Foucault: a pena como manutenção do Estado

Foucault: a pena como manutenção do Estado

O Estado manipula as pessoas e, por conseguinte, a sociedade, de acordo com suas necessidades. Tudo é minimamente articulado, para que a ordem seja mantida e não haja indivíduos capazes de questionar o status quo. Nessa perspectiva, a criminalidade também pode ser analisada como um elemento de manutenção do Estado, sobretudo se analisarmos o poder punitivo. Michel Foucault nos diz muito sobre isso.

Na Idade Média, as penas estavam ligadas à alma, dado que se vivia numa época em que a religião era o centro norteador da vida. Dessa forma, ao cometer um crime, o indivíduo estaria em pecado, e, consequentemente, perderia a sua alma. O medo, assim, instaurava-se entre as pessoas, as quais estavam sob o jugo do pensamento da Igreja.

Com a modernidade e os Estados Absolutistas, essa lógica ainda se manteve, pois os reis eram vistos como deuses, de modo que, ao quebrar o pacto social estabelecido, o indivíduo estava desrespeitando o próprio deus, personificado na figura do rei. Há de se considerar que, embora se viva no mundo racional moderno, os resquícios da sociedade feudal extinguiram-se apenas com a dupla revolução burguesa do século XVIII, a saber, a Revolução Francesa e a Revolução Industrial.

Quando, de fato, há uma superação do pensamento medieval, o corpo passa a ser valorizado e, portanto, matar ou torturar as pessoas, como era típico no suplício, torna-se uma prática que não se coaduna com a sociedade capitalista industrial, na qual se faz necessária a mão de obra.

Dessa maneira, o Estado busca adaptar o sistema punitivo à nova realidade social, logicamente, para atender aos interesses da burguesia, a qual, além do poder econômico, possui agora o poder político, de modo que pode adequar a sociedade a seus interesses de forma mais fácil. Surgem as prisões como conhecemos hoje, nas quais o delinquente cumpre a pena. A prisão é vista, então, como uma segunda escola para aqueles que não aprenderam de forma correta as regras de convivência e de obediência.

Foucault atenta para o fato de que, para o delinquente se ressocializar, é preciso que ele seja instruído, a fim de que possa ter condições mínimas de sobrevivência, ou seja, uma profissão na qual possa ser uma mão de obra útil, como também qualidade para participar da cidadania, da vida em comunidade e, assim, cumprir as regras impostas pelo pacto social.

A mudança paradigmática que se estabeleceu na pena deveu-se as necessidades sócio-históricas da época, para atender aos interesses da classe dominante. Passado algum tempo, chegamos ao mundo contemporâneo, chamado por muitos de pós-moderno, e novas necessidades sócio-históricas se estabelecem, de tal maneira que a prática punitiva ganha uma nova faceta.

Na modernidade líquida – como diz Bauman – vivemos sob o império da insegurança, inclusive do ponto de vista da criminalidade. Assim, o Estado passa a ser cada vez mais necessário, uma vez que ele deve prover a segurança, assim como a iniciativa privada, através dos condomínios fechados, segurança privada, shopping centers.

Há, portanto, uma insegurança institucionalizada, em que apenas o Estado e os poderosos da iniciativa privada se beneficiam (os quais não raramente são os mesmos). Para a elite, a insegurança é resolvida com os condomínios fechados e a segurança privada. O pobre não tem a mesma possibilidade e, assim, padece com a insegurança e a criminalidade (basta lembra que, nos confrontos entre a polícia e as facções criminosas na favela, são as pessoas de bem que mais sofrem as consequências).

Quanto maior a insegurança, mais necessário é o Estado. O acúmulo de riquezas por essa classe aumenta ainda mais as desigualdades sociais e, consequentemente, a criminalidade, pois não são dadas condições de paridade entre os indivíduos (isso não justifica, de forma absoluta, a criminalidade, já que ser pobre não implica ser criminoso, pois, se assim fosse, estabelecer-se-ia um determinismo, em que todo pobre é delinquente). O Estado não cumpre a sua função educadora, preventiva, apresentando-se apenas com a função curativa, repressora, a qual é muito mais mercadológica.

O indivíduo sem poder econômico e cultural não possui condições de escapar da insegurança. Pela falta do primeiro, não pode fugir para o mundo dos condomínios fechados e da segurança privada e, pela falta do segundo, não possui o discernimento necessário para entender o sistema no qual está envolvido (e é o principal prejudicado). Assim, clama de forma desesperada pela ingerência do Estado, para que se sinta seguro.

Sendo assim, a pena privativa de liberdade atende a interesses próprios dos dominantes que lucram com isso, além de institucionalizarem a insegurançan para que possam ser vistos como indispensáveis à sociedade. A aplicação desse sistema punitivo serve, portanto, para manter o regime ditatorial de uma democracia oligárquica, garantindo a exploração de muitos por poucos. Como diz Shecaira:

“A pena privativa de liberdade é a forma mais extrema de controle penal. É sabido que o regime penitenciário regula de modo minucioso todos momentos da vida do condenado, podendo despersonalizá-lo e convertê-lo num autômato. Essa pena tem um vínculo umbilical com o próprio Estado que a criou. A pena é um instrumento assecuratório do Estado, a reafirmação de sua existência, uma necessidade para a sua subsistência.”

Assim, o sistema punitivo que se aplica hoje, cheio de falhas e que não ressocializa o delinquente, sendo uma verdadeira escola do crime, é interessante para o próprio Estado e aos seus parceiros poderosos. Essa afirmação pode até ser paradoxal, e o é, mas, se o Estado implementasse um sistema efetivo, pelo qual diminuísse a criminalidade (e sabemos que a melhor maneira disso ser feito é por meio da educação, de forma preventiva), a sua função social diminuiria sensivelmente, pois quanto menor a desordem, menos se faz necessário o Estado.

Não quero dizer, com tudo isso, que a criminalidade é culpa do Estado, já que existe uma série de fatores que levam o sujeito a delinquir. Mas quero abrir o horizonte para a possibilidade (não sou o dono da verdade) de o Estado e a iniciativa privada, ou seja, os dominantes serem os principais beneficiários de um sistema punitivo que não recupera, tampouco ressocializa ninguém. Pelo contrário, devolvem o delinquente ainda pior para a sociedade, retroalimentando o crime.

