Faça estas 7 coisas e tenha certeza de que sua vida é importante

Faça estas 7 coisas e tenha certeza de que sua vida é importante

“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.”
Charles Chaplin

Todos nós queremos deixar uma marca neste mundo. Mas quantos de nós estamos realmente fazendo isso? Seja como for,  nunca é tarde demais para pensar sobre como você pode fazer do mundo um lugar melhor. Se você realmente quer deixar um legado para as próximas gerações, lembre-se destas 7 coisas.

1. Ensine a empatia.
A empatia é uma arte perdida, infelizmente. Vivemos em um mundo onde nós ensinamos as pessoas a ser auto-centradas. Se você não acredita em mim, basta olhar para as mídias sociais. Em essência, uma “atualização de status” implicitamente diz: “Olhe para mim! Olhe para mim! Eu sou mais importante do que você! “Não que haja algo de errado com a mídia social. Mas, quando estamos tão focados em conseguir a atenção de outras pessoas que nos esquecemos de demonstrar amor e compaixão por sua dor, a tendência é o afastamento afetivo. Portanto, tente chegar aos outros e reconhecer suas dores e lutas. Ajude-os e mostre que também os enxerga.

2. Espalhe simpatia e energia positiva.
Se você for positivo, as pessoas vão lembrar de você de uma forma muito simples: como você os faz sentir. Você os coloca para cima. Você os faz sentirem-se melhores sobre si mesmos. Será que eles querem passar mais tempo com você, porque eles amam a sua energia positiva e visão da vida? Ou, ao contrário, as pessoas pensam que você é um “vampiro de energia”, que suga a vida dos outros? Comece escolhendo novos pensamentos e palavras e você verá que coisas boas atraem coisas boas.

3. Ensine a outras pessoas as lições de vida que você aprendeu.
Quanto mais velhos ficamos, mais aprendemos. Quando somos crianças, nós pensamos que sabemos, tudo é o que é, até que realmente começamos a experimentar a vida e, eventualmente, percebemos o quão pouco nós realmente sabemos. Você teve uma fase em sua vida em que você bebeu e festejou tanto que quase foi reprovado na escola? Ou talvez você tenha feito parte de um relacionamento abusivo até que você acordou e decidiu se amar o suficiente para ir embora. Se assim for, pegue essas experiências de vida e passe as lições para a próxima geração. Detalhe, não precisa nem ser a próxima geração. Apenas compartilhe suas histórias com quem pode aprender com o que você já passou.

4. Coloque as pessoas em primeiro lugar.
Nosso mundo valoriza muito o dinheiro. E não que haja algo de errado com o dinheiro! Todo mundo ama o dinheiro! Mas se você está tão consumido com o dinheiro, ou poder, ou o sucesso (ou qualquer outra coisa) que você se esquece de como as pessoas são importantes, então você precisa para parar e reavaliar a sua vida. Trate a todos com amor e respeito, até mesmo seus “inimigos”. Trate o zelador da mesma forma que você trataria o presidente da empresa onde você trabalha. Perceba que todos realmente só querem ser amados, aceitos e reconhecidos. É muito simples. A “Regra de Ouro” é fazer aos outros o que você teria feito a si mesmo.

5. Descobrir a sua paixão e dedicar sua energia a ela
Você ama a criação de arte? Você gosta de escrever? Você ama pescar? Seja qual for a sua paixão, você deve passar cada vez mais tempo se dedicando à ela. Você pode até mesmo ser capaz de encontrar uma maneira de canalizá-la em uma carreira e ter renda com ela. Talvez você escreva em seu diário ou mantenha um blog apenas para a diversão. Mas talvez você fazer isso de maneiras diferentes.Se gostar da ideia, faça! Não há nada mais bonito do que quando a nossa paixão encontra um propósito na vida. Quanto mais apaixonados formos pelo que fazemos, melhor será o mundo.

6. Gaste seu dinheiro em experiências que você vai se lembrar em vez de em coisas que você não precisa.
Como diz o ditado: “Quanto você morrer, você não vai levar seu dinheiro com você.” Em outras palavras, o dinheiro é maravilhoso, mas você não pode levá-la para o outro mundo. Então, se você está usando o seu dinheiro para comprar uma casa enorme só para impressionar as pessoas, então talvez você esteja canalizando o seu dinheiro na direção errada. Em vez disso, talvez você deva reduzir as despesas com coisas bobas em casa e levar sua família para férias. Essas são as coisas que as pessoas se lembram, então reavalie suas prioridades quando se trata de gastar o seu dinheiro.

7. Mantenha um nível saudável de interação com as mídias sociais.
Claro, é ótimo para se reconectar com amigos perdidos e manter contato com os membros da família que moram longe. Mas se você achar que você necessita narrar sua vida em mídias sociais para o mundo inteiro ver, então talvez você tenha ido longe demais. Se você está de férias com sua família na Disney World, mas você tem que parar a cada 5 minutos para enviar as fotos que acabou de tirar, então você está passando do limite. Em vez disso, aproveite o momento. Aproveite o AGORA . Haverá tempo mais tarde para fazer o upload dessas fotos. Portanto, tente libertar-se um pouco da internet e volte para o mundo real com mais freqüência. Você perceberá que isso te fará mais feliz.

Faça a diferença, começando por você mesmo!

Traduzido e adaptado do original Life Hack

O papel da espiritualidade na terminalidade

O papel da espiritualidade na terminalidade

Por Nazaré Jacobucci, especialista em Luto

É inegável que a espiritualidade é uma característica humana que, dentre outros aspectos, proporciona ao indivíduo a possibilidade de encontrar significado e propósito para a sua vida. Embora estejam relacionadas, espiritualidade e religião não são equivalentes. As situações que antecedem e envolvem os processos de morte e o morrer estão entre aquelas em que a espiritualidade e a necessidade de conforto espiritual são visíveis. A crença religiosa traz contida em sua simbologia a sensação de acolhimento e proteção diante da morte.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o cuidado espiritual no que tange aos cuidados totais para o paciente que se encontra em cuidados paliativos, pois auxilia no enfrentamento da angústia e do sofrimento, imprimindo-lhe algum sentido. A importância da espiritualidade no enfrentamento de uma doença terminal tem sido constantemente corroborada por algumas pesquisas. O bem-estar espiritual oferece proteção contra o desespero no fim da vida, ocasionando paz e significado para aqueles na iminência da morte (Liberato; Macieira, 2008).

Com efeito segundo Dias e Riba (2008), proporcionar assistência espiritual ao paciente não é fácil para os profissionais da saúde. “A espiritualidade é frequentemente confundida com religiosidade, e as crenças do outro nem sempre são compreendidas, respeitadas e aceitas”. Infelizmente, a visão de muitos profissionais da área médica que atuam em hospitais é de que os cuidados médicos e espirituais não sejam complementares, visão esta, no mínimo insensível quando um paciente está em processo de morte.

