Cuidado: o seu maior inimigo pode estar dentro de você

Imagem:  manop/shutterstock

Cuidado: o seu maior inimigo pode estar dentro de você

Quantas vezes temos uma ideia e, logo depois, dizemos que ela não irá dar certo? Quantas vezes falamos algo em público e uma voz interna nos critica? Quantas vezes nos olhamos no espelho e dizemos algo de ruim sobre a nossa aparência? Quantas vezes pensamos em projetos e nos sabotamos, dizendo que não conseguiremos? Quantas vezes planejamos e, após certo tempo, pensamos em desistir?

Muitas vezes, o nosso maior inimigo está escondido dentro de nós mesmos: a autocrítica negativa. É aquela voz interna que nos diz: “isso não vai dar certo”, “você ainda não está pronto”, “você não sabe fazer isso”, “todos vão rir”, “essa espinha está horrível”, “essa roupa está terrível em você”, “seu corpo é esquisito”, “ele(a) não vai gostar disso que eu fiz”, “com certeza vai dizer não”, “você não vai conseguir”, “isso não vai ficar bom”.

Só de ler esses exemplos, você já visualizou sobre o que eu estou falando e deve ter sentido algo de ruim, não é? Com que frequência você se faz essas criticas?

Vamos melhorar isso?

Imagine que você vai a uma exposição de obras de arte de um artista famoso. Ao passar por uma sala, você vê um quadro lindo e faz um baita elogio por sua tamanha beleza. Todo o crédito desse quadro vai para o pintor, não é? Perceba que todos os elogios vão, no final, para quem fez a obra e não para a obra em si. Sendo que tudo, antes, era só um quadro em branco, o qual não possuía valor.

Agora, se você vê um quadro com o qual não se identifica muito, o que você faz? Em geral criticamos, não é isso? Falamos que o quadro é feio, mal pintado, esquisito e, muitas vezes, que não gostaríamos de tê-lo nem de graça. Nesse caso, para quem vai essa crítica negativa?

Ainda para o pintor, não é verdade?

Perceba quem recebe o crédito quando criticamos negativamente a nós mesmos ou aos outros.

Se você acredita em uma inteligência maior, um criador, um arquiteto do universo, então, a crítica negativa a uma de suas obras atinge a Ele. Eu, nesse momento que critico, diminuo a Sua importância. Estamos dizendo que Ele criou algo ruim ou imperfeito. Essa crítica, no final, recai, também, sobre nós mesmos, pois, se o Criador é capaz de criar pessoas com “defeitos”, logo nós também estamos juntos nesse grupo.

Perceba, então, que a crítica negativa ao outro, sem uma intenção de melhoria ou de ajudá-lo a progredir, nada mais é do que a reclamação sobre um trabalho do Divino.

Uma reclamação é uma critica negativa apenas por criticar, sem interesse no aprendizado e na melhoria do outro. Ela decorre da mera comparação com os outros e com “padrões” de comportamento.

Se essa crítica negativa se torna frequente e está direcionada a si mesmo, estamos literalmente vivendo com o nosso próprio inimigo, aquele lado do nosso próprio ego que nos diminui.

Perceba que não existe crítica pior do que a autocrítica, que não existe raiva pior do que a que guardamos e que não existe prisão pior do que aquela em que nós mesmo nos trancamos.

Como diminuir a minha autocrítica?

O primeiro passo de toda mudança é estar consciente do que precisa ser mudado. Então, esteja consciente dessa voz interior que o critica e que critica os outros. Aquela voz que mede e compara tudo e que tende a dizer que você está sempre por baixo. Reconheça-a nas situações do dia-a-dia.

O segundo passo é aceitá-la. Aceite que ela existe e que ela está ai agora. Não é necessário concordar, julgar, culpar, ter raiva ou qualquer outra coisa. Se fizer isso, estará gerando mais autocrítica negativa. É dar mais meios para o ego brincar com você, mais enredo para aquela ilusão, mais alimentos aos seus fantasmas.

O terceiro passo é amar. Poderia aqui descrever uma série de técnicas, mentalizações e palavras para se expressar, mas, no final de tudo isso, resume-se a uma coisa só: o amor. Primeiro, o amor em você (o amor próprio) e, depois, o amor no outro –  ver o outro COMpaixão.

Perceba que amar o próximo se começa amando a si mesmo. É ver o amor em você para poder ver no outro.

Percebendo-se amor, nós nos reconhecemos amor e vemos o amor no outro. No fundo, tudo se trata disso: amor e pertencimento. Enxergar amor no outro é nos reconhecer no outro. Isso é pertencer.

Ame a si mesmo incondicionalmente, ou seja, sem condições, sem pré-requisitos, sem pré conceitos e sem barreiras.

Não se identifique com esses pensamentos, sentimentos e emoções de autocrítica. Perceba que essa autocrítica negativa está na mente, no intelecto, na memória, no ego, e que isso tudo não é você, é só uma parte da sua existência. Você é algo antes disso, algo mais profundo, algo mais sutil.

Para entender isso, pergunte-se:

O que ou quem eu sou?

Sabe, sinta amor, mas não se apegue a ele. Não tente sentir amor pelos outros. O amor é um presente. Se estiver lá, estará lá; se não estiver lá, não estará lá. Você não pode se forçar a amar alguém. Você pode impor amor? Se você impõe, será o contrário do que o é. Apenas fique relaxado e vá fundo no conhecimento, que, de repente, um dia, você descobrirá “tudo é parte de mim e todos são um”. Então, o amor não é um verbo, ele não é uma ação. Você não tem que amar alguém, você é amor, você compreenderá que o amor é um substantivo. Você simplesmente esta lá em forma de amor cintilante. E é isso. Sim, obviamente, não é o amor da concessão mútua de que você está falando. Você ama alguém e lhe deram algo – Sri Sri Ravi Shankar

Você hoje é diferente do que foi ontem e amanhã será diferente do que é hoje. Reconheça a crítica, aceite-a como uma parte em você e tenha um amor sem limitações; assim, ela não terá mais espaço na sua mente. Você verá como esses pensamentos vão diminuir – agora você transborda amor.

Que Assim seja e assim é.







Engenheiro de Formação, que largou o mundo corporativo para seguir o sonho de ser professor na área. Filósofo, escritor e poeta de coração. Atualmente desenvolvendo o hábito de ser blogueiro. Possui formação em coaching e se interessa sobre assuntos de desenvolvimento pessoal, relacionamentos, meditação, espiritualidade e demais explicações sobre o que vemos e sentimos.