos desconfiamos de nossas qualidades e defeitos. Somos imperfeitos e também livres, porque é pública e acessível a nossa lista de prós e contras.

Somos forjados quando queremos e precisamos viver somente de elogios e falsas afirmações, quando lutamos por espaços que não nos pertencem, quando somos vaidosos a ponto de anular o outro somente para garantir um destaque e fama.

Essa é uma via do perigo, e ainda existe outra, da qual podemos nem nos dar conta, que é a manipulação que sofremos para obter os louros que tanto queremos. Nos vendemos, muitas vezes nos liquidamos, e quem compra, por tão pouco, também pouco valor nos atribui. Pinta o cenário com as cores que sonhamos mas nos manipula como bem desejar. Nos alimenta o ego e mata de fome a alma. E tudo por uma afirmação externa, a mesma que não somos capazes de sustentar sozinhos.

  • Você vai sair desse jeito? Não deveria se arrumar um pouco mais?
  • Preciso repetir o que acabei de falar? Como você não entende? Perdeu a inteligência?
  • Seu trabalho poderia ser melhor!
  • Sua comida não me agrada, seu perfume me enjoa, seu andar é esquisito…

Exemplos… alguns… o suficiente para muita gente se descaracterizar por completo e lutar desesperadamente para ser o padrão do outro, para obter os elogios de que tanto precisa e se sentir pertencendo a alguma coisa. Coisa alguma.

Mas como nada a ferro e fogo se justifica, muitas criticas são justas e devem ser aproveitadas.  Já outras, as nocivas,  talvez seja melhor ficar com elas como experiência e mandar para longe quem as fez, assim como os elogios vazios.

Em todos os casos, é preferível sempre um reconhecimento duro do que um elogio frívolo. Não é preciso, não é necessário, não é vantagem, não alimenta.

Na dúvida,  seja gentil. Não elogie à toa, não critique sem razão.

Estes 7 hobbies deixam seu cérebro mais rápido e inteligente. Você pratica algum deles?

Estes 7 hobbies deixam seu cérebro mais rápido e inteligente. Você pratica algum deles?

Todas as partes do nosso corpo envelhecem, inclusive o cérebro. Entretanto, neurocientistas descobriram que é possível atrasar esse processo.

Em alguns casos, é possível até reverter o envelhecimento do cérebro através de atividades específicas.

Um dos melhores jeitos de fazer isso é através de hobbies, ou seja, atividades que nos deem prazer. Aqui estão 7 exemplos que a ciência destaca.

1. Leia qualquer coisa que você goste

Não importa se você gosta de jornais ou prefere histórias em quadrinhos.

Ler estimula o crescimento de neurônios à medida em que nós absorvemos informações. Isso porque a leitura ativa partes do cérebro ligadas à resolução de problemas, identificação de padrões e interpretação de linguagem e sentimentos.

Além disso, ler estimula a memória. E até mesmo quem lê muito rápido tem benefícios: a leitura dinâmica ajuda a aumentar as sinapses, já que o cérebro precisa processar informações rapidamente.

Quanta coisa, né?

E olha que boa notícia: enquanto você lê este texto, seu cérebro já está ficando um pouquinho mais jovem. 🙂

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2. Aprenda a tocar um instrumento musical

Tocar um instrumento aumenta o volume de matéria cinzenta e faz conexões neurais entre os dois hemisférios do cérebro.

Por esta razão, o aprendizado musical precoce permite que as crianças melhorem em diversos aspectos, da matemática ao desenvolvimento de pesquisas.

De uns tempos para cá, os cientistas têm percebido que os benefícios não são só para as crianças. Adultos de todas as idades podem evoluir com a música.

E não se preocupe se você não quer tocar violão, teclado, saxofone ou bateria. A voz também é um instrumento e qualquer pessoa pode praticar.

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3. Pratique exercícios regularmente

Atividades físicas produzem a proteína BDNF na corrente sanguínea.

Como o sangue viaja através do cérebro, as células absorvem esta proteína que é responsável pelo aumento de memória e foco.

Uma das experiências mais interessantes nesse sentido foi um teste de memória aplicado em dois grupos. Um grupo se exercitou antes do teste e o outro não.

Os resultados do teste do grupo que se exercitou foram esmagadoramente melhores. Os participantes foram capazes de se concentrar nas fotos e lembrar delas após um momento de espera.

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4. Aprenda um novo idioma

Várias áreas do cérebro são usadas para entender um som, dar significado a ele e formular uma resposta.

Pessoas bilíngues têm mais massa cinzenta na área responsável por idiomas e desenvolvem a habilidade de se concentrar em mais de uma tarefa ao mesmo tempo.

Em experimentos, mais uma vez os cientistas começaram observando as crianças. Aquelas que cresceram falando mais de um idioma em casa ou na escola mostraram mais atividade nas partes do cérebro ligadas ao raciocínio,planejamento e memória.

E, novamente, as pesquisas atuais apontam que esses benefícios se aplicam a pessoas de qualquer idade.

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5. Aposte na aprendizagem “cumulativa”

Aprendizagem cumulativa é definida como o processo de adicionar novas camadas de informações sobre algo que já sabemos.

Difícil de entender? Bom, aí vai um exemplo bem prático: a matemática.

Nela, crianças aprendem primeiro as operações fundamentais. Em seguida, aprendem como usar essas operações para resolver problemas. Depois aprendem álgebra, e assim por diante.

As pesquisas mostram que se a gente continuar exercitando essas aprendizagens, podemos aguçar a memória, melhorar nossa resolução de problemas e evoluir nas atividades relacionadas à linguagem.

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6. Exercite seu cérebro com jogos e quebra-cabeças

Nosso cérebro é muito semelhante a computadores e músculos.

Quanto mais informações inserimos nele, mais funções ele pode realizar. E quanto mais ele é exercitado, mais forte fica.

Inclusive, “plasticidade cerebral” é um termo usado para se referir às novas conexões que são continuamente criadas quando nos forçamos a absorver informações, raciocinar e lembrar de algo.

Palavras cruzadas, atividades de pensamento dedutivo, jogos estratégicos como o xadrez ou até mesmo alguns jogos de vídeo, forçam o cérebro a receber novas informações e fazer novas conexões.

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7. Pratique meditação ou yoga

Meditação já deixou de ser vista como “aquilo que os budistas ou monges fazem”.

A ciência mostra que quem medita tem mais foco e controle sobre os pensamentos, mesmo quando não está meditando.

