A estudante Dayane de Jesus Barbosa, de 22 anos, morreu após sofrer um mal súbito enquanto se exercitava em uma academia no bairro de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, na última terça-feira (20). Aluna do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a jovem chegou a sentar-se em uma máquina de musculação antes de desmaiar subitamente. Apesar dos esforços de outros alunos para reanimá-la, ela não resistiu.
Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ), a perícia realizada no local constatou que a academia não dispunha de um desfibrilador externo automático (DEA), equipamento obrigatório em estabelecimentos abertos ao público, conforme determina a Lei Municipal nº 7.259/2022. A ausência do aparelho comprometeu a possibilidade de uma resposta rápida e adequada à emergência.
A academia, identificada como Forma Fitness, foi interditada e está sendo investigada pela 12ª Delegacia de Polícia (Copacabana). “O estabelecimento foi interditado e outras diligências estão sendo realizadas para esclarecer todos os fatos”, informou a PCERJ por meio de nota. A Prefeitura do Rio será responsável pela aplicação de eventuais sanções administrativas, que podem incluir multa e interdição total do espaço.
Nas redes sociais, o Instituto de Relações Internacionais e Defesa da UFRJ (Irid) lamentou a perda da estudante. “Compartilhamos com sua família e seus amigos a dor por essa perda, e nos colocamos à disposição para qualquer apoio que se fizer necessário”, diz a nota publicada pelo instituto, que decretou luto oficial de três dias.
A Forma Fitness também se manifestou por meio de nota em suas redes sociais, afirmando que a academia permanecerá fechada “em consideração ao luto de toda a comunidade”.
O caso reacende o debate sobre segurança e preparo de academias para lidar com situações de emergência. Em fevereiro deste ano, um caso semelhante ocorreu na cidade de Santo Estêvão, na Bahia, quando uma mulher de 43 anos morreu durante a prática de exercícios físicos.
As investigações seguem com a coleta de depoimentos de testemunhas que estavam no local no momento do ocorrido. A Polícia Civil apura se houve omissão ou falha operacional por parte da administração da academia, o que pode configurar crime.
A morte de Dayane causou comoção entre colegas, professores e amigos. Jovem, dedicada aos estudos e cheia de planos, ela agora se torna símbolo de um alerta urgente: salvar vidas também depende de preparo, estrutura e responsabilidade.