Contudo, se faz necessário distinguir espiritualidade de religiosidade. A espiritualidade é uma dimensão de cada ser humano, é a relação do indivíduo com o sagrado. E este sagrado pode ser definido e compreendido pelo indivíduo de várias formas diferentes. Assim, a espiritualidade é entendida como um sistema de crenças filosóficas que transmite força e significado aos eventos da vida. Estas crenças possibilitam que as pessoas tenham atitudes positivas melhorando a sua qualidade de vida. Muitas pessoas expressam a sua espiritualidade por meio de uma religião, ou seja, possuem crenças, valores, estilo de vida, linguagem e práticas devocionais que pertencem a uma determinada instituição religiosa como, por exemplo, cristianismo, judaísmo, de matrizes africanas, espiritismo e várias outras. As práticas e as regras são as mais variadas: para uns, imagens são sagradas, para outros, locais são sagrados e cada um cultua a Deus de forma diferente. Cada religião possui uma proposta filosófica e um conjunto de regras que está contextualizada dentro de um sistema sócio-cultural. Cada religião possui dentro da sua doutrina um sistema de dogmas para explicar a morte. Conforme o contexto acima, pudemos observar que espiritualidade e religião não são iguais. Entretanto, pela religião também se pode alcançar a espiritualidade.

Nós psicólogos constantemente, em nossa prática clínica, nos defrontamos com inquietações sobre o tema e a relação estabelecida entre saúde, espiritualidade, fé ou religião e finitude, afinal, somos seres biopsicossociais e espirituais. Eu tive a honra de conversar com a Psicóloga Regina Liberato, uma estudiosa do assunto, sobre questões que permeiam este tema. Abaixo segue um pouco sobre o que conversamos.

Eu tenho feito esta pergunta aos meus entrevistados, falar de morte é um tabu?

Na opinião de Regina este tema já foi mais, pois hoje ela percebe um movimento maior de pessoas que começam a falar sobre este assunto de uma forma menos incômoda. Segundo Regina isto se deve ao esforço de várias pessoas que estão falando insistentemente sobre o assunto e provocando, de alguma forma, uma reflexão sobre morte e o morrer.

Questiono Regina sobre o que é espiritualidade (?)

Para ela, os dois conceitos estão interligados, mas são completamente diferentes. Segundo Regina, espiritualidade é quase inconceituável, pois é necessário acreditar na linguagem simbólica que a define, é uma parte complexa e multidimensional da experiência humana. Não se restringe a um grupo de pessoas, uma religião, ou uma cultura. Ela diz que há três palavras que estão intrinsicamente relacionadas à definição de espiritualidade: fé, transcendência e sagrado. Você pode expressar a sua espiritualidade, por exemplo, crendo numa força superior, contemplando a natureza e sua intensidade, expressando a sua compaixão e você pode expressá-la de várias outras formas. Ela cita Boff e Lama – para Boff a espiritualidade se expressa quando a gente se sente conectado com o universo. Para Lama a espiritualidade é um processo de transformação.

contioutra.com - O papel da espiritualidade na terminalidade contioutra.com - O papel da espiritualidade na terminalidade

(Slides 1 e 2*)

Pergunto sobre o papel da espiritualidade em quadros crônicos em que o paciente se encontra em cuidados paliativos

Regina me diz que no seu entendimento o cuidado espiritual precisa ser mais contemplado, mais assistido nas equipes de cuidados paliativos. Segundo ela, o cuidado espiritual é absolutamente necessário em todas as fases da vida, especialmente no final dela, pois neste momento há um acúmulo de perdas e as pessoas se encontram mais sensíveis e, é justamente, a espiritualidade que dará um significado para a situação que este paciente e família está vivenciando.

A espiritualidade pode auxiliar no processo de enfrentamento da situação reduzindo o sofrimento e, posteriormente à morte, na elaboração do luto. Segundo ela, muitas das situações vivenciadas durante um processo de adoecimento são quase insuportáveis, mas a espiritualidade pode dar sentido a este sofrimento.

Contudo, mesmo quando a pessoa se diz ateu – e, como já vimos, espiritualidade é diferente de religiosidade – há várias formas de aproximarmos este paciente do sagrado como, por exemplo, por meio de uma música, uma poesia, uma pintura, pois a arte é um caminho para se expressar a espiritualidade. Regina diz que, precisamos descobrir onde “mora” o sagrado para aquela pessoa, pois é lá que está a dimensão espiritual. Para ela não há nada mais sagrado do que a história de vida de uma pessoa, como ela se expressou durante a sua existência e como ela se relacionou com esta existência.

Questiono Regina sobre a dificuldade dos médicos de agregarem a espiritualidade na prática da medicina

Para Regina os médicos possuem uma dificuldade de fazer uma ligação estreita entre a prática da medicina e a dimensão espiritual. Infelizmente, ciência e espiritualidade ainda não andam juntas. Para ela é absolutamente necessário – na verdade, urgente – que algumas disciplinas entrem na grade curricular dos cursos de medicina como, por exemplo, a psicologia e estudos sobre espiritualidade. Pois, o olhar sobre este paciente em cuidados paliativos e, se possível, de todos os outros, precisa ser ampliado. É necessário ter conhecimento das diversas formas de expressão espiritual e, para isso, precisamos ler, estudar e observar. E, claro, assumir a responsabilidade pelo próprio desenvolvimento espiritual e aprender a cultivar a própria alma.

Pergunto a Regina o que é necessário para mudarmos este cenário e incluirmos a espiritualidade no contexto médico/hospitalar (?)

Para ela é muito necessário que façamos mais pesquisas sobre a importância da espiritualidade na vida das pessoas. O trabalho dos profissionais da saúde precisa contemplar a dimensão espiritual, portanto precisamos de estudos para que as intervenções sejam mais efetivas e humana. Segundo Regina, há várias pesquisas que demonstram resultados altamente positivos sobre a importância da espiritualidade na fase final de vida, mas precisamos de muito mais. Para ela, o mundo avançou por que algumas pessoas ousaram nos seus estudos sobre algo até provarem a importância desse “algo” para a sociedade. Portanto, nós precisamos avançar introduzindo novos horizontes até ser possível que os recursos espirituais sejam reconhecidos no cuidado do paciente.

No final da nossa conversa Regina enfatiza a importância de se observar o sagrado todos os dias no cotidiano no que está disponível, pois o sagrado está nas coisas comuns e se despede com uma frase que simplesmente adorei! Ela diz – “Viver é imperdível”.

Após esta conversa com Regina, eu penso que a ciência não é capaz de dar todas as respostas a todas as nossas perguntas, pois existem respostas que transcendem ao nosso entendimento e somente a dimensão espiritual é capaz de nos fornecer uma resposta plausível. Se faz necessário implementar efetivamente, nos serviços de saúde, cuidados holísticos – físico, psíquico, social e espiritual – e não apenas para os pacientes em processo de finitude, mas para todos que necessitam de cuidados médicos.

Nazaré Jacobucci
Psicóloga Especialista em Luto
Member of British Psychological Society

Nazaré Jacobucci

Possuo graduação em Psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Especialista emcontioutra.com - O papel da espiritualidade na terminalidade Psicologia Hospitalar pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Especialista em Teoria, Pesquisa e Intervenção em Luto pelo 4 Estações Instituto de Psicologia. Atuando principalmente nos seguintes temas: Psicóloga Clínica, Avaliação Psicológica, Intervenção em Perda e Luto e Medicina Paliativa. Atualmente resido na Inglaterra. Estou aprimorando meus conhecimentos em Tanatologia, Perdas e Luto (Grief and Bereavement).

