Convém esconder as fraquezas? – Flávio Gikovate

Convém esconder as fraquezas? – Flávio Gikovate

Nas relações sociais, geralmente, as pessoas tendem a mostrar aquilo que consideram qualidades e a esconder aqueles aspectos dos quais se envergonham.

O maior problema é o seguinte: ser admirado ou amado por aquilo que, de fato, não se é só gera frustração crescente e piora da autoestima.

Para mais informações sobre Flávio Gikovate

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Livros: www.gikovatelojavirtual.com.br

Esse blog possui a autorização de Flávio Gikovate para reprodução deste material.

Como se faz uma lembrança?

Como se faz uma lembrança?

Lembranças são pedaços de vida? Acho que lembranças usam a vida como matéria prima, mas não apenas e não sempre. Lembranças são recortes de vida coloridos com sonhos, salpicados com imaginação. Lembranças são experiências vividas e experiências imaginadas.

De todos o momentos, no correr dos dias, o que fica guardado no nosso pensamento? O que vai parar naquela especial prateleira de nossa mente? E que fica sempre limpo das teias de aranha do esquecimento e acessível aos nosso olhos e aos nossos sentimentos?

O que compõe essas imagens e sensações que em mim permanecem?

Memória é membrana seletiva?

E que seleção é essa que me acompanha desde criança e que separa momentos joios de momentos trigo?

Membrana seletiva que guarda todas as cenas de um filme simples e despreza milhares de outros filmes inteiros.

Pensamento que organiza as diversas salas temáticas de minha galeria e que tem um gosto tão específico e único quanto caótico.

Qual é a medida de nossas lembranças?

Que às vezes transforma um acontecimento de poucos minuto em assunto para muitos sonhos. E outras vezes faz muitos dias guardarem-se em algum envelope pardo que vai ocupar o fundo de uma gaveta antiga e desconhecida.

Num ilógico método em que coisas voam e ficam para sempre e outras coisasestão sempre mas não tocam. Em que noites ocupam anos e anos se dissolvem no vento. Em que algumas pessoas pesam como plumas e brilham feito estrelas nesse olhar de dentro, nesse dançante e nunca igual álbum de memórias.

No fim do dia o que a gente leva dessas horas? No fim do ano o que retemos dessas semanas? No fim da vida que momentos poderão ser selecionados para compor o significativo trailer da nossa existência?

No fim até da nossa memória, se esse for o caso, o que fica gravado em nossa pele, em nossos sentidos, em nossos hábitos, nisso que somos antes do pensamento?

Como se faz uma lembrança?

Uma lembrança que sorri, uma lembrança que desperta, uma lembrança que significa uma pessoa?

Com abraços, beijos, olhares, lugares, cheiros, gostos?Com grandes eventos? Com singelezas?

Desconfio que a memória é feita de substância similar aos montes de areia, aos ciclos da lua, às mares oceânicas e às almas humanas. Ao vasculha-la, mudam-se as paisagens, mudam-se os tempos, mudam-se os pesos, mudam-se as histórias. Muda-se quem somos. E assim, numa bela ironia da vida, muda-se inclusive a própria memória.

10 coisas que ninguém pode roubar de você

10 coisas que ninguém pode roubar de você

1- A chance de ir em frente emocionalmente

É importante não deixar os relacionamentos passados e erros antigos arruinarem o futuro. E não deixar ainda alguém ou algo que não fez diferença na vida continuar a machucar.
Se isso for permitido, a pessoa está ainda dando uma porção da sua própria vida para algo que não existe mais, é como deixar que a felicidade própria deslize em um buraco negro. O ideal é aprender a lição, liberar a dor e seguir em frente. As cicatrizes lembram sobre onde o indivíduo tem estado, e não onde estará indo.

2- O seu conhecimento e experiências de vida

O caráter e sabedoria são esculpidos ao longo do tempo. Eles vêm com a perda, lições e triunfos. E depois das dúvidas, segundas suposições e incógnitas. Se houvesse um caminho definitivo para o sucesso, todos estariam nele. As sementes do próprio sucesso são plantadas nas falhas passadas.

3- Sua esperança

Não é a carga que leva as pessoas para baixo, é a forma de carregar a mesma. Os maiores obstáculos que permanecem entre uma pessoa e o que se deseja na vida é a vontade de tentar isso, e a fé para acreditar que seja possível. A esperança é a uma pequena voz no interior da cabeça que sussurra o “talvez” quando parece que o mundo inteiro está gritando a palavra “impossível”.

4- Sua habilidade de espalhar amor e bondade

A medida da vida não está nas coisas acumulou, mas no que é dado. A caridade pode ser na forma de um sorriso, emprestando um ouvido ou um mão amiga. É importante lembrar que o objetivo final de todas as metas é ser feliz.

5- Sua atitude

Algo que ninguém pode tirar do outro é a forma escolhida para responder aos que os outros dizem e fazem. A última das liberdades é escolher a própria atitude em qualquer circunstância dada.
Escolher ser feliz e positivo. E nem sempre é fácil encontrar a felicidade em si, mas é impossível encontrar isso em outro lugar. Independente da situação enfrentada, a atitude é a escolha. Então o ideal é sorrir quando for embora e seguir em frente em relação às pessoas negativas e suas ações.

6- Sua determinação

Quando a vida dá algo que traz a sensação do medo, é quando a vida dá uma chance de crescer forte, e também de ser corajoso. Nada é permanente neste mundo louco, nem mesmo os próprios erros, falhas ou problemas. Se os olhos são mantidos abertos e os pés movendo para frente, eventualmente será encontrado o que é desejado.

7- Sua paixão

Se alguma vez, houve um momento, uma oportunidade de seguir a própria paixão e também fazer algo que importasse para si, o momento é agora. É fundamental encontrar a própria paixão, seja qual for.
Assim, coisas boas acontecerão, por causa de si mesmo. E mesmo se as coisas não saem como planejadas, o indivíduo ainda estará caminhando na direção correta. Porque nada de que se tenha paixão é perda de tempo, não importa como se sair.

8- Sua intuição

Se conselho fosse bom, não se dava. É essencial seguir a própria intuição, fazer o que tem sentido para si. E nunca comparar a própria jornada com a de outra pessoa. Cada um possui as próprias lutas e desafios, um caminho diferente escolhido para chegar onde está.

9- Como se sente sobre si mesmo

Leva muito tempo para aprender a não julgar a si mesmo através dos olhos de alguém. Todos foram colocados neste planeta para descobrir a própria vida, e nunca serão felizes se tentam viver a idéia de alguém sobre isso.
O ideal é desistir de se preocupar muito sobre o que os outros pensam de você. O que eles pensam não é tão importante assim. O que é importante é como o indivíduo sente sobre ele próprio.

10- Sua singularidade

Cada um é único. Há uma mágica sobre si que é toda da pessoa. E ter uma auto-opinião fraca não é humildade, é autodestruição. Reconhecer a própria singularidade não é egoísmo, é uma pré-condição necessária para felicidade e sucesso.
Cada um merece vestir um sorriso no coração. E não por causa do que se tem ou do que se faz, mas por ser quem é. Cada um está mudando a cada dia, mas a pessoa está sempre incrível exatamente como é.

Fonte indicada: Top 10 mais

O selfie como tentativa de permanência

O selfie como tentativa de permanência

Recentemente em evento familiar ficou intensificada a ideia de como parte de nossa sociedade está obcecada em registrar os momentos a partir de suas máquinas fotográficas ou celulares multimodais. Não há anormalidade nesta prática, apenas desperta a atenção quando os seres não conseguem descartar seus aparelhos e tentam registrar o tempo de forma incessante. A necessidade em retratar faz com que muitos descartem a sensorialidade do presente. De alguma forma o usuário da máquina esteve presente, mas também não esteve devido a preocupação em se colocar no futuro.

