Tóquio vive em estado de atenção sísmica praticamente o ano inteiro, o que incentiva engenheiros a buscar soluções pouco convencionais.
A ideia mais recente lembra truque de ilusionista: assim que os sensores detectam o primeiro tremor, a casa inteira se solta da fundação e fica suspensa a três centímetros do chão, reduzindo o repasse de vibrações para a estrutura.
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O mecanismo foi criado pela Air Danshin Systems, do inventor Shoichi Sakamoto. Ele instalou um reservatório de ar comprimido ligado a um colchão metálico por baixo do piso.
Com o primeiro abalo, válvulas liberam ar em até um segundo, inflando a câmara e “erguendo” o imóvel; quando os sensores percebem que a terra sossegou, o equipamento devolve lentamente o ar para o tanque e a casa toca o solo novamente, sem trancos nem rachaduras.
O sistema já encarou provas no mundo real: durante o sismo de magnitude 7,3 que atingiu Fukushima em 2021, residências equipadas permaneceram intactas, com móveis e louças no mesmo lugar em que estavam antes do abalo.

Testes em laboratório repetiram a cena para câmeras de TV — a construção flutua alguns segundos, as taças nem balançam, e tudo segue como se nada tivesse acontecido.
O preço tem surpreendido quem acompanha soluções de isolamento sísmico: o conjunto inteiro sai por cerca de um terço do valor cobrado pelos sistemas de rolamentos tradicionais, o que explica por que quase 90 casas japonesas já foram adaptadas.
Mesmo em blecaute o equipamento continua funcionando, graças a baterias de emergência embutidas no kit.
Nem tudo são flores sísmicas: análises independentes apontam que o método lida melhor com movimentos laterais do que com tremores verticais ou circulares, mais caóticos.

Ainda assim, ele representa um ganho substancial em segurança frente às construções fixas ao solo.
A própria Air Danshin já prepara versões maiores para galpões industriais e laboratórios, áreas onde qualquer interrupção de linha de produção vira prejuízo.
Uma campanha de financiamento coletivo pretende ampliar a fabricação em larga escala nos próximos anos.
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