Feliz é quem encontra coragem para abandonar aquilo que não pode mudar.

O tempo é uma das coisas mais preciosas que existem, principalmente hoje, em que precisamos correr sem parar, numa busca frenética por dinheiro e pela manutenção dos bens que conquistamos com muito esforço. Por isso, perder tempo é por demais penoso, haja vista a necessidade de sorvermos com máxima intensidade os momentos em que fazemos o que dá prazer, junto com quem nos merece. É preciso abandonar o que não se pode mudar.

Abandone a falsa ilusão de o outro vá mudar, de que um dia ele vai acordar e, sem mais nem menos, mudará seu comportamento, nem que seja daqui a anos e anos. Quem realmente quer mudar não precisa de ninguém lhe implorando, dia após dia, que mude. Poucos conseguem mudar comportamentos que prejudicam quem está ao lado, pois, para isso, é preciso enxergar o outro. Pessoas que machucam não enxergam ninguém além do eu.

Abandone o amor por alguém, quando esse sentimento só existir dentro de você. Ninguém consegue sustentar um relacionamento sozinho, simplesmente porque afeto não vinga de forma unilateral, sem reciprocidade e cumplicidade. Mendigar sentimentos é humilhante demais, pois só traz dor e vazio. O eco amoroso vem com verdades, nada menos do que isso. Ecos vazios não significam nada e você merece muito mais do que nada.

Abandone as amizades que não possuem nenhum resquício de lealdade na forma como se desenvolvem. Assim como nos relacionamentos amorosos, se não houver duas partes completas e mutuamente ligadas, o peso recairá todo de um lado só. E, se for você quem carrega esse peso extra, certamente não compensa permanecer mais ali. Não force amizade, nem se humilhe por quem nunca se lembra de que você existe. Antes de qualquer coisa, seja seu próprio melhor amigo.

Como se vê, abandonar pessoas que não amam de volta, lugares que sufocam, situações que machucam e lembranças doídas será uma estratégia de sobrevivência eficaz e extremamente necessária, caso queiramos seguir em paz. É assim que a gente não perde a esperança de ir ao encontro de gente verdadeira e de momentos preciosos, que nos aguardam sempre por aí, quando menos esperamos.







"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.