Surgem os “paparazzi” domésticos, sempre a espera de um gesto que possa nos definir; sua gratificação é a falsa sensação de registro e cristalização de um momento. Nos eventos, estas novas formas autônomas de “retratistas” evidenciam uma ansiedade intensa, principalmente em festas de crianças, em acumular ou coletar imagens, apontando para a posteridade. Nesta prática pode-se afirmar que há um ambiente que abriga uma angústia sutil.

O desconforto inconsciente poderia identificar a insatisfação em aceitar que o momento escorre pelas mãos. O avançar do tempo nos fragiliza e nos coloca mais próximos do conceito de finitude. Chagdud Tulku Rinpoche dizia que os ponteiros dos relógios apontam apenas para uma única direção: a morte. Cronos, o deus do tempo, com sua foice, aguardando a colheita e devorando seus filhos, não diferente é impiedoso. Claro que esta discussão está em um âmbito sutil, inconsciente e revela apenas seus sintomas. Um deles: fazer o momento algo materializado, passo a passo, sorriso a sorriso, como se as lágrimas estivessem descartadas. As redes sociais intensificam o momento registrado, não obstante, há a necessidade de ser curtido e compartilhado; assim me eternizo, não morro, o momento não será esquecido. Revela-se o desejo de paralisar os ponteiros e a prorrogação da colheita de Cronos.

Quanto mais a sociedade se levanta em registrar freneticamente, além da discussão narcísica, nota-se a rejeição a transitoriedade e seus efeitos impermanentes.  Em viagens é comum a obsessão em registrar tudo, afinal não saberemos quando retornaremos, isso nos angustia. Tiramos fotos de todos os acontecimentos e no final da viagem não conseguimos lembrar o cheiro da terra visitada. A sensorialidade foi abolida devido a preocupação com o futuro, esquecemos do presente. Lembro que o cheiro da noite no Pantanal é muito diferente das manhãs gélidas de Gramado, as máquinas não podem captar esta sensação.

Em breve nos sentaremos com nossos aparelhos, riremos e choraremos com um passado que não conseguimos cristalizar ao rever nossas fotografias e iremos concluir que poderíamos ter vivido mais intensamente aquele momento. A angústia permanecerá, agora no sentido inverso; no tempo que se foi.

Eu desejo que você não se acostume

Eu desejo que você não se acostume

Eu desejo que você não se acostume com a aspereza da vida, com pessoas vazias e amores fugazes.

Eu desejo que você não se acostume com as mentiras deslavadas, com a imposição de horários e com a ideia de que as coisas são assim mesmo.

Eu desejo que você não se acostume com a injustiça, com o salário que não te sustenta e com a falta de disposição.

Eu desejo que você não se acostume com a poluição dos rios, dos ares e das mentes, com as propagandas televisivas e com os milagres prometidos em troca de favores.

Eu desejo que você não se acostume com um amor morno, com uma dor que não passa e com uma tristeza que não tem fim.

Eu desejo que você não se acostume a chorar escondido, que você não se acostume a deixar certos tipos de roupas e ideias de lado.

Eu desejo que você não se acostume a pegar trânsito para ir e voltar do trabalho. Eu desejo que você não se acostume com o que não te faz bem.

Eu desejo que você não se acostume com as coisas impostas. Eu desejo que você não se acostume com o que não te agrada no corpo e na vida.

Eu desejo que você não se acostume com pessoas e trabalhos que não te dão valor.

Eu desejo que você não se acostume com as falsas amizades, que você não se acostume com as ofensas do mundo e que você não se acostume com a escassez de sentido.

Eu desejo que você não se acostume com uma vida difícil, com um casamento ruim e com a profissão errada.

Eu desejo que você não se acostume a ser sozinho, que você não se acostume com a falta de vontade e que você não se acostume com a falta de amor.

Eu desejo que você não se acostume com a entrega sem prazer, com a viagem e a vida não desejada e que você não se acostume com o que não te traz realização.

Eu desejo que você nunca se acostume. Eu desejo que você se levante enquanto todos ainda estiverem sentados para enxergar tudo de outro prisma.

Eu desejo que você veja possibilidades e opções onde antes só via incertezas. Eu desejo que você mude de caminhos, que troque os falsos amores por reais e os amigos da onça por verdadeiros.

Eu desejo que você abandone os empregos e pessoas que te põem para baixo e que você tenha um fantástico encontro com suas reais aspirações.

Eu desejo que você ache no mundo um lugar aconchegante, repleto de pessoas felizes, e que lá possa traçar suas metas de forma que resguardem sua integridade.

Eu desejo que você se cuide, que se ame e que você possa amar de forma desmedida, deixando de lado o medo do que é maravilhoso pela certeza do que é sem graça.

Eu desejo a viagem dos sonhos, uma vida repleta de cores, amores e sabores. Eu desejo que você brilhe e seja luz. Eu desejo que as lágrimas se transmutem em sorrisos e que eles sejam perigosamente contagiosos.

Eu desejo que você seja a estrela da sua própria história.

Eu desejo que você seja imensamente feliz, mas desejo antes de tudo que, quando a felicidade chegar, você saiba protegê-la, cuidadoso, de tudo aquilo com o qual o mundo te fez, lamentavelmente, um dia se acostumar.

 Acompanhe a autora no Facebook pela sua comunidade Vanelli Doratioto – Alcova Moderna

(imagem de capa meramente ilustrativa)

A dor da alma

A dor da alma

Em alguma ocasião, alguém já recebeu um diagnóstico com a seguinte indicação: “Você tem andado muito deprimido; isto não tem nenhum remédio. Sugiro que você continue a viver e que resolva os seus problemas o mais rápido possível.”

Você pode imaginar as consequências que uma frase como esta causam na mente de uma pessoa que não consegue sair do fundo do poço onde ela se encontra?

Ao quebrar uma perna, ninguém iria recorrer ao vizinho para ver se ele a cura; procuraria um ortopedista. Em um caso como este, ninguém pode nos culpar por sermos tão distraídos, por não olharmos para o que estava no chão ou por não nos segurarmos bem ao descermos as escadas.

No geral, nós não pensamos assim. Se nós quebramos a nossa perna por uma distração nossa, o lógico seria nós mesmos solucionáramos o problema, uma vez que teríamos sido nós os responsáveis pelo que aconteceu.

Se no fim consultássemos um médico, ele não pediria que explicássemos as razões que causaram o erro que levou à quebra de nossos ossos, e também não nos recriminaria por nossa falta de atenção. Ele se limitaria a agir sobre o mal e procuraria maneiras de resolvê-lo da forma mais adequada e mais rápida possível.

Mas se o que se quebrou em pedaços foi a alma, qual o sentido de tudo isso? Podemos recorrer a qualquer um para consertá-la? Alguém iria nos culpar, mesmo sendo esta situação tão desconfortável?

Provavelmente nós próprios nos culparíamos por não termos sido mais prudentes, por termos permitido que muitos danos fossem causados dentro do nosso ser. Nós iríamos exigir muito de nós mesmos sem saber se é possível sairmos sozinhos desta situação.

A dor psíquica

Diante da doença física, nos preocupamos em cuidar dos doentes e fornecer todos os cuidados, mas quando o mal é psíquico e a dor é da alma, tudo muda radicalmente. Penso que a razão disso reside em não sabermos muito bem o que fazer, como agir, como ajudar o doente. Ninguém nos ensinou nada sobre os cuidados adequados para os problemas que nos fazem nos sentir tão mal emocionalmente. A dor da alma é extremamente intensa.

Ao mesmo tempo, ver alguém de quem gostamos desanimado ou deprimido, tão diferente de como ele se comportava antes, nos desconcerta e aumenta a nossa inquietação.

Isto faz com que, às vezes, as pessoas vivam com esse mal sem procurar pelas soluções externas, acreditando que elas devam agir sozinhas. Talvez pensem que é algo que não tem nenhum remédio, que é algo com o qual terão que aprender a conviver.

E não é assim. Não estou dizendo que há uma solução para todos os males psíquicos, mas também não há para todos os males físicos e isso não nos impede de procurar a ajuda de profissionais adequados.

Há uma série de alternativas para ajudar a encontrar um caminho mais saudável do que o do sofrimento. Quando a dor é da alma, também há ataduras e remédios; se você não os conhece, um profissional poderá lhe ajudar a encontrar a resposta que você tanto precisa. Se uma pessoa não pode resolver um problema, não significa que essa solução não exista; ela apenas não a conhece.

Persista até encontrar a solução para o seu problema, porque ela existe.

Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa

O hipocondríaco- considerações de Frei Beto

O hipocondríaco- considerações de Frei Beto

Em tempo de remédios falsificados e laboratórios incompetentes, vale lembrar deste consumidor compulsivo que faz da bula Bíblia: o hipocondríaco. Ele padece do mal de ter mania de doenças e adora tomar remédios. Ao passar à porta da farmácia não resiste e pergunta: “O que tem de novidade?”

Nada mais ofensivo ao hipocondríaco do que erguer um brinde e desejar-lhe “saúde!”. Ele só frequenta coquetel de vitaminas. Encara sempre o interlocutor com aquele olhar de quem diz: “ando sentindo coisas que você nem imagina”. No telefone, faz voz de vítima. Cara a cara, suplica, silente, a compaixão alheia.

Está sempre entrando ou saindo de uma gripe; já tomou todas as vacinas; sofre da coluna; padece de insônia; e trata médico como faz com motorista de táxi: “Tá livre?”

O hipocondríaco entra na Justiça exigindo mandado de prisão contra os radicais livres e duvida que alguém possa imaginar o tamanho da enxaqueca que teve ontem. Enquanto outros fazem shopping, o prazer do hipocondríaco é visitar drogarias de vitaminas importadas. Ingere pela manhã o abecedário em drágeas e nunca se deita sem antes tomar um chá de ervas.

Hipocondríaco não tem plano de saúde; prefere cota de cemitério. Gosta de se separar da família para morrer de saudades. E fica doente de raiva quando alguém diz que ele aparenta boa saúde.

O autêntico hipocondríaco carrega sempre uma dorzinha de lado, uma unha encravada, uma afta na boca, uma irritação na garganta, uma dor na coluna e umas tonturas estranhas.

Para o hipocondríaco, esposa ideal é a que banca a enfermeira; cadeira confortável é a de rodas; e cama macia, a de hospital.

O hipocondríaco é a única pessoa que, pelo som, distingue sirene de ambulância da de viatura de polícia e de bombeiro.

O guru do hipocondríaco é Hipócrates, e sua filosofia se resume nesta questão metafísica: “Se a gente nasce deitado e morre deitado, por que não viver deitado?”

O hipocondríaco morre de medo da vida saudável. Está convencido de que a diferença entre o médico e ele é que o primeiro conhece a teoria e, o segundo, a prática. Nunca pergunte a ele: “Vai bem?” É preferível: “Melhorou?”

O hipocondríaco só assina revistas médicas e, nos jornais, lê primeiro o obituário. Mas, ao contrário do que se pensa, o hipocondríaco não quer morrer — isto o curaria de sua loucura.

Nunca convide um hipocondríaco a matricular-se numa academia de ginástica. Ofereça-lhe um check-up. Os únicos exames que ele aceita fazer são os clínicos e adora ser reprovado. Se faz cooper, a perna dói; se pratica natação, fica resfriado; se flexiona o abdome, sente dor nas cadeiras.

O hipocondríaco escuta o médico com a mesma atenção que o bêbado ouve os conselhos do abstêmio. A turma do hipocondríaco se reúne em porta de farmácia e tira férias em clínicas de repouso.

O hipocondríaco é o único paciente que consegue decifrar letra de médico. Ele não se recolhe para dormir, e sim para repousar. Nunca deseje “bom-dia” a um hipocondríaco; pergunte: “Levantou melhor?” Aliás, ele não se levanta; tem alta. No aniversário, dê a ele um vidro de remédios. Todo hipocondríaco é viciado em aspirina, vitamina C e melatonina.

O hipocondríaco sabe dar nó nas tripas e acredita que o melhor lazer é curtir uma diverticulite. Considera incompetente todo médico que diz que ele não tem nada.

O hipocondríaco acredita em tudo que a mídia fala sobre cuidados com a saúde.

Quando viaja, não se hospeda; se interna. No bolso de dentro do paletó ele não carrega caneta, mas termômetro. E é a única pessoa capaz de enxergar vírus e bactérias em talheres de restaurantes.

Sonho de hipocondríaco é ser socorrido por um daqueles helicópteros UTI que aparecem na TV. E sempre reclama de que já existem telessexo, telepiada, telepizza, telessorteio, só falta o teledoença: você liga, descreve os sintomas e, do outro lado da linha, uma voz de médico prescreve a medicação.

Deve ter sido um hipocondríaco quem deu ao remédio que combate infecções o nome de antibiótico — que significa “contra a vida”.

O hipocondríaco não tem remédio. Ele só se cura quando morre e, paradoxalmente, a morte é o sintoma mais óbvio de que ele tinha razão. Pena que não possa levantar-se do caixão e enfiar o dedo na cara de quem o tratava pejorativamente como hipocondríaco. De qualquer modo, repare como ele, defunto, traz um sorrisinho de vitória nos lábios.


Frei Betto, via Cá entre nós

O legado emocional das mulheres sábias

O legado emocional das mulheres sábias

Minhas avós são as mulheres mais sábias que conheço, mesmo que o tempo as tenha esquecido, mesmo que o mundo agora soe desafinado aos seus ouvidos.

O legado destas mulheres sábias será transmitido de geração em geração, com muito amor e palavras sussurradas antes de dormir: nos conselhos e sorrisos que dizem muito, muitas vezes sem pronunciar palavra alguma.

As mulheres mais sábias se vestem de mil vidas a cada ano vivido, sabem mais de superação do que qualquer livro de autoajuda, e guardam dentro de si essa essência que nem o tempo e as mudanças conseguem apagar. É a sabedoria da coragem e o amor incondicional que não cobra, mas que nos enriquece, apoia e protege.

A herança das nossas gerações passadas, das nossas avós, é o testemunho de uma mulher que deixou seu legado de sangue e afeição, às vezes conflitante, mas sempre intenso e decisivo.

Falaremos hoje do vínculo tecido ao longo do tempo entre três gerações: avós, mães e filhas. É uma ligação de grande importância a nível físico e emocional.

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O vínculo invisível das mulheres sábias

Podemos dizer que as avós são as artesãs mais qualificadas desse conhecimento que é transmitido sem palavras.

Muitas vezes as observamos em seus rituais precisos: como arrumam suas coisas, cuidam das nossas roupas, preparam com carinho pratos deliciosos, como trançam seus cabelos brancos a cada manhã, para depois fazer um coque com muita precisão.

Em cada um dos seus movimentos, em cada gesto, não se escondem somente anos de prática, mas o silêncio das emoções guardadas por toda vida.

Na realidade, nunca chegaremos a conhecer todos os segredos vividos em sua juventude, suas dores e desilusões. Isso já não importa mais; o tempo passou e trouxe a cura.

Elas transmitiram para suas filhas o seu conhecimento de vida, que fala de coragem e verdades que transcendem o tempo. No amor, temos que ser prudentes: não entregue seu coração a quem não merece; do sofrimento é melhor nem falar, mas as alegrias devem ser mostradas com orgulho.

O estilo de criação das mulheres sábias

Os especialistas dizem que elas tratam os netos de forma diferente de como trataram seus filhos. Elas têm um papel significativo, mas muito mais relaxado.

Já não existe a pressão de guiar os passos dos filhos com o esforço cotidiano, com a determinação que as faz se esquecer delas próprias.

Os netos são um presente para sua maturidade e uma renovação de vida. Seu amor é incondicional, e elas deixam para seus filhos a responsabilidade de educar e colocar limites.

As avós exercem a figura da árvore que oferece raízes e transmite segurança aos seus netos, e o equilíbrio de um afeto que não conhece tempestades.

Há sempre algum doce no forno, uma cadeira na frente de uma janela para olhar o céu e as nuvens, recordar o passado e relembrar muitas histórias; são fatos que sempre recordaremos com muito carinho.

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As experiências dessas mulheres corajosas e de olhar sincero nos falam de resiliência. Na realidade, não importa a nossa idade, essas mulheres são muito importantes para nós.

Percebemos intuitivamente que elas já superaram coisas que nem suspeitamos. Enfrentaram batalhas para se fazer respeitar, aprenderam a levantar a voz quando lhes exigiam silêncio, e talvez tenham renunciado a muitos dos seus sonhos.

Esses sonhos, que um dia projetaram em nós e em seus netos: esperanças e sonhos que guardam dentro dos seus corações. Nenhum amor é tão sincero como o dessas velhas senhoras. As mulheres sábias…

Não acredito no eterno feminino, uma essência de mulher, algo místico. Ninguém nasce mulher, torna-se mulher.
Simone Beauvoir
Texto original em espanhol de Valeria Sabater
Fonte indicada: A Mente é maravilhosa

Psicologia da mentira

Psicologia da mentira

Se respeitarem determinadas condições, sendo a principal “não causar sofrimento”, psicólogos podem auxiliar num interrogatório, segundo a Associação Americana de Psicologia (APA). Como, então, extrair uma confissão sem violência?

Em 2009, o presidente Barack Obama criou uma equipe de elite formada por psicólogos cognitivos e sociais, linguistas e outros especialistas, o Grupo de Interrogatório de Detentos de Alto Valor (HIG, na sigla em inglês). Meissner, que é líder do projeto, divulgou os resultados de suas experiências numa edição especial da Applied Cognitive Psychology. Não só é possível conduzir inquéritos respeitando a dignidade como sua eficácia é comprovada.
A seguir, algumas das estratégias usadas para identificar narrativas falsas e induzir uma pessoa a se expressar de forma mais honesta.

1. Estimular a cooperação.

De acordo com os pesquisadores, um investigador que demonstra empatia tem mais chances de sucesso que um que se apresenta de forma fria e acusatória. Muitas técnicas descritas no artigo dependem de uma postura solidária – de fato, é o começo. “A primeira coisa a fazer é desenvolver a cooperação do suspeito”, argumenta Meissner. Só depois disso, a pergunta é: “Como obter as informações possíveis e necessárias?”.

2. Preencher lacunas.

Falar sobre algo que a pessoa fez – e induzi-la a acreditar que a verdade já foi descoberta – é mais eficaz que questionamentos diretos. De acordo com Meissner, o interrogado tende a corrigir alguns pontos e a fornecer detalhes enquanto ouve a narração. A técnica chamada por especialistas de Scharff, em referência ao interrogador alemão da Segunda Guerra Mundial, demonstrou ser mais efetiva para obter dados do que perguntas. Pessoas interrogadas com o método costumam subestimar a quantidade de informações que estão revelando.

3. Surpreender.

A pessoa que está mentindo geralmente tende a antecipar as respostas. Além disso, a mentira demanda uma grande tensão cognitiva para sustentar a história de forma linear e manter o equilíbrio emocional. Uma pergunta totalmente inesperada pode, assim, confundir o interrogado e induzi-lo a entregar informações contraditórias.

4. Perguntar a história de trás para a frente.

Ao contrário do que muitos imaginam, quem fala a verdade é mais propenso a adicionar detalhes e rever os fatos ao longo do tempo, enquanto os que mentem tendem a manter a mesma narrativa. “A inconsistência é um aspecto fundamental da memória”, diz Meissner. Os interrogadores usam uma técnica chamada por especialistas de cronologia reversa (em que a pessoa é solicitada a contar os eventos de trás para a frente) para tirar proveito dessa peculiaridade. A estratégia tem um efeito duplo: os que falam a verdade costumam se recordar mais facilmente – em outro estudo feito pelo HIG, o método ajudou a obter duas vezes mais detalhes do que o discurso tradicional. Para os que mentiam, porém, a cronologia reversa dificultou a narrativa; estes mostraram maior tendência a simplificar a história.

5. Revelar as evidências no último momento.

Pessoas que participaram de um estudo feito em março de 2015 se recusaram a falar quando confrontadas com provas potenciais de sua culpa logo no início da entrevista. Em geral, adotavam uma postura silenciosa e agressiva ou caíam no choro. Em vez de buscar desestruturar o suspeito, os pesquisadores recomendam o caminho do meio: aludir à prova sem fazer nenhuma acusação direta num primeiro momento (de forma a tentar angariar mais informações enquanto ele ainda não se sabe acusado) e revelar as evidências mais tarde.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição de Agosto de 2015 de Mente e Cérebro, disponível na Loja Segmento, Via Cá entre nós

25 filmes que nos ensinam a lidar com as perdas

25 filmes que nos ensinam a lidar com as perdas

Não vivemos o luto apenas quando perdemos alguém pela morte. Vivemos um luto cada vez que perdemos algo ou alguém que para nós era importante e com o qual possuíamos um vínculo ou ligação emocional.

Podemos vivenciar um luto ao perdermos um emprego, ao mudarmos de cidade, ao descobrirmos uma doença, ao fazermos a passagem de uma fase da vida para outra, ao sentirmos que nós já não somos como éramos antes…

A lista escolhida reflete o luto em suas diversas formas. Que ela possa servir de fonte para reflexão e ampliação sobre como lidamos com as perdas e ganhos que são partes essenciais da vida.

Pois como diz Schüler: “Quando morremos? Na verdade, morremos todos os dias. Morte são também nossas decepções, nossos projetos falidos, nossas ideias abortadas. Morte é tudo que nega a vida. A morte definitiva, a que encerra todos os atos, a que nos apresenta a vida concluída, dessa não podemos tratar porque ela nos excede. Restam-nos os insucessos que a anunciam, neles acenam os signos do que não nos é dado alcançar”.

  1. PS eu te amo

Holly Kennedy (Hilary Swank) é casada com Gerry (Gerard Butler), um engraçado irlandês por quem é completamente apaixonada. Quando Gerry morre, a vida de Holly também acaba. Em profunda depressão, ela descobre com surpresa que o marido deixou diversas cartas que buscam guiá-la no caminho da recuperação.

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  1. A Balada de Narayama

Uma pequena cidade japonesa segue uma tradição: aquele que completa setenta anos deve deixar a vila e ir até o topo de uma montanha para encontrar a morte. Quem se recusa a cumprir a regra traz desgraça para sua família. Orin (Sumiko Sakamoto) tem sessenta e nove anos e no inverno chegará sua vez de subir o monte. Mas sua maior preocupação no momento é encontrar uma esposa para seu filho mais velho Tatsuhei (Ken Ogata).

