Homem tira a vida de vizinho que soltou fogos para comemorar melhora no câncer da mãe

Francisco Nicolas Lopes Filho, de 38 anos, teve a vida interrompida pelo próprio vizinho depois de soltar rojões para celebrar as superações da família em 2022. Ele chegou a ser socorrido pela família, mas não resistiu aos ferimentos causados por disparos de uma espingarda de pressão e faleceu. O caso aconteceu na segunda-feira (2), em condomínio na Vila Balneária, em São Bernardo do Campo, Região Metropolitana de São Paulo.

De acordo com a irmã de Francisco, a professora de hipismo clássico Juliana Nicolas Lopes, de 36 anos, a família enfrentou muitas dificuldades nos últimos meses e, com a chegada do ano novo, queriam celebrar as vitórias.

“Eu tive um ano difícil, minha mãe está com câncer, a mãe de um amigo de infância ficou internada no fim do ano e eu chamei esse amigo aqui para comemorar com nossos familiares e os sobrinhos de um amigo nosso que faleceu recentemente. Tivemos um ano difícil, passamos e superamos. Falei para ele: ‘a gente merece comemorar”, contou ela ao UOL.

A família então começou a soltar os rojões, momento em que o vizinho, identificado como Mário D’ Amore, de 74 anos, saiu de casa armado, questionando o barulho. “Comecei a filmar tudo. Coloquei o telefone para gravar porque ele estava com uma arma na mão, coloquei o celular na cintura. Ele apontou a arma para a minha filha, para mim, para o meu amigo. Disse para todo mundo deitar no chão. Pensei que ele ia matar a todos.”

Nas imagens feitas por Juliana, é possível ver que o homem se aproxima da família já armado e inicia um rápido bate-boca, antes de efetuar os disparos. A filha de Juliana grita por ela e pede socorro em meio aos sons do tiro.

“Depois que ele efetuou o disparo, ele virou as costas, saiu andando. Eu lembro a minha filha gritar: ‘A gente deita, mas não atira’. Eu estava segurando a minha filha atrás de mim. Ele virou as costas e foi pra casa deitar e dormir”, relata Juliana.

Os familiares tentaram socorrer Francisco, mas ele acabou indo a óbito na UPA Riacho Grande. O disparo partiu de uma espingarda de pressão, munida com chumbinho. Francisco foi atingido na cabeça, como informou a SSP-SP (Secretaria de Segurança de São Paulo).

“Ele era um homem que fazia de tudo pela criançada e pela minha mãe. Ele era quem levava ela no médico, na quimioterapia. Era a estrutura desse lugar todinho. A alegria dele era os sobrinhos. Foi um choque violento porque eu levei meu irmão sangrando para o hospital e cheguei lá coberta de sangue”, diz a irmã.

De acordo com Juliana, após o falecimento de Francisco, ela foi informada que o vizinho já havia feito ameaças ao irmão anteriormente. “No dia 31 eu soltei alguns fogos com a minha filha. Na delegacia, vieram dois policiais falar com a gente que ele abriu um boletim de ocorrência contra a gente e disse que se visse meu irmão na frente dele iria enchê-lo de chumbo. Eu só fiquei sabendo disso depois de todo o pior que aconteceu.”

O caso foi registrado como homicídio e localização/apreensão de objeto no 3°DP de São Bernardo do Campo, que investiga todas as circunstâncias do ocorrido.

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Redação Conti Outra, com informações do UOL.
Fotos: Reprodução.







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