No amor, Deus ajuda a quem cedo não gruda.

Imagem de capa:  Antonio Guillem/shutterstock

Quem ama cuida. Não gruda. Grudar incomoda, aporrinha, atrapalha, estraga, prende. Amar são outras palavras. Quem ama acompanha, ajuda, contribui, favorece, liberta!

Está impresso em qualquer rótulo: cola boa é a que não descola mais. Grudou uma vez, adeus. Tente descolar e o estrago é certo. O dano é garantido. Descolar arranca a pele, maltrata, machuca. Funciona bem na depilação com cera quente e só.

Cá entre nós, por que misturar amor com essas coisas? Amar aproxima as pessoas, não as cola umas contra as outras para sempre. Ninguém precisa grudar em quem ama qual chiclete no cabelo para se fazer presente. O que gruda embaraça, paralisa, amarra. Machuca. Quem ama não precisa disso.

O amor é o que nos torna livres dos sentimentos rasteiros e das picuinhas, do ódio gratuito, da vingança e da inveja que nos amarra os braços e nos embaça os olhos. Amar é um voo livre. Não combina com asas grudadas e movimentos limitados. É um salto de pára-quedas. Ou você puxa a corda na hora certa ou se espatifa lá embaixo.

Gente amorosa deixa a pessoa amada ser quem ela é e também é livre para ser o que quiser. Ama seu trabalho, sua vida, sua família e todos os seus sonhos tanto quanto ama o outro e tudo o que ele conquiste.

Quem ama cuida. Não gruda. Compreende e não julga. Incentiva, não inibe. Liberta e não prende.

Assim, livres, seguimos ligados porque nos parecemos e nos queremos como somos. Unidos num abraço de três horas ou na distância de quem vive em cidades diferentes. Dançando de rosto colado ou aplaudindo de longe quem bem merece nossa admiração, nosso respeito e nosso amor. Libertos, amantes, amados, juntos.







Jornalista de formação, publicitário de ofício, professor por desafio e escritor por amor à causa.