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3- A culpa é das estrelas

Diagnosticada com câncer, a adolescente Hazel Grace Lancaster (Shailene Woodley) se mantém viva graças a uma droga experimental. Após passar anos lutando com a doença, ela é forçada pelos pais a participar de um grupo de apoio cristão. Lá, conhece Augustus Waters (Ansel Elgort), um rapaz que também sofre com câncer. Os dois possuem visões muito diferentes de suas doenças: Hazel preocupa-se apenas com a dor que poderá causar aos outros, já Augustus sonha em deixar a sua própria marca no mundo. Apesar das diferenças, eles se apaixonam. Juntos, atravessam os principais conflitos da adolescência e do primeiro amor, enquanto lutam para se manter otimistas e fortes um para o outro.

contioutra.com - 25 filmes que nos ensinam a lidar com as perdas4- Canção para Marion

Arthur, morador de uma pensão para idosos, nunca gostou de cantar, mas quando sua esposa fica doente, ele decide honrar uma das suas atividades favoritas: participar de um coral. Logo, ele descobre as técnicas pouco convencionais da diretora do coral, e se aproxima novamente de seu filho, James.

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5. A Partida

Daigo Kobayashi (Masahiro Motoki) tem o sonho de tocar violoncelo profissionalmente. Para tanto se endivida e compra um instrumento, conseguindo emprego em uma orquestra. O pequeno público que comparece às apresentações faz com que a orquestra seja dissolvida. Sem ter como pagar, ele devolve o instrumento e decide morar, com sua esposa Mika (Ryoko Yoshiyuki), em sua cidade natal. Em busca de emprego, ele se candidata a uma vaga bem remunerada sem saber qual será sua função. Após ser contratado, descobre que será assistente de um agente funerário, o que significa que terá que manipular pessoas mortas. De início Daigo tem nojo da situação, mas a aceita devido ao dinheiro. Apesar disto, esconde o novo trabalho da esposa. Aos poucos ele passa a compreender melhor a tarefa de preparar o corpo de uma pessoa morta para que tenha uma despedida digna.

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6- Amor (Amour)

Georges (Jean-Louis Trintignant) e Anne (Emmanuelle Riva) são um casal de aposentados apaixonados por música. Eles têm uma filha musicista que vive em outro país. Certo dia Anne sofre um derrame e fica com um lado do corpo paralisado. O casal de idosos passa por graves obstáculos que colocarão o seu amor em teste.

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7- As Invasões Bárbaras

À beira da morte e com dificuldades em aceitar seu passado, Rémy (Rémy Girard) busca encontrar a paz. Para tanto recebe a ajuda de Sébastien (Stéphane Rousseau), seu filho ausente, sua ex-mulher e velhos amigos.

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8- Lado a lado

Uma jovem de doze anos (Jena Malone) e um garoto de sete (Liam Aiken), filhos de pais separados, não aceitam a nova namorada de seu pai (Ed Harris), uma bela e renomada fotógrafa (Julia Roberts). O garoto ainda tolera a situação, mas a adolescente não se conforma com a separação e com fato de seu pai e a namorada viverem juntos, pois isto significa que as chances de reconciliação de seus pais se tornam quase nulas. Por sua vez, a mãe das crianças (Susan Sarandon) ainda alimenta esta briga, fazendo o gênero “mãe perfeita”. A fotógrafa faz de tudo para agradar as crianças, chegando ao ponto de dar tanta atenção aos enteados que acaba perdendo o emprego, pois deixou de ser a profissional competente que era. Até que uma notícia inesperada muda completamente a relação entre os familiares.

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9- Minha vida sem mim

Tendo apenas 23 anos, Ann (Sarah Polley) é mãe de duas garotinhas, Penny (Jessica Amlee) e Patsy (Kenya Jo Kennedy), e é casada com Don (Scott Speedman), que constrói piscinas. Ela trabalha todas as noites na limpeza de uma universidade, onde nunca terá condições de estudar, e mora com sua família em um trailer, que fica no quintal da casa da sua mãe (Deborah Harry). Ann mantém uma distância obrigatória do pai, pois ele há dez anos está na prisão. Após passar mal, Ann descobre que tem câncer nos ovários. A doença alcançou o estômago e logo estará chegando no fígado, assim ela terá no máximo três meses de vida. Sem contar a ninguém seu problema e dizendo que está com anemia, Ann faz uma lista de tudo que sempre quis realizar, mas nunca teve tempo ou oportunidade. Ela começa uma trajetória em busca de seus sonhos, desejos e fantasias, mas imaginando como será a vida sem ela

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10- Philomena

Irlanda, 1952. Philomena Lee (Judi Dench) é uma jovem que tem um filho recém-nascido quando é mandada para um convento. Sem poder levar a criança, ela o dá para adoção. A criança é adotada por um casal americano e some no mundo. Após sair do convento, Philomena começa uma busca pelo seu filho, junto com a ajuda de Martin Sixsmith (Steve Coogan), um jornalista de temperamento forte. Ao viajar para os Estados Unidos, eles descobrem informações incríveis sobre a vida do filho de Philomena e criam um intenso laço de afetividade entre os dois.

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11- Ponte para Terabitia

Jess Aarons (Josh Hutcherson) sente-se um estranho na escola e até mesmo em sua família. Durante todo o verão ele treinou para ser o garoto mais rápido da escola, mas seus planos são ameaçados por Leslie Burke (Anna Sophia Robb), que vence uma corrida que deveria ser apenas para garotos. Logo Jess e Leslie tornam-se grandes amigos e, juntos, criam o reino secreto de Terabítia, um lugar mágico onde apenas é possível chegar se pendurando em uma velha corda, que fica sobre um riacho perto de suas casas. Lá eles lutam contra Dark Master (Matt Gibbons) e suas criaturas, além de conspirar contra as brincadeiras de mau gosto que são feitas na escola.

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12- O escafandro e a borboleta

Jean-Dominique Bauby (Mathieu Amalric) tem 43 anos, é editor da revista Elle e um apaixonado pela vida. Mas, subitamente, tem um derrame cerebral. Vinte dias depois, ele acorda. Ainda está lúcido, mas sofre de uma rara paralisia: o único movimento que lhe resta no corpo é o do olho esquerdo. Bauby se recusa a aceitar seu destino. Aprende a se comunicar piscando letras do alfabeto, e forma palavras, frases e até parágrafos. Cria um mundo próprio, contando com aquilo que não se paralisou: sua imaginação e sua memória.

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13- Elza e Fred

Elsa (Shirley MacLaine) é uma mulher de idade que vive sozinha. Um dia, ela comete uma barbeiragem ao sair com o carro e quebra os faróis do carro de Lydia (Marcia Gay Harden), a filha de seu novo vizinho, Fred (Christopher Plummer). Revoltada com o ocorrido, Lydia exige que Elsa pague o conserto. O filho de Elsa (Scott Bakula) aceita cobrir os danos mas, ao entregar o cheque a Fred, Elsa lhe conta uma história triste que acaba convencendo-o a recusar o valor. Com o tempo, Elsa e Fred se aproximam cada vez mais, apesar do temperamento bastante diferente. Enquanto ela é cheia de vida, ele é rabugento e mal quer sair de casa.

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14- Para sempre Alice

A Dra. Alice Howland (Julianne Moore) é uma renomada professora de linguística. Aos poucos, ela começa a esquecer certas palavras e se perder pelas ruas de Manhattan. Ela é diagnosticada com Alzheimer. A doença coloca em prova a  força de sua família. Enquanto a relação de Alice com o marido, John (Alec Baldwinse), fragiliza, ela e a filha caçula, Lydia (Kristen Stewart), se aproximam.

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15- A invenção de Hugo Cabret

Paris, anos 30. Hugo Cabret (Asa Butterfield) é um órfão que vive escondido nas paredes da estação de trem. Ele guarda consigo um robô quebrado, deixado por seu pai (Jude Law). Um dia, ao fugir do inspetor (Sacha Baron Cohen), ele conhece Isabelle (Chloe Moretz), uma jovem com quem faz amizade. Logo Hugo descobre que ela tem uma chave com o fecho em forma de coração, exatamente do mesmo tamanho da fechadura existente no robô. O robô volta então a funcionar, levando a dupla a tentar resolver um mistério mágico.

