Jovem herdeira irá selecionar 50 pessoas aleatoriamente para gastar R$ 131 milhões de sua fortuna bilionária

A austríaca Marlene Engelhorn, membro de uma dinastia vinculada a um império farmacêutico europeu, está adotando medidas inovadoras para abordar a desigualdade de riqueza em seu país. Aos 31 anos, ela optou por destinar parte de sua herança para uma administração coletiva, envolvendo a população austríaca no processo de decisão. Marlene planeja enviar convites com uma pesquisa para 10 mil pessoas escolhidas aleatoriamente na Áustria. A partir das respostas obtidas, ela pretende reduzir o grupo para 50 pessoas de diversas origens e classes sociais, que representarão, segundo sua perspectiva, a diversidade da população do país.

Os selecionados terão a oportunidade de aconselhar Marlene sobre como distribuir aproximadamente 25 milhões de euros (cerca de R$ 131 milhões). Essa iniciativa foi motivada pela constatação de Marlene de que muitos herdeiros não contribuíram significativamente para a sociedade e, em alguns casos, se beneficiaram de privilégios fiscais. Embora a empresária acredite que o governo austríaco deveria implementar impostos sobre riqueza e herança, a ausência dessas medidas levou Marlene a assumir a responsabilidade, afirmando que está “tomando as decisões nas mãos”.

Marlene descreveu sua vida como herdeira como algo independente de suas realizações pessoais, confirmando que suas riquezas foram acumuladas ao longo de gerações anteriores. “Foi acumulada porque outras pessoas fizeram o trabalho, mas minha família pôde herdar a propriedade de uma empresa e, assim, todas as reivindicações aos frutos de seu trabalho”, escreve no site do projeto.

Em 2022, após o falecimento de sua avó, Marlene herdou uma quantia significativa. Sua família tem raízes ligadas a Friedrich Engelhorn, fundador da gigante farmacêutica alemã BASF. Embora o valor exato da herança de Marlene não tenha sido divulgado, a Forbes estima em cerca de R$ 20 bilhões.

“Herdar é uma imposição à sociedade. Herdar significa nascer diretamente na cadeira do chefe — mas nem mesmo precisar dela. Herdar significa que portas se abrem — portas que outros jamais verão em toda a vida. Herdar significa sentir segurança financeira que o protege de trabalhos insuportáveis, moradias inadequadas, desvantagens na saúde e muito mais,” ela escreve.

A bilionária defende que a família em que nascemos não deveria determinar se teremos uma boa vida. Em vez de apenas doar o dinheiro ela mesma, o que, segundo ela, “me concede poder que eu não deveria ter”, Marlene pretende que outras pessoas a ajudem a redistribuir sua fortuna.

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Redação Conti Outra, com informações de O Globo.
Foto destacada: Reprodução.







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