Milhões de famílias convivem com as limitações causadas pelo Alzheimer, mas um laboratório de Pequim acaba de injetar uma dose inédita de otimismo nessa história.
Pesquisadores do Chinese Institute for Brain Research (CIBR) e da startup NeuCyber implantaram em três voluntários o Beinao Nº 1 — um microchip sem fio que se “encaixa” no córtex e estimula circuitos responsáveis pela formação de lembranças.

O grupo planeja repetir o procedimento em mais 10 pacientes até dezembro e abrir um ensaio clínico ampliado em 2026, com cerca de 50 participantes.
Segundo o CIBR, três semanas após a cirurgia os voluntários conseguiram reconhecer parentes, recordar trajetos simples dentro de casa e até citar datas importantes, feitos que tinham se tornado raros nos estágios moderados da doença.
A equipe não divulgou métricas detalhadas, mas afirma que a recuperação da memória de curto prazo os surpreendeu.
O segredo do Beinao Nº 1 está em um conjunto de eletrodos que “traduzem” a atividade elétrica saudável do cérebro e reenviam esse padrão às áreas danificadas.

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O sinal é ajustado em tempo real por algoritmos de inteligência artificial embarcados no chip; quando a comunicação entre neurônios enfraquece, o dispositivo reforça o pulso e facilita a consolidação da lembrança.
A decisão de avançar tão rápido nos testes reflete uma corrida global por próteses neurais. A norte-americana Synchron, por exemplo, soma dez pacientes; já a Neuralink, de Elon Musk, conta três usuários do seu implante.
Mas o Beinao Nº 1 adota uma estratégia menos invasiva: fica sobre a superfície cerebral, o que reduz o risco de inflamação ou sangramento. Nesse formato, a única fonte de energia necessária chega por indução magnética, por meio de uma tiara recarregável que o paciente usa durante o sono.
Especialistas que acompanham o projeto pela imprensa festejam o avanço, porém fazem ressalvas. Para o neurologista britânico Clare Walton, da Alzheimer’s Research UK, o chip “abre uma porta interessante”, mas ainda precisa mostrar resultados duradouros, sobretudo em casos avançados e contra sintomas além da perda de memória, como mudanças de humor e orientação espacial.

Do lado regulatório, a Administração Nacional de Produtos Médicos da China exige pelo menos dois anos de acompanhamento antes de autorizar a venda comercial do implante; a agência também pediu que o CIBR inclua parâmetros de segurança cardiovascular e de comportamento em sua próxima fase.
Mesmo em estágio inicial, as filas de interessados já cresceram. O CIBR relata ter recebido “centenas de e-mails” de pacientes e cuidadores em busca de informação sobre candidatura.
Até lá, a recomendação dos pesquisadores é manter as terapias tradicionais: medicamentos inibidores de colinesterase, atividade física, socialização e controle de fatores de risco, como diabetes e hipertensão. Tudo isso, agora, com um novo horizonte tecnológico no radar.
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