O sistema, a fim de se manter, cria indivíduos incapazes de questionar, repetindo como meras máquinas o que lhes é passado, ou dito de outra forma:

“A disciplina faz funcionar um poder relacional que se auto-sustenta por seus próprios mecanismos e substitui o brilho das manifestações pelo jogo ininterrupto dos olhares calculados.”

Não contamine seu futuro com os erros do seu passado.

Não contamine seu futuro com os erros do seu passado.

Quando possível, ex-marido, ex-esposa, ex-namorado ou namorada, ex-amigo, ex- emprego, ex-qualquer-coisa-que-seja, devem permanecer enterrados bem lá atrás, apenas nos lembrando, quando em vez, de tudo aquilo que não queremos mais para nossas vidas, nunca mais.

Nossa jornada é pontuada por coisas e pessoas que foram e não são mais, pois, à medida que avançamos, ressignificamos o mundo lá fora e nos reinventamos, transformando dor em saudade, esperança em esquecimento, amor em nada mais. É assim que sobrevivemos, é assim que nos tornamos mais fortes, mais sábios e melhor preparados para atravessar por entre os barrancos que surgirão pelo caminho, sendo necessário, para tanto, superarmos o que já foi, olhando sempre adiante.

Esqueça aquela história de que será possível tudo voltar a ser como era antes, não se prenda a esperanças vãs de que conseguirá alcançar o tempo perdido, pois a vida segue seu curso sem olhar para trás e é assim que devemos também caminhar. Os tempos bons, tudo o que passou, aquilo que era, nada permanece, a não ser em nossas lembranças e dentro de nossos corações.

Da mesma forma, o que foi bom, mas não durou; o que parecia perfeito, porém desmoronou, e o que transmitia segurança, até que se desestabilizou, devem se tornar foco de motivação para que prossigamos procurando por novas estradas que apaguem aquilo que não deu certo. Prender-se aos insucessos, sob lamúrias e lamentações demoradas, não terá serventia, apenas contribuirá ao aumento da carga negativa que emperra o prosseguimento necessário de nosso respirar.

Logicamente, haverá sempre algo por que valerá a pena ainda lutar, seja um amor, uma amizade, uma convicção própria, porque muito do que parece terminado pode renascer ainda mais forte e verdadeiro após as tormentas devastadoras da vida. E, se prestarmos atenção em nossos sentidos e em nossos reais sentimentos, perceberemos o que possui real possibilidade de voltar à vida, de forma a nos trazer de volta dignidades e sonhos aparentemente perdidos.

Ainda assim, na maior parte das vezes, ex-marido, ex-esposa, ex-namorado ou namorada, ex-amigo, ex-emprego, ex-qualquer-coisa-que-seja, devem permanecer enterrados bem lá atrás, apenas nos lembrando, quando em vez, de tudo aquilo que não queremos mais para nossas vidas, nunca mais. Afinal, novas chances sempre surgem, todos os dias, assim que o sol desponta lá no horizonte de nossas vidas.

Atenção, sua sogra pode ser uma Jocasta

Atenção, sua sogra pode ser uma Jocasta

O termo Complexo de Jocasta foi proposto por Raymond de Saussure há quase cem anos e designa a ligação afetiva deturpada que algumas mães tem com seus filhos. Essa forma de amor pode variar desde a superproteção até fixações sexuais da mãe para com o filho.

Na mitologia grega Jocasta era filha de Meneceu e mulher de Laio, rei de Tebas, e com este teve um filho, Édipo. Posteriormente foi esposa de Édipo, sem saber que esse era seu filho, e mãe de seus quatro filhos.

É bastante comum encontrarmos esse complexo em uma mãe que não quer que seu filho cresça, pois isso significa provavelmente que ele se afastará dela, se tornando independente.

Uma certa tristeza ao notar os filhos saírem de casa é compreensível e não denota complexo algum, contudo o complexo aparece quando a mãe não percebe que o filho deve ter outros papeis na vida que não o de filho. Que ele deve crescer, ter uma vida social, ter êxito em sua área profissional, que ele provavelmente irá namorar, casar e ter filhos, assumindo assim outras posições na vida, posições que estão longe do domínio dela.

A mãe com esse complexo não aceita nenhuma das namoradas do filho, pois acredita que ela sabe o que é melhor para a vida dele, ou seja, mulher nenhuma atenderá as exigências dessa mãe, pois nenhuma será melhor que ela para o filho. Esse é também um tipo de mãe que não deixa que o filho assuma responsabilidades pelos seus atos.

A mãe Jocasta superprotege sua cria fazendo todas as suas vontades.

O resultado desse tipo de comportamento por parte de uma mãe é que provavelmente ela vai estar criando um filho que terá no futuro dificuldades para se tornar maduro e responsável. Não podemos esquecer que uma Jocasta sempre cria seu filho para que ele seja dependente, pois isso lhe dá poderes e perpetua seu domínio sobre ele.

Não é incomum que esse filho quando adulto se ache tremendamente especial, carregando consigo traços de narcisismo, esperando comumente ser servido, como se o mundo lhe devesse algo.

Quase sempre o relacionamento com um filho de uma Jocasta é bastante complicado, pois ele vai se ligar, quase sempre, primeiramente à mãe, que provavelmente vai interferir na relação. A esposa de um homem assim precisa tomar cuidado para que, ao notar o distanciamento do marido, não se volte para os filhos repetindo de forma inconsciente o comportamento da sogra.

Muitos dos filhos de uma mãe Jocasta, no entanto, permanecem solteiros, pois estar ao lado da mãe é algo bastante atrativo. Uma Jocasta joga com todas as suas fichas para manter o filho ao seu lado, minando os relacionamentos reais dele de forma quase proposital.

Mães Jocastas acreditam que os filhos têm com elas dívidas e os seduzem diariamente com milhares de agrados. Elas farão isso também com netos, se por ventura os tiverem.

