Autoconhecimento e esportes: a chave da vitória

O autoconhecimento é fundamental para o sucesso de atletas e uma qualidade associada tanto ao desenvolvimento quanto à excelência de seus desempenhos. Ela pode ajudar atletas a construir autoconfiança e autoestima, assumir mais responsabilidade por suas ações, bem como a tomar melhores decisões. Sendo assim, o autoconhecimento não é apenas vital para o sucesso esportivo, mas para muitos outros aspectos da vida, incluindo vida familiar e profissional.

Comecemos do início: o que é autoconhecimento?

Simplificando, ser autoconsciente envolve ter conhecimento e percepção próprios dos seus seguintes aspectos: forças e fraquezas; pensamentos, emoções e comportamentos; motivação; hábitos; valores e crenças. Alguns filmes podem ajudar a trabalhar melhor esses valores.

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Photo by Unknown (Author), CC Public Domain

A falta de autoconhecimento pode levar os atletas a lutarem contra seus próprios sentimentos, deixando os pensamentos negativos ou emoções fora de controle, os levando à distração. Infelizmente, muitos atletas não são tão autoconscientes. Atletas mais jovens e menos experientes podem achar mais difícil reconhecer certos aspectos de si. Um psicólogo do esporte pode ajudá-los usando uma variedade de técnicas e atividades. Como qualquer outra habilidade mental, o autoconhecimento precisa ser regularmente exercitado e usado de diferentes formas ou configurações.

Hoje, apresentaremos algumas técnicas e atividades para o desenvolvimento do autoconhecimento.

Aprender a prestar atenção

Um passo para ter uma melhor compreensão de si mesmo envolve observar e prestar mais atenção a seus pensamentos, sentimentos e comportamentos. A partir do conceito de mindfulness, os atletas podem ser ensinados a serem mais conscientes e focados no momento presente usando meditação, imagens guiadas e exercícios de relaxamento.

Um exercício muito simples é pedir ao atleta para fechar os olhos e observar seu padrão respiratório normal. Peça-lhe que perceba o ritmo, a frequência e a profundidade da respiração. Uma vez que esteja confortável neste exercício, podemos progredir para outros tipos de exercícios de respiração concentrada ou de varredura corporal.

O autoconhecimento revela-se ainda mais fundamental nos esportes em que a exigência física é sobreposta pela mental. É o caso de esportes mentais como poker e xadrez. O atleta brasileiro Yuri Martins, craque das mesas, revela suas três estratégias para evoluir tanto no esporte quanto na vida pessoal: auto-estudo, auto-superação e auto-entrega.

Tornar-se consciente para além dos pontos fortes e fracos

A maioria dos psicólogos do esporte está familiarizada com o perfil de desempenho como uma técnica útil para ajudar os atletas a se tornarem mais conscientes de seus pontos fortes e fracos. Para desenvolver ainda mais essa habilidade, também recomenda-se uma análise SWOT (Strenght, Weakness, Oportunitties and Threats), um acompanhamento sobre como um atleta pode usar suas forças, superar fraquezas e considerar suas oportunidades e ameaças.

Essa atividade envolve o atleta focando em seus pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças usando um diagrama simples. Os pontos fortes e fracos podem ser sistematicamente identificados através de um perfil de desempenho ou através de um simples exercício de brainstorming.

Outra sugestão é pedir ao atleta para descrever como os outros veriam seus pontos fortes e fracos (por exemplo, como seu técnico descreveria quais são seus maiores pontos fortes ou fracos que você não vê?). Sobre oportunidades e ameaças, peça ao atleta para refletir sobre quais oportunidades existem para ele no futuro. Da mesma forma, quais são as ameaças futuras?

Identificando seus pontos cegos

A “Janela de Johari” pode ser útil para ajudar os atletas a reconhecerem seus pontos cegos (por exemplo, certas atitudes ou crenças), bem como descobrir aspectos de si mesmos que eles nunca puderam apreciar completamente (por exemplo, uma habilidade subestimada).

Também pode ser usada para ajudar a criar confiança e abrir linhas de comunicação, por exemplo, ao tentar melhorar o relacionamento com treinadores e colegas de equipe. Semelhante a uma análise SWOT, a “Janela de Johari” envolve uma grade simples de quatro quadrantes, cada um representando uma área diferente para os atletas considerarem sobre si mesmos: Auto Aberto (o que é conhecido pelo atleta sobre si mesmo e também pelos outros); Eu Cego (o que é desconhecido pelo atleta sobre si mesmo, mas que é conhecido pelos outros); Eu Oculto (o que o atleta sabe sobre si mesmo que os outros não conhecem); Desconhecido (o que é desconhecido pelo atleta sobre si mesmo e também é desconhecido por outros).

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Identidade, crenças e valores

Como uma quarta área para o desenvolvimento do autoconhecimento, existem várias atividades que podem ajudar os atletas a se tornarem mais conscientes de sua identidade, bem como crenças e valores fundamentais.

Peça aos atletas para preencherem um mapa mental respondendo à pergunta “quem sou eu”? As respostas provavelmente se encaixarão em categorias diferentes, incluindo funções sociais, características pessoais e descrição física de si mesmo. Você pode então pedir ao atleta para refletir sobre áreas que podem ter sido negligenciadