Não fique tentando agradar quem não gosta de você

Se pudéssemos nos olhar de fora, certamente nos sentiríamos envergonhados por alguns comportamentos nossos no dia a dia, sendo um deles a insistência que teimamos em nutrir em relação às pessoas erradas. Perdemos muito tempo esperando acontecer o que nunca ocorrerá e aguardando o retorno de quem nem se lembra de nossa existência.

Criar expectativas é bom, até certo ponto, uma vez que elas alimentam nossas esperanças, nossos sonhos de vida, impelindo-nos a continuar, a não desistir. Esperar o melhor do que vem e das pessoas enche-nos de energia positiva que nos protege nas reviravoltas dolorosamente bruscas que a vida dá. É preciso esperançar, positivar, otimizar, ter fé, porém, um tanto de razão deverá sempre estar permeando isso tudo.

Tudo o que exacerba os limites da razoabilidade acaba por ser infrutífero, em todos os setores da vida. Nesse sentido, um dos maiores favores que faremos a nós mesmos vem a ser a conscientização de que é inútil querer ser querido por todo mundo. Ninguém agrada de forma unânime, simplesmente porque cada pessoa possui as próprias expectativas, ou seja, muito daquilo que oferecemos não corresponde às expectativas de várias pessoas.

Liberte-se da necessidade de ser querido por todos, isso é utopia. Para tentar conseguir isso, você terá que vestir várias máscaras por dia, de acordo com o ambiente em que estiver. Será preciso uma encenação teatral constante, enquanto se afasta mais e mais da sua essência, das suas verdades, daquilo que alimenta o seu coração. Aprenda a lidar com suas imperfeições, com suas limitações, com sua humanidade. É assim que a gente se basta.

O que é falso não convence, o que é forçado não agrada, o que é mentira não se sustenta. Fingir e dissimular só fará com que você deixe de manter junto aqueles que gostam de quem você era de verdade e deixou de ser para agradar todo mundo. Mas, caso queira acabar sozinho e frustrado, continue tentando agradar quem não gosta de você. Nunca falha.







"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.