Conheça mais trabalhos da autora em seu blog Perdas e Luto.

Regina Liberato

Entrevistada: Regina Liberato – Psicóloga, psicoterapeuta especializada em Psicologia contioutra.com - O papel da espiritualidade na terminalidadeAnalítica, Psiconeuroimunologia e Psico-Oncologia, coordenadora da Oficina de Convivência e do Núcleo de Programas Multiprofissionais do Instituto Oncoguia, colunista do Portal Oncoguia, presidente diretoria nacional da Sociedade Brasileira de Psico-Oncologia na gestão 2010-2013, professora do Instituto de Ciências Virtual da Faculdade de Ciências Médicas de MG nos cursos de pós-graduação em Psico-Oncologia e de Cuidados Paliativos. Adoro dançar, sou protetora de animais e acho que Viver é imperdível.

Referências:

Dyson J, Cobb M, Forman D. The meaning of spirituality: a literature review. J Adv Nurs, 1997;26:1183-1188.
Jacobucci ANP. Caracterização clínica e psicossocial de pacientes hospitalizados sob cuidados paliativos. 2010.
Liberato RP, Macieira RC. Espiritualidade no enfrentamento do câncer. In: Carvalho VA, Franco MHP, Kovacs MJ, Liberato RP, Macieira RC, Veit MT et al. Temas em psico-oncologia. São Paulo: Summus; 2008.
Pessini, Leo.  Terminalidade e espiritualidade: uma reflexão a partir dos Códigos de Ética Médica brasileiros e leitura comparada de alguns países. Mundo saúde (Impr.); 33(1): 35-42, jan.- mar. 2009.
Riba JJ, Dias JPC. Psicólogos. In: Juver J, Saltz E, organizadores. Cuidados paliativos em oncologia. Rio de Janeiro: Senac Rio; 2008.
Soares, Márcio. Cuidando da família de pacientes em situação de terminalidade internados na unidade de terapia intensiva. Rev. bras. ter. intensiva, São Paulo, v. 19, n. 4, p. 481-484, Dec.  2007 .
Teixeira EFB, Muller MC, Silva JDT (Org). Espiritualidade e qualidade de vida. Porto Alegre:  EDIPUCRS, 2004. 224 p.

*Slides 1 e 2 foram cedidos por Regina e pertencem a sua aula intitulada: Espiritualidade: um caminho para a transformação

Ninguém aqui é puro anjo ou demônio

Ninguém aqui é puro anjo ou demônio

É incrível imaginar que mesmo numerosos sobre a terra não há um só de nós que seja apenas o bom ou tão somente o ruim. E quando digo sobre ser bom ou ruim não estou dizendo apenas para os outros, mas também para nós.

Nascemos assim misturados, com um pouco de cada lado. Somos como promessas que podem vir a ser, somos como enigmas a espera de um sinal, somos caminhantes em busca de uma razão. E muito de tudo que somos depende apenas de nós.

Dentro de nossa natureza instintiva existem forças que lutam para sobreviver. Os antigos índios Cherokees costumavam contar que cada um de nós carrega dentro de si bons e maus lobos. Os bons dizem de nossas virtudes, belezas e de tudo de melhor que nos habita. Os maus lobos falam de nossos medos, de nossas fraquezas, de nossas neuroses, em suma representam o ruim que existe em nós. Para os índios essas duas forças não vivem de forma harmônica, pelo contrário, elas se digladiam dentro de nós e se alimentam do que lhes ofertamos diariamente.

Serão mais numerosos e robustos em nós os lobos bons ou maus? Isso dependerá apenas de quais iremos efetivamente alimentar. Dependerá de nossa escolha diária em nutrir o melhor ou o pior que existe em nós.

Eu sou uma grande admiradora da sabedoria indígena, pois ela é hábil em, através da observação minuciosa do cotidiano, transformar vivências em belas estórias. Pensar o bem e o mal como matilhas interiores é uma bela forma de expressar nossa complexidade sem esconder ou recriminar o que é imperfeito em nós, contudo não deixa de ser uma ótima maneira de nos mostrar, com sinceridade, que podemos vencer o nosso ruim com boas decisões.

Medos infundados, ressentimentos profundos, rancores latentes, apreço material, competitividade desleal, ataques de ansiedade, insegurança, ausência afetiva… tudo de ruim que há em nós nasceu pequeno e foi diariamente nutrido pelas nossas fraquezas ou até mesmo pela nossa indiferença.

E as coisas podem até mesmo caminhar relativamente bem para nós até que em um belo dia, ao buscarmos o que temos de bom dentro da gente, ao engendrarmos as mãos procurando um bálsamo, encontramos apenas a sombra do melhor que nos habitou.

Nesse momento é muito importante que tenhamos clara a ideia de que nos equivocamos em alimentar o que não era bom e que o melhor de nós pode ser resgatado sim, contudo por meio de esforço e de mudanças efetivas.

Mudar não é fácil, mas é necessário. E assim como quando nos mudamos de casa, quando retiramos tudo dos armários para decidir o que levar, mudar a forma de viver exige que a gente avalie o que estamos levando conosco e se isso é realmente importante. Mudar é olhar para dentro, é encontrar muitas vezes coisas das quais não gostamos e decidir que mesmo diante das dificuldades podemos fazer diferente.

Há pouco li um texto sofrido de uma jovem redatora que após ter se formado e de ter começado a trabalhar para revistas escrevendo matérias encomendadas, muitas vezes contrárias à sua opinião, já não conseguia mais colocar as próprias ideias no papel. Ela mencionava que tinha escolhido a profissão por ter o sonho de um dia escrever seu próprio livro, mas que com o tempo acabou vendendo seu lado criativo e minando o ímpeto da escrita que existia nela.

Apesar de ter ficado com o coração na mão ao ler suas palavras, enxerguei no texto o início de uma busca interior pelo resgate de um bom lobo. Seu texto denotava, mesmo que receoso, que ela começava a alimentar o melhor novamente. Contudo só alimentar o nosso bom lado não basta, é preciso que deixemos minguar de fome as forças que nos impedem de seguir pelos melhores caminhos. É preciso que assumamos que há em nós o que também não é imaculado, para que assim possamos nos posicionar de maneira a liderar as matilhas que nos habitam, fazendo crescer a boa e diminuindo a má.

Ninguém é puro anjo ou demônio, ninguém é só o bom ou o mau, somos tudo isso, mas para que possamos ser o que quisermos precisamos admitir essa realidade dúbia que nos habita, decidir de forma ponderada pelo melhor e seguir em frente.

 

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Vanelli Doratioto – Alcova Moderna

(Imagem de capa Meramente Ilustrativa)

Abuso infantil é tema de vídeo que alerta crianças

Abuso infantil é tema de vídeo que alerta crianças

No último dia 18 de novembro, por iniciativa do Conselho da Europa, comemorou-se pela 1ª vez, o Dia Europeu para a Proteção das Crianças contra a Exploração Sexual e o Abuso Sexual.

O vídeo abaixo foi produzido pelo Governo de Portugal e remete a um número de denúncia que não funciona no Brasil- o 144 funciona apenas lá. Entretanto, a história da animação possui conteúdo universal e merece ser compartilhada para prevenção de todos, independente do local do mundo onde estiver quem a assista.