Se sua sogra for uma Jocasta, provavelmente ela já deve ter tentado minar o seu relacionamento milhares de vezes, geralmente agindo de forma desrespeitosa com você.

O que é preciso nesse tipo de relacionamento é que o seu namorado ou marido tenha consciência que a mãe dele é detentora desse complexo. Ele deve ter plena noção de que ficar sob as asas dela é algo nocivo e não benéfico para ele. Também é importante que ele não divida com a mãe particularidades do relacionamento que só dizem respeito a vocês dois.

Por mais desgastante que esse embate se mostre é imprescindível que ele se posicione de forma a resguardar a integridade do relacionamento de vocês, impedindo que a sogra interfira nele. É muito importante que ele diga abertamente à mãe que existem limites e que ela não pode ultrapassá-los.

O papel de uma mãe psicologicamente saudável é o de ser apoio para um filho, é o de dar amor e preparar para a vida e não de tomar seu rebento como propriedade, sufocando-o e asfixiando-o, tirando dele o poder de decidir sua própria vida.

Se sua sogra for uma Jocasta, é importante que você converse com seu namorado ou marido para que juntos vocês dois possam ter uma vida sentimental saudável, sem interferências externas nocivas, provindas particularmente de uma mãe que desconhece seus limites.

Acompanhe a autora no Facebook pela sua comunidade Vanelli Doratioto – Alcova Moderna.

Imagem de capa meramente ilustrativa.

7 informações importantes sobre o trabalho do Psicólogo Clínico

7 informações importantes sobre o trabalho do Psicólogo Clínico

Não é difícil ouvir algumas frases de leigos sobre o trabalho do psicólogo, tais como: “se for para contar meus problemas para alguém prefiro contar para meus amigos numa roda de bar.”; “fazer o quê no psicólogo?”, “terapia é tomar café com minhas amigas”, “Não sou louco, não preciso de terapia”, entre tantas outras frases que nada condiz com o trabalho do psicólogo, seja na clínica, instituição, escola, empresa e todas as outras áreas que a psicologia pode atuar.

Podemos perceber que o trabalho do psicólogo ainda é desconhecido, pois, trata-se de um trabalho abstrato e muitas pessoas que necessitam de tratamento psicológico ainda são resistentes ao tratamento por desconhecerem a importância e o alcance desse trabalho.

Cabe a nós, profissionais da área, explicar e divulgar nossa função para que todos conheçam o funcionamento e processo da psicoterapia, objetivando diminuir preconceitos e propiciar acesso ao tratamento psicológico para quem dele necessite.

Esse texto trata do trabalho do psicólogo clínico e pretende descrever de forma simples e resumida, informações sobre o trabalho realizado na clínica de psicologia.

1- Todo psicólogo trabalha da mesma forma?

Não, pois dentro da psicologia há enfoques diferentes. Há três principais linhas de trabalho: Psicologia Comportamental, Psicologia Humanista e a Psicanálise. Cada teoria tem uma forma diferente de entender a estrutura mental e o funcionamento do indivíduo e a partir dessa compreensão, o profissional trabalhará a queixa de cada paciente.
Cada profissional escolhe seguir uma abordagem da psicologia que mais se identifica e acredita ter maior alcance para tratar seus futuros pacientes.

2-  Quando procurar um psicólogo?

Infelizmente, a maioria das pessoas busca a psicoterapia quando já está em sofrimento há algum tempo, sendo assim, chegam aos consultórios com suas funções mentais quase que despedaçadas, ou seja, já perderam a qualidade de vida.
O ideal é que a pessoa busque ajuda profissional quando sente que seus sintomas estão impactando sua vida e, consequentemente, está acumulando perdas seja no contato afetivo, familiar, social ou profissional.
Os alunos do curso de psicologia também buscam a psicoterapia para trabalhar aspectos importantes de sua personalidade e se familiarizarem com o processo, já que para ser um bom psicólogo é necessário se submeter a psicoterapia, nesses casos, o mais indicado é que o estudante procure um profissional que trabalhe com a abordagem que mais se identifica.
Há ainda um número menor de pessoas que buscam atendimento psicológico para o autoconhecimento e melhorar a forma de agir diante das adversidades da vida.

3- Como funciona a psicoterapia?

O primeiro encontro entre paciente e psicólogo, é chamado de entrevista. Nesse momento, o profissional escutará as queixas apresentadas e o mais indicado é a entrevista aberta, ou seja, o profissional deverá fazer poucas perguntas e garantir que o paciente sinta-se a vontade para expor os motivos que o levaram a buscar tratamento.
O psicólogo poderá realizar algumas entrevistas antes de aceitar trabalhar com o paciente e se for da vontade de ambos, inicia-se o processo terapêutico.
Na maioria das vezes, a psicoterapia acontece semanalmente, sempre no mesmo dia e horário e tem duração de 50 minutos cada sessão. O paciente poderá trazer para o atendimento tanto as angustias atuais, quanto problemas do passado.
O sigilo deve ser assegurado ao paciente desde momento da primeira entrevista.

4- Qual o objetivo da psicoterapia?

É função do psicólogo, ouvir atentamente o conteúdo que o paciente traz aos atendimentos e de acordo com sua abordagem, orientá-lo à respeito do seu funcionamento mental e comportamental, buscando junto com o mesmo, expandir sua consciência à respeito de si mesmo e consequentemente diminuir ou cessar seus sintomas, trazendo alívio ao sofrimento psíquico e proporcionando novas formas de pensar e agir.

5- Como escolher um profissional?

É importante ter indicações de amigos/conhecidos ou outros profissionais da área da saúde que conheça o trabalho do psicólogo.
Caso tenha chegado até a entrevista e ainda tenha dúvidas, vale a pena perguntar sobre a formação, pós-graduações e experiência do profissional.

6- Como saber se o tratamento está funcionando?

