Menina de 10 anos com coronavírus relata: “Fiquei doente como nunca antes”

Com a honestidade e a pureza de uma criança de 10 anos e a lucidez de alguém maduro para a idade, a menina Maya Amaral, que foi infectada pelo novo coronavírus, fez um importante e esclarecedor relato sobre tudo o que aconteceu desde que sentiu os primeiros sintomas da covid-19.

“Nesta última semana, fiquei muito doente, como nunca fiquei antes. Eu estou infectada com a covid-19 e minha família também.”, inicia a estudante.

Ela detalha o aparecimento dos primeiros sintomas: “Quando comecei a ficar doente na terça (dia 10 de março), eu só estava com dor de garganta e febre baixa, fui melhorando e na quinta-feira fui para escola. Na sexta-feira, meus pais me contaram que meu avô, que é médico, achava que estávamos com covid-19.”

A pequena também fala sobre o que soube da possibilidade de estar com covid-19: “Eu fiquei um pouco assustada e triste porque queria muito brincar com meus amigos na escola, mas, para prevenir e não infectar meus colegas, não fui para a escola.”

Maya ainda contou que a segunda pessoa da família a manifestar os sintomas da doença foi sua irmã caçula: “No sábado, minha irmã mais nova (Laura, de 10 meses) ficou muito doente, coitada! A febre dela alcançou 42ºC! Meu avô mandou minha mãe levar minha irmãzinha para o hospital e eu fiquei com meu pai. Lá, ela fez alguns exames, como por exemplo o do coronavírus e ela foi internada durante o fim de semana. Todos os resultados de exames da minha irmã deram negativos, menos o do coronavírus que deu ‘indetectável’.

A Laurinha voltou pra casa na segunda-feira.”, relata a menina.

Depois que a irmã sentiu-se mal, a própria estudante voltou a manifestar os sintomas da covid-19: “Uns dias depois, eu comecei a ficar com falta de ar e tontura, então minha mãe me levou para o hospital. Lá, fiz vários exames: de sangue, de narina e um raio X. Como já achavam que estávamos com coronavírus, todos os exames foram feitos na sala de isolamento. Foi legal fazer o raio X. Depois dos exames, o médico me mandou para casa, estava muito tarde.”

E então os sintomas da doença começaram a piorar: “Como ainda estava com muita falta de ar, o meu avô pediu para a minha mãe alugar um cilindro de oxigênio que parece um botijão de gás. Mesmo fazendo inalação com o inalador e com o oxigênio, eu comecei a me sentir pior.

Então, dois dias depois, voltamos para o hospital. Eu estava com muita dor no peito, dificuldade para respirar e também estava muito cansada. Quando chegamos ao hospital, a minha médica me examinou e disse que eu teria de ser internada na UTI. A médica do hospital é minha endocrinologista (Maya é acompanhada porque tem síndrome de Turner, uma condição genética que afeta o crescimento. Segundo os médicos disseram à mãe, a síndrome não influenciou no quadro da covid-19), se chama Laura, igual minha irmãzinha, eu adoro ela! Tive de fazer vários exames de novo. Um exame foi bem legal porque parecia que eu estava numa nave espacial.”, conta a garota.

Maya também relatou sua chegada à UTI: “Não podia sair da sala nem para fazer xixi. Fiquei triste porque não queria ter de dormir no hospital. Tive de fazer um exame para ver se meu coração estava bem, e ele estava. No dia seguinte, minha mãe ficou muito nervosa porque meu pai estava muito doente e ela não podia sair do hospital (o pai, o artista plástico Joaquim de Almeida, de 38 anos, é ex-atleta profissional). O médico viu que eu estava um pouco melhor e me deixou ir para o quarto. Lá, eu fiquei mais um tempo.

“Quando finalmente fomos para casa, não pude dar abraço no meu pai porque não sabíamos se ele estava com uma bactéria. Assim que chegamos em casa, ele foi para o hospital. Viram que ele estava com pneumonia bacteriana porque a covid o deixou muito fraquinho. Desde que chegamos em casa, minha mãe tem cuidado de todos nós. Ainda não estou 100% nem meu pai e a Laurinha. Mas daqui a pouquinhos estaremos todos bem.” (Depoimento a Cristiane Barbieri)

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Redação CONTI outra. Com informações de Isto é Dinheiro







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