Um homem identificado como Van B. morreu no Vietnã após ser diagnosticado com raiva — doença viral grave que afeta o sistema nervoso central e, na maioria dos casos, é fatal. A origem exata da infecção ainda não foi confirmada, mas há indícios de que o contágio tenha ocorrido durante o manuseio de um cão possivelmente infectado.
Sintomas de raiva e agravamento do quadro
Van B. procurou atendimento médico na cidade de Ho Chi Minh após apresentar sintomas como fadiga intensa e dificuldades respiratórias. Ele foi internado no Hospital de Doenças Tropicais, onde recebeu o diagnóstico de raiva. No entanto, durante o tratamento, o paciente optou por deixar a unidade hospitalar e retornar para casa.
Com o passar dos dias, o quadro clínico se agravou. Van B. passou a apresentar sintomas clássicos da raiva em estágio avançado, como agitação, espasmos musculares, confusão mental e salivação excessiva (espuma na boca). Ele chegou a ser levado às pressas para um pronto-socorro, mas não resistiu.
Consumo de carne de cachorro é prática comum no Vietnã
A tragédia reacende o debate sobre o consumo de carne de cachorro no Vietnã — prática que, apesar das críticas internacionais, ainda é culturalmente aceita em várias regiões do país. Estima-se que cerca de 5 milhões de cães sejam abatidos por ano para consumo humano, o que coloca o Vietnã como o segundo maior consumidor mundial, atrás apenas da China.
Além de ser considerada uma iguaria tradicional, a carne de cachorro é consumida por motivos supersticiosos. Muitos vietnamitas acreditam que ingerir esse tipo de carne pode afastar a má sorte. O mercado também é alimentado por turistas, especialmente de países asiáticos, que buscam essa experiência culinária exótica.
Alerta de saúde pública
Especialistas alertam para os riscos sanitários envolvidos no abate e consumo de cães e gatos, especialmente em locais onde não há controle rigoroso sobre a procedência dos animais. A raiva é uma das doenças mais temidas nesse contexto, já que a transmissão ocorre por meio de saliva e mordidas de animais infectados.
Organizações de defesa animal e entidades de saúde vêm pressionando por uma legislação mais rígida que proíba o comércio de carne de cachorro no Vietnã, tanto por razões éticas quanto de saúde pública.