Nessa Páscoa, dedico minha solidariedade aos irmãos africanos

No final de março deste ano (2019) o ciclone Idai devastou áreas imensas de 4 regiões da África: Moçambique, Zambábue, Malawi e Madagascar. Foram mais de mil pessoas mortas, mais de um milhão que tiveram prejuízos financeiros e emocionais gigantescos, além de isso tudo ter contribuído para um surto de cólera com mais de mil casos.

É muito triste, eu diria até desolador, saber de tudo isso. E quero a partir desse pequeno texto refletir com você sobre o sentimento de SOLIDARIEDADE, que é um sentimento forte no ser humano, mas que percebo no Brasil não ter um impacto tão profundo quando se trata dos nossos irmãos africanos.

Você certamente vai me comprovar isso. Um desastre dessa magnitude deveria ter sido noticiado muito mais e tomado um tempo bem mais significativo nos telejornais, o que não se verificou.

Estou publicando esse texto no período da Semana Santa, no qual se celebra a morte e ressurreição do mestre Jesus Cristo, segundo a tradição católica. Esse é um período no qual as pessoas no Brasil, em sua maioria, se juntam aos familiares e amigos para celebrar a páscoa, que significa “passagem” ou “ressurreição”.

Algo que pouca gente sabe é que no hemisfério norte, essa data coincide com a transição do inverno para a primavera, quando um novo ciclo da natureza se inicia, repleto de lindas flores. Esse simbolismo é magnífico, é como um convite para que nos renovemos, façamos surgir novamente de dentro de nós aquilo que mais nos une, que deveria ser a solidariedade.

Solidariedade vem da palavra solidez, ou seja, sólido, forte, duradouro!

Como estamos fisicamente bem distantes da África, temos pouca noção dos esforços que estão sendo feitos para dar assistência aos sobreviventes do ciclone Idai. Tem gente do mundo todo dando o melhor de si nessa causa tão nobre, mas essas pessoas trabalham em silêncio. Dão essa assistência por amor, pelo sentimento de caridade que têm dentro de si.

Meu desejo a você que lê esse texto, seja no período da páscoa ou em outro período do ano, é que perceba seu potencial para a solidariedade. Fiquei refletindo bastante sobre o quão é importante desenvolvermos trabalhos voluntários. Esse meu trabalho com a escrita faz parte do meu voluntariado e não consigo ter uma noção exata da proporção que ele atinge, mas sei que minhas palavras têm impactado muita gente, tem gerado reflexões que motivam a mudanças de atitude. Tudo isso me enche de alegria e entusiasmo, pois faço isso de coração!

O outro voluntariado que exerço é com os atendimentos com psicanálise. Sempre volto das consultas com coração renovado, pois é maravilhoso poder ajudar pessoas que não teriam condições financeiras de arcar com um tratamento que é caro e por vezes longo. Muita gente chega até mim chorando e sai do consultório sorrindo com gratidão! Para mim, nada paga ver essas mudanças cotidianamente.

Você que me lê tem muitos potenciais, tem capacidades incríveis que podem ser utilizadas em algo voluntário. Só precisa ter um pouco de iniciativa e claro, vontade. Até porque esse é o significado da palavra voluntariado [volutas – vontade].

Jesus Cristo dedicou toda a sua vida a ajudar as pessoas. Até mesmo no seio familiar. Ele aprendeu o ofício do pai e ajudou financeiramente por um tempo considerável após sua morte. Praticamente não existem registros do período dos 12 aos 30 anos, mas pelo que já estudei sobre ele, posso afirmar que ele aprendeu muito com os maiores sábios da época e desse aprendizado é que surgiu esse homem inesquecível com uma amorosidade avassaladora!

Podemos seguir o seu exemplo e o de outros mestres da humanidade. Cito Jesus nesse texto por ocasião da Páscoa, mas existem muitos outros mestres que são exemplos profundos de amor e solidariedade.

Concluo reforçando o que já disse em vários textos. Nós temos muito a oferecer, e um dos maiores bens que temos para oferecer é o nosso tempo em favor de algo que promova o bem, a união, a amizade e a consciência. E nada melhor para finalizar do que as palavras de um irmão africano nascido no século IV, o querido Santo Agostinho.

“Aquele que tem caridade no coração tem sempre alguma coisa para dar”.

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IMAGEM DE CAPA: Cruz Vermelha







Bacharel em Física. Mestre em Engenharia Mecânica e Psicanalista clínico. Trabalha como professor particular de Física e Matemática e nas consultas com Psicanálise em Fortaleza. Também escreve no seu blog "Para além do agora" compartilhando conteúdos voltados para o autoconhecimento e evolução pessoal. Contato: [email protected]