Depois do vídeo, você encontrará os dados para denúncia no Brasil.

Como denunciar casos de violência sexual no Brasil (dados Unicef Brasil)

É preciso romper com o pacto de silêncio que encobre as situações de abuso e exploração contra crianças e adolescentes. Não se pode ter medo de denunciar. Essa é a única forma de ajudar esses meninos e meninas.

Saiba a quem recorrer em caso de suspeita de violência sexual infanto-juvenil:
Conselhos Tutelares – Os Conselhos Tutelares foram criados para zelar pelo cumprimento dos direitos das crianças e adolescentes. A eles cabe receber a notificação e analisar a procedência de cada caso, visitando as famílias. Se for confirmado o fato, o Conselho deve levar a situação ao conhecimento do Ministério Público.
Varas da Infância e da Juventude – Em município onde não há Conselhos Tutleares, as Varas da Infância e da Juventude podem receber as denúncias.
Outros órgãos que também estão preparados para ajudar são as Delegacias de Proteção à Criança e ao Adolescente e as Delegacias da Mulher.

OU DISQUE 100
O serviço do Disque Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes é coordenado e executado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República.

Por meio do 100, o usuário pode denunciar violências contra crianças e adolescentes, colher informações acerca do paradeiro de crianças e adolescentes desaparecidos, tráfico de pessoas – independentemente da idade da vítima – e obter informações sobre os Conselhos Tutelares.

O serviço funciona diariamente de 8h às 22h, inclusive nos finais de semana e feriados. As denúncias recebidas são analisadas e encaminhadas aos órgãos de defesa e responsabilização, conforme a competência, num prazo de 24h. A identidade do denunciante é mantida em absoluto sigilo.

Sobre violência doméstica, por Hirondina Joshua

Sobre violência doméstica, por Hirondina Joshua

Por Hirondina Joshua

Bater uma mulher será sinal de superioridade?

Assediá-la será sinal de masculinidade?
E o machismo? Parece-me ser um mal que atacou não só os homens, mas as mulheres também. Aquelas que dizem e aceitam a condição de serem manipuladas, de não poderem se auto-descobrir.
Só aos homens é admitida a “liberdade” e que se não questione. A Natureza assim o fez. E prontos. Vivemos e morremos nesse dogma de sobrevivência que alguém inventou…
Bom é saber que ainda há mulheres humanas. Ser humano não é se supervalorizar, é antes reconhecer no outro um ser; igual ou não mas um ser.
E as mulheres com quem conversei esta semana, infelizmente vítimas de violência doméstica, são humanas, não porque apresentam estrutura física que demonstre. Mas porque denunciam actos desumanos. Não permitir que um outro ser destrua nossa integridade física, moral e intelectual é um gesto de ser humano.
A violência inicia quando uns se julgam superiores aos outros e outros e as vítimas se aceitam como “coisas”, e de facto se tornam coisas.
A sociedade educa um indivíduo a ser ou Homem ou mulher. Deviam educar para serem humano.

Hirondina Joshua

contioutra.com - Sobre violência doméstica, por Hirondina JoshuaNasceu em Maputo, Moçambique, a 31 de Maio de 1987.
Está integrada em várias antologias, revistas, jornais, sites, blogues nacionais e internacionais. Teve Menção Extraordinária no Premio Mundiale di Poesia Nósside 2014.

Hirondina Joshua no Facebook

A incrível Técnica “4-7-8” que faz dormir em um minuto

A incrível Técnica “4-7-8” que faz dormir em um minuto

Já lhe aconteceu alguma vez de deitar-se na cama para dormir e simplesmente não conseguir ? É horrível, certo?

Isso já me aconteceu muitas vezes sabendo que no dia seguinte teria que despertar muito cedo para ir trabalhar. A pessoa começa a dar voltas na cama, com calor ou frio, enrolando-se nos lençóis e em vez de ficar cansada fica ainda mais desperta.

Então como facilmente adormecer? Vou-lhe mostrar uma técnica que o vai pôr a dormir em menos de 1 minuto. É garantido, eu já experimentei e passo agora esta informação para você.

Chama-se Técnica do 4-7-8 e foi descoberta pelo Dr. Andrew Weil, doutorado pela Harvard Medical School, EUA (veja o seu video demonstrativo mais em baixo). Esta técnica vai garantir-lhe um sono profundo e relaxado.

Como funciona esta técnica?

Trata-se de uma técnica completamente natural, que o vai fazer adormecer em pouco tempo, e com uma sólida base científica que a apoia.

Quando estiver com problemas em adormecer lembre-se destes números 4-7-8, pois são estes que vão determinar a partir de agora a sua respiração quando quiser dormir tranquilo.

Passos:

1 – Expire pela sua boca completamente deixando todo o ar sair com um som tipo “oooosh”.
2 – Feche a boca e inspire silenciosamente pelo nariz contando até ao número 4.
3 – Pare a sua respiração, mantenha o ar nos pulmões e conte mentalmente até ao número 7.
4 – Expire completamente pela boca com um som “oooosh” contando até ao número 8.
5 – Esta foi a primeira respiração. Agora faça de novo até perfazer um total de quatro respirações.

Saliento que você deve sempre respirar silenciosamente pelo nariz expirando depois pela boca fazendo o som “oooosh”. (veja o video demonstrativo em baixo – salte até ao minuto 1:41).

Há quem não consiga aguentar as quatro respirações pois só com a primeira fica com vontade de dormir. O estado de sonolência vai deixá-lo bem. O Dr. Weil recomenda também que durante todo o exercício mantenha a ponta da sua língua tocando a parte superior da boca (também chamado o céu da boca).

Por que motivo esta técnica funciona?

O stress, a ansiedade, os nervos ou até algumas substâncias como a cafeína, alteram o nosso organismo de tal maneira que fazem com que respiremos de forma errada. Nestas situações temos tendência a respirar de forma menos profunda do que seria desejável e os nossos níveis de gases (oxigênio, dióxido de carbono) concentram-se no nosso sangue com proporções inadequadas.

Com a técnica 4-7-8 o que estamos fazendo, basicamente, é controlar a nossa respiração para devolver a concentração de gases no sangue a níveis normais, para baixar o nosso ritmo cardíaco e para entrar num estado de relaxamento.

Estas técnicas de controle da respiração já eram praticadas durante muitos séculos em algumas culturas orientais, mas graças à explicação simples do Dr. Weil resultam muito mais fáceis de se colocar em prática.

Fonte indicada: Hoje descobri

10 pensamentos diários de um verdadeiro ansioso

10 pensamentos diários de um verdadeiro ansioso

Um dos sintomas mais desagradáveis que uma pessoa ansiosa sente é ter que lidar com pensamentos que se transformam em preocupações constantes. Por vezes estes pensamentos tem justificativa, como por exemplo “Será que apaguei o forno?” ou “Será que tranquei a porta do carro?”, mas em pouco tempo transformam-se em pensamentos infundados como “Será que o meu chefe me odeia?” ou “Será que eu disse algo de errado?”, etc.

Conheça agora uma lista com alguns dos pensamentos mais estressantes e invasivos que tomam conta da mente de um ansioso ao longo do dia:

1. Dizer algo que possa ofender alguém

– Será que disse algo de errado?
– Apesar de ser cuidadoso para não ofender ninguém, será que disse algo mais ofensivo?

