No fundo, no fundo, ela é uma boa pessoa! Será?!

Gente casca grossa, muitas vezes têm em mãos uma espécie de aval para continuar a praticar suas performances “sem noção”. O aval, pasme, vem dos próprios atingidos pelo comportamento invasivo e destemperado do “casca grossa”, que, por alguma misteriosa razão, não reagem a tanta falta de bom-senso.

Mas… por quê? Por que será que a gente permite a certas pessoas usarem e abusarem de suas posturas abusivas? E por que será que essas certas pessoas se sentem tão à vontade para se desfazerem dos outros, desmerecendo esforços e tentativas para ajudá-los a serem pessoas menos insuportáveis.

O fato, é que tem gente que curte humilhar os outros. Tem gente que se acha acima do bem e do mal. Tem gente que acredita ser superior e intocável. Tem gente, inclusive, que acredita que todo o resto do mundo nasceu para admirá-lo, entendê-lo e – por que não? – serví-lo?

Essa gente possui uma comorbidade advinda de seu caráter arrogante e narcisista que se chama “síndrome do bom senso murcho”. Os sintomas da citada perturbação são variados, vão desde olhares de desprezo a ataques de autopromoção – com a direito a milhares de selfies nas redes sociais – passando por “pitis” e chiliques gerados por uma alguma crítica ou singela negação às suas necessidades de estrela.

A dura verdade é que, gente que “no fundo, no fundo é uma boa pessoa”, não é uma boa pessoa – ponto final. Gente assim, só encena ser alguém que vale alguma coisa, quando há interesses em jogo. Não se iluda em relação aos “casca grossa” – além da casca impenetrável, o interior é seco, árido e viscoso ao mesmo tempo. E caso você seja seduzido por esse joguinho de “morde e assopra”, vai acabar prisioneiro de uma relação nada saudável.

A boa notícia é que, além de ninguém merecer conviver com essa “mala sem alça”, ninguém é obrigado a sequer fingir que gosta dela, ainda que seja à distância. Essa gente sem noção tem cura, acredite. E a cura é um bom choque de realidade. Ofereça ao portador de “bom senso murcho” o seu melhor silêncio, saia de fininho, desapareça, delete. E fique tranquilo, gente assim não se sente sozinho, gente assim vive cercada de sua própria imagem e de seus egos inflados que crescem infinitamente para todos os lados.







"Ana Macarini é Psicopedagoga e Mestre em Disfunções de Leitura e Escrita. Acredita que todas as palavras têm vida e, exatamente por isso, possuem a capacidade mágica de serem ressignificadas a partir dos olhos de quem as lê!"