Mãe escreve pedido de socorro na matrícula do filho: “Não me ignore”

Temos acompanhado ao longo dos últimos 12 meses as duras consequências da pandemia de coronavírus, e uma delas é o aumento dos casos de violência doméstica. Acontece que, com o isolamento social, imposto para tentar frear a curva de crescimento dos casos de Covid-19, muitas mulheres se viram confinadas 24 horas por dia com seus agressores.

Esta é a história de mais uma mulher que se viu refém desse tipo de situação. Felizmente ela conseguiu criar coragem para fazer o que muitas não conseguem por diversos motivos, pedir ajuda. Na última segunda-feira (08), ela anexou à matrícula do filho na escola um bilhete relatando agressões físicas cometidas pelo seu companheiro. O caso aconteceu por volta das 13h de ontem, em Maceió.

A direção da escola estadual Laura Dantas, localizada no Cepa (Centro Educacional de Pesquisa Aplicada), no bairro do Farol, imediatamente acionou a Polícia Militar. O homem foi preso em flagrante por violência doméstica.

O bilhete escrito pela mulher de 28 anos dizia o seguinte: “Por favor, me ajude. Estou sendo espancada. Não posso falar. Estou com hematomas na perna e meu filho foi seriamente sofrido (sic) por psicológico. Ele me bateu com o facão. Me ajude, ele não me deixa falar, me ameaça toda hora. Não consigo mais ficar calada, eu me cansei. Não me ignore.”

A mãe entrou na escola junto com o filho, e o homem ficou na porta. Ela entregou o bilhete junto com a documentação à servidora do estado, que saiu e foi até a direção. Imediatamente, a direção da escola acionou a equipe de Policiais Militares do Batalhão de Polícia Escolar, que estava no Cepa. Os policiais prenderam o investigado do crime ainda na calçada da escola e ele não esboçou reação.

A mãe relatou que nos últimos dias tinha sido espancada pelo companheiro, inclusive com uso de um facão, e que tudo ocorreu na presença do filho do casal, que segundo ela, está traumatizado. Ela também relatou que sofria agressões físicas e era ameaçada constantemente para não procurar a polícia.

De acordo com a mulher, ela resolveu escrever o bilhete à mão e teve a ideia de entregar junto dos documentos do filho na escola por não aguentar mais as agressões. Ela disse que o companheiro a acompanhou até a escola e, no caminho, outras agressões e ameaças ocorreram.

A mulher apresentava escoriações e hematomas pelo corpo. Ela se submeteu a exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal Estácio de Lima, do bairro do Tabuleiro do Martins. O laudo será entregue à delegacia da mulher, onde as investigações do caso seguirão.

Depois de ser detido, o investigado foi levado para a Central de Flagrantes do bairro Gruta de Lourdes. Ele está preso aguardando audiência de custódia. Ele não constituiu advogado e deve ser assistido por um defensor público. O caso foi repassado para a DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), e uma medida protetiva está sendo providenciada para proteger mãe e filho.

A Seduc (Secretaria de Estado da Educação) informou que não repassará informações porque o caso corre em sigilo para preservar a identidade do estudante e da mãe dele.

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Redação Conti Outra, com informações de UOL.
Foto destacada: Reprodução/Redes sociais.







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