Estou abraçando as minhas tristezas sem desrespeitar a minha sede de ser feliz.

Eu só sei que alguma coisa mudou dentro de mim no momento em que aprendi a aceitar as minhas emoções como caminhos para aprendizados, e não como tempo perdido. Não sei se isso me tornou uma pessoa mais madura, mas tenho certeza que acalmou bastante a ansiedade no meu coração. E é a partir dessa nova moldura que vivo o hoje e que tento reparar nas pessoas e situações ao meu redor. Quantos minutos, horas, dias, semanas ou meses vai durar essa capa protetora de intensidade, não tenho nenhuma ideia. Mas é reconfortante conseguir retomar um estado de poesia sobre os pensamentos, ideias e planos que quero trilhar. Ainda assim, eu sei bem – a vida tem os seus próprios encontros. Ela se move depressa e perder e ganhar é questão de saber observar.

Às vezes é complexo. Às vezes é simples. Outro dia fiquei pensando no significado de tanta inquietude da minha alma. Não descobri muito. Ainda. Em vez disso, acabei precisando processar dores, cicatrizes e escolhas passadas. O que parecia ter se transformado num exercício de autossabotagem, terminou sendo o início de uma terapia, de uma conversa interna que já era pra ter acontecido há muito tempo. Não foi fácil, mas foi o suficiente para que eu conseguisse respirar e meditar. Foram lágrimas no chuveiro e algumas mortes das minhas falhas e faltas. Menos dramático do que parece, eu aprendi a renascer. Sem certo e errado. Sem querer a perfeição ou o desapego da minha vulnerabilidade. Eu tenho a capacidade e a parceria de ser mais atenção e carinho comigo. Faço o melhor que não se importar e isso é tudo pra mim. Estou abraçando as minhas tristezas sem desrespeitar a minha sede de ser feliz. E por agora é o que consigo lidar.

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