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16- UP – Uma aventura nas alturas

Carl Fredricksen (Edward Asner) é um vendedor de balões que, aos 78 anos, está prestes a perder a casa em que sempre viveu com sua esposa, a falecida Ellie. O terreno onde a casa fica localizada interessa a um empresário, que deseja construir no local um edifício. Após um incidente em que acerta um homem com sua bengala, Carl é considerado uma ameaça pública e forçado a ser internado em um asilo. Para evitar que isto aconteça, ele enche milhares de balões em sua casa, fazendo com que ela levante vôo. O objetivo de Carl é viajar para uma floresta na América do Sul, um local onde ele e Ellie sempre desejaram morar. Só que, após o início da aventura, ele descobre que seu pior pesadelo embarcou junto: Russell (Jordan Nagai), um menino de 8 anos

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17- A menina que roubava livros

Durante a Segunda Guerra Mundial, uma jovem garota chamada Liesel Meminger (Sophie Nélisse) sobrevive fora de Munique através dos livros que ela rouba. Ajudada por seu pai adotivo (Geoffrey Rush), ela aprende a ler e partilhar livros com seus amigos, incluindo um homem judeu (Ben Schnetzer) que vive na clandestinidade em sua casa. Enquanto não está lendo ou estudando, ela realiza algumas tarefas para a mãe (Emily Watson) e brinca com a amigo Rudy (Nico Liersch).

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18- Tão forte tão perto

Oskar Schell (Thomas Horn) é um garoto muito apegado ao pai, Thomas (Tom Hanks), que inventou que Nova York tinha um distrito hoje desaparecido para fazer com que o filho tivesse iniciativa e aprendesse a falar com todo tipo de pessoa. Thomas estava no World Trade Center no fatídico 11 de setembro de 2001, tendo falecido devido aos ataques terroristas. A perda foi um baque para Oskar e sua mãe, Linda (Sandra Bullock). Um ano depois, Oskar teme perder a lembrança do pai. Um dia, ao vasculhar o guarda-roupas dele, quebra acidentalmente um pequeno vaso azul. Dentre há um envelope onde aparece escrito Black e, dentro dele, uma misteriosa chave. Convencido que ela é um enigma deixado pelo pai para que pudesse desvendar, Oskar inicia uma expedição pela cidade de Nova York, em busca de todos os habitantes que tenham o sobrenome Black.

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19- O quarto do filho

Giovanni (Nanni Moretti) é um psicanalista que reside e trabalha na cidade de Ancona, na Itália. Ele é casado com Paola (Laura Morante) e tem dois filhos: a menina Irene (Jasmine Trinca) e o jovem Andrea (Giuseppe Sanfelice). Sua vida transcorre tranquila, dividida entre a família e o consultório, até que uma tragédia a transtorna completamente. Para atender ao chamado urgente de um paciente, Giovanni deixa de acompanhar o filho à praia e nesse passeio o rapaz morre afogado. A família, é claro, ressente-se profundamente com a morte e Giovanni sofre uma forte sensação de remorso, apesar do apoio da esposa.

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20- Reine sobre mim

Charlie Fineman (Adam Sandler) perdeu sua família nos atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York. Ele procura apoio em um antigo amigo da faculdade, o dentista bem-sucedido Alan Johnson (Don Cheadle), que também passa por problemas. Mesmo tendo família e emprego, muitas vezes Alan se sente bastante sozinho. Ao se ajudarem mutuamente, a vida de Charlie começa a melhorar bastante e o vínculo entre eles, perdido há algum tempo, volta a se fortalecer.

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21- Iris

A história de amor entre a novelista e filósofa Iris Murdoch e seu marido, o professor de Oxford John Bayley, contada em duas épocas distintas: na juventude, quando se conheceram, e na velhice, quando Iris sofre do mal de Alzheimer.

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22- O óleo de Lorenzo

Um garoto levava uma vida normal até que, quando tinha seis anos, estranhas coisas aconteceram, pois ele passou a ter diversos problemas de ordem mental que foram diagnosticados como ALD, uma doença extremamente rara que provoca uma incurável degeneração no cérebro, levando o paciente à morte em no máximo dois anos. Os pais do menino ficam frustrados com o fracasso dos médicos e a falta de medicamento para uma doença desta natureza. Assim, começam a estudar e a pesquisar sozinhos, na esperança de descobrir algo que possa deter o avanço da doença.

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23- Meu primeiro amor

Vada Sultenfuss (Anna Chlumsky), uma garota de 11 anos, é obcecada com a morte, pois sua mãe morreu e seu pai, Harry Sultenfuss (Dan Aykroyd), é um agente funerário que não lhe dá a devida atenção. Vada é apaixonada por Jake Bixler (Griffin Dunne), seu professor de inglês, e no verão faz parte de uma classe de poesia só para impressioná-lo. Paralelamente é muito amiga de Thomas J. Sennett (Macaulay Culkin), um garoto que é alérgico a tudo. Quando Harry contrata Shelly DeVoto (Jamie Lee Curtis), uma maquiadora para os funerais, e se apaixona por ela Vada se sente ultrajada e quer fazer qualquer coisa que estiver em seu poder para separá-los.

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24- Canção do Oceano

Dois irmãos perdem a mãe e precisam encontrar uma maneira de viver sem ela. O segredo está nas lendas que ela contava e na concha mágica que ela deixou, que toca a música do mar para encantar as criaturas e despertar o amor e a união entre as crianças.

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25- Um golpe do destino

Jack McKee (William Hurt) é um médico bem-sucedido, rico e aparentemente sem nenhum problema, até o momento em que é diagnosticado com câncer de garganta. Com a perspectiva de um paciente, ele busca hospitais, tratamentos e médicos, percebendo que ser um doutor é mais do que somente cirurgias e prescrições.

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*sinopses: www.adorocinema.com

A insustentável leveza da morte

A insustentável leveza da morte

Com alguma atenção é possível cismar que o mais assustador sobre a morte seja a reação daqueles que ficam. Uma pessoa passa a vida inteira quase esquecida, rodeada por um círculo exíguo de amigos, um artista é pouco reconhecido, tem lá os seus bocados de fãs fiéis, ou ainda, uma pessoa é isolada, solitária e criticada na maior parte do seu tempo vivido. Poderia descrever aqui “N” situações de pessoas que, enquanto em vida, não receberam o mesmo suporte ou a mesma atenção que despertaram no momento da morte.

De que vale uma homenagem, a atenção ou o afeto para um morto afinal? Independentemente de existir alma ou qualquer outra coisa, creio que uma vez que o corpo vai, vai com ele todo o valor do que quer que fosse que fizesse sentido “por aqui”. Deixar ir… não é que homenagens não sejam belas, necessárias ao luto nosso, mas são necessárias ao luto nosso, é um consolo para quem fica e de nada vale para quem partiu, e mesmo que valha (vai da crença de cada um), por que não valorizar as pessoas enquanto elas estão entre nós?

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“Bem. Eu penso que parte disso são, provavelmente, contrastes. Luz e sombra. Se você nunca teve maus momentos, como você sabe que teve bons momentos? Mas, outra parte é apenas: se você vai ser humano, vem um monte de coisas no pacote. Olhos, um coração, dias e vida. No entanto, são os momentos que iluminam isso tudo. Os momentos que você não percebe enquanto os está vivendo… é isso que faz o resto valer a pena.” (Morte – HQ Sandman – Neil Gaiman)

A morte é quase sempre tratada como um grande espetáculo, com direito a performances acrobáticas da hipocrisia. É o momento em que todos se abraçam em memória do morto, de que todos os erros e defeitos do defunto são apagados. A absolvição, o reconhecimento e o amor, talvez tão desejados pelo falecido quando vivo, se convertem em rosas para adornar um caixão. Qual é o problema com as pessoas que decidem valorizar alguém justamente quando não há nada que possa ser feito por ele?

