Nem tudo que vai, volta. Ainda bem!

Todo fim de um relacionamento é um momento difícil, já que vai muito além da dor emocional.

É uma dor que reflete no físico e se apresenta como dores de cabeça, insônia, crises de pânico, etc. Para alguns o término representa uma “abstinência emocional” e, com medo de sofrer os sintomas, as pessoas permanecem em relações degradantes e abusivas, vivendo a teoria de que é “melhor sofrer junto do que ser feliz separado”.

Algumas pessoas têm uma enorme dificuldade em aceitar o fim e entender que o fim da relação não é o fim de tudo! É apenas uma etapa da vida que se encerra para que uma nova comece.

Quando uma relação acaba, o primeiro passo é compreender que nem sempre há culpados. Embora os envolvidos sintam-se responsáveis é preciso entender que nenhum término significa uma sentença de infelicidade eterna.

Muitas vezes não houve traição, ofensas ou agressões, mas o sentimento foi esfriando, a rotina acomodando e os problemas tomando um espaço maior do que o aceitável e, isso, acabou refletindo no comportamento dos envolvidos e, cá entre nós, não dá para fechar os olhos para isso!

O medo de recomeçar é compreensível. A acomodação, jamais! Acabou. Fim. Vida que segue! É preciso muita sabedoria para entender que nem tudo que vai volta, que nem todo amor é eterno e que nem sempre os “felizes para sempre” significa juntos. Normal!

O período de “luto” é necessário. É comum, nesse período, que os pensamentos estejam voltados ao ex-companheiro, que a saudade arrebente de vez em quando e que a curiosidade em saber como ele está prevaleça, mas após um tempo de afastamento, esses incômodos tendem a desaparecer e a vida segue naturalmente.

As emoções são mutáveis, portanto, nesse período de “abstinência” você pode utilizá-las para a cura ou para a destruição (o que, aliás, é uma escolha sua). O fato é que essa é a fase mais produtiva da sua vida, já que enquanto você busca alternativas para ocupar sua mente, você irá (re) descobrir coisas que gosta ou que deixou de fazer por diversos motivos.

A academia que você pagou e nunca foi, o curso de línguas que você julgava desnecessário e a faculdade que você não conseguiu terminar são apenas alguns exemplos disso.

O sofrimento, seja ele qual for, não tem força para interromper sua vida. Vinícius de Moraes produzia nos momentos de desgosto e de sofrimento na vida pessoal. Beethoven, aos 48 anos, completamente surdo e sofrendo de tinnitus (ouvindo constantemente ruídos perturbadores sem qualquer fonte externa real) continuou compondo. Apoiado em sua ampla experiência anterior e dotado de ouvido absoluto, ele era capaz de escutar mentalmente as notas e suas combinações.
Então, vida um dia de cada vez. Acredite que a sua vida não acabou junto com o relacionamento e que você ainda será muito feliz.

Deixe ir, aceite o fim e viva a sua vida. Enquanto você perde horas sofrendo pelo desnecessário, há uma vida lá fora querendo ser recomeçada.







A literatura vista por vários ângulos e apresentada de forma bem diferente.