Não faça tempestade quando é dia de praia!

Logicamente, aquilo que sentimos na pele nos é bem mais pungente e dolorido, no entanto, tendemos a superdimensionar nossos reveses e as situações desconfortáveis por que passamos, muitas vezes enxergando os problemas de uma forma exagerada. Preocuparmo-nos com o que nos incomoda é normal, porém, desesperar-se tão somente nos tolhe a capacidade de buscar as soluções acertadas.

Cada pessoa reage de forma distinta frente aos acontecimentos, uma vez que cada um de nós possui bagagens próprias e carregamos as impressões que ficaram marcadas de forma singular dentro de nós. Ninguém sai igual de experiências semelhantes, pois os sentimentos são pessoais e intransferíveis, ou seja, cada pessoa reagirá de acordo com o que possui, de acordo com o que tem para lutar e digerir o mundo à sua volta.

Mesmo assim, é preciso tentar manter um mínimo de lucidez e de equilíbrio nos momentos de tempestade, em que tudo parece ruir, quando o mundo se volta contra você, ou então as nuvens engolirão o seu respirar, obstruindo as saídas que sempre existirão, por menos que estejam visíveis. Os problemas costumam ter o tamanho de seus medos, nada menos e nada mais do que isso.

A maneira como reagimos às vicissitudes da vida determinará, também, o tanto de dificuldades que se interporão entre nós e as possíveis soluções aos reveses. Da mesma forma, as pessoas que caminham conosco ficarão mais seguras e capazes de nos dar as mãos, quanto menos desesperados e descrentes estivermos. Nosso desespero infelizmente puxa a tudo e a todos para dentro de sua escuridão paralisante.

Como se vê, precisamos tentar nos distanciar da situação que nos aflige para, de fora, enxergá-la em sua real dimensão, a fim de que nos mantenhamos suficientemente conscientes do real que existe e das possibilidades de superá-lo. Lamentos, lamúrias e autopiedade não nos servirão de nada nesses momentos, muito pelo contrário, apenas paralisarão nosso potencial de nos reerguermos com dignidade depois de cada tombo, de cada decepção, de cada ventania emocional.

Você não é mais infeliz do que ninguém, suas dores não são as piores, seus problemas não são insolúveis, suas lágrimas não são as mais sentidas de todas. Cada um de nós passa pelas tempestades que são próprias à jornada pessoal, ou seja, não adianta querermos nos comparar com ninguém, afinal, a dor dói para todo mundo. Cabe-nos o enfrentamento corajoso das atribulações que nos aguardam diariamente, mantendo a mente limpa e o coração em sintonia com o bem, pois, quando afastamos o mal de nossas vidas, poderemos sempre contar com as ajudas necessárias para caminharmos em direção à felicidade com que sonhamos, desde e para sempre.

 

 

 







"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.