Dizem que a morte é a única coisa sobre a qual não há nada que possa ser feito. E talvez, justamente por isso seja tão fácil amar um morto. Não é necessário se responsabilizar pelo que sente por ele, não há cobranças, não haverá ações que coloquem em dúvida a sua devoção, não haverá decepções, não haverá discussões nem contratempos: a morte por si só dá conta de tudo, agora a culpa é toda da morte e por isso todos podem ficar em paz entre si. Rituais a parte, a morte nos convida a uma reflexão maior do que levar a “culpa” pelo que não foi ou automatizar um ato de beatificação do que se foi. Seja lá o que for: foi. Ela nos convida a uma reflexão sobre a vida, essa que é dura!

A morte nos pede coragem em assumir a vida – em assumir amor sem expectativas de que ele será recebido de uma forma passiva e idealizada, em assumir devoção mesmo diante dos defeitos, em assumir relações mesmo com contratempos, em estar presente ou de ausentar-se mesmo, sem culpa, tão sem culpa que não irá também buscar redenção através de votos lamuriosos embalados em um funeral. A morte nos pede coragem para viver sem saber o que será amanhã, e ainda assim, viver com gosto, apreciando cada momento e, como parte do “pacote”, as pessoas que escolhemos como elementos desse viver.

A vida importa. É enquanto ela corre que é possível fazer alguma coisa. Por que não homenagear pessoas vivas, enquanto elas podem usufruir de toda a afeição e reconhecimento? Por que não abraçar pessoas vivas, declarar os sentimentos, chorar à vista para rir a prazo, celebrar o ar que entra e sai dos pulmões? Por que não se responsabilizar pela sua atitude diante do que é em vez de lamentar o que jamais voltará a ser?

Não se trata de abandonar a memória e os afetos pelos que se foram, mas em ter nestas memórias a lembrança dos mesmos afetos doados em vida. Fazer na despedida a última homenagem e não a primeira, diante da derradeira partida.

Sexo sem amor.

Sexo sem amor.

Somos um turbilhão de hormônios, químicas, sentimentos, pensamentos e necessidades fisiológicas navegando aqui dentro, encontrando-se e desencontrando-se, num ritmo frenético cada vez mais célere por conta do dia-a-dia atribulado a que nos entregamos. Nem sempre conseguimos equilibrar esse tanto de coisa que carregamos no peito, nos ombros, correndo em nossas veias, o que acaba nos provocando tristezas aparentemente descabidas, raiva de quem não nos fez nada, explosões verborrágicas fora de contexto e desejos inesperados.

Somos cobrados a todo instante por idealizações midiáticas que nos preconizam os modelos de pessoas desejáveis, modelos inalcançáveis pela esmagadora maioria da população mundial. Temos que ser fortes física e emocionalmente, bem resolvidos, ricos, destemidos, românticos e guiados pela razão. Acontece que nem tudo o que nos move pode ser racionalizado, pois somos em muito dependentes dos chamados de nosso organismo – quem consegue pensar direito, por exemplo, quando está acometido por uma vontade irrefreável de ir ao banheiro? O corpo não nos cansa de lembrar que ele também manda na gente.

Da mesma forma é o que pode ocorrer com as necessidades sexuais, as quais, em alguns momentos, parece pulsar dentro de nós enquanto necessidade física mesmo, seja quando do torvelinho hormonal característico da puberdade, seja na mais tenra idade, ou quando menos se espera. Muitas vezes, queremos o sexo porque sim, não importando se houve conquista, jogo de olhares, diálogos românticos, agrados e gentilezas o precedendo, se há amor envolvido. Trata-se de uma necessidade acesa pela nossa libido, que nos acompanha aonde formos. É desejo puro, instinto, é tesão, uma vontade que repentinamente pode surgir, sabe-se lá de onde ou por que motivo, ardendo por todos os poros. E não há que se envergonhar disso, pois é sinal de que ainda existem vida e energia dentro da gente.

Cada um sabe o que é melhor para si mesmo naquele momento, portanto, ninguém merece ser condenado por guiar-se pelos próprios desejos, quando não se prejudica o próximo. Logicamente, em qualquer circunstância, o sexo deve ser seguro e saudável, pois somos responsáveis pelos nossos corpos e pela forma como o utilizamos, sempre. Evitar doenças sexualmente transmissíveis e concepções indesejadas é o mínimo que se deve garantir ao se relacionar sexualmente; o resto diz respeito aos desejos de cada um, a ninguém mais – e desde que não haja um terceiro sendo traído, pois ninguém merece sair machucado por conta de nossas vontades. Com quem, onde, de que forma, com qual finalidade, tudo isso cabe apenas aos envolvidos – se houver consentimento mútuo obviamente, pois temos que agir de acordo com os nossos desejos e os desejos do parceiro, inclusive conscientes do que possa vir a ser colhido mais cedo ou mais tarde.

No entanto, é preciso muita maturidade e certeza real quanto ao que se deseja, se vale a pena ou não, ponderando as possíveis consequências que virão. Vivemos em sociedade e, por mais que não queiramos, existem olhos, ouvidos e bocas alheias à espreita o tempo todo, prontos para julgar nossas falas, atitudes e comportamentos. Quando nossas escolhas forem condenadas por muitos, estaremos fadados a enfrentar os julgamentos e apontamento de dedos que então decorrerão. Da mesma forma, é preciso ser independente emocional e financeiramente para poder agir como quiser, sem ter que enfrentar cobranças e reprimendas alheias, bem como as que nós próprios nos fazemos. Se não quisermos dar satisfações a outrem, que consigamos nos sustentar, sobreviver e nos emancipar sem a ajuda desse outrem. Caso contrário, deveremos satisfações, sim; não tem por onde.

Ninguém está fazendo apologia do sexo casual e descompromissado como única forma válida de prazer; apenas se defende o direito de buscá-lo da maneira que melhor atenda a necessidades específicas em determinados momentos. Não é preciso estar amando ou apaixonado para ter vontade de fazer sexo. Pessoas são diferentes umas das outras, de um dia para o outro, bem como suas aspirações e vontades. É inegável que o que precede o sexo em si pode potencializar o prazer da entrega, oportunizando uma troca repleta de cumplicidade, intimidade e sentimentos verdadeiros. Não se questiona, aqui, a importância da conquista e do jogo de sedução na criação de vínculos mais fortes e duradouros, porém, às vezes, o que se deseja é somente desfrutar as delícias do ato sexual. Sexo, nada mais do que isso. Se todos os envolvidos estiverem alcançando prazer e se sentindo bem, de forma segura e consentida, com maturidade, não fugindo à fidelidade de uma relação com isso, ou aos próprios valores e princípios, não haverá por que condenar.

É fato que o mundo carece de amor, de romantismo, de galanteios e de vidas compartilhadas com honestidade. Conhecer verdadeiramente a pessoa a quem nos entregamos traz um prazer imensurável, íntimo e renovador. Olhar nos olhos do parceiro com quem estabelecemos fortes vínculos de intimidade e de amor enquanto os corpos se fundem é como afagar-lhe a alma – enquanto a nossa também se afaga. Porém, às vezes não é nada disso que se procura, mas tão somente o descarregar do acúmulo de energia que parece emperrar os sentidos, gritando por uma saída. Nesses casos, o sexo será só pelo sexo mesmo, e ponto – vidas que seguem.

 

O casamento acabou, e agora?

O casamento acabou, e agora?

Como conduzir a relação com os filhos de uma relação desfeita.

Se nos dias de hoje a sociedade já evoluiu a ponto de não obrigar as pessoas a permanecerem em relacionamentos afetivos falidos somente por conta dos filhos, por outro lado, temos enfrentado uma realidade bastante difícil para todos os membros da então família desfeita.

