O amor profundo exige amor próprio e desapego

Esse é um texto mais aprofundado, vou procurar transmitir da maneira mais simples possível, mas minha sugestão é que você o guarde para reler de tempos em tempos…

A inspiração para escrevê-lo veio a partir de um pequeno texto do escritor Gustavo Gitti…

“Ao valorizar a família e o casamento eterno, na verdade o que desejamos são seres que fiquem. Porque somos inábeis em cultivar relações duradouras, apostamos na conexão sanguínea, que obriga a continuidade. Funciona como uma garantia: você é meu irmão, não há como me largar. “Você entrou para a família” é sinônimo de “Agora posso contar contigo”.

 É muito mais raro nos posicionarmos de modo elevado para que isso surja com mais gente, então trocamos a grande família da humanidade por uma família que cabe em um churrasco. Isso explica a quantidade de relações nas quais ambos se agridem, mas nunca cogitam a separação — o outro só me atrapalha, mas ele volta pra casa há mais de 10 anos… onde vou achar outra pessoa permanente assim?”

 Gustavo Gitti

O que ele está transmitindo com essas palavras é de uma profundidade impressionante. Assim que terminei de ler consegui me ver no texto e também diversas pessoas que foram mal compreendidas ao longo da história.

Todos nós somos seres mutáveis, o tempo todo estamos mudando, porém, também existe um MEDO terrível que nos impede de crescer e de evoluir, medo este que está atrelado acima de tudo aos APEGOS.

Para conseguir amar de uma forma mais profunda, é preciso SIM cultivar o desapego, ter a consciência de que nossa passagem nessa vida é muito rápida. Daqui a pouco não estaremos mais aqui!

Quando não temos essa consciência, a vontade que temos é de segurar pessoas que amamos para sempre com a gente. Mas como garantir isso?

As palavras finais do texto do Gustavo foram as que mais me impactaram: “mas ele volta pra casa há mais de 10 anos… onde vou achar outra pessoa permanente assim?”.

Essa é uma questão bem forte! Quem não se comporta como o homem citado nesse texto, na realidade certamente é alguém que tem todos os recursos para amar com mais profundidade! Exatamente.

A gente sabe quando alguém ama com profundidade quando pensa antes de qualquer coisa na própria felicidade e só depois na felicidade do outro.

Essa é uma das chaves da autolibertação! Pelo fato de estarmos no ocidente, praticamente ninguém entende isso!

Só para descontrair um pouco, tem uma música que aboli da minha vida. Escutava na adolescência porque não tinha a consciência que tenho hoje, mas a letra dela é quase um suicídio no que se trata do amor próprio e deste amor mais universal que estou propondo aqui. Trata-se da música “Eu amo mais você”, da banda Catedral.

Seu refrão repete diversas vezes: “Eu amo mais você do que eu…”.

Meu amigo! Quem faz isso só pode ter como destino final a infelicidade e a completa dependência emocional das outras pessoas.

Essa é principal mensagem que quero lhe transmitir hoje. Ame profundamente a você mesmo! Tenha um caso de amor consigo mesmo. Aprenda a se olhar no espelho como que dizendo: “Caramba! Esse cara na frente do espelho é incrível…”, “Essa moça na frente desse espelho é a mulher mais espetacular do mundo…”.

São poucas as pessoas que tem essa autoestima e autoconfiança!

Desenvolvendo esse amor próprio, passamos a ter a sensibilidade para perceber o nível de sintonia e afinidade que temos com as outras, isso em todos os sentidos viu? Na família, nas amizades, nos relacionamentos amorosos, nas relações de trabalho etc.

O verdadeiro amor aproxima os que vibram de forma semelhante e distancia os que vibram de forma diferente.

Os grandes conflitos começam e crescem por causa dos nossos APEGOS e também das diversas CRENÇAS que nos foram ensinadas.

Uma crença fortíssima é essa aqui: “Até que a morte nos separe…”, que acontece nos casamentos religiosos.

Se as pessoas tivessem uma consciência profunda jamais se sujeitariam a uma promessa tão perigosa quanto essa. Espera aí! Não fuja do texto agora. Pode se contorcer, mas fique por aqui.

Por que digo perigosa? Porque hoje eu sou uma coisa, amanhã eu não faço a menor ideia. Aliás, ninguém, absolutamente ninguém faz a menor ideia.

Em resumo. A vida não nos dá garantias de nenhuma natureza. Você já reparou que criamos as garantias dos produtos eletrônicos e dos serviços e queremos fazer a mesma coisa nos relacionamentos? Como assim? Vou repetir! NÃO EXISTEM GARANTIAS NA VIDA.

Quero concluir falando de pessoas que amaram muito e foram mal compreendidas. Não vou falar sobre elas porque senão esse texto ficaria imenso: Jesus Cristo, Osho, Krishnamurti, Fernando Pessoa, Mario Quintana, Vinicius de Moraes, Raul Seixas etc. etc.

Eu mergulhei fundo no pensamento de todos esses homens que citei aqui e hoje sei que eles amaram de verdade e ensinaram isso através das suas mensagens.

Concluo deixando algumas mensagens de amor profundo para você continuar refletindo…

“Ame ao próximo como a si mesmo” – Jesus Cristo

“O amor só dura em liberdade” – Raul Seixas

Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.” –Vinicius de Moraes

“O segredo é não correr atrás das borboletas… É cuidar do jardim para que elas venham até você.” – Mario Quintana

“Se a humanidade crescesse, amadurecesse, essa seria a maneira de amar: as pessoas se conhecendo, compartilhando, seguindo em frente, sem possessividade, sem dominação. Do contrário, o amor se torna um jogo de poder.” – Osho







Bacharel em Física. Mestre em Engenharia Mecânica e Psicanalista clínico. Trabalha como professor particular de Física e Matemática e nas consultas com Psicanálise em Fortaleza. Também escreve no seu blog "Para além do agora" compartilhando conteúdos voltados para o autoconhecimento e evolução pessoal. Contato: [email protected]