Como conversar e lidar com um idoso teimoso

Via contioutra.com - Como conversar e lidar com um idoso teimoso

Conversar e lidar com um idoso teimoso não é tarefa fácil, porque é muito complicado para o idoso acatar as opiniões e sugestões de outros, principalmente para aqueles que sempre foram habituados a dar ordens e a tomar as decisões mais importantes na vida familiar.

Saiba como conversar e lidar com um idoso teimoso, só assim você será ouvido e respeitado.

A resistência à condição de idoso 

A maioria das pessoas não gosta que lhes seja dito o que devem fazer ou como se devem comportar perante um determinado cenário. No caso de um idoso obstinado é ainda pior porque, geralmente, uma pessoa teimosa coloca barreiras ao que lhe é dito e recusa toda e qualquer opinião que vá contra as suas ideias.
À medida que uma pessoa caminha para a velhice, o seu estado de saúde fica enfraquecido e debilitado e é natural que não consiga desempenhar determinadas tarefas a que antes estava habituado. Nestas circunstâncias o idoso precisa de auxílio, pois pode cometer erros que se podem revelar fatais.
No entanto, convencer um idoso a executar tarefas como tomar os medicamentos, ir ao médico, ou até mesmo fazer algum tipo de exercício, pode revelar-se uma tarefa hercúlea para quem cuida dessa pessoa. Pior ainda é quando é um filho que cuida do seu pai, pois os laços familiares fazem com que a resistência seja maior. Uma pessoa teimosa coloca maiores entraves à aceitação de ordens e recomendações de um filho, porque foram eles que estiveram sempre na liderança e na tomada de decisões e não querem perder a sua independência. Um filho quer apenas o melhor para o seu pai, contudo esta inversão de papéis pode conduzir ao conflito entre pais e filhos, conflito esse que só é sanado através da compreensão e do diálogo.

Como lidar com um idoso teimoso

Para lidar com um idoso teimoso existem técnicas específicas que podem ser utilizadas de forma a defender o interesse de todos os intervenientes. Contudo, ao aplicá-las, deve privilegiar o diálogo, ser assertivo no seu discurso e, acima de tudo, compreensivo. Conheça-as em seguida:

  • Aja de acordo com a sua posição: Independentemente de ser um filho, enfermeiro ou pessoa particular que está a cuidar de um idoso, deve agir de acordo com a sua posição, pois ser-lhe-ão exigidas responsabilidades e poderá ser acusado de negligência, caso alguma coisa de mal aconteça à pessoa idosa.

Terá toda a legitimidade para agir e tomar as decisões mais sensatas, pois os cuidados a ter com um idoso são enormes e os perigos podem ser grandes: pode deflagrar um incêndio em casa porque a pessoa idosa se esqueceu de desligar o gás; pode um idoso morrer porque não tomou os medicamentos corretos; ou pode cair no banheiro e não ser socorrido a tempo. São muitas dúvidas e medos que podem ser evitados de acordo com a sua tomada de posição;

  • Não tenha o objetivo de agradar às pessoas: Se tem a consciência que está a tomar a melhor decisão face a uma determinada situação, independentemente de esta magoar outrem, tome-a! Nunca adote medidas de modo a ser popular ou a fazer a vontade a um idoso, só pelo simples fato de ele ser idoso, pois, no fundo, pode estar a prejudicá-lo mais. Por exemplo: todos os idosos querem a sua privacidade e independência e querem ficar na sua própria casa. Ao fazer-lhe a vontade, pode estar a adotar a pior atitude, pois ninguém o vai socorrer em caso de emergência;

Fale com autoridade e seja irredutível nas suas decisões: Ao ter um discurso seguro e assertivo vai fazer-se ouvir e ser respeitado. Assim, as suas decisões e ações não serão opcionais para a pessoa idosa, mas antes uma obrigação. As pessoas perdem o respeito quando a pessoa que está na liderança volta atrás numa determinada decisão. Por exemplo, ao não deixar uma pessoa idosa conduzir por reconhecer que ela já não tem as capacidades necessárias para o fazer, não abra exceções apenas porque a distância é curta ou porque se trata apenas de um passeio. Os acidentes acontecem e podem dever-se ao desleixe e à má preparação do condutor;

  • Apresente provas concretas: Para impedir que um idoso atue de uma determinada forma, fundamente a sua argumentação no máximo de provas físicas que consiga arranjar. Apresente-lhe relatórios médicos, a opinião de oftalmologistas, mostre-lhe estatísticas de casos semelhantes e dessa forma conseguirá demovê-lo dos seus intentos. Por exemplo: perante a insistência em continuar ao volante, mostre-lhes estatísticas da Direção Geral de Viação (DGV) no que diz respeito aos acidentes de viação que ocorrem e que envolvem pessoas idosas. A prova dos fatos exercerá um peso fundamental para ultrapassar a teimosia ou relutância em continuar a conduzir;

Mostre-lhe que está do lado dele: Um idoso é considerado uma “criança” de maioridade que requer muitos cuidados, atenção e muito carinho. Faça ver à pessoa idosa que está do seu lado, mostre-lhe o seu desassossego, porque no fundo não é tão infundado quanto isso, dadas as coisas menos agradáveis que podem acontecer se não forem alvos de um acompanhamento constante. Não deixe que a pessoa idosa se isole no seu próprio mundo, graças à sua própria teimosia e demonstre-lhe a infinidade de atividades divertidas que ainda podem ser feitas.

O que os idosos devem fazer

Ao caminhar para a velhice, um idoso deve colocar a sua teimosia de parte e ouvir o que os outros têm para dizer, só assim terá um maior conforto e qualidade de vida.
Ao rejeitarem o auxílio de outros, por teimosia, orgulho ferido ou em recusar aceitar a sua condição de idoso, uma pessoa pode cometer determinados erros e colocar em risco a sua própria vida. Aceite o auxílio de quem mais lhe quer bem.

Aceite a posição em que se encontra: A vida muda, assim como o corpo humano e a posição de fragilidade em que se encontra neste momento é aquela em que os seus pais estavam no passado e aquela em que os seus filhos estarão no futuro. Reconheça as suas limitações, pois será a melhor forma de ser compreendido e respeitado.
Ao longo da vida um pai dá a melhor educação aos seus filhos para que estes a possam utilizar nas mais diversas situações. Quando você atinge a velhice, as ações de um filho serão certamente para o beneficiar, colocando em prática toda a educação e ensinamentos que receberam ao longo de uma vida.

Não coloque restrições à ajuda de outros: Ser ajudado não um obstáculo. Saber que existem pessoas que gostam de você, que querem conversar, ou ajudá-lo a tomar as melhores decisões é uma bênção e conduz a uma vida mais saudável.

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Psicóloga Elisângela Aparecida Siqueira

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