Um ansioso muitas vezes pensa que o que ele diz ou faz pode deixar os outros desconfortáveis.

2. Ficar preso nos transportes públicos

Quando o ônibus ou o metro para durante a viagem e os passageiros não têm qualquer informação acerca do motivo, um ansioso ficará assustadoe vai querer sair para procurar um táxi, apesar de saber que irá pagar muito mais e que a viagem poderá demorar o mesmo tempo.

3. Preocupar-se em chegar pontualmente

– A que horas tenho de sair para chegar onde vou?
– Como está o trânsito à hora que tenho de sair para o trabalho ou para a consulta com o médico?
– Será que vou conseguir arranjar estacionamento facilmente?

A pessoa ansiosa repassa mentalmente o seu itinerário várias vezes ao dia.

4. Receio de que algo lhe aconteça

– Estou sempre com medo de que algo de mal aconteça.
– Se discutir com o meu marido tenho medo que ele me expulse de casa.

As pessoas ansiosas supervalorizam as consequências dos seus atos.

5. Esquecer-se de fazer algo importante

Num dia “bom” um ansioso sairá da sua casa sem ter que verificar as chaves de casa três vezes ou assegurar-se que a luz da cozinha ficou apagada. Nos dias bons até consegue controlar este seus pensamentos, mas nos dias maus não deixará de pensar no que aconteceria se deixasse a porta aberta ou a luz acesa.

6. Não ser capaz de controlar o que acontece agora ou no futuro

A cada minuto do dia o ansioso preocupa-se com o que está acontecendo, algo que aconteceu recentemente, ou algo que pode acontecer nos próximos momentos, mais tarde hoje ou no futuro.

7. Perguntar aos seus entes mais próximos se estão chateados

– Por que demorou tanto tempo para responder à minha mensagem?
– Está com raiva de mim?

Um ansioso quer que o aceitem o tempo todo.

8. Cometer um erro no trabalho que possa resultar num julgamento de valor sobre si

– Por engano, enviei um e-mail para a minha chefe que era para enviar à minha namorada.

Essa ação bem pode representar para o ansioso, um dia inteiro de incertezas.

9. Perceber-se como alguém “pouco inteligente” num encontro social

– Estão rindo de mim?
– Acham que isto é engraçado?
– É melhor não comentar!

São questões que inundam a cabeça de um ansioso numa reunião social.

10. Sentir ansiedade por estar ansioso

– Por que estou tão ansioso?

A maior ansiedade, geralmente, é acerca de ter um transtorno de ansiedade. A pessoa sabe que não tem razão nenhuma para estar preocupada e que na sua vida tudo corre bem, mas mesmo assim vive em alerta constante e é precisamente isso que faz com que o ciclo recomece novamente.

Fonte consultada para este artigo: www.infobae.com

13 gestos simples capazes de salvar um relacionamento

13 gestos simples capazes de salvar um relacionamento

Por Cibele Carvalho

Aprendi há pouco tempo a ouvir o canto dos passarinhos pela manhã quando acordo, percebi que eles sempre estavam ali todos os dias cantando alegremente, apenas eu não me dava conta disso.

Assim tento fazer com que meus dias se tornem mais leves e consiga frear por segundos que sejam minhas ansiedades e temores.

Em nossos relacionamentos podemos também aprender a realizar essa pausa necessária e essa reflexão diária de coisas, ou seja, gestos pequenos e simples que realizamos ou recebemos todos os dias.

A seguir confira alguns desses gestos que são praticados por você e pela pessoa que convive com você rotineiramente, mas que por vezes passam despercebidos, porém, são esses gestos que podem salvar seu relacionamento:

1. Um beijo simples antes de ir para o trabalho

Há uma frase em um dos meus textos favoritos que menciona o seguinte: “Sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos”(O menestrel).

2. Um sorriso delicado ao conversar

Nossas expressões falam muito sobre o que sentimos e refletem nosso respeito. Sorrir delicadamente mesmo que não esteja achando o assunto interessante pode mudar seu dia.

3. Uma pausa para lembrar

Podemos arrumar alguma desculpa para todas as coisas simples e importantes que precisamos realizar, ou simplesmente escolher fazê-las. Demonstrar preocupação e amor ao nosso companheiro é uma questão de escolha diária de prioridades.

4. Um afago sem ser esperado

Quem não gosta de receber aquele carinho, beijinho, aperto ou abraço inesperado? Eu amo receber! Porém, percebo que com a rotina e as tantas tarefas esquecemo-nos desses detalhes tão preciosos.

5. Um agrado para o almoço

Em suas compras de supermercado o que você leva em seu carrinho? Traz consigo somente o que lhe agrada, ou deseja sempre conciliar os gostos de ambos? Já pensou em lembrar uma única vez de levar um agrado para quem você ama?

6. Um segundo de atenção para ouvir

Reserve um tempo para ouvir as lamentações, angústias e preocupações que o outro anseia lhe contar, isso aumentará a união entre vocês.

7. Outra pausa para deixar de falar

Antes de me casar li no manual do curso que fizemos preparatório para casamentos, que nem todos os assuntos ou problemas devem ser dados atenção, procure reclamar daquilo que realmente lhe ofendeu.

8. Parar para caminhar ao lado

Alguns casais com o tempo deixam de se preocupar em andar juntos, um ao lado do outro. Espere, não deixe quem está com você para trás, você faz isso com todas as pessoas com quem convive?

9. Segurar firme sua mão

O suave aperto de mão, ao segurar um a mão do outro, indica que estão unidos, juntos, que podem contar um com o outro, segure-se em mim e vamos passar por isso!

10. Uma carícia na hora do jantar

Aquele jeitinho que só você sabe dar carinho da maneira com que ele ou ela gosta.

11. Aquela brincadeira sem graça

Pode ser sem graça, mas se um dia você deixar de praticar e decidir nunca mais brincar, a vida a dois pode se tornar pesada demais, brinquem, riam das besteiras suas e dos outros.

12. Um abraço apertado mesmo magoado

Exerço com muita frequência esse exercício que vou lhes ensinar: Prefiro, todos os dias ter paz do que ter razão, e não espero que o outro me procure para que eu possa ser feliz ao seu lado, o procuro porque eu quero, porque eu desejo e simplesmente faço, um dia a menos de briga e assim sucessivamente.

13. Aconchegar-se na hora de dormir

Aquele jeitinho particular de cada casal de fazer seu ninho para dormir agarradinhos. Evite dormir brigado, resolva suas questões antes de dormir, assim não permitirá que sejam plantadas novas ervas daninhas em sua mente.

Pratique essas ações, gentileza gera gentileza, e amor floresce em muito mais amor!

Valorize os momentos e segundos da sua vida simples e amorosa. Procure lembrar em ser mais grato ao outro por tudo que já fez, ao invés de somente cobrar pelo que deixou de fazer.

Fonte indicada: Família

O sangue nos faz parentes, a lealdade nos torna uma família

O sangue nos faz parentes, a lealdade nos torna uma família

Todo mundo tem uma família. Ter uma é algo fácil: todos nós temos uma origem e raízes. Entretanto, mantê-la e saber como construí-la, alimentando o vínculo diariamente para conseguir que ela se mantenha unida, já é uma outra questão.