Na busca pela felicidade é preciso que cuidemos do fim do relacionamento afetivo de modo que todos saiam com o mínimo de prejuízo emocional possível.

Não devemos encarar o fim de um casamento ou de uma relação como um dano irreparável na vida dos filhos, afinal, ensinamos os pequenos pelo exemplo, vindo das nossas atitudes. Se mantivermos atitudes positivas, eles passarão pela mudança sem trauma.

Há muito mais responsabilidade do que se imagina quando se coloca um ser humano no mundo, então temos que achar saídas e não obstáculos.

Vamos a algumas dicas importantes:

-Ao fim da relação dos pais, é muito importante procurar ajuda de um psicoterapeuta. Via de regra as crianças ficam com a mãe e é preciso que um profissional ajude na comunicação entre os pais – ela deve ser mantida e é imprescindível que, para o bem dos filhos, pai e mãe se respeitem, pois terão que manter contato e comunicação constante durante toda a infância e adolescência dos filhos. Lembrem-se: existem ex maridos e ex mulheres, mas não existem ex pais e nem ex mães.

-São poucas as relações que terminam bem. A psicoterapia pode ajudar a lidar com a frustração e a agressividade decorrentes do fim de um relacionamento. Procure ajuda e jamais envolva os filhos. Eles precisam entender que o amor do pai e da mãe por eles está mantido – o que acabou foi apenas a relação entre os pais. Tentar colocar o pai ou a mãe contra os filhos é um jogo sujo, cruel e faz muito mal ao desenvolvimento emocional da criança.

-Crianças criam fantasias e são muito tendenciosas a se culparem, é preciso que se conduza muito bem o fim da relação dos pais para que a criança não se sinta equivocadamente culpada ou responsável – e sofra com isso.

-Aos pais, o mais importante recado: não se culpem! Manter um casamento apenas pelos filhos não é uma boa escolha. Ensinamos nossos filhos a serem felizes sendo felizes! Criar uma criança em um ambiente violento ou hostil, onde vivem pais frustrados pode fazer mais mal do que adequa-los a uma nova vida e buscar uma vida melhor.

Em resumo, não se deve abdicar e nem se omitir diante da responsabilidade de ser criar um filho em detrimento do fim da relação afetiva com o outro genitor. O diálogo e o respeito entre os pais (estando casados ou não) deve ser o epicentro da relação. Pode se perder o afeto entre o casal e por isso o casamento acaba, mas o respeito não se deve perder jamais. Ninguém gosta de ouvir quem quer que seja falando mal do seu pai ou da sua mãe, pense nisso. As crianças precisam se sentir seguras e amadas, entenderem que a relação com os pais e o afeto de ambos por elas continuam intactos.

8 sinais preocupantes de que você está esgotado mentalmente

8 sinais preocupantes de que você está esgotado mentalmente

Por Marilia de Andrade Conde Aguilar

Você já se sentiu tão esgotado a ponto de não ter mais motivação de fazer nem aquilo de que gosta? Já se sentiu tão pra baixo a ponto de não conseguir ver alegria no que faz e tudo ser motivo de irritação?

Pois eu já…

É muito comum as pessoas confundirem esgotamento mental e depressão porque esses dois problemas têm sintomas em comum.

O esgotamento está geralmente associado ao estresse do trabalho e ao desgaste mental. Depressão pode ou não estar relacionada ao trabalho.

Pessoas com esgotamento mental apresentam problemas de atenção e o nível de esgotamento pode ser medido de acordo com o número de lapsos cognitivos que a pessoa tem em um dia, tais como dizer coisas sem pensar, esquecer nomes, não reparar em um sinal vermelho enquanto dirige…

Estudos têm demonstrado que os homens apresentam mais dificuldade em assumir que estão esgotados. Muitos deles acham que isso é um sinal de fraqueza. Outros estão tão absorvidos em prover as necessidades materiais da família que não admitem que possam já ter passado do próprio limite.

As consequências disso podem ser desastrosas.

Por isso é muito importante que você saiba identificar os sinais de esgotamento em você e nos outros. Entre eles, podemos citar:

1. Tempestade em copo d’água

Quando, mesmo diante do menor dos problemas, a pessoa se descontrola já é um sinal claro de esgotamento.

Nessa situação ela está tão exaurida em suas capacidades mentais que não consegue mais distinguir com clareza um problema simples de algo realmente grande.

2. Cansaço crônico

Sentir-se exausto é um dos principais sintomas do esgotamento.

Não se trata apenas em sentir-se extremamente cansado uma vez ou outra. Mas, em um sentimento constante de cansaço. A pessoa sente-se o tempo todo sobrecarregada e esgotada.

3. Imunidade baixa

A adrenalina que o corpo produz nas situações de estresse ajuda a pessoa a estar em alerta. Mas produz estragos no sistema imunológico.

Com a resistência em baixa, a pessoa tende a ficar doente com mais frequência. Doenças que podem ir desde resfriados, crises de enxaqueca, dores de estômago até palpitações no coração.

4. Sentimento de ineficiência

A pessoa mentalmente esgotada sente que não consegue atingir seus objetivos na vida.

Com esse sentimento, a confiança da pessoa vai pelo ralo, e ela se sente ainda menos capaz diante dos desafios. O que gera efeitos desastrosos na autoestima.

5. Apatia generalizada

O entusiasmo pelo trabalho apaga e parece que tudo e todos são motivos de descontentamento para a pessoa esgotada.

Ela não sente mais motivação no que faz e se contenta em fazer o mínimo. Muitas vezes, não tem motivação nem para fazer as coisas que gosta.

6. Perfeccionismo exagerado

Pesquisas recentes demonstram que as pessoas perfeccionistas têm um risco muito maior de esgotamento. Isso porque o padrão de perfeição criado por elas consome muita energia, o que leva a um desgaste ainda maior.

Esse tipo de pessoa precisa avaliar com sinceridade se a perfeição é realmente essencial para cada projeto específico. A resposta geralmente é “não”.

7. Sem paradas

Um tempo para recuperação é muito importante na prevenção do esgotamento.

É preciso encontrar maneiras de se recuperar durante o trabalho (em pequenos intervalos), mas também após o trabalho (à noite, nos finais de semana, nas férias).

Quando falamos em descanso, não estamos nos referindo a dormir apenas. Mas, também, em dedicar-se a atividades que dão prazer – uma atividade física, um passeio em família, um hobby.

8. Muitas demandas do trabalho X poucos recursos de trabalho

Podemos explicar as “demandas do trabalho” como tudo aquilo que precisa ser feito – e, portanto, que consome esforço e energia.

Por “recursos de trabalho” podemos entender tudo aquilo que motiva, que nos ajuda a atingir os objetivos.

As demandas do trabalho não são necessariamente ruins. Mas, por causa da energia que consomem, precisam ser equilibradas com os recursos de trabalho.

O dinheiro é um recurso de trabalho muito importante – a expectativa da remuneração que vai receber motiva a fazer o que precisa ser feito. Mas esse não deve ser o único recurso de trabalho.

A alegria e a satisfação decorrentes da atividade exercida são muito importantes também (talvez até mais que o dinheiro!).

Entretanto, nem todos têm a oportunidade de fazer profissionalmente aquilo que realmente gostam. Mas todos têm a oportunidade de usar seus dons e talentos no serviço voluntário.

Esse tipo de trabalho não dá um tostão como retorno, mas traz consigo importantes recursos de trabalho como a alegria no serviço, o amor ao próximo e a gratidão. Recursos esses que dão energia para fazer todas as outras coisas.

O esgotamento tem sido descrito como o maior risco profissional do século XXI.

Conhecer seus sintomas e como diminuir seus efeitos é um primeiro passo muito importante rumo a uma vida plena e feliz.

Fonte indicada: Família

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