Nos idosos, a meditação ajuda a manter uma quantidade maior de massa cinzenta. Já as crianças que têm problemas de comportamento costumam melhorar bastante quando começam a meditar.

Pelo jeito, a meditação é ótima para todas as idades. Inclusive, já mostramosneste post o que acontece no cérebro de quem medita. Os benefícios são inúmeros!

Aliás, todos os 7 hobbies que citamos são fáceis de incorporar no dia a dia. E nada melhor do que cuidar do cérebro enquanto você faz algo prazeroso, não é mesmo?

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Fonte: lifehack.org, via Awebic

Onde habita o amor

Onde habita o amor

Um grande amor não tem nada de simples. Quantos eventos aleatórios (ou não) são necessários para nos tornar aptos a experimentar esse amor? Daquele que desafia nossas estruturas solidificadas por inúmeras desilusões e desencontros. Quando percebemos a presença desse amor já não há tempo para usar dos velhos artifícios numa tentativa de descartá-lo. Não conseguimos mais manter as defesas de antes. O nosso coração está irremediavelmente aberto.

A alquimia de um grande amor está na imprevisibilidade de sua origem. Dois seres completamente distintos que se aproximam com o objetivo de se amarem até que a transformação de apenas um deles ou de ambos esteja completa. Essas relações não se resumem apenas a carma ou predestinação. O livre arbítrio está sempre presente. As nossas escolhas irão determinar o momento e o nível da transformação a que seremos submetidos.

Então, como reconhecer a presença desse tipo de amor? Seria o amor descrito nos ensinamentos budistas como incondicional, ou seja, aquele no qual se pensa primeiro na felicidade do outro? Essa seria a essência do amor não egoísta. Ou, seria um amor que corre nas veias, como o descrito em uma das poesias de Rumi? Tão visceral que se apossa de tudo. Até mesmo das palavras.

Um grande amor, no mínimo, deveria nos fazer sentir como se estivéssemos em nossa casa. Cada canto protegendo nossa história de amor. Cada objeto guardando nossas memórias. Cada visita honrando nossa escolha de estarmos juntos. Cada reforma expondo nossa transformação interior. Cada filho revelando nossa fé. Cada mudança de casa desafiando o nosso apego.

Seria algo que poderia ser descrito assim: “Abrimos a porta. Tiramos o sapato com um suspiro de alívio. Andamos descalços. Sentimos necessidade de abrir as janelas. Resgatamos aos poucos quem somos sem máscaras ou julgamentos. Soltamos o cabelo. Afrouxamos a gravata. Queremos liberdade das amarras que nós mesmos criamos. Beliscamos algo ainda de pé. Cantamos alguma música que ouvimos no caminho.

Repetimos o refrão até cansar. Ficamos na penumbra. Esperamos o pôr do sol. Honramos nosso pequeno altar. Acedemos velas perfumadas. Sentimos alegria nesses pequenos rituais. Conhecemos cada canto. Sabemos como fazer funcionar o que apresenta defeito. Aproveitamos as sobras do almoço. Guardamos o que é importante. Descartamos o lixo. Planejamos uma reforma. Vamos deitar cansados. Estamos juntos novamente. Seguros em nosso lar”.

Que todos os seres tenham a experiência de um grande amor. Que todos os seres sejam transformados pela força poderosa do amor. Que todos os seres possam se sentir verdadeiramente em casa.

Solidão dá um tempo e vá saindo

Solidão dá um tempo e vá saindo

Há dias mansos, dias calmos, cheios de uma introspecção serena nos quais nos reservamos para nós. São dias de revermos o passado, de juntarmos livros, de desdobrarmos roupas e retirá-las do armário. Neles experimentamos broches de família e escrevemos com canetas antigas. São dias nos quais marcamos horário conosco. São dias nos quais, apesar de solitários, a solidão tristonha não tem vez, pois nós nos bastamos.

Nesses dias somos tudo o que precisamos ser. Neles passamos felizes um bom tempo ao nosso lado, sem hora para nos despedirmos, sem hora para dizermos que o mundo nos chama.

Nesses dias crescemos ao olharmos nossos planos e avaliarmos, carinhosos, se estamos seguindo de maneira a alcançá-los. Esses são dias especiais nos quais nos voltamos mansos para nossas escolhas. São dias nos quais saímos à caça de nosso propósito e aprumamos o corpo para seguirmos animados em frente.

A solidão boa nos leva pelo braço e nos ensina novas formas de tentarmos o que já foi tentado antes. Ela deixa que descansemos calados dentro dos nossos sonhos e permite que leiamos em um olhar a beleza de um momento.

A solidão bonita permite que contemplemos a beleza das estrelas que caem do céu em uma noite escura e nos ajuda a empostar a voz quando cantarolamos alguma canção. Ela é uma professora que nos ensina muito sobre nós.

Os dias calmos e serenos que nos levam de encontro a nós são sublimes, recheados de uma solidão benéfica, mas os desdenhosos cheios de um vazio silencioso são angustiantes. Eles são repletos de uma outra solidão, uma solidão mesquinha com a qual não devemos criar laços, na qual não devemos nos aninhar.

Esses dias tristes, revestidos de uma garoa fina, de um desconforto latente que não nos deixa ficar em paz, são dias reticentes nos quais não nos encontramos. São dias rasos, cheios de desalentos nos quais ninguém quer estar, nem mesmo nós. São dias nos quais nos sentimos pequenos e sozinhos, onde não há espaço para mais nada além de uma solidão pesarosa e sentida. Essa solidão não carrega o anseio feliz dos que se bastam, é uma solidão catatônica, isenta de qualquer enlevo, chata e desdenhosa. É uma solidão que nos nega a companhia de um bom filme, de um livro especial e até mesmo de um pensamento amigo.

Ao fazermos um convite para nossa própria companhia devemos nos atentar para não endereçarmos o mesmo para a solidão errada, para aquela que chega sem pedir licença e só vai embora quando quer.

Para a solidão errada não devemos nem mesmo dizer oi e se ela por ventura chegar com ou sem convite e adentrar nosso mundo, que nós sejamos fortes o bastante para mandarmos ela para longe, dizendo em alto e bom tom que ela não pode e nem deve ficar, que aceitamos ao nosso lado apenas a solidão contemplativa e benéfica que chega e parte respeitosa, deixando-nos iluminados e fortes, repletos de nós.