Todos nós dispomos de mãe, pais, irmãos, tios… Às vezes de grandes núcleos familiares com membros que, possivelmente, já deixamos de ver e com quem não convivemos. Precisamos nos sentir culpados por isso?

A verdade é que, às vezes, sentimos uma certa obrigação “moral” de nos darmos bem com aquele primo com quem compartilhamos pouquíssimos interesses, e que tantos desprazeres nos causou ao longo de nossa vida. Pode ser que o sangue nos una, mas a vida não nos encaixa com nenhuma peça, então nos afastarmos ou mantermos um relacionamento justo e pontual não deve ser motivo de nenhum trauma.

Porém, o que acontece quando falamos dessa família mais próxima? De nossos pais ou irmãos?

O vínculo vai além do sangue

Chegamos a este mundo como se tivéssemos caído de uma chaminé. Neste momento, nos vemos unidos a uma série de pessoas com as quais compartilhamos o sangue e os genes. Uma família que nos fará caber em seus mundos particulares, em seus modelos educativos, que tentarão inculcar seus valores, mais ou menos certos…

Às vezes, tende-se a pensar que ser família supõe compartilhar algo além do sangue ou mesmo uma árvore genealógica. Há quem, quase de forma inconsciente, acredita que um filho deve ter os mesmos valores dos pais, compartilhar uma mesma ideologia e ter um padrão de comportamento semelhante.

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Há pais e mães que se surpreendem por ver o quão diferentes os irmãos podem ser entre si… Como pode ser assim se são todos filhos de um mesmo ventre? É como se dentro do núcleo familiar tivesse que existir uma harmonia explícita, onde não existem excessivas diferenças, onde ninguém deve sair do “padrão” e tudo está controlado e em ordem.

Entretanto, algo que devemos saber claramente é que nossa personalidade não é 100% transmitida geneticamente; podem ser herdadas algumas características e, sem dúvidas, ao viver num entorno compartilhado iremos compartilhar uma série de dimensões. Mas os filhos não são moldes dos pais, e os pais nunca vão conseguir que os filhos sejam como suas expectativas querem.

A personalidade é dinâmica, é construída no dia a dia e não atende às barreiras que, às vezes, os pais ou as mães tentam impor. É aí que, muitas vezes, aparecem os habituais desapontamentos, as “colisões”, as desavenças…

Para criar uma ligação forte e segura a nível familiar, devem ser respeitadas as diferenças, promover a independência ao mesmo tempo que a segurança. É preciso respeitar a essência de cada pessoa em sua maravilhosa individualidade, sem colocar muros, sem censurar cada palavra e comportamento…

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Segredos de famílias que vivem em harmonia

Às vezes, muitos pais veem como seus filhos se afastam do lar familiar sem estabelecer mais contato. Há irmãos que deixam de se falar e famílias que veem quantas cadeiras vazias jazem no silêncio da sala de casa.

A que se deve isso? Está claro que cada família é um mundo, um micromundo com suas regras, suas crenças e, também, com as cortinas abaixadas onde só elas mesmas sabem o que aconteceu no passado, e como se vive no presente.

Entretanto, podemos falar disso baseados em alguns eixos básicos que devem nos fazer refletir.

– A educação tem como a finalidade dar ao mundo pessoas seguras de si mesmas, capazes e independentes, para que possam alcançar sua felicidade, e, por sua vez, saibam oferecê-la aos demais.  Como se consegue isso? Oferecendo um amor sincero que não impõe e que não controla. Um carinho que não censura como alguém é, pensa ou age.

 Não devemos responsabilizar sempre os demais pelo que acontece com a gente. Não é necessário culpar a mãe ou o pai por ainda hoje em dia, você se sentir insegura e incapaz de fazer determinadas coisas. Ou aquele irmão que, talvez, sempre foi melhor atendido ou cuidado do que nós mesmos.

Está claro que, na hora de educar, sempre são cometidos alguns erros. Mas nós também devemos ter o controle de nossa vida e saber reagir, ter voz, e saber dizer “não”, e acreditar que somos capazes de empreender novos projetos com segurança e maturidade, novos sonhos sem sermos escravos das lembranças familiares do ontem.

Ser família NÃO supõe compartilhar sempre as mesmas opiniões e os mesmos pontos de vista. E nem por isso devemos julgar, censurar e, menos ainda, desprezar. Comportamentos como estes criam distâncias e fazem que, no dia a dia, encontremos maior lealdade nos amigos do que na família.

– Às vezes, temos a “obrigação moral” de ter que continuar mantendo contato com parentes que nos fazem mal, que nos incomodam, que nos censuram. São família, não cabe dúvida, mas devemos ter em conta que o que importa de verdade nessa vida é ser feliz e ter um equilíbrio interno. Uma paz interior. Se estes ou aqueles familiares prejudicam nossos direitos, devemos impor distância.

A maior virtude de uma família é aceitar a si e aos outros tal e como são, em harmonia, com carinho e respeito.contioutra.com - O sangue nos faz parentes, a lealdade nos torna uma família

Texto original em espanhol de Valeria Sabater.

Fonte indicada: A mente é maravilhosa

Nem tão cigarra, nem tão formiga. A dose certa para desfrutar!

Nem tão cigarra, nem tão formiga. A dose certa para desfrutar!

Estava aqui pensando numa forma de amenizar a carga dessas protagonistas da fábula, já que, embora tendo êxito, a formiga se matava de trabalhar, e, durante um período grande, era só que fazia.

E um monte de nós faz exatamente do mesmo jeito, prevendo os mais tenebrosos futuros, catástrofes e apocalipses que nunca virão.

É preciso dosar. Nosso passado dá um tom para o nosso futuro, mas não pode ser o comandante deste barco. Quem de nós nunca passou um sufoco, temendo um amanhã incerto, aquela noite de angústias por não ter no que se agarrar? Isso é horrível e quem dera pudéssemos pular essa parte, ou ao menos esquecer. Mas a vida não se resume somente a prevermos os momentos mais duros e estocarmos incessantemente o que julgamos ser vital para sobreviver.

Se for para pensar dessa forma, aí vai uma reflexão: Numa situação extrema, quem de nós conseguirá se fechar junto com suas conquistas e deixar um irmão, um amigo, um semelhante seu desprovido do essencial? De que adianta ser uma formiga egoísta, se for para passar o inverno condenada à solidão e à mesquinharia?

E a cigarra? A pobre infeliz que provavelmente cantava e cantava para espantar seus medos, para não demonstrar que quase nenhuma habilidade tinha, a não ser cantar? É certo que ela nem tentou, como muitas vezes nós fazemos. Se há alguém fazendo por nós, por que não sair e cantar?

Eu não gosto de ser formiga, embora me identifique mais com ela. Tampouco me agradaria ser cigarra, pois em pouco tempo o tédio me mataria.

Na minha fábula pessoal, sempre que eu estiver muito formiga, que me cutuque uma cigarra, que me convide a cantar.

E, naquela fase cigarra, indolente e preguiçosa, que apareça uma formiga e me tire da inércia, do eterno e etéreo desfrute, que me convide a construir algo comum.

E que isso seja recíproco, de modo que a “moral da estória”, seja uma troca interessante de valores e vivências. Quando não nos completamos, não desfrutamos.

Minha mãe não sai do Facebook

Minha mãe não sai do Facebook

O título do meu artigo de hoje foi sugestão de um grande amigo que, ao responder à minha pergunta sobre quais temas poderiam repercutir, me disse:

-Escreve sobre a relação da terceira idade com as redes sociais! A minha mãe não sai do Facebook.

E eu respondi:

-A minha também não.

Estive no litoral no último feriado com minha família e, enquanto meu marido brincava com nosso filho no mar, eu, que não posso me expor ao sol, estava sentada na sombra fazendo o de sempre: observando gente com os trinta e poucos por cento de visão que dizem que eu tenho.

Um homem de mais de sessenta anos estava sentado à minha frente tirando fotos de si mesmo. E ali estava o tão famoso selfie dominando alguém que nasceu na década de quarenta. Ele mudava a posição da câmera e também do rosto, procurando o melhor ângulo (como todos nós fazemos). Acredito que tenha tirado umas vinte fotos pelo menos. Depois passou a manusear o aparelho como se procurasse a foto que mais lhe agradou. Talvez ele tenha usado os filtros, ou não, mas era certo que iria postar a foto no Facebook ou no Instagram, ou ainda enviá-la para um buraco negro sem fim chamado Whatsapp.

Minha mãe ainda não usa os filtros (eu acho), mas entra diariamente no Facebook. Participa de alguns grupos de Whatsapp e acredito que seja difícil para ela hoje em dia imaginar-se longe da tecnologia sem a qual ela viveu por uns sessenta anos. Quando a vejo conectada e vejo o quanto ela se empolga com cada amiga que revê e que consegue agora manter contato, quanto vejo que ela consegue ficar mais perto dos filhos, visto que eu e meus irmãos moramos fora de Limeira e quanto vejo que ela passou a ter mais informações do que antes eu fico feliz por ela ter se conectado. Acredito que, numa avaliação final, a tecnologia termine com saldo positivo.

Enquanto eu tive contato com a internet aos vinte anos de idade, minha mãe passou a vida longe dela. Ela criou os filhos, viajou com a família, foi ao supermercado, passeou com a cachorrinha, fez as unhas, o cabelo e foi a muitos casamentos sem nem sequer carregar um aparelho celular na bolsa. Ela viu a mim e aos meus irmãos crescerem sem tirar fotos do nosso dia a dia. Se quisesse escrever o que sentia, teria que arranjar um diário e trancá-lo a sete chaves. Sim, porque houve um tempo no qual não escrevíamos publicamente o que pensávamos como fazemos agora. Quando ela ganhava os presentes do Dia das Mães, ela não os fotografava para postar, porém ela os guarda até hoje.

Minha mãe passou a vida sem dar check in e sem tirar selfie. Se ela quisesse conversar com uma amiga, teria que pegar o telefone (que por muito tempo tinha um fio ligado à parede) e discar os números que tocariam o telefone de outra casa. Um número de telefone era o de toda a família, então, elas teriam que ter bastante sorte para conseguirem se falar. Sem a tecnologia a vida era mais solitária. Na terceira idade a solidão pode ser maléfica, dessa forma, uma vida conectada depois dos sessenta pode ser saudável. Por que não?

Talvez “ter o mundo nas mãos” encante a minha mãe e talvez isso faça com que a mãe do Zé não saia do Facebook. Elas estão maravilhadas. Elas voltam no tempo postando as fotos da época do colégio e do jardim. Conversam, marcam cafés, mostram suas famílias como faziam antes com as pequenas fotos que tinham dentro da carteira e que só podiam ser mostradas se encontrassem umas às outras no supermercado ou na sala de espera do consultório médico. Elas são jovens de novo. O tempo não existe para o que sentimos. Elas fofocam com as amigas, se entristecem com pedidos de amizade não aceitos, especulam a vida dos outros, se chateiam com não curtidas e com não comentadas em suas postagens – tal qual era na adolescência. Tudo tão humano não é mesmo?

Elas compartilham as tragédias, acreditam piamente em tudo que leem e ficam bravas conosco (os filhos) quando mostramos “que não é bem assim”. Elas erram ao digitar e ao postar, vivem nos pedindo ajuda e não querem que fiquemos fuçando no celular delas. Acho tudo muito divertido.

Foi bonito ver o homem de cabelos grisalhos tirando selfie na praia porque ninguém, absolutamente ninguém publica uma foto de si mesmo que não lhe esteja agradando. Ele ainda gosta de si mesmo! É bonito ver que minha mãe, a mãe do Zé e todas as jovens de mais de sessenta dominaram a tecnologia. Antes havia o crochê, a costura, os livros – todos deliciosos – porém muitas vezes solitários. Hoje há também o Facebook. Que ele possa se intercalar entre a leitura e os trabalhos manuais e que traga alegria a quem passou a vida desconectado, já que hoje isso é cada vez menos possível.

Não deixe para amanhã o que você pode deixar para lá

Não deixe para amanhã o que você pode deixar para lá

“Ficarmos remoendo, passivamente, o que fizemos ou não, o que fizeram conosco, o que dissemos ou deixamos de dizer, os amores que se perderam, o que não foi mas deveria, sem digerir tudo isso em favor de nosso ir em frente, apenas servirá como peso catalisador de tristeza sem fim. E gente triste não avança, não compartilha, não cresce nem encontra o novo, o recomeço.”

Muito já se disse e se escreveu sobre a necessidade de nos desapegarmos de tudo o que não faz mais sentido em nossas vidas e, mesmo assim, continuamos acumulando bagagens inúteis e que emperram o fluxo de nosso caminhar. Retemos dentro de nós mágoas, ressentimentos, utopias, promessas vazias, alimentando o que já se foi em vão. Temos, em vez disso, que aprender a jogar fora o que está obstruindo o nosso respirar, sem titubear.

Assim como os ambientes ficam intransitáveis, quando lotados de quinquilharias, nossos sentidos também não conseguem se renovar, se perdidos em meio a sentimentos negativos guardados dentro de nós. Por mais que seja difícil, é preciso deixar que as coisas vão embora e saiam de nós, para que possamos deixar nosso caminho livre para receber novidades que nos acrescentarão em todos os aspectos.

É preciso ter discernimento para saber o que merece ser mantido guardado conosco a sete chaves e o que deve ser deixado para trás, longe de nossas vidas, distante de nossa alma. Ficarmos remoendo, passivamente, o que fizemos ou não, o que fizeram conosco, o que dissemos ou deixamos de dizer, os amores que se perderam, o que não foi mas deveria, sem digerir tudo isso em favor de nosso ir em frente, apenas servirá como peso catalisador de tristeza sem fim. E gente triste não avança, não compartilha, não cresce nem encontra o novo, o recomeço.

Nossa felicidade também depende dos reveses que nos vitimam, para que se torne ainda mais especial quando se instala em nossas vidas. Todas as dificuldades por que passamos ajudam-nos a sorver os momentos felizes com mais intensidade e clareza, pois, tendo experimentado o gosto amargo da vida, seremos mais fortemente impelidos a buscar o sabor doce que os momentos certos e as pessoas amadas trazem consigo. Estaremos, então, prontos para agendarmos compromissos com tudo aquilo que nos ajudará a buscar a felicidade, desmarcando possíveis desencontros inúteis.

Gastamos muita energia à toa com gente que não nos ama, com coisas de que não precisamos, com sentimentos que só nos atrasam o enriquecimento pessoal. Em contrapartida, perdemos a chance de encontrar pessoas que nos amarão de verdade, de cultivar sentimentos positivos e edificantes, de contemplar a beleza do mundo ao nosso redor, enfim, deixamos escapar a felicidade que se encontra ao nosso dispor, todos os dias.

Não podemos deixar de nos importar com tudo e com todos, adotando uma postura fria e distante, para evitarmos o acúmulo de tranqueiras emocionais. Da mesma forma, não basta negar e enterrar o que de ruim nos acontece, sem o enfrentamento necessário daquilo tudo, para que não haja pendências. Devemos, sim, lidar com toda a nossa bagagem, corajosamente, libertando-nos de amarras vãs, de pesos inúteis, de lembranças doloridas, pois somente assim estaremos inteiramente prontos para receber o melhor que a vida nos reserva. E, acredite, tem muita coisa boa reservada para cada um de nós.

Justino, uma emocionante mensagem de natal

Justino, uma emocionante mensagem de natal

E foi dada a largada para os comerciais de Natal. Uma surpresa foi um anúncio feito para divulgar o prêmio “El Gordo”, uma espécie de aposta coletiva (vulgo bolão de Natal),  da Loteria Nacional da Espanha. Criada pela Leo Burnett Madri, a história de Justino, um vigia noturno que trabalha numa fábrica de manequins, é de enternecer o coração.

Por conta do turno, ele nunca consegue interagir com os colegas de trabalho e… é melhor assistir.

Além da animação impecável,  campanha também conta com a página do Facebook criada especialmente para a fábrica de manequins  e o  Instagram de Justino.

Via http://www.updateordie.com/

Não queira curtidas no face, queira beijos na boca

Não queira curtidas no face, queira beijos na boca

Os quinze minutos de fama preconizados por Andy Warhol encontrou terreno propício nas redes virtuais, que vem se tornando a vitrine perfeita para aqueles que buscam o sucesso e a popularidade. E, nessa busca desenfreada por fãs, seguidores e gigabites de curtidas, muitos de nós acabamos fugindo completamente àquilo que realmente somos. Importa, afinal, ter o instagram, o face e o blog lotado de curtidas e visualizações. Se o que se valorizam são os bens materiais, a beleza física e o guarda-roupa comprado em euros, esse deve ser nosso objetivo, haja o que houver, rumo à felicidade que ilusoriamente parece estar presente nisso tudo.

Para atingir esse objetivo, muitos usam de artifícios como a exposição de seus corpos, flashes de uma vida coreografada, frases pontuadas por chavões e palavras de baixo-calão, que são os principais chamarizes de grande parte dos navegantes virtuais. Nada parece interessar mais ao grande público do que o glamour, o corpo malhado, a fila interminável de parceiros, uma atitude hedonista e um discurso calcado no senso comum. Além disso, ser popular tornou-se uma profissão rentosa, pois há quem viva – e muito bem – com os lucros de um blog, de uma comunidade virtual ou de um instagram que agrega merchandising. E, mesmo que não se lucre com isso, a satisfação de ver as curtidas e visualizações se multiplicarem parece valer todo e qualquer esforço.

Boa parte do público virtual é ávido por notícias sensacionalistas envolvendo os rostos midiáticos conhecidos, fotos de viagens e de hotéis cinco estrelas, físicos perfeitos, atitudes descoladas e afirmações de autoajuda. Então, é isso o que os aspirantes à fama irão fotografar; é assim que irão se comportar; é a forma como irão escrever. Se o artista tem de ir aonde o povo está, como diz a canção, então vamos embora, mesmo às custas de que contrariemos tudo ou parte do que acreditamos, mesmo que nos percamos de nós mesmos nesse processo.

O sucesso alheio serve-nos como parâmetro daquilo por que ansiamos, pois é lá que muitos de nós queríamos estar, sob flashes, em meio a badalações, festas e viagens internacionais, por isso as visualizações se avolumam em publicações desse tipo. Além disso, observar o sucesso do outro a uma distância segura, como a que nos separa dos famosos, não nos dói, nem provoca uma inveja tão forte e pungente como a que nos acomete quando somos espectadores do sucesso da pessoa ao lado. Podemos,assim, observar o sucesso de quem não convive conosco sem nos sentirmos diminuídos, sem que se abale nossa autoestima.

Da mesma forma, as notícias sobre os famosos flagrados em atitudes suspeitas ou sofrendo algum revés acabam nos trazendo uma espécie de alívio e resignação, porque então nos certificamos de que todos, sem exceção, estamos sujeitos à dor, ao erro e ao fracasso. É inevitável buscarmos o nosso equilíbrio emocional, em momentos de tempestades, olhando em volta e percebendo que existem situações muito piores do que a que estamos enfrentando naquele momento. E perceber que as ventanias também batem à porta de quem parece ter tudo para ser feliz é ainda mais reconfortante, é nossa felicidade clandestina, como diria Clarice Lispector.

Não há nada de errado em querer brilhar na vida por meio da fama e da popularidade, pois cada um que procure ser feliz à sua maneira; o problema é a forma como se busca atingir esse objetivo. É perigoso agir sem ponderação em todos os setores de nossas vidas, e ainda mais perigoso quando estamos nos lançando à exposição sem filtro e sem edição da rede virtual, pois não conseguimos deletar o que já foi publicado e divulgado na internet. Muitas vezes, só percebemos que erramos quando a situação já alcançou proporções gigantescas e nada mais pode ser feito – infelizmente, o print nos torna impotentes frente ao erro cometido.

Essa busca pelo sucesso na rede é por demais sedutora e pode acabar nos levando ao distanciamento de quem somos, de nossas crenças e valores, deslocando-nos de nossa essência. Escrever, alimentar-se, viajar, vestir-se, relacionar-se e expressar-se, pautando-nos tão somente por aquilo que o público curte, compartilha e segue, à revelia do que nós mesmos curtiríamos e seguiríamos, acabará, em algum momento, nos incomodando e machucando nossos sentidos. Ninguém pode ser capaz de sustentar uma mentira por muito tempo, sem sucumbir ao caos emocional que isso provoca.

Precisamos, no entanto, ter consciência de que sermos corajosos o bastante para viver respirando nossas próprias verdades poderá nos relegar ao anonimato, limitando o alcance de nossas ações e a quantidade de curtidas e compartilhamentos em nossos murais, como se fôssemos menos importantes, como se estivéssemos cerceando nossas potencialidades, o que quase nunca corresponde à realidade. Porque um viver sincero, ainda que compartilhado por poucos, estará nos conectando a quem realmente se importa conosco, a quem nos conhece e nos ama em tudo de bom e mau que temos a oferecer. Estaremos então cercados por quem não desistiu de nós e permaneceu ao nosso lado. E essa aceitação, ainda que proporcionalmente ínfima em comparação à do público virtual, é vital no fortalecimento de nossa identidade, no autodescobrimento diário a que nos lançamos. Lá no fim de nossa jornada, afinal, permaneceremos vivos e presentes exatamente na memória desses poucos fãs verdadeiros, que sorriram e choraram uma vida inteira ao nosso lado.

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