Jovem negro é agredido após ser acusado de roubar as botinas que havia acabado de comprar

AVISO DE GATILHO: (violência e racismo)

A cidade de Vázea da Palma (MG) foi palco de um triste episódio de violência nesse fim de semana. Em um supermercado da cidade, um jovem de 28 anos foi agredido depois que um funcionário suspeitou que ele teria roubado uma botina. O jovem havia acabado de comprar o calçado em outro supermermercado.

Alex Júnior Alves de Souza disse que, depois que comprou o calçado em um outro estabelecimento, foi ao supermercado e experimentou uma sandália e pegou um frango. Quando chegou no caixa, um funcionário o acusou de ter roubado as botinas que estava usando.

“Eu gritei falando, ‘olha gente, vocês que estão aí, vocês estão vendo. Eles estão me acusando de roubo, de ter roubado essa botina aqui que eu comprei em outro supermercado e estão me acusando de ter roubado essa botina aqui’”, contou.

Ainda segundo a vítima, o dono do supermercado se aproximou e ele foi levado para os fundos do supermercado. Uma cliente registrou o momento e se desesperou com a agressividade (veja no vídeo acima). Uma pessoa tentou impedi-la de filmar.

“Ele pôs a mão na arma, ele ia tirar a arma, só não sei se ia atirar em mim. Ele pegou, pôs a mão para trás e só falou assim ‘vamos ali conversar’. O segurança me pegou, me travou por trás, juntou mais uns dois e saiu me arrastando igual a um cachorro, igual a um lixo pelo corredor”, afirmou Alex.

A agressão deixou uma lesão no olho esquerdo e vários hematomas pelo corpo do jovem. A polícia ouviu a vítima na unidade de saúde onde ele foi atendido, em Várzea da Palma. De acordo com a polícia, ele contou que, enquanto era agredido, ouviu ser xingado de “nego ladrão”. A ofensa está registrada no boletim de ocorrência.

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“Eles me arrastaram, me chutaram, me espancaram, me chamaram de ladrão e falaram que eu era um lixo”, disse.
Imagens do circuito interno mostram Alex no primeiro supermercado onde comprou a botina, o que descarta a suspeita de roubo (veja no vídeo acima). Alex acredita que tenha sido vítima de um crime racial.

“Todo mundo que estava lá dentro [do segundo supermercado] viu eu falando que eu não estava errado e que eu ia provar que eu estava certo. Essa agressão não pode ficar assim”, finalizou.

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Redação Conti Outra, com informações de G1.
Fotos: Reprodução/Inter TV Grande Minas.







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