O amor e os nossos relacionamentos: Cadê aquilo que acabou?

Pensar em você é ter saudades de muitas coisas e não querer mais aturar tantas outras.

Pensar em você é lembrar o início e a inocência disso tudo e, ao mesmo tempo, o término e a tragédia do fim.

Tudo aconteceu simplesmente porque não soubemos cuidar de nós mesmos e um do outro. 

Foram as vezes em que eu me coloquei em primeiro lugar, em que me esqueci de você, em que procurei o caminho mais fácil, em que não a atendi e que fui dormir brigado. 

Foi quando passei para você o trabalho de me fazer feliz, quando você fazia ou falava algo que eu não aceitava, quando você deixou de seguir o trilho que traçara para você.

Quando terminamos um relacionamento, pensamos, muitas vezes, que o que mais faltou foi o amor. Mas será isso mesmo?

Será que o amor é algo tão frágil e volátil assim? Uma vez que o temos, é necessário tomar cuidado, pois ele pode ir embora a qualquer momento? Para qual o lugar o amor vai?

Acredito que o amor está ali, mas, muitas vezes, o nosso ego se expande e toma uma parte de seu lugar nos relacionamentos. Chega uma hora em que nos damos conta de procurar o amor, só que tem tanta coisa em cima, que fica difícil achar na primeira olhada.

A solução, muitas vezes, é fazer uma grande faxina e parar de acumular tantas coisas onde deveria apenas caber o amor. A faxina é aquele momento especial, uma comemoração a dois, que beira a um agradecimento ao amor. O momento de pertencimento, de mostrar que o amor é maior que os problemas, que o nosso ego, e acreditar na sua capacidade de superar essas barreiras. Não é necessário um grande jantar à luz de velas, uma declaração para todos os amigos ouvirem (e os inimigos também), provas de amor ou qualquer outra atitude externa.

A faxina maior é se abrir para o amor. É libertar o amor do cercado em que o ego o fez ficar. É saber que o amor primeiramente está dentro de você, o seu amor próprio, e que você possui respostas sobre como quer se relacionar com a outra pessoa. É, além de ter certezas, ter fé. É acreditar que o amor que temos será expandido e alcançará o outro. Para isso, é necessário deixar caírem as barreiras, as resistências, os medos, as expectativas, os desejos e as necessidades para aceitar a situação em que nos encontramos para que, a partir daí, possamos tomar a nossa responsabilidade sobre ela.

QUAL É O RELACIONAMENTO QUE VOCÊ TEM COM VOCÊ MESMO?

QUEM É VOCÊ PARA VOCÊ MESMO?

O QUE EU EXIJO DO OUTRO QUE EU POSSO FAZER POR MIM?

O QUE EU TENHO PARA DOAR A ESSE RELACIONAMENTO?

Ao me tornar responsável, eu me torno o agente de mudança nesse relacionamento. Toda a alegria ou a tristeza que acontecerá dependerá de como eu interpreto as situações e do quanto eu sou capaz de aceitar o meu papel nesse relacionamento e o papel do outro.

O segundo passo é parar de acumular reclamações, problemas, brigas e discussões. O que acontecer deve ser limpo na hora, não ser deixado na memória ou guardado para o dia seguinte. É como uma louça suja que fica na pia: quanto mais acumular, pior ficará. Vai chegar um dia em que a louça será tanta, que você preferirá mudar de casa.

Perceba que, se o seu relacionamento está baseado somente em suas necessidades (E eu? E eu? E eu?), ele pode não durar muito. Uma vez que você consegue o que desejava (fisica ou emocionalmente), sua mente irá procurar por outra coisa e ir a outro lugar (Desejo – Necessidade – Vontade).

Quando buscamos conforto, amor e segurança no outro, nós nos tornamos fracos. Do tipo que qualquer vento pode nos tirar do eixo e qualquer ato pode nos deixar tristes. Quando estamos fracos, todas as emoções negativas emergem e se tornam ciclos compulsivos em nossos pensamentos. Toda essa exigência destrói o amor.

COMO EXIGIR DO OUTRO ALGO QUE A GENTE MESMO ÀS VEZES NÃO FAZ POR NÓS?

Quanto menos exigirmos do outro, mais forte o nosso relacionamento será. Entenda que o outro nunca satisfará as suas necessidades da forma que você imagina — até porque exigir isso do outro é um peso muito grande.

Outro fator é a sinceridade, a autenticidade. Para que tudo isso aconteça, a sinceridade tem que estar presente: tanto você quanto a outra pessoa devem ser autênticos, sem máscaras. É necessário que ambos saibam o que querem nesse relacionamento e que consigam se expressar da melhor forma. Um relacionamento, para acontecer, requer entrega e, se isso não ocorrer, não há com quem se relacionar, pois o outro não estará presente. Estar presente para o outro e se entregar é um pré-requisito. Exigir do outro que isso aconteça não faz um relacionamento durar. É necessário maturidade para isso, uma autoanálise de quem é e o que pretende — cada um tem que se perceber. A melhor forma de agir é dar o exemplo.

O Ego muitas vezes nos domina e os relacionamentos terminam. Quando isso acontecer, aceite que:

AMEI COMO PUDE E SINTO MUITO SE NÃO FOI O SUFICIENTE PARA NÓS. PERDOE-ME PELAS MINHAS FALHAS. CONTINUAREI TE AMANDO DO MEU JEITO. OBRIGADO POR TUDO.

Independentemente de qualquer coisa, reconecte-se consigo mesmo(a) e procure, dentro de você, o que você busca fora. Aprenda sobre a vida, sobre se relacionar consigo mesmo(a) e com os outros.

“A maioria das pessoas procura pelo relacionamento perfeito do lado de fora, mas ele está dentro de nós mesmos. Se você sabe como remar um barco, você rema qualquer barco. Mas se você não sabe remar, mudar de barco não vai ajudar” (Sri Sri Ravi Shankar).

Que o amor seja o seu lar.







Engenheiro de Formação, que largou o mundo corporativo para seguir o sonho de ser professor na área. Filósofo, escritor e poeta de coração. Atualmente desenvolvendo o hábito de ser blogueiro. Possui formação em coaching e se interessa sobre assuntos de desenvolvimento pessoal, relacionamentos, meditação, espiritualidade e demais explicações sobre o que vemos e sentimos.