Muitas vezes o paciente piora no início do tratamento psicológico, principalmente os que buscam o tratamento depois de algum tempo de sofrimento, pois está remoendo dores e abrindo “feridas”, que não puderam ser esquecidas. Essa confusão e o sofrimento iniciais tendem a diminuir assim que esse conteúdo traumático vai sendo trabalho nas sessões de psicoterapia.
E, ao longo dos atendimentos, o paciente sente-se mais fortalecido e apropria-se melhor das questões que necessitam das suas tomadas de decisões.
O paciente vai se modificando no decorrer do processo psicoterápico, na maioria das vezes, são as pessoas que convivem com ele é que vão percebendo as mudanças, pois pode demandar mais tempo para o paciente se dar conta do seu novo “Eu”.

7- Qual o tempo de duração da psicoterapia?

Normalmente, o processo psicoterapêutico tem duração de médio a longo prazo, mas a duração do tratamento é variável segundo a queixa do paciente e a forma de trabalho do psicólogo, ou seja, a psicoterapia é um trabalho em dupla, onde paciente e psicólogo devem trabalhar juntos. Algumas vezes, podem ser poucos encontros e outras, pode-se demorar anos.
O tempo também deve ser delimitado pelo paciente junto ao psicólogo, pois ele (paciente) deve ser livre para decidir quanto tempo deve, poderá ou conseguirá ficar e cabe ao psicólogo, deixa-lo ir e também, garantir que o acesso ao retorno á psicoterapia fique sempre aberto, caso queira ou necessite voltar.
O bom trabalho psicoterapêutico é aquele que o psicólogo acolhe, identifica a problemática do paciente, compreende o funcionamento do seu aparelho psíquico, e melhora seus recursos internos e feito tudo isso, certamente, o paciente terá um novo olhar sob si mesmo e sob o mundo que o cerca, e poderá seguir sua trajetória na vida e em paz.

Seu filho está usando drogas

Seu filho está usando drogas

Esta notícia já pode ter chegado aos ouvidos de muitos pais, e infelizmente ainda vai chegar aos de tantos outros.

A primeira reação dos pais ao receber uma notícia como esta é negar-se a acreditar. Temos um mecanismo natural que nos impede, em um primeiro momento, de acreditar em uma realidade ruim que a nós é exposta e este mecanismo chama-se negação. Diante de qualquer evento doloroso, mesmo que por uma fração de segundos, em princípio, todos nós negamos. Muitos podem passar dias, meses, anos ou até uma vida se negando a enxergar e aceitar certas realidades, isso varia de acordo com o repertório de enfrentamento de cada indivíduo e também com o tamanho da dor que a realidade lhe causa.

Alguns pais podem passar a vida sem acreditar na drogadição dos filhos, dando desculpas a si próprios e tomando o mais perigoso dos caminhos: o de achar que vai passar; que é “coisa de jovem”; que um dia, como que num passe de mágica, ele vai “amadurecer e deixar disso”. Muitos jovens estão não só usando, mas também traficando drogas aos catorze, quinze e dezesseis anos. Não falo só de “boca de fumo” em bairro pobre – falo de tráfico em escolas particulares, em clubes e festas sociais de classe média alta.

Não importa como a notícia chegue, talvez chegue através da escola, ou de outros amigos. Talvez chegue de forma não verbal, através de mudanças de comportamento. A verdade é que se ela chegar, ou mesmo se a desconfiança aparecer, a regra é: negue pelo menor tempo possível e faça algo pelo seu (sua) filho (a). Não fique inerte imaginando que tudo possa ou vá se resolver sem sua intervenção. A drogadição de um filho adolescente não é de responsabilidade da escola nem dos profissionais que você possa procurar. Eles podem e vão ajudar muito sim, mas a intervenção dos pais é crucial – sem ela, quase nada poderá ser feito.

A luta contra o vício é árdua e complexa. Muitas variáveis cercam o uso de substâncias psicoativas. O vício é químico, psicológico e social. Estima-se que entre cada dez jovens que experimentam algum tipo de droga, metade irá se tornar dependente e dois irão vir a óbito em decorrência disso. A drogadição é uma doença, precisa ser tratada. O número de jovens adictos aumenta a cada ano e eles começam cada vez mais cedo a experimentar algum tipo de droga. Jovens de ambos os sexos se drogam e estão recorrendo a mais letal das substâncias: o crack.

Negligenciar o uso de maconha, cocaína e/ou qualquer tipo de droga pode implicar em grande risco. Não há outra forma de ajudar seu filho a não ser enfrentar a situação, agir. Existem alguns dados importantes de pesquisa sobre o comportamento de jovens que podem ajudar e devem ser levados  em conta para a prevenção e tratamento. Jovens que não fazem atividades físicas, nem praticam algum tipo de esporte, nem atividades extracurriculares como aulas de outro idioma ou de algum tipo de arte (pintura, música, dança) têm mais propensão ao uso de drogas, embora nenhum desses fatores isolados signifique risco direto para a drogadição. A explicação para esse dado importante vem de uma célebre frase: “mente vazia é oficina do diabo”. Pré-adolescentes e adolescentes têm muita energia e muita movimentação hormonal. Isso tudo precisa ser bem direcionado e bem gasto. É importante que haja motivação, prazer na vida e proximidade da família nessa fase. Jovens que participam de qualquer dessas atividades desenvolvem tolerância à frustração, aprendem a perder, exercitam o convívio social, a aceitação das diferenças e aprendem a se superar. Têm objetivos, adquirem conhecimento chegam à vida adulta mais preparados para o que vão enfrentar. Outra alternativa que pode ajudar muito é trabalhar ou estagiar durante o ensino médio.

Quando somos jovens na pré-adolescência e/ou na adolescência precisamos muito de autoafirmação, travamos uma luta diária com a nossa autoimagem, com o nosso autoconceito. Enfrentaremos frustrações e precisaremos ter gente ao nosso lado para nos ajudar. Quando digo que crianças devem se acostumar o mais cedo possível com as frustrações, estou querendo alertar que, se na adolescência elas estiverem sozinhas, poderão sim apelar para um alucinógeno que vai em princípio aliviar a dor e o resto da história é o vício. É assim também com o álcool, é assim com o “rivotril”.

Um alicerce familiar e um convívio social saudável ajudam muito. A motivação e a paixão por algo como um esporte ou uma arte dão sentido à vida, prova disso é que, em clínicas de reabilitação, as atividades ocupacionais e oficinas de arte são parte fundamental no tratamento.

