Cientistas fazem descoberta inacreditável: criaturas voltam à vida após 130 anos soterradas!

Escavar a história de uma cidade costuma render cacos de cerâmica, pedaços de madeira e pólen antigo. Em Toronto, veio algo a mais: organismos que dormiam há mais de um século e voltaram a se mover quando tocaram água no laboratório.

O caso saiu de um canteiro de obras e foi parar na bancada de pesquisa com uma pergunta direta: o que a terra consegue guardar — e por quanto tempo?

Tudo começou quando a ecóloga Shelby Riskin (Universidade de Toronto) recebeu discos de sedimento retirados de uma antiga área úmida soterrada há cerca de 130 anos. O objetivo era reconstruir a vegetação pré-urbanização.

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Ao hidratar o material para análise, algo inusitado aconteceu: larvas e pequenos invertebrados voltaram à atividade, mexendo-se entre algas microscópicas como se tivessem sido pausados ontem.

O que parecia uma amostra estática revelou um microecossistema em latência. Entre os fragmentos, surgiram pulgas-da-água (cladóceros), um verme marrom e larvas que retomaram o metabolismo ao receber umidade.

Em paralelo, os sedimentos guardavam sementes antigas — incluindo castanheiro-americano — e grãos de pólen de espécies que desapareceram da região, úteis para reconstituir o cenário ecológico do passado.

O contexto da coleta ajuda a entender o achado. As amostras vieram do projeto de renaturalização da orla de Toronto, que está redesenhando curvas do Rio Don e reativando áreas alagáveis antes canalizadas.

Ao reabrir espaço para a água, engenheiros e biólogos toparam com camadas de solo anóxico que funcionaram como cápsulas do tempo, isolando organismos e propágulos do oxigênio, do calor excessivo e da degradação.

Na prática, muitos desses seres entram em estado de dormência — formas de criptobiose ou diapausa — reduzindo drasticamente a atividade celular. Com umidade adequada e temperatura branda, a retomada é possível. Foi o que a equipe observou ao reidratar os discos: vida microscópica reativada, pronta para completar ciclos interrompidos.

O laboratório virou também uma janela botânica. Além dos invertebrados, os pesquisadores encontraram sementes viáveis e um retrato de comunidades vegetais perdidas, dado por pólen preservado.

Para a reconstrução ambiental, isso vale ouro: indica quais espécies nativas ocupavam as margens antes do asfalto e quais interações ecológicas podem ser restauradas com manejo adequado.

A transformação ganha um símbolo no mapa: Ookwemin Minising, ilha recém-formada cujo nome indígena significa “Lugar das cerejeiras pretas”. Para líderes Anishinaabe, a volta de plantas e animais à área — com castores, aves de rapina e insetos colonizando nichos — reforça uma leitura que é científica e cultural ao mesmo tempo: o solo guarda memória e responde quando as condições voltam a favorecer a vida.

Do ponto de vista ecológico, a mensagem é objetiva. Áreas úmidas soterradas podem preservar bancos de sementes e ovos resistentes por longos períodos; quando reidratadas e expostas à luz, parte desse estoque reativa cadeias alimentares quase de imediato.

Para gestores urbanos, isso orienta projetos de restauração: devolver o pulso da água e reduzir barreiras físicas pode acelerar a volta de funções ecológicas sem depender só de plantios e solturas.

“Ver criaturas e plantas emergirem de um punhado de sedimento mexe com qualquer pesquisador”, disse Riskin. Não é exagero: entre a pá da escavadeira e a pipeta do laboratório, o passado retomou o movimento — e lembrou que, sob camadas de concreto, a vida segue em modo de espera.

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