Bombou na Netflix: Nova série de suspense com 6 episódios curtinhos é a maratona perfeita para o fim de semana

Quando a Netflix lança um thriller dinamarquês, vale prestar atenção. A Reserva chegou discretamente ao catálogo em 15 de maio, mas bastaram poucas horas para dominar o Top 10: são só seis episódios de cerca de 40 minutos, ritmo ágil e um mistério que gruda do primeiro ao último minuto.

O enredo que fisga

Tudo começa com o desaparecimento de Ruby, uma jovem au pair filipina que cuidava dos filhos de uma família abastada no norte de Copenhague. A polícia demonstra pouco interesse, mas Cecilie — vizinha empática interpretada por Marie Bach Hansen — sente‑se responsável depois de ter recebido a babá para um jantar. Inconformada, ela decide investigar por conta própria e une forças com Aicha, uma detetive novata. A dupla descobre fissuras profundas sob a fachada impecável do bairro: abuso de poder, privilégios intocáveis e a exploração de trabalhadores migrantes.

Pontos fortes

  1. Nordic noir sem firula

A fotografia fria realça o contraste entre casas luxuosas e a atmosfera opressora. Nada de filtros exagerados; tudo é bonito e perturbador ao mesmo tempo.

2. Protagonistas humanas

Cecilie e Aicha fogem do estereótipo “gênio torturado”: erram, discutem, recuam e avançam. Essa vulnerabilidade torna cada dilema mais crível.

3. Qualidade pocket

Seis episódios são suficientes para construir suspense robusto e, ainda assim, caber em uma maratona de sábado. Sem enchimento, sem cliffhanger barato.

4. Crítica social afiada

A série expõe a hipocrisia de quem prega tolerância enquanto lucra com estruturas desiguais. Faz pensar sem soar panfletária.

O que poderia melhorar

  • Resolução acelerada

O final entrega respostas, mas deixa a sensação de que caberia mais dez minutos para digerir as revelações. Nada grave, mas quem gosta de epílogos calmos pode sentir falta.

  • Vilões previsíveis

Alguns suspeitos carregam placas de “culpado” desde cedo. O roteiro compensa com reviravoltas morais, mas não surpreende tanto na identidade dos antagonistas.

Veredito

A Reserva é a escolha ideal para quem quer suspense inteligente, doses moderadas de violência e zero enrolação. Entre num fim de tarde e, quando perceber, já estará no crédito final — provavelmente indignado com as inequidades que o mundo real espelha. Com uma trama enxuta e atuações sólidas, a minissérie confirma que menos pode ser muito mais.

Nota: 4/5

Perfeita para o binge-watch de fim de semana; imperfeita o bastante para deixar conversas acesas depois dos créditos.

 







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