Autoestima não significa querer aplausos, significa não precisar do aplauso de ninguém

É muito triste constatar que a autoestima de muitas pessoas esteja baixa nos dias de hoje. Basta dar uma navegada pelas redes sociais, ou mesmo conversar com as pessoas por aí, para percebermos o tanto de gente que se acha menos do que na verdade é.

Não é fácil viver em meio a tantos apelos midiáticos tentando nos convencer de que devemos ser mais bonitos, mais fortes, mais batalhadores. Não é fácil assistir à TV e notar que muitos atores e personalidades são bem sucedidos e, ainda por cima, sarados e com dentes branquíssimos.

E, então, nós, reles mortais espectadores, chegamos à conclusão de que jamais chegaremos perto daquela estática quase perfeita, daqueles dentes reluzentes, daquele luxo ostentado pelos instas da vida. Batalhamos, às vezes por três jornadas diárias de trabalho e nos fins de semana, para conseguirmos uma qualidade de vida decente. Não nos sobra tempo para malhar e conversar com amigos. Nem nos sobra grana para viajar.

Por essa razão, talvez o problema primeiro seja a gente focar tão somente no que vê. A gente se preocupa demais com o que está lá fora e acaba se esquecendo do que carregamos dentro do peito. A gente fica querendo comprar e se encher de quinquilharias, em vez de olhar para dentro e perceber a riqueza de sentimentos que temos em nossos corações.

Você é muito mais do que um corpo, um cabelo, dentes e roupas. Você também é amor, carinho, saudade, gentileza e oração. A forma como fazemos o outro se sentir é mais importante do que a roupa que usamos ao lado dele. A maneira como lidamos com nossa lida diária é muito mais importante do que o modelo de nosso celular ou de nosso carro, ou mesmo se temos um carro.

Marcaremos as pessoas e suas vidas com as nossas atitudes e palavras e não com nossos objetos materiais. A gente tem que estar bem, se sentir bem, porque, quando sabemos tudo o que somos, quando gostamos de nós mesmos, o que vem de lá fora tem menos força para nos atingir. Se você sabe o seu potencial, não será preciso que ninguém mais fique te aplaudindo. O melhor aplauso que recebemos é o autoconhecimento, quando sabemos quem somos e tudo de bom que podemos espalhar por aí. E também sabemos o que não podemos.

Enfim, é preciso ir além do que os olhos veem, é preciso sentir o que há dentro de si, é preciso ser grato e reconhecer o tanto que a vida já ensinou e trouxe de bom. Ninguém é feliz o tempo todo, ninguém está livre de problemas, todos somos batalhadores que vencem um dia de cada vez.

Sorria, você fica tão sexy quando sorri com verdade e luz. Ame-se, você é único e especial assim, desse jeitinho, sem tirar nem por.

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Artigo publicado primeiramente em Prof Marcel Camargo

Photo by Giulia Bertelli on Unsplash







"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.