Guia de término de namoro: aprendendo a lidar com um coração partido

Na minha opinião, absolutamente todo mundo, em algum ponto da VIDA, vai sofrer um término amoroso. Como diz a diva Warsan Shire: “eu não vou glorificar ou romantizar términos, pra mim foi como uma morte e eu fosse obrigada a continuar vivendo”. É horrível, dói muito e dói por muito tempo – pode não doer na mesma intensidade todo esse tempo, mas não some assim da noite pro dia. Você sobrevive.

É quase sempre a mesma coisa, na verdade: você começa em negação, achando que logo voltam, que não é para valer; passa pela raiva por ele(a), por tudo o que passaram juntos ter sido jogado fora, por você não ter sido uma pessoa valorizada; então vem o desespero porque você percebe que é para valer, que não tem volta e uma parte da sua VIDAacabou. Às vezes, isso tudo acontece num dia só, às vezes leva semanas, meses e até anos. E então tem dois caminhos, que são: 1) superar ou 2) se afundar, chorar, se desesperar, se humilhar, apanhar das amigas e superar. Geralmente, vamos pela segunda opção porque o luto nos abate de tal forma que parece impossível simplesmente superar. E deixa eu te dizer que é okay ter esse período de luto e sofrimento. Você amou aquela pessoa, seria estranho não sofrer com o término. É algo muito difícil de lidar, você sente uma parte de si sendo levada, a vida parece que não tem mais rumo, os seus planos para o FUTUROnão fazem mais sentido porque ele(a) não está mais lá. Você morre um pouco. Você sofre muito.

Eu não sou uma expert no assunto, longe disso – só tive um término na vida, nesses 25 anos – porém conversando com amigas, me pareceu que quase sempre lidamos de uma forma bem parecida com as situações do término. Vamos aos mandamentos, onde podemos te dar uma ajudinha:

1. Não deverás manter contato. O clichezão de quem levou um pé na bunda, né? Mas você vai passar por muitos clichês nessa fase, amigue, pre-pa-ra. Não mande sms, nem whatsapp, não cheque a última vez que a pessoa ficou on no whatsapp, POR NADA nesse mundo cheque o facebook dela. Deixa eu te resumir o que vem com essa manutenção desnecessária de contato: a pessoa vai acabar querendo ser sua amiga (abordaremos o assunto logo).

2. Não fuçarás. Ai que lindo ser amigo de ex no facebook, né? Tão maduros. Até que chega um momento que você vai ver fotos da pessoa indo em festas, aproveitando a VIDA sem você muito bem aproveitada, vai ver outras pessoas dando em cima do(a) seu ex e, pior, ele(a) dando em cima de alguém. Você vai levar uma bela esfregada na cara que a pessoa está feliz sem você. Pode ser que não esteja completamente feliz, pois quem dá o pé na bunda também sofre – desconfio que nem metade do sofrimento de quem leva o pé, mas ainda assim, mas não importa, a pessoa está seguindo em frente. É bom ficar vendo isso? Não, não é. Então poupe sofrimento, se ame um pouco e não fuce. E tem uma situação bem embaraçosa, que acontece quando ele posta algo sobre amor e você acha que é recaída por você e, quando vê, tá namorando outra. Pra que se sujeitar a isso, amiga? De qualquer forma, se sentir que não é necessário desfazer a amizade nas redes sociais, ao menos não siga. Eu acho que não funciona, porque você vai lá na caixinha de busca, abre o perfil da pessoa e fuça em tudo. Amiga, melhore, não tem como te defender, bicha, eu te adoro.

3. Não ficarás amiga. A pior ideia, a pior de todas, pior até que ter recaída, é ficar amiga de ex. Apenas não. Ouve a tia Prih enquanto ela tá viva ensinando: NÃO. FIQUE. AMIGA. DE. EX. Não de imediato. Um dia, quem sabe. Mas de imediato não funciona porque 1) você se submete a isso porque tem esperança que a pessoa se re-apaixone pelo seu eu que vai ser s u p e r gente boa ou 2) você acha que, ficando amiga, consegue transformar seu amor em amizade. Clica aqui rapidinho e continua a ler. Amada, a pessoa não vai se re-apaixonar, porque do nada vai perceber que você é linda e maravilhosa. Ela já te achou tudo isso um dia, adivinha quando? Sim, quando estava contigo. E não está mais. Não passe um sofrimento maior ainda tentando reconquistar ex, você vale muito mais que isso. Se valorize. E, infelizmente, não tem como transformar amor em amizade na força, acreditem em mim, eu tentei demais por meses e no fundo eu continuava amando tanto quanto amava antes, a diferença é que eu sofria mais por absolutamente nada. Um dia, quando as coisas acalmarem e você naturalmente se desapaixonar, talvez haja uma chance de amizade, mas só o tempo vai dizer (play na música do Leonardo. Mentira, volta aqui). E vamos atentar ao detalhe que nem todo ex tem espírito de Deus no coração, então alguns vão usar essa amizade bacana, bonita e sincera para te machucar.

4. Não terás recaídas. Apenas não. É emocionalmente desgastante e você só está dando uma chance pro espírito de capiroto te pisar mais uma vez ou te usar mais uma vez. Se a pessoa quisesse você, estaria contigo, então não faça isso consigo. Depois vai levar na cara das amigas e ainda vai achar ruim.

5. Não beberás. Faz favor. Se você for menor de 18, não é para beber, ouve a tia. Se for maior, também não. Não adianta tomar um porre porque vai continuar solteira, colega. E não adianta se fazer de louca e ligar bêbada, que bêbada não acerta discar número de ex – (porque espero que a essa altura você já tenha deletado o número dele da agenda). Não se faz de desmaiada, Juliana.

6. Não usarás gente aleatória. Não use emocionalmente aquela pessoa bacana que te quer há tempos para superar a cria do tinhoso, ok? Tem gente que prefere superar para, somente então, ficar com outras pessoas e tem gente que sente que quanto mais pessoas ficar, mais rápido supera. Isso vai de cada um. Só não faça isso no nível emocional porque duas pessoas podem sair machucadas, e você já não está muito bem.

7. Não surtarás quando a pessoa namorar alguém. Por favor, não. A pessoa está livre para ficar com quem quiser, não guarde mágoa, só vai machucar você mesma. A(o) nova(o) namorada(o) não tem culpa do término de vocês, mantenha isso em mente. E jamais se compare com a pessoa nova na VIDA dele(a), você não é pior, nem melhor. Não deu certo entre vocês, mas pode dar certo entre eles. Não emita energia ruim porque ela volta.

8. Não manterás contato com a família e amigos dele. Não são seus amigos! Não é mais sua sogra, nem seu cunhado. Você pode sim nutrir um carinho enorme por família de ex, e também pelos amigos, afinal foram parte da sua trajetória. Contudo, se afastar ajuda muito. Você se coloca no seu novo papel de uma forma mais clara pra si mesma, e esse papel é fora da VIDA do(a) ex.

9. Contarás com uma rede de apoio. Por último, mas não menos importante: ela, a rede de apoio. Serve família, amigos e até psicóloga. Conte com eles, desabafe, porque quanto mais falar sobre, melhor você processa. Só não vale ficar obcecada. Há uma diferença absurda entre desabafar e gastar 16 horas ao dia falando do de cujus. Seus amigos terão importância fundamental nessa fase, os ouça porque eles certamente querem seu bem e veem a situação de uma forma muito mais clara do que você, com essa visão embaçada de chorar. Confia nos conselhos.

O caminho para superar é complexo e diferente para cada pessoa. Não se sinta fraca por precisar de ajuda para superar alguém, pelo menos você está aceitando e está buscando ajuda, querendo ficar bem. Fique firme. Acima de tudo: faça coisas que te tragam felicidade e esteja com pessoas que te amam. Com o tempo, as coisas se ajeitam e você encontra alguém muito melhor para você. Ou não encontra. Não faz diferença, realmente, quem está no comando da sua felicidade é você mesma, não delegue esse poder a ninguém.

Por 

Fonte:Revista Capitoliana







As publicações do CONTI outra são desenvolvidas e selecionadas tendo em vista o conteúdo, a delicadeza e a simplicidade na transmissão das informações. Objetivamos a promoção de verdadeiras reflexões e o despertar de sentimentos.