Acompanhe a autora no Facebook pela sua comunidade Vanelli Doratioto – Alcova Moderna

(Imagem de capa Meramente Ilustrativa)

Relatos Selvagens e o prazer de perder as estribeiras

Relatos Selvagens e o prazer de perder as estribeiras

Relatos Selvagens é dirigido pelo argentino Damián Szifron e conta com um excelente elenco, entre eles o icônico Ricardo Darín. Dividido em seis episódios, sucesso de crítica e público, o longa retrata pessoas normais que por situações diversas perdem completamente as estribeiras.

Ácidos, ousados e estranhos, os contos são ótimos. O cartão de visita é de um humor negro atroz, um comissário de bordo ressentido com algumas pessoas do seu passado reúne todos no mesmo avião. Em seguida, uma garçonete é obrigada a servir o homem que destruiu sua família. Depois, dois sujeitos que se envolvem numa briga de trânsito não imaginam as consequências dos seus atos. Um engenheiro cansado de ser vítima da burocracia e da corrupção do seu país tem um dia de fúria. Temos, ainda, um pai que tenta evitar que seu filho seja preso depois de atropelar e matar uma mulher grávida. E, por fim, uma noiva que descobre a infidelidade do marido em plena festa de casamento.

De todas as histórias, a protagonizada por Darín é a que possui uma conotação mais social. Ele interpreta um engenheiro e pai de família comum que tem o carro rebocado injustamente no dia do aniversário da filha. Pior, ele precisa pagar uma taxa indevida ao departamento de trânsito, burocrático e corrupto, para liberar o veículo, o que o leva a um ataque de ira. Burocracia e corrupção. Soa familiar?

No entanto, a cereja do bolo está no último episódio, épico por sinal, que mostra a reação de uma noiva, numa atuação fantástica de Erica Rivas, ao saber da infidelidade do marido em plena festa de casamento, cuja amante está presente. Dá para imaginar?

A questão é que Relatos Selvagens mostra, com uma pitada de humor negro, como a injustiça, a burocracia, a corrupção, a traição e outros males que assolam a sociedade causam excesso de estresse em muitas pessoas. O filme fala exatamente sobre essas pessoas, só que aqui elas vão ultrapassar a linha que divide a civilidade da barbárie.

Os personagens cruzam a barreira do permitido, chutam o pau da barraca e perdem mesmo o controle, nos lembrando que não somos seres cem por cento racionais e que nosso lado animal as vezes fica sedento por liberdade.

Sim, no íntimo é possível nos identificarmos com alguns personagens do filme, pois apesar de bons e pacientes podemos ser também impulsivos e vingativos, principalmente quando nos sentimos vítimas em determinadas situações.  Quantos sapos não engolimos nessa vida? As vezes um pode entalar.

Lógico que não defendo aqui a perda de controle como nos episódios de Relatos Selvagens. Longe disso!  O filme mostra tudo ao extremo, porém, sem os absurdos excessos dos seus personagens, é difícil imaginar uma pessoa que nunca tenha perdido o controle na vida.

Até porque, manter o controle não deve ser sinônimo de passividade. Manter o controle não pode ser desculpa para a covardia. Manter o controle não significa represar nossos pensamentos e sentimentos em toda e qualquer situação.

Ninguém gosta de ser enganado, ultrajado ou vilipendiado. Paciência tem limite e estamos fartos de tanta falta de caráter, escrúpulo, moral etc.

No nosso íntimo temos um forte desejo de justiça, por isso quando assistimos em Relatos Selvagens os episódios protagonizados por Ricardo Darín ou Erica Rivas, mesmo sabendo que jamais faríamos o mesmo, é difícil esconder riso no canto do lábio.

Afinal de contas, divertir-se com um filme é socialmente aceitável.

15 filmes sobre SOLIDÃO que VALEM O SEU TEMPO

15 filmes sobre SOLIDÃO que VALEM O SEU TEMPO

Por Philippe Torres

1- Ela

Direção: Spike Jonze
País: EUA
Em um futuro próximo na cidade de Los Angeles, Theodore Twombly (Joaquin Phoenix) é um homem complexo e emotivo que trabalha escrevendo cartas pessoais e tocantes para outras pessoas. Com o coração partido após o final de um relacionamento, ele começa a ficar intrigado com um novo e avançado sistema operacional que promete ser uma entidade intuitiva e única. Ao iniciá-lo, ele tem o prazer de conhecer “Samantha”, uma voz feminina perspicaz, sensível e surpreendentemente engraçada. A medida em que as necessidades dela aumentam junto com as dele, a amizade dos dois se aprofunda em um eventual amor um pelo outro.

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2- Morangos Silvestres

Direção: Ingmar Bergman
País: Suécia
A caminho de uma cerimônia de premiação numa universidade, um médico é assediado por situações e personagens que o conduzem a um mergulho em sua vida pregressa.

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3- Dois Dias, Uma Noite

Direção: Irmãos Dardenne
País: França
Na Bélgica, Sandra (Marion Cotillard) ficou afastada do trabalho por depressão e, quando retorna, descobre que seus colegas aceitaram receber um bônus salarial no lugar de sua vaga. Agora, ela tem apenas um final de semana para fazê-los mudarem de ideia, para que ela possa manter seu emprego.

 

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4- Cidadão Kane

Direção: Orson Welles
País: EUA
A ascensão de um mito da imprensa americana, de garoto pobre no interior a magnata de um império dos meios de comunicação. Inspirado na vida do milionário William Randolph Hearst.

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5- O Samurai

Direção: Jean Pierre Melville
País: França
O matador Jeff Costello é um perfeccionista: ele sempre planeja com extremo cuidado todos os seus assassinatos para nunca ser pego. Uma noite, porém, ele finalmente é surpreendido por uma testemunha, e aos poucos, a partir daí, ele vai sendo cada vez mais pressionado.

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6- Solaris

Direção: Andrei Tarkovsky
País: Rússia
Solaris é um planeta distante, que vem sendo constantemente estudado há décadas, e cujo mistério sobre seu oceano ainda não foi esclarecido, nem seus efeitos. Por falta de interesse e resultados, a solarística está morrendo; aliado a isto, os membros na estação espacial que orbita o planeta estão sendo afetados pelo oceano. Por conta disto, o psicólogo Kelvin – conhecido de um dos doutores da solarística e amigo de um dos tripulantes – é mandado para a estação para averiguar a situação. Lá, ele percebe aos poucos que Solaris é, mais que um planeta, um espelho da alma.