Se o seu filho está usando drogas, arregace as mangas e faça tudo que puder: procure ajuda psiquiátrica, psicológica e o mais importante, se aproxime dele e lá fique até que consigam vencer essa luta. Se o seu filho não está usando drogas, espero que esta reflexão te ajude a aprimorar ainda mais seu vínculo com ele e te ajude a afastá-lo ainda mais de uma das doenças mais tristes da nossa história.

 

Não existe amor certo na hora errada. Se existe amor, a hora é o que menos importa.

Não existe amor certo na hora errada. Se existe amor, a hora é o que menos importa.

“Papai, eu estou gostando da Bia…”.

Aos oito anos, na graça de sua precocidade, meu filho João me conta disposto, como quem revela uma decisão definitiva, que decidiu tomar parte na maior e mais democrática alegria da vida, esse tesouro imenso de querer bem a alguém.

Não, meu filho não vai fazer as malas, largar os estudos, deixar a família e viver com a amada numa casa de árvore. Ele só está sentindo amor em seu coraçãozinho sem culpa, sem medo, sem maldade. E eu não vou explicar a ele que é cedo ainda, que as crianças andam muito apressadinhas e que é bom ele fazer a lição de casa e deixar de coisa. Não carece.

João anunciou que está gostando da Bia e isso é um milagre. Neste mundo tão entrecortado por violências e desavenças e todo tipo de malquerenças, um menino se faz alheio a tudo isso e anuncia que gosta de sua coleguinha da escola. O mundo ainda tem jeito!

Por favor, senhores governantes, donos do mundo, monarcas do capital, comandantes dos rumos da economia: tenham a bondade de por esses dias não fazer nenhuma extravagância. Segurem os decretos, os pacotes e as medidas radicais para depois. Adiem os anúncios de guerra, esperem um bocadinho para ordenar a contenção de despesas. Não custa. Aguardem um minuto antes de alarmar as bolsas, retrair o mercado, promover a recessão, incentivar as demissões em massa! Esperem um pouco. Meu menino está sentindo amor! É favor não atrapalhar.

Por gentileza, cavalheiros foras da lei, bandidos, assaltantes, assassinos, estelionatários e desonestos de toda ordem. Quem sabe os senhores não abandonam essa vida triste de desvio e se dão conta de que, se um menino de oito anos pode sentir amor e anunciá-lo por aí, é certo que não é impossível um adulto tomar jeito de gente, arrumar outro afazer mais tranquilo, produtivo, aprender um ofício, qualquer um, firmar num trabalho, abrir um negocinho direito. É que eu acredito mesmo que o amor transforma tudo, sabe? O amor a tudo melhora. Quem sabe os senhores não se apaixonam também e esquecem essa vida torta?

Alguém decerto há de perguntar: “mas o que têm a ver com seu filho o mundo, a economia, a política, a violência urbana?”. Eu respondo: nada! Nenhum dos senhores e das senhoras tem obrigação de esperar meu menino sentir amor para tocar suas vidas. Não se trata disso. É que ninguém precisa pedir licença para sonhar alto, sonhar grande. E uma criança descobrindo que gosta de alguém escancara a porta dos sonhos. Não reparem, não. Mas esse negócio de ver meu garoto apaixonado me encheu de esperanças.

Outro alguém há de acusar: “quero ver o que pensa disso o pai da Bia…”, e eu não perco um só segundo para explicar-lhe que o amor de uma criança de nove anos – pelo menos o da criança que eu educo em minha casa – não tem maldade. Não tem hora certa. Não faz mal. Quanto antes, melhor. Logo, o pai da Bia não há de se preocupar. A quem duvida, que vá ver se estamos todos na esquina. João e eu, Bia e o pai dela e todo mundo.

Miro discreto o olhar perdido do meu filho, distraído sobre sua lição de casa. Decerto está pensando nela, lembrando como é divertido brincar de qualquer coisa na escola ao lado dela. Ele transpira tanta inocência que eu não consigo deixar de pensar: “pobrezinho do meu filho…”. Mal sabe ele que esse mundo tão cheio de desencontro vai fazê-lo chorar tanto e tantas vezes. Beijo sua testa, bagunço-lhe o cabelo e peço a Deus que me mantenha perto nas tantas horas em que ele haverá de sofrer. Não posso evitar a dor, mas comprar um sorvete e ver um desenho juntos na TV já ajuda.

Olhando meu pequeno, penso em toda essa gente grande pontificando sobre “amor certo na hora errada” e me dou conta do quanto eu não acredito nessa história. Se tem amor, a hora é o que menos importa.

Acontece que isso agora não tem a menor importância. Nenhuma dessas questões importa por enquanto. Deixemos isso pra lá. Agora, agorinha mesmo, meu pequeno herói, meu menino, meu filho João se deu conta de que é um ser que sente amor.

Ouço cheio de esperança e orgulho sua declaração indireta – “Papai, eu estou gostando da Bia…” – e respondo a ele sem medo:

“Eu também, meu filho. Eu também!”.

Porque é vital saber o seu valor!

Porque é vital saber o seu valor!
Mother Smiling at Son --- Image by © Image Source/Corbis

Ah, que delícia ouvir um elogio, uma boa coisa dita a respeito do que a gente é, ou pensa que é, ou se esforça para ser.

Sem dúvida, um prazer imenso, um carinho, um conforto incrível. Ser aceito, se parte integrante, se destacar, ser revelado…

Mas, e se nada disso acontecer, de onde virá o alimento, a massagem, a confirmação das qualidades? Num mundo de tantas competições e engodos, como fazer para sustentar certezas mínimas, demarcar um espaço próprio, uma identidade válida, sem o aval alheio, sem o espelho que revela e compara?

Ainda pior, com a mesma intensidade que nos chega uma manifestação de orgulho, também pode vir uma humilhação, uma ofensa, uma calúnia, ou simplesmente uma verdade que ainda não se está preparado para digerir. E o efeito contrário vem com tudo, desmantelando, desorganizando, desestruturando toda uma construção erguida a duras penas, frágil e impotente por depender do sustento alheio.

Valorizar-se não é inchar e se vangloriar de qualidades, nem tampouco lacrar os ouvidos e o entendimento às críticas e julgamentos.

Valorizar-se é construir um teto firme para a alma, que a proteja das chuvas de injustiças e também dos ventos traiçoeiros das adulações. Valorizar-se é descobrir o valor que se possui e não permitir negociação abaixo, nem sob a maquiagem da ilusão vaidosa.

Não acreditar em tudo o que é dito a seu respeito, não se contaminar com o veneno lançado, não se viciar em promessas de beleza e perfeição.

Ao contrário, conhecer e muito bem suas limitações, imperfeições e fraquezas, e, ainda assim, se respeitar e entender a necessidade tantas vezes ignorante e tola de querer ver-se por outros olhos, outro olhar.

Essencial é viver e conviver com os afins, os diferentes, os afetos, os obrigatórios, os superiores, os dependentes, enfim, com o mundo onde se habita.

Essencial é garantir respeito e respeitar como garantia e compromisso de reciprocidade.

Essencial é transformar um comentário idiota em poeira que o vento leva, guardar na memória uma palavra amiga, um conselho de quem nos quer bem.

Ainda que se diga o contrário, ainda que se demonstre em exagero, ainda que o espelho esteja turvo e os apelos de fora gritem forte, vital é descobrir, proteger, fazer crescer e compartilhar o próprio valor. Fora disso, tudo é ruído.

O que faz quem já não acha seu caminhos nos roteiros viáveis?

O que faz quem já não acha seu caminhos nos roteiros viáveis?

Dia desses eu sofria, andava pela cidade e sofria, sentia o peso de um futuro totalmente abstrato, das decisões não tomadas, das contas não pagas, das raízes que precisavam se nutrir de solo. Sentia o medo de flutuar e também o de pertencer.

A chuva caia fina, os olhares nas ruas não se cruzavam, nos pontos de ônibus eram esperas, barulhos e telefones. A poesia já não se apoiava bem num copo de cerveja. O corpo já não descansava nos abraços não dados. Nada ao redor parecia fazer sentido. E o sem sentido me apertava o peito.

O que faz quem já não acha seu caminhos nos roteiros viáveis?

Mas na cidade também existiam árvores, um parque, os olhos de um amigo. E existiam crianças de uma escola pública andando na rua com um jovem professor que as ensinava a tocar as campainhas das casas e sair correndo. Existia um restaurante de esquina, servindo PF a 10 reais e um homem jovem tocando o negócio e cuidando sozinho de duas crianças na cozinha e ao mesmo tempo sorrindo pra gente. E existia um sebo com livros em extinção e o silêncio do vendedor que atrás dos óculos fundo de garrafão, entretido em sua leitura, não nos vigiava, nos deixando degustar a arte bem mais do que o pedantismo da palestra literária em algum centro cultural que ficava discutindo as razões porque poesia não dá dinheiro.

Existiam na cidade uma árvore e um amigo me falando de filosofia e me entendendo no meu sem sentido e sem formula nenhuma para me oferecer um caminho, uma saída, apenas tinha a delicadeza de me lembrar de aceitar a impermanência. De que nada estava certo e nem perdido, e que disso tudo eu já sabia e assim eu já vivia, amando e aceitando o vai e vem da vida. Amando e aceitando tudo que me chega aos olhos e às mãos. Amando e aceitando as pessoas e as minhas decisões (ou não decisões). E que a mudança é a minha escolha, e o não saber é o meu caminho. E que a dor vem justamente de pensarmos que temos controle de tudo. E que ela vai embora quando a gente ama e deixar ser.

Acho que a vida pode ter direção, mas viver não precisa ter um sentido maior do que o próprio ato em si.

Tem dias que a gente anda, e não há sequer um raio de sol no céu. Nesses dias a gente precisa de uma árvore, de um amigo ou de uma poesia para nos ajudar a resgatar com amor e devoção o sem sentido da vida.

Estar vivo é um eterno remendar

Estar vivo é um eterno remendar

Já foram tantas feridas eternas
que sangraram e se esvaíram no dia a dia.

Já foram tantas certezas inerentes
desbancadas pela maturidade adquirida da dúvida.

Já foram tantas noites mal dormidas
que minha intimidade com as estrelas já parece abraço.

Já foram tantos choros desesperados
que me entorpeceram e afogaram o que era dor.

Já foram tantas sementes meticulosamente regadas em solos de falsos amores
que hoje sei que é preciso que eu me distraia para que virem flor.

Já houve tanto desconforto, desamparo
tantos pedaços arrancados sem anestesia
mas que foram suturados pela euforia do novo
que reduziram o limiar do meu sorrir
e me mostraram que estar vivo é um eterno remendar.

Os introspectivos cabem neste mundo?

Os introspectivos cabem neste mundo?

Vivemos numa era em que as informações, a necessidade de expressão e comunicação enchem e esvaziam nossos peitos na velocidade da luz.

Não apenas pela imersão nas redes sociais que nos exige exposição, ‘ativismo’ e estar online (ou seja estar disponível) 24 horas por dia, mas na vida ‘real’ também me parece que as pessoas nunca foram tão ávidas para falar, para expressar, para ser, famintas de viver, com sede de novas histórias, acontecimentos fresquinhos, paixões rápidas e avassaladoras, enredos para as mesas de bar. Parece que pra gente existir no mundo, temos que preencher cada minuto com conteúdo dito alto, com pensamentos transbordantes, com risadas rasgadas, dramas mexicanos, problemas aterrorizantes, transas acrobáticas.

Me peguei analisando as pessoas, as convivências em grupos sociais e parece que quando duas ou mais pessoas ocupam um mesmo espaço há de haver comunicação em tempo integral. Ou estamos falando um com o outro ou nos ambientes digitais. Mas nunca estamos sós com nossos pensamentos.

E ai de você se se isolar num canto, se abrir um livro no meio de uma festa, se ficar olhando o mar em silêncio, enquanto seus amigos aproveitam o dia na praia tomando cerveja e dando risada. Você deve ter algum problema sério se não quer postar uma foto daquele lugar paradisíaco em que passou, se prefere escrever algumas linhas de pensamento à comparar as vidas numa roda de amigos, se não quer contar todos os detalhes da última fofoca quentíssima. Deve ser depressão passar um dia inteirinho em silêncio, não querendo nem escutar música. Parece autismo ficar por horas olhando um gato brincar com uma bolinha de papel no quintal.

Nesse mundo que não sei se cada vez mais se abre ou se fecha para as diferenças, para a diversidade, para manifestações e todo o tipo de opinião, parece que ainda não há aceitação com quem quer viver agindo menos e sentindo mais. Movimentando menos e observando mais. Pessoas que preferem as substâncias do que as superfícies. Que deixam as coisas surtirem efeito mais tempo na pele para que adentrem os poros e alcancem um profundo.

Parece que é feio e esquisito ser introspectivo, ser contemplativo, viver num ritmo menos intensivo. Você pode ser tudo o que quiser, mas tem que ser alguma coisa, tem que colocar seus universos pra fora num imediatismo ditador. As falas abundantes parecem enxotar o silêncio. E as trocas interpessoais parecem ser muito mais importantes do que outros tipo de conexão, como por exemplo, com a natureza. A sabedoria das bocas parece ser bem maior do que a do vento.

Os introspectivos cabem neste mundo?

Talvez eles ficam vagando em seus profundos, morando num poema, fluindo num momento meditativo.

Talvez essas pessoas sensíveis se fecham por perceberem que a vida da forma como se explicita, vai passando rápida e aflita, atropelando a si mesma em avalanches emocionais, cheia de tudo e desnutrida de paz.

Talvez os introspectivos saibam que dessas constantes viagens ao infinito de si mesmos, desenvolvem a habilidade de trazer para este mundo, diamantes de luz que têm o poder de curar as mentes sobrecarregadas de excessos e estímulos.

É este o remédio caseiro que as farmacêuticas não querem que se torne público!

É este o remédio caseiro que as farmacêuticas não querem que se torne público!
Estima-se que durante a nossa vida, todos nós ingerimos imensos medicamentos e do mais variado tipo, para remediar algum tipo de patologia. Porém, muitas dessas situações poderiam ser resolvidas com remédios naturais que foram usados pelos nossos antepassados para tratar diversas doenças e problemas de saúde.
Esses remédios naturais usados pelos nossos antepassados, deixaram de ser usados e de se falar neles, porque na realidade com o tempo fomos tornando-nos mais preguiçosos, e além disso é mais fácil ir à farmácia comprar um medicamento, do que recorrer a produtos naturais.
Outro motivo do desaparecimento de muitos remédios naturais prende-se no facto de que prejudica o negócio das farmacêuticas e por isso se tornam indesejáveis.
Existem diversos remédios caseiros para os mais diversos problemas de saúde, mas um dos mais versáteis e menos conhecidos é mesmo o mel com canela.
A combinação do mel com a canela utilizou-se durante vários séculos, estes ingredientes tem propriedades curativas que se utilizaram durante muito tempo e que naturalmente devíamos continuar a utilizar.
Esta combinação ajuda a prevenir ataques de coração, prevenir AVC, reduz o colesterol, fortalece o sistema respiratório e o coração. O mel é o único alimento no mundo que no seu estado puro não se estraga ou apodrece, estando sempre pronto a usar quando o necessite.

Veja algumas das aplicações desta combinação de mel com canela:

Infecções da bexiga

Desfazer-se deste problema de saúde tão desagradável não é difícil, quando temos os incríveis benefícios da canela e do mel. Misture duas colheres pequenas de canela com duas colheres grandes de mel num copo com água morna. Esta combinação ingerida aos poucos ajuda a destruir as bactérias que residem na bexiga.

Doenças do coração

Misture meia colher de canela com uma colher de mel e ingira esta mistura todas as manhãs. Esta combinação ajuda a prevenir ataques do coração, reduz o colesterol, fortalece o coração e regulariza seu ritmo.

Dor de dentes

Se sofre gengivite ou dor de dentes, coloque na boca uma colher de mel misturada em meia colher de canela e deixe desfazer na boca, isso fará reduzir a infecção e a dor.

Para o acne

Esqueça os cremes vendidos para tratar o acne, utilize a canela e o mel e partes iguais misturados e aplique na zona afetada antes de ir para a cama, lave bem quando acordar na manha seguinte e em poucos dias notará muita diferença.

Artrite

Se sofre de artrite tome 2 vezes por dia uma mistura de 2 colheres de mel e meia colher de canela num copo com água morna, esta combinação ajuda a controlar a dor causada pela artrite.

Dores de estômago

Se sofre de dores de estômago ou azia, misture duas colheres de mel com uma colher de canela num pouco de água morna e ingira devagar, essa mistura aplicada lentamente ao nosso esófago e estômago ajuda a melhorar a digestão, alivia os gases, a azia e as dores de estômago.

Para as constipações e tosse

Esta receita serve também para curar e prevenir constipações e tosse.

Infecções ligeiras na pele

Misturar mel e canela em partes iguais e aplicar sobre a infecção, vai se surpreender com a rapidez que a infecção desaparece.

Baixar de peso

A combinação de mel e canela ajuda a ativar o metabolismo e a reduzir a ansiedade por consumir açúcar. Além disso, a canela é um bom regulador dos níveis de glicose no sangue, ajudando também a eliminar o excesso de líquidos e gordura no nosso organismo.

Combater a insónia

Se tem dificuldade para dormir, tome a mistura de uma colher de sopa de mel, com cerca de meia colher de canela num copo com água morna antes de deitar, vai reconfortar o organismo e facilitar o relaxamento, ajudando a dormir melhor.

Fonte indicada: Altamente

Crianças que já são adultos

Crianças que já são adultos

Já notaram como as crianças de hoje estão muito diferentes das
crianças de alguns anos atrás, da década de 40, 50, 60?

As crianças antes, jogavam pião, brincavam de bilboquê, amarelinha,
com bonecas (no caso das meninas).

Havia “peladas” nas quadras existentes num gramado em suas ruas.

Eu mesma, aprendi algumas regras de futebol, jogando com irmãos e primos,

num tabuleiro de preguinhos. Os preguinhos eram os jogadores e uma moedinha,

a bola! Que alegria quando a moedinha entrava na trave! Gollll !

Que tempo bom!!

Lembro que eu e minhas primas, brincávamos de cantar. O microfone era um

cabo de vassoura. E nos achávamos o máximo! Todas respeitosamente sérias, ouvindo

a que estava cantando. Eu era a mais destoada, para minha frustação, porque

acho lindo quem tem o dom do canto.

Hoje, não sei se é devido ao mundo ter ficado perigoso, comparado àquela época,

não vemos mais crianças brincando.

Vejo sim, os parques isolados, silenciosos, sem vida, sem graça,

sem as gostosas gargalhadas das crianças.

Vejo meninas – crianças ainda, usando batom, com unhas pintadas, saias ou shorts

curtíssimos, insinuando uma sensualidade que não condiz com suas idades.

Meninos, em especial aqueles que os pais levam ao culto, com calça comprida, gravata

e paletó. Nada contra os cultos, claro! Mas a maneira como querem fazer crianças de

adultos.

A beleza de uma criança é justamente seu jeito de criança,

sua vestimenta de criança.

Uma menina de vestidinho é lindo e um menino de bermudão, também.

Pode ser que o uso inadequado de aparelhos sofisticados – também usados por crianças,

tenha contribuído para essa realidade atual. Eu, sinceramente, não sei!

Mas, a palavra final, a maneira de educar, orientar uma criança, cabe aos pais,

ou seus responsáveis.

Aprecio criança que pensa como criança,

que fala como criança,

que se veste como criança.

A vida adulta logo chega.

E o que foi deixado para trás, na pressa

por uma realidade ainda por vir – no momento exato,

não voltará jamais!

Em animação, Unicef conta história de menina síria em barco de refugiados

Em animação, Unicef conta história de menina síria em barco de refugiados

Malak é uma menina síria de sete anos e é uma das 8 milhões de crianças de seu país que tiveram suas vidas arruinadas pela guerra civil que acontece desde 2011. Ela contou sua história de terror ao Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) durante a travessia do mar Mediterrâneo, que a transformou em uma animação. Quase 60% dos refugiados e imigrantes que chegam à Macedônia desde a Grécia após atravessar o Mediterrâneo são crianças e mulheres, segundo alertou o Unicef. A agência estima que 36% dos que fazem a travessia entre Turquia e Grécia são menores de idade.

Fonte indicada: TV Uol

Carta para o meu eu do futuro

Carta para o meu eu do futuro

Olá! Quem lhe escreve é o seu eu do passado. Talvez ache inusitada ou anormal essa carta e, se assim for, algo terá mudado em ti, pois eu acharia, no mínimo, divertida. Escrevo-lhe, pois, com o tempo, às vezes nos esquecemos de coisas importantes e vamos, pouco a pouco, deixando a nossa essência de lado.

Aqui no passado, as coisas andam difíceis. Sabe como é, são tempos difíceis para os sonhadores, e você é um desses. Como diria Drummond, você é um caso perdido de poesia. A vida adulta, cheia de somas e de matemática, parecem não lhe agradar. Sendo bem sincero, você parece não fazer parte desse plano. Vive imaginando coisas e situações. A vida real é tão sem tempero pra você.

Você quer ser alguém especial, deixar a sua marca. Quer se apaixonar e viver um grande amor. Quer que sintam sua falta quando se for. Mas não há tempo para essas coisas. É preciso trabalhar, correr, ganhar dinheiro, trabalhar, correr, ganhar dinheiro e, se possível, ganhar mais dinheiro. Você não lida bem com essa burocratização da vida e, por isso, passa a maior parte do tempo triste.

Você quer ajudar as pessoas a pensarem fora da caixinha, a questionarem a ordem estabelecida. Mas não há tempo para essas coisas. O único conhecimento rentável é o conhecimento técnico. Então, é preciso ter uma boa formação técnica, trabalhar, correr, ganhar dinheiro, ter uma boa formação técnica, trabalhar, correr, ganhar dinheiro e, se possível, ganhar mais dinheiro. Você não lida bem com essa tecnificação da vida e, por isso, passa a maior parte do tempo sozinho.

Você acha que a vida precisa de mais arte e poesia. Mas as pessoas acham que você é louco. Ainda assim, você acredita nos seus sonhos e espera a sua oportunidade. A oportunidade de abrilhantar o mundo com o que você tem de melhor. Bem, até agora essa oportunidade não chegou, mas você continua lutando para sobreviver no admirável mundo novo.

Não sei como estará a sua vida ao ler esta carta, mas hoje é assim. Espero, com todo o meu coração, que tudo tenha mudado e que os seus sonhos tenham se realizado. E, se assim for, sei que estará feliz. Então, digo-lhe que se lembre de tudo que passou, dos momentos em que só eu acreditei em você, para que não se torne soberbo com o sucesso.

Seja sempre um cara simples e humilde com as pessoas. Faça o máximo para ganhar sorrisos por onde passar e esteja disposto a ajudar quem precisa de um ombro amigo. Saiba usar as palavras para consolar os que precisam e fazer rir os que sofrem do senhor de todos os males.

Nunca se esqueça de onde veio e quem é. Compartilhe o seu sucesso com o maior número de pessoas. Plante nos seus jardins esperança, pois já existem pessoas demais destruindo sonhos. Tenha paciência com quem errar, porque um dia você também errou bastante.

Acredite no melhor das pessoas, pois o que, muitas vezes, precisamos é de alguém que acredite que podemos ser melhores. Sempre que necessário, peça desculpas e sempre diga obrigado. Tente ser o melhor que pode, todos os dias, ainda que em algum deles não consiga.

Algumas coisas faltaram nessa lista, mas acho que disse o principal. Não se esqueça de fazer o que disse. Fica bem e se cuida.

PS: seja um agricultor de amor e colha sonhos por toda a vida.

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