Funcionário ouve de chefe que ele é ‘substituível’ e decide se vingar arruinando a empresa

Um dos truques mais antigos do tóxico jogo de poder que muitas vezes se estabelece entre patrão e funcionário em pequenas, médias ou grandes empresas é o uso da frase, “você é substituível”. Nem mesmo funcionários com desempenhos exemplares no trabalho escapam de ouvir essa infâmia. Na maioria das vezes, trata-se de uma tentativa de fazer com que os funcionários não se deem o devido valor e aceitem qualquer coisa que seus empregadores quiserem oferecer.

No entanto, como bem explicou na rede social Reddit um internauta que se identifica como anon-cant-quit, a tática nem sempre funciona. Usando o conhecimento de negócios de sua esposa e contando com ajuda externa, ele conseguiu escapar com sucesso de seu emprego tóxico e provar que, na verdade, a empresa é que era substituível.

Confira abaixo o relato desta saborosa história de vingança.

“Trabalhei em uma empresa por pouco menos de 5 anos. Antes de eu ser admitido, a compania já existia há 10 anos, mas foi enquanto eu estava lá que as coisas começaram a prosperar e ela se tornou a fornecedora número um na região. Era uma pequena empresa de cerca de 15 funcionários.

Eu amava meu trabalho, minha equipe e os clientes para os quais prestávamos serviços. Os feedbacks que recebia do proprietário da empresa eram sempre os melhores possíveis, sem recomendações de melhorias. Eu era excepcional no meu trabalho em todos os sentidos. Lidava com RH/folha de pagamento, atendimento ao cliente, marketing, gerenciamento de funcionários, horários, treinamento de funcionários e muitas outras coisas nesta empresa. Além disso, estava sempre disposto a cobrir férias de meus companheiros de equipe.

No final do verão passado, o dono da empresa ofereceu um bônus aos funcionários, e o meu, embora fosse maior do que nos anos anteriores, era consideravelmente menor do que o recebido por meus companheiros de equipe. Perguntei ao proprietário: “Os bônus estão relacionados ao desempenho? Se sim, o que eu poderia ter feito para ganhar mais?”

O proprietário então respondeu: “Os bônus não estão relacionados ao desempenho, você é apenas mais substituível do que os outros”.

“Ah, tudo bem”, eu respondi, e continuei a pensar na atitude do meu chefe. Em seguida, fui almoçar e aproveitei para ligar para minha esposa com o intuito de me aconselhar. Eu já sabia o que fazer, mas não queria tomar uma decisão precipitada.

Minha esposa é muito inteligente e, embora não seja uma adivinha, tem a capacidade de prever várias respostas e todos os resultados potenciais. Ela é experiente em negócios, pois está há 21 na equipe executiva de uma grande empresa, ao mesmo tempo em que atua em vários conselhos comunitários e conselhos consultivos de negócios.

Decidimos juntos seguir com o plano de tirar nossas férias já programadas e usar esse tempo livre para acalmar a mente, relaxar e também determinar o melhor curso de ação para mim.

Durante as férias, discutimos vários cenários, os possíveis resultados, nos aconselhamos com um consultor de negócios e um advogado. Com todos os conselhos que recebi, determinei que, ao retornar das férias, renunciaria ao meu cargo com um aviso prévio de duas semanas. No entanto, fui imediatamente dispensado das minhas funções quando comuniquei meu desligamento. É claro que minha esposa e eu já tínhamos previsto esse acesso de fúria do meu patrão,

Ao longo das semanas seguintes, criei e abri uma empresa que oferece serviços semelhantes aos que meu antigo emprego colocava no mercado. No entanto, ofereci opções mais personalizáveis, com atendimento e resultados de maior qualidade. Eu sabia que nossos clientes haviam proposto essas opções várias vezes no meu antigo local de trabalho, mas nunca recebi luz verde para implementar as mudanças, pois meu chefe julgava como estúpida qualquer ideia que não fosse dele.

Também mantive comunicação frequente com algumas pessoas da minha antiga equipe. Ele não me relatavam o que acontecia lá, e eu nunca fiz questão de perguntar; no entanto, eles desabafavam comigo de vez em quando. Eu sabia que o serviço, a qualidade e o ambiente de trabalho em geral sofreram muito desde a minha saída. Os clientes deles já davam sinais de insatisfação.

Soube que duas pessoas em período integral e uma em meio período foram contratadas para preencher minhas funções na antiga empresa. Além disso, uma parte de minhas responsabilidades, como RH e folha de pagamento, foram preenchidas por empresas externas.

Rapidamente construí o meu negócio e em 3 meses consegui contratar vários dos meus antigos colegas de trabalho. Eles já começaram a trabalhar logo que foram admitidos, sem necessidade de treinamento, pois eu cuidadosamente escolhi os melhores da equipe. Na empresa concorrente, agora desfalcada, a qualidade dos serviços continuou caindo, até deixar de ser a fornecedora número um de serviços exclusivos na região para não ser mais nada.

O proprietário da outra empresa – meu antigo chefe – agora está à procura de um emprego remunerado. Eu sei disso porque no fim de semana ele se candidatou a um cargo na empresa da minha esposa. Acho que ele deveria ser chamado para uma entrevista, mas quando chegar lá, surpresa! Eu sou o entrevistador e tudo o que digo é: “Quão substituível eu sou agora?” Minha esposa, com razão, disse: “Não”.

Moral da história: não diga aos seus funcionários que eles são substituíveis, pois eles podem criar um negócio concorrente que é melhor que o seu, enquanto pega seus melhores funcionários e seus clientes, o que o deixará sem nada e o fará ter que começar tudo de novo, procurando um emprego de carteira assinada.

Parece que a empresa era substituível, não eu.”

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Redação Conti Outra, com informações de Reddit.
Imagem de capa: Reprodução.







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