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7- Paris, Texas

Direção: Wim Wenders
País: Alemanha
Um homem é encontrado exausto e sem memória, em um deserto ao sul dos EUA. Aos poucos ele vai se recordando de sua vida, sendo acolhido pelo irmão Walt, que é casado com Anne. Com eles vive também Alex, filho do homem sem memória, que aos poucos volta a se identificar com o pai.

 

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8- A longa caminhada

Direção: Nicolas Roeg
País: Austrália
Duas crianças são abandonadas pelo pai louco que, pouco antes de se suicidar, tenta matá-las em meio a uma região desabitada do deserto australiano. À mercê do destino e com poucos recursos para sobrevivência, o garoto e a menina passam a ser auxiliados por um aborígene, que vive sozinho pelo deserto para cumprir um ritual de sua tribo.

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9- A liberdade é azul

Direção: Krzysztof Kieslowski
País: Polônia; França
Após um trágico acidente em que morrem o marido e a filha de uma famosa modelo (Juliette Binoche), ela decide por renunciar à sua própria vida. Após uma tentativa fracassada de suicício, ela volta a se interessar pela vida ao se envolver com uma obra inacabada de seu marido, que era um músico de fama internacional.

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10- Asas do desejo

Direção: Wim Wenders
País: Alemanha
Na Berlim pós-guerra, dois anjos perabulam pela cidade. Invisíveis aos mortais, eles lêem seus pensamentos e tentam confortar a solidão e a depressão das almas que encontram. Entretanto, um dos anjos, ao se apaixonar por uma trapezista, deseja se tornar um humano para experimentar as alegrias de cada dia.

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11- Luzes da Ribalta

Direção: Charles Chaplin
País: EUA
Londres, 1914. Calvero (Charles Chaplin) é um velho comediante, que no passado fizera sucesso no vaudeville e music hall. Calvero foi esquecido e isto o deixou muito próximo de se tornar alcoólatra. Porém tudo muda quando, numa tarde, ao voltar para pensão onde vive, sente um estranho cheiro e constata que é gás, vindo de um dos quartos. Ele arromba a porta e acha inconsciente uma jovem, Thereza Ambrose (Claire Bloom). Calvero chama um médico e ambos a carregam para o seu apartamento, que fica dois andares acima. Quando ela desperta, Calvero lhe pergunta por qual razão quis cometer suicídio. Theresa lhe explica que sempre sonhou ser uma grande bailarina, mas agora suas pernas estão paralisadas. Calvero promete fazer tudo para ajudá-la, mas o que ele não imagina é que, em pouco tempo, Theresa fará tudo para ajudá-lo.

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12- Primavera, Verão, Outono, Inverno e Primavera

Direção: Kim Ki Duk
País: Coréia do Sul
Ninguém é indiferente ao poder das quatro estações e de seu ciclo anual de nascimento, crescimento e declínio. Nem mesmo os dois monges que compartilham a solidão, em um lago rodeado por montanhas. Assim como as estações, cada aspecto de suas vidas é introduzido com uma intensidade que conduz ambos a uma grande espiritualidade e a tragédia. Eles também estão impossibilitados de escapar da roda da vida, dos desejos, sofrimentos e paixões que cercam cada um de nós. Sobre os olhos atentos do velho monge vemos a experiência da perda da inocência do jovem monge, o despertar para o amor quando uma mulher entra em sua vida, o poder letal do ciúme e da obsessão, o preço do perdão, o esclarecimento das experiências. Assim como as estações vão continuar mudando até o final dos tempos, na indecisão entre o agora e o eterno, a solidão será sempre uma casa para o espírito.

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13- Mary & Max

Direção: Adam Elliot
País: Austrália
Uma história de amizade entre duas pessoas muito diferentes: Mary Dinkle, uma menina gordinha e solitária, de oito anos, que vive nos subúrbios de Melbourne, e Max Horovitz, um homem de 44 anos, obeso e judeu que vive com Síndrome de Asperger no caos de Nova York. Alcançando 20 anos e 2 continentes, a amizade de Mary e Max sobrevive muito além dos altos e baixos da vida. O filme é uma viagem que explora a amizade, o autismo, o alcoolismo, de onde vêm os bebês, a obesidade, a cleptomania, a diferença sexual, a confiança, diferenças religiosas e muito mais.

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14- Limite

Direção: Mario Peixoto
País: Brasil
Um tema, uma situação e três histórias. O tema, a ânsia do homem pelo infinito, seu clamor e sua derrota. A situação, um barco perdido no oceano com três náufragos – um homem e duas mulheres. As três histórias são aquelas que os personagens mutuamente se contam. Na situação se esboça o tema que as três histórias desenvolvem. A tragédia cósmica se passa no barco. E para ele convergem as histórias.

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15- Na natureza selvagem

Direção: Sean Penn
País: EUA
Início da década de 90. Christopher McCandless (Emile Hirsch) é um jovem recém-formado, que decide viajar sem rumo pelos Estados Unidos em busca da liberdade. Durante sua jornada pela Dakota do Sul, Arizona e Califórnia ele conhece pessoas que mudam sua vida, assim como sua presença também modifica as delas. Até que, após 2 anos na estrada, Christopher decide fazer a maior das viagens e partir rumo ao Alasca.

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Fonte indicada: Cineplot

O amor é a alma-gêmea da saudade. Quem leva um ganha o outro.

O amor é a alma-gêmea da saudade. Quem leva um ganha o outro.

E de repente anoiteceu. Nossa festa ensolarada chegou ao fim. No silêncio de nossa noite, abraçamos cada um em seu canto do mundo a saudade boa da manhã povoada de vozes e cheiros, risos e cores, os comércios abertos, os casais desfilando, as mãos dadas, os velhos e as crianças apanhando sol de seu jeito, os cachorros ranhetas se estranhando à sombra segura de seus donos cheios de orgulho.

Depois veio a tarde, o calor generoso, a preguiça no fim do almoço e a tardinha mansa de sol alaranjado lá longe, o dia escorregando lento como um velho caramujo, estendendo no chão em que seguimos a pé seu rastro de luz e encontro. Nessas horas o dia é uma criança que brinca de andar de costas, vai partindo aos pouquinhos, um pé atrás do outro em marcha invertida, devagar, os olhos mirando o que em breve será lembrança, prolongando sua existência, preparando suas saudades como conta-gotas pingando noite no céu azul de nosso encontro.

Tão logo o sol se vai, anoitece. Anoiteceu, amor. Nosso dia se foi. Mas antes se fez todo nosso. E um dia como esse dia não se vai com nenhuma noite. Fica guardado em nosso aqui dentro, teimando a vida feito vela de aniversário, reacendendo nosso tempo que inicia, ensolarando nossa saudade.

Há tanto que viver ainda! Nosso dia há de brilhar em toda noite escura, todo canto só. Em cada hora entristecida há de se ouvir um riso franco, um resto de música, uma frase solta, livre, leve, um sopro de vida abrindo caminho novo, memória boa de coração alegre desfazendo o peso do mundo em nossas costas. Serão lembranças de nosso dia, recursos de nossa reserva amorosa.

Nosso dia de sol há de seguir adiante em juventude eterna. Até chegar sua hora distante de desbotar feito fotografia antiga, os cantos comidos de história, os rostos esbranquiçados, o papel puído e uma tristezinha miúda de dia cinza chuviscando dolorida. Então seremos velhos amantes sãos e salvos do tempo, escapando de nossas dores, fugindo do cuidado de nossos bisnetos para tardes de amor preguiçoso, carinhos longos, abraços de vida inteira.

Pois aqui estamos nós. Apartados de nós mesmos, vivendo sós nossa primeira noite. Por enquanto o sol vai longe e a hora é alta. Tudo agora é silêncio e solidão e espera. Tudo agora é esperança no dia de amanhã.

É noite, amor. A noite que levou embora nosso dia. Mas o que é nosso, o fogo do nosso encontro, esse nos pertence como a lembrança mais funda. Esse nem a distância, a dor, o medo, a solidão e a insegurança nos levam. Esse nem a idade apaga. O sol desse dia nem a lua nos tira. Nem a lua. Boa noite, amor. Até amanhã. Até amanhã.

Casamento, Modo de Usar

Casamento, Modo de Usar

Case-se com alguém que adore te escutar contando algo banal como o preço abusivo dos tomates, ou que entenda quando você precisar filosofar sobre os desamores de Nietzsche.

Case-se com alguém que você também adore ouvir. É fácil reconhecer uma voz com quem se deve casar; ela te tranquiliza e ao mesmo tempo te deixa eufórico como em sua infância, quando se ouvia o som do portão abrindo, dos pais finalmente chegando. Observe se não há desespero ou insegurança no silêncio mútuo, assim sendo, case-se.

Se aquela pessoa não te faz rir, também não serve para casar. Vai chegar a hora em que tudo o que vocês poderão fazer, é rir de si mesmos. E não há nada mais cruel do que estar em apuros com alguém sem espontaneidade, sem vida nos olhos.

Case-se com alguém cheio de defeitos, irritante que seja, mas desconfie dos perfeitinhos que não se despenteiam. Fuja de quem conta pequenas mentiras durante o dia. Observe o caráter, antes de perceber as caspas.

Case-se com alguém por quem tenha tesão. Principalmente tesão de vida. Alguém que não lhe peça para melhorar, que não o critique gratuitamente, alguém que simplesmente seja tão gracioso e admirável que impregne em você a vontade de ser melhor e maior, para si mesmo.

Para se casar, bastam pequenas habilidades. Certifique-se de que um dos dois sabe cumpri-las. É preciso ter quem troque lâmpadas e quem siga uma receita sem atear fogo na cozinha; é preciso ter alguém que saiba fazer massagem nos pés e alguém que saiba escolher verduras no mercado.

E assim segue-se: um faz bolinho de chuva, o outro escolhe bons filmes; um pendura o quadro e o outro cuida para que não fique torto. Tem aquele que escolhe os presentes para as festas de criança e aquele que sabe furar uma parede, e só a parede por ora. Essa é uma das grandes graças da coisa toda, ter uma boa equipe de dois.

Passamos tanto tempo observando se nos encaixamos na cama, se sentimos estalinhos no beijo, se nossos signos se complementam no zodíaco, que deixamos de prestar atenção no que realmente importa; os valores. Essa palavra antiga e, hoje assustadora, nunca deveria sair de moda.

Os lábios se buscam, os corpos encontram espaços, mas quando duas pessoas olham em direções diferentes, simplesmente não podem caminhar juntas. É duro, mas é a verdade. Sabendo que caminho quer trilhar, relaxe! A pessoa certa para casar certamente já o anda trilhando. Como reconhecê-la? Vocês estarão rindo. Rindo-se.

Os homens que não sairão nunca da adolescência

Os homens que não sairão nunca da adolescência

O bolo já está lá no forno há trinta minutos. De acordo com a receita, em dez minutos você deverá tirá-lo de lá; ele deverá estar pronto em dez minutos. No entanto, você está diante do visor do bendito forno e constata: o maldito bolo não cresceu nem um milímetro. De imediato instala-se uma dura conclusão em sua linda cabecinha: O BOLO ENCRUOU, SOLOU, EMBATUMOU! Tragédia anunciada. Bolo solado não presta; ninguém vai comer; e, pior, todo seu trabalho, todos os ingredientes vão parar no lixo! Ahhh… Mas poderia ser pior! Bolo solado é um acidente de percurso da categoria “leve”. Mas, o que dizer sobre a bizarra experiência de topar na vida com um “homem solado”?

Pode parecer estranho comparar bolos com homens. Mas não é! O mundo está repleto de “homens solados”. São meninos que, apesar de terem sido feitos a base dos melhores ingredientes, contarem com mãos hábeis no seu projeto e desenvolvimento, viverem num ambiente acolhedor e propício… NUNCA vão crescer!

A parte mais complicada dessa história é que essa espécie de homem não recebe nenhuma etiqueta de advertência como alguns produtos que vêm com o aviso em destaque “contém glúten” ou “esse medicamento dever ser evitado em caso de suspeita de dengue”. O que é uma pena. A ausência de um lembrete desses pode trazer consequências graves às incautas pessoas que se disponham a acolher em suas vidas esses complicados seres.

Ao contrário do bolo, o “homem solado” não tem nada de inofensivo. Uma vez tendo sido você capturada ou capturado pelo seu charme (sim! eles são muito charmosos!), custa um bocado para libertar-se deles. Esse espécime, que nem é raro, costuma atrair para sua teia pessoas amáveis, carinhosas, tolerantes e fortes. Sim, é uma combinação rara; mas não incomum. Pessoas fortes costumam acreditar que oferecer amor é uma coisa natural. Essas pessoas funcionam como as lâmpadas para as mariposas: são irresistivelmente atraentes. Os “homens solados” detectam essas pessoas de longe; e fazem qualquer coisa para conquistá-las. Mas é só a conquista que os interessa.

O que iguala bolos e homens solados é que ambos são indigestos. Em pouco tempo de convivência você será surpreendido por demonstrações explícitas de manipulação emocional. Esses eternos meninos almejam exibir para o mundo uma estampa perfeita de sucesso e grandes conquistas, mas não são capazes de fazer muita coisa para alcançar o que desejam. A grande maioria, embora já conte com mais de três décadas de vida, continua morando com os pais; tem visíveis dificuldades para criar vínculos emocionais; cultua paixões avassaladoras por brinquedos caros (que pode ser um prosaico aparelho celular ou um automóvel de luxo), e são verdadeiros buracos negros afetivos, capazes de sugar toda a sua cota de tolerância, paciência e boa vontade para suprir suas infinitas necessidades.

A verdade é que é melhor desistir de esperar que essa criatura amadureça. Essa categoria de pessoa, em geral, cresceu sendo adulado pelos pais ou responsáveis pela sua educação; contou com afagos na cabeça todas as vezes em que precisava ser devidamente enquadrado e chamado à responsabilidade; desenvolveu uma idílica paixão por si mesmo que vai durar para todo o sempre; acredita que não importa o tamanho da besteira que ele faça, tudo acabará dando certo porque sempre haverá alguém para limpar a sua sujeira; vai demorar tanto para virar adulto que corre o risco de passar da infância para a senilidade, como se fossem essas as duas únicas fases do desenvolvimento.

Nenhum de nós nasce vacinado contra encrenca e nem existe seguro que nos proteja de nos enganar,  isso é absolutamente real. No entanto, antes de embarcar numa história sem coerência e sem coesão, antes de virar protagonista ou coadjuvante num romance que não tem nada de cômico, procure fazer uma revisão em seus receptores e antenas para captar esse tipo de “mala sem alça e sem rodinha”. No fundo, a gente sempre sabe quando está diante de um garoto que se esqueceu de crescer, apesar das modificações orgânicas e dos sinais de envelhecimento externo. No fundo, a gente é capaz de perceber quanto limitadas são as nossas chances de ficar bem ao lado de alguém que nasceu e cresceu acreditando que seu lugar é sempre no pódio e que para ele só existem os aplausos.

Então, o negócio é o seguinte: esbarrar com esse “pavão-anão-sem-noção”, pode até ser inevitável. Até porque, trata-se de uma espécie que prolifera em progressão geométrica. No entanto, deixar a criatura estabelecer-se em algum canto da sua vida… Aí já é outra história, certo? Depois de ter dado espaço, fingido não ter visto o absurdo da situação, aceitado todas as manias infantis e se disposto a atender todas as necessidades que nunca serão satisfeitas, será mais difícil estabelecer um limite e marcar um ponto final. Homens infantilizados não são capazes de enxergar nada que não seja ou venha em seu próprio benefício, nunca conseguirão admitir um erro (nenhum erro), jamais entenderão que para ser promovido à categoria de gente, terão de abrir mão de suas confortáveis e adoráveis posturas egocêntricas. Portanto, dê ao “homem solado” o mesmo destino do bolo que não cresceu: DESCARTE! E arranje outra receita, meu bem! Essa já era!

Sobre estar cheio de palavras vazias

Sobre estar cheio de palavras vazias

Do bom dia, boa tarde, boa noite, que não sabe mais o que é bom, e tão perdido, não sabe se é dia ou tarde, e conferindo o relógio, não se importa com o desejar, mas apenas com acertar as horas. Do obrigado sem gratidão, das desculpas sem arrependimento, de tudo que se faz sem intenção, só por educação, me despeço.

É tanto “Tudo bem?” que não se importa, “Sim” na ponta da língua, o cumprimento tão rasteiro que se desdobra no esquecimento “Já te vi hoje?”, um olhar sem ver, um ouvir sem escutar. O outro às vezes acaba por se tonar um objeto opaco na estante do pensamento, quando a banalidade já não enxerga para além da própria imagem – porque antes Narciso achava feio o que não era espelho, agora ele nem enxerga além do próprio reflexo.

Vão-se os pêsames com “tapinhas de ombro” vindos daqueles que não se dão ao trabalho em compreender que ninguém chora pela leveza da morte, mas pelo peso da perda na vida. Vão-se os elogios e as críticas, como o choque e a ração para os ratos behavioristas. Pobre de Skinner, tão desconhecido quanto ao Walden II, teve a sua utopia comportamental de um mundo mais civilizado travestida na cultura de um mundo mais esterilizado.

E na mesma lógica, quantos mantém com gestos falsos e atos míticos o afeto alheio que não lhe convém? Por pura vaidade ou incapacidade de dispensar essa dádiva que é ser amado, vão empurrando uma situação até ao ponto em que o figurino se desfaz por podridão. Desses, diria Cazuza: “Não adianta desperdiçar sofrimento por quem não merece, é como escrever poemas no papel higiênico e limpar o cu com os sentimentos mais nobres”.

Mas, então, por quem vale a pena? Por que vale a pena? Encontraria milhares de escritos orientando sobre os “porquês”, e mais uma centena de exemplares nas prateleiras da livraria desvendando esses mistérios, que na vida, na prática, quase sempre não passam de mais palavras vazias. Tão poucos valem sequer pela fruição estética da escrita. Seria um barbarismo irremediável não compreender nem conseguir colocar em ação tamanha sabedoria num século marcado pela discórdia civilizada e tecnológica? Um barbarismo demasiado humano.

Conceitos mudam para tornarem-se politicamente corretos e as pessoas continuam a encontrar novas formas de marginalizar o que não lhe convém, mesmo que não lhe afete. Nunca será possível legislar sobre todos os gestos e pensamentos, sobre todas as palavras e ações. E enquanto o Público, como um pai zeloso, tenta tomar conta do Privado, vamos nos enchendo de palavras vazias – das leis ao bom dia, quem cumpre a promessa do enunciado?

A descrença é uma tendência em lidar com essa consciência cruciante de que do tanto dito há pouca ação, de que a intensão é quase sempre ausente, de que os universos se fecham em si mesmos e proferem monólogos como se fossem diálogos. Mas, para não ceder a ilusão de uma perspectiva apocalíptica em lugar de um delírio otimista, tomada por um barbarismo demasiadamente humano que se dá ao luxo de por vezes simplesmente negar o kitsch do civilizado como mera educação, continuo garimpando, ainda que impaciente, essa essência por trás dos fazeres banais.

Talvez, num ato de corte ou de laço, capaz de deflagrar o falso e embola-lo em si mesmo, um brilho que não seja estéril, como uma moeda de ouro colada ao chão, se faça visível e palpável, demovível de sua invalidez pela negligente estagnação da sua função no mundo – ser moeda, móvel, uma função para além das aparências, cujo valor só se faz na troca. Talvez num toque ou num ato espontâneo, seja possível fazer-se perceber menos como objeto na estante e mais presente no instante.

Serotonina- verdades e mitos

Serotonina- verdades e mitos

A serotonina é um neurotransmissor produzido no tronco encefálico e desempenha papel em muitas partes do organismo. Embora, todas as suas áreas de atuação ainda estejam sendo descobertas, estudos já apontam alguns lugares onde esse neurotransmissor age.

Humor

Em primeiro lugar ela é um dos responsáveis pelo humor. Estando com transmissão inadequada, é natural que o indivíduo se sinta irritado, mal-humorado, ansioso, impaciente, propenso a chorar etc. Melhorando a qualidade da transmissão, logo existe o alívio deste quadro.

TPM

Existe a hipótese de que os sintomas da TPM também estejam ligados à baixa transmissão de serotonina em nosso cérebro. Além dos sintomas clássicos de irritação, existe, ainda, uma relação da serotonina com as cólicas. É ela a responsável por contrações uterinas, ou seja, espasmos, que podem causar as indesejáveis cólicas e dores da TPM.

Regulação do sono

A serotonina é responsável pelo estado de vigília de nosso cérebro, ou seja, ela que nos deixa em alerta. Para que uma pessoa tenha um sono adequado, ela age de duas formas diferentes. A princípio, regula a primeira fase do sono, chamada de NREM. No entanto, para que a fase mais profunda aconteça – o sono REM -, esse neurotransmissor deve estar inibido.

Depressão e outros transtornos de humor

Ao contrário do que muitas pessoas pensam a depressão não significa, exatamente, a falta de serotonina em nosso organismo. A crença talvez tenha vindo da efetividade da ação de antidepressivos que aumentam a disponibilidade do neurotransmissor no cérebro Na verdade, o que acontece em casos de depressão, ansiedade e outros distúrbios afetivos, é que a transmissão de serotonina não está tão efetiva quanto deveria ou está em desequilíbrio.

Alguns antidepressivos atuam inibindo seletivamente a recaptação da serotonina, aumentando dessa forma a quantidade dela nos espaços entre os neurônios, facilitando a neurotransmissão. Isso faz com que a pessoa tenha o seu humor melhorado, diminuindo também a ansiedade e irritabilidade. O remédio não vai fazer produzir serotonina, ele vai fazer com que ela não seja degradada. Ele funciona como inibidor da recaptação.

Saciedade

A relação entre saciedade e serotonina acontece em nosso hipotálamo. Em níveis normais de transmissão, o indivíduo se alimenta normalmente. No entanto, pessoas com transmissão abaixo da média acabam abusando de doces e massas para se sentirem satisfeitas.

Enxaqueca

Hoje, uma das chaves do tratamento da enxaqueca está na serotonina. Os remédios usados para tratar as dores – geralmente antidepressivos – influem nos receptores da serotonina, diminuindo a sua recaptação. Com isso, a disponibilidade do neurotransmissor aumenta e, com ela, a disposição do indivíduo. Mais disposto, as dores aliviam. Isso acontece porque, a serotonina é importante reguladora das vias sensoriais de nosso corpo, inclusive da via dolorosa. Quando há diminuição da recaptação, os estímulos também caem, o que leva à amenização da dor.

Atividade sexual

Embora muitos o chamem de “neurotransmissor do prazer”, em excesso, a serotonina atrapalha o desempenho sexual, essa relação acontece no hipotálamo. Quando há transmissão intensa, a libido cai, chegando a interferir no orgasmo de ambos os sexos.
Essa relação acontece, por exemplo, quando um indivíduo toma antidepressivos, que melhoram a transmissão da serotonina em nosso cérebro e, logo, diminuem a libido.

Se estiver sem rumo, siga o sol

Se estiver sem rumo, siga o sol

Quantas vezes a vida dá voltas e piruetas, e, de uma hora para outra, ficamos sem opções, ou, no melhor dos cenários, não queremos aderir às opções disponíveis.

Podemos não aceitar, mas somos movidos por costumes bem enraizados, e ao menor sinal de desvio dos padrões, perdemos a rota, ficamos perdidos, simplesmente não conseguimos vislumbrar um caminho.

E, desorganizados, tendemos sempre a correr para o pessimismo, para o derrotismo. Nos apegamos à ideia de perambular pelo pior cenário para evitar decepções ou falsas ilusões. – Se não for desse jeito, ao menos a surpresa será boa. Isso é o que normalmente dizemos, mas sem nos dar conta do tempo e energia que perdemos, das opções encantadoras que descartamos, da luz que bloqueamos, da vida que congelamos.

Saímos da rota mas ainda estamos na estrada, e o movimento é grande, vem gente atrás, tem gente junto e adiante também. E tem gente seguindo a gente.

Portanto, nessa hora, se você estiver sem rumo, procure o sol. Siga seu calor, sua luz, seu poder de transformar humores, afastar depressões, gerar vida.

Vá ao encontro de quem representa o sol na sua vida. Se aninhe, se aqueça, se inspire, se fortaleça. Encontre seu rumo e siga, na rota do sol.

Liberte-se das culpas desnecessárias

Liberte-se das culpas desnecessárias

A culpa acompanha marcadamente a humanidade – devem ter surgido juntas, inclusive -, marcando presença nas narrações míticas e mitológicas, nas lendas, romances, poemas, textos bíblicos, novelas, músicas, fatos históricos, filmes, seguindo firme em nosso dia-a-dia. O sentimento de culpa é onipresente, onipotente e onisciente, pois impregna nossa existência e nos remete a eventos significativos de nossas vidas, desde que nascemos até a nossa morte.

A culpa é o preço que pagamos por podermos escolher dentre as várias opções com as quais nos deparamos, continuamente, em casa, na escola, no trabalho, na rua, ao longo de nossas vidas, pela vida toda. A cada escolha que fazemos, deixamos para trás outras possibilidades, outros horizontes, outros caminhos, sendo inevitável, em algum ponto, questionarmos, cá com nossos botões, sobre se fizemos a escolha certa. E, fatalmente, haveremos de ficar imaginando como seria, onde e com quem estaríamos, em que trabalharíamos, caso tivéssemos optado por uma outra alternativa.

Inevitavelmente, a culpa traz consigo o remorso, um dos sentimentos mais cruéis dentre todos, pois parece que nada o alivia na sua forma latejante e ininterrupta de se instalar dentro de nós. De forma avassaladora, a culpa e o remorso podem devastar nossos sentidos e quase sempre vencer as batalhas que travamos na tentativa de neutralizá-los. Trata-se, pois, de uma luta diária.

Aquilo que deixamos de fazer, as palavras não ditas ou desditas, o não engolido, o sim forçado, a entrega duvidosa, o abraço recusado, o olhar desviado, o veneno experimentado, o mal destilado: teremos sempre muito do que nos arrepender, pelo resto de nossas vidas, afinal, por mais conquistas que obtivermos, por mais que estejamos felizes – ou não -, nossa vida poderia ter sido diferente; se melhor ou pior, não dá para saber. Porém, desejosos de sempre mais, acabamos, na maioria das vezes, tendendo a achar que, se tivéssemos agido de outra forma, estaríamos bem melhor.

O sentimento de culpa pode ser tão traiçoeiro, que consegue nos atingir em situações nas quais nem se sustenta – quantas vezes nos culpamos pelo que acontece a alguém, por conta do que ele próprio fez, quando na verdade aquele alguém colhe as consequências de tudo o que plantou, sem nossa interferência? Da mesma forma, diante de nossa impotência frente aos imprevistos da vida, por exemplo, como um acidente que tira a vida de um familiar, acabamos por procurar pela centelha de culpa nossa naquilo tudo. Parece que não nos conformamos com o fato de que sobre quase nada temos controle, ou seja, acabamos nos imbuindo de poderes mágicos sobre o curso da vida, atribuindo-nos uma força de controle inverídica sobre os destinos que nos rodeiam.

Logicamente, o sentimento de culpa também tem seu lado positivo, quando nos serve à reflexão sobre algo e consequente aprimoramento de nossos comportamentos. Sentirmos culpa por termos agido de determinada maneira pode nos ser benéfico, levando-nos a mudar nossas posturas e pontos de vista, tornando-nos melhores do que antes. Por isso, a culpa liberta quando ainda há tempo de mudar, de voltar atrás, pedir desculpas, mandar flores, telefonar, sorrir, abraçar e assumir o erro. Se, no entanto, o arrependimento relacionar-se a quem já morreu, já se mudou, já se casou com outro, já foi prejudicado demais, quando já for tarde demais, o remorso será nossa companhia ininterrupta e vencê-lo será árduo e doloroso.

Na verdade, deveríamos entender que agimos de acordo com o que somos e sentimos naquele momento, de acordo com a forma como nos situávamos frente àquele mundo, de acordo com a melodia de nossos sentimentos naquele contexto específico. Com o passar do tempo, a melodia muda, nós mudamos e não somos mais aquela pessoa lá atrás – brindemos a isso! -, pois avançamos junto com a dinâmica da vida. Mudam-se as estações, mudam-se as lutas, os sonhos, as canções. Mudamos eu, você, todo mundo e o mundo.

Impossível, aqui, não se lembrar de Peggy Sue, papel de Kathleen Turner, que tem a oportunidade de voltar no tempo e, com tudo o que sabe, ainda assim agir exatamente igual à primeira vez. Embora amadurecida, ela se reinstala num tempo e espaço em que inevitavelmente agiria como sempre o fizera. Retornaram as músicas, os cheiros, as pessoas, os amores, e Peggy Sue acabou sendo ela mesma em meio a tudo aquilo. Não, não teríamos agido diferente; lembremo-nos disso.

Se a culpa é inevitável, urge aprendermos a lidar com ela, de modo que, caso não a eliminemos, ao menos possamos conviver com sua presença, sem que nos machuquemos a ponto de interrompermos nossa progressão e nosso aprimoramento diário nessa jornada extensa que teremos pela frente. Imprescindível, nesse sentido, tentarmos enxergar claramente as culpas sem razão de ser, ponderando nosso papel no fato causador. Porque devemos ter a certeza de que, muitas vezes, a culpa não é nossa.

Sintomática dessa epifania necessária para que sigamos em frente, resignados e fortalecidos, é a cena em que a personagem de Matt Damon, Will, em “Gênio Indomável”, finalmente se liberta da culpa que carregava pelos maus tratos sofridos na infância, ao ser acuado pela repetição da seguinte frase do psicólogo, vivido por Robin Williams: “Não é sua culpa!” Somente após essa conscientização catártica é que ele pôde partir em busca da realização de seus sonhos, do desenvolvimento de seus potenciais. Essa cena vale o filme todo, pois retrata uma atitude que vale uma vida – a nossa vida!

Devemos, portanto, desatrelar de nossas vidas sentimentos que não nos dizem respeito e enfrentar as culpas e remorsos que valem a pena, que nos mobilizem em direção ao repensar, ao readequar-se, ao enriquecimento moral e ao melhoramento de nossas atitudes e comportamentos. Para tanto, temos de encarar corajosamente nossas angústias, adentrando essa escuridão dentro de nós, vasculhando-a com lucidez e livrando-nos dos pesos inúteis que emperram nosso caminhar. Libertar-se é preciso, para que se torne menos densa e assustadora essa carga de culpa e de remorso, a ponto de usarmos essas batalhas interiores em nosso favor, em prol do enfrentamento da vida em tudo de bom e ruim que há nessa lida.

Haveremos, enfim, de aprender com os erros – assumidos -, de agir enquanto tempo houver, de saber nos situar em relação às vidas alheias, de ter coragem de nos encarar em todo prazer e dor que nos definem. Trata-se de um exercício contínuo, diário, ininterrupto, pois, humanos que somos, erraremos muitas e muitas vezes. Porque, se errar é humano e culpar-se é inevitável, então batalhar é necessário e ser feliz é, no mínimo, o que merecemos.

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