Relatos infantis sobre “vidas anteriores” costumam ficar no campo da curiosidade familiar. Em Minas Gerais, nos anos 1970, um episódio ganhou fôlego de estudo: um garoto de três anos descreveu com nomes, locais e circunstâncias a vida e a morte de um padre conhecido da comunidade.
O caso chamou a atenção do pesquisador Hernani Guimarães Andrade, que o tratou como investigação sistemática — e mais tarde o apresentou como o primeiro registro brasileiro com metodologia formal.

Onde tudo começou
A mãe, Marine, católica praticante, estranhou quando o filho passou a se apresentar como “Alexandre” e, em outras ocasiões, como “o padre”.
Ao ouvir as histórias, ela associou o apelido ao padre Jonathan (que usava “Alexandre” como pseudônimo) — morto em um acidente de moto na Avenida Amazonas, em Belo Horizonte.
O menino relatava o acidente com pormenores que batiam com a memória da família e da paróquia.
Além das lembranças do acidente, o garoto exibia comportamentos que os conhecidos atribuíam ao padre: carisma no convívio, fascínio por futebol — Jonathan teria organizado 22 times infantis — e dificuldades de aprendizagem que, segundo a hipótese levantada por Hernani, poderiam dialogar com o traumatismo craniano que vitimou o religioso.
Para Marine, cada traço reforçava o elo entre as narrativas do filho e a biografia do padre.
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Como o caso foi investigado
O episódio chegou ao Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas (IBPP), fundado por Hernani. Ele conduziu entrevistas, aplicou questionários padronizados e buscou hipóteses alternativas: erro de memória, fraude, telepatia, transmissão de informação por terceiros, “memória genética” e outras saídas não paranormais.
Na apresentação do estudo, Hernani afirma ter descartado essas explicações com base no cruzamento de depoimentos e checagem de dados contextuais.
Segundo Marine, as memórias do menino surgiram por volta dos 2 anos, atingiram o ápice entre 3 e 4 e desvaneceram entre 6 e 7.
Hernani ressalta que esse é um padrão recorrente em crianças que relatam vidas passadas: quanto mais novas, mais vívidas as recordações; à medida que crescem, o conteúdo se dilui.
A leitura de Hernani — e o impacto na família
Na síntese publicada por Hernani em “Renasceu por Amor”, a interpretação proposta é clara: Jonathan teria renascido como filho de Marine.
Para a mãe, a conclusão trouxe consolo e uma forma de resignificar traços do menino que lembravam o amigo falecido.
O estudo consolidou o caso como “cientificamente investigado” no país — expressão usada por Hernani para indicar procedimento metódico, ainda que o tema siga controverso no meio acadêmico e religioso.
Fonte-base: Renasceu por Amor, de Hernani Guimarães Andrade.
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