Felicidade. É preciso lutar contra o despreparo.

É preciso fibra, coragem para romper antigos padrões, valentia para recusar as reações viciadas, agressividade para fazer recuar a covardia.

O que a gente mais quer é ser feliz. E aí pinta uma ocasião, uma promessa, uma conjunção de boas novas e esperanças daquela nova fase sonhada, aguardada, projetada. O que a gente faz? Vacila.

E bate aquela insegurança, aquela olhada para trás do tipo: – É comigo?

E, num piscar de olhos chegam as dúvidas, a impressão de haver algo errado, a lógica totalmente desencaixada angustiando e mostrando o padrão não é esse.

Afinal, nos planos é o que se quer, mas, e no real? Quando a coisa chega, a gente foge, declina. Alguém sabe o por quê?

Não é fácil ser feliz, isso é fato. Requer uma enorme responsabilidade; É preciso assumir uma condição de privilégio; Deixar de lado a culpa, o remorso, o medo, a coisa toda que tenta engasgar esse caminho.

Não era para ser assim, mas não é raro acontecer. Aproveitando o momento olímpico, a gente chega na cara do gol, o goleiro totalmente abatido, e o chute sai para fora, ou, pior, a gente sai fora, numa demonstração clara de despreparo para encarar a felicidade, a alegria que se estende um pouco mais, o momento glorioso, a perfeição do sonho materializado.

E encarar essa incapacidade é de cortar o coração. Porque a gente quer. Mas a gente não sabe como. A gente não consegue se conceder essa felicidade. E se contenta em ser feliz fazendo os outros felizes, o que também é importante, mas a conta não fecha.

É preciso lutar todos os dias, entender e absorver o significado da palavra merecimento, sem exageros obviamente, mas manter o foco com toda a seriedade possível. Ser feliz é um direito. Não somente dos filhos, dos amores, dos amigos, dos heróis desconhecidos.

Ser feliz é para a gente também e precisamos nos preparar para receber os momentos felizes com vontade.

Aprender a ser feliz é conquistar o direito de se lambuzar com esse chocolate que algum dia nos disseram que não era para nós. Mas é, e sem culpa!







Administradora, dona de casa e da própria vida, gateira, escreve com muito prazer e pretende somente se (des)cobrir com palavras. As ditas, as escritas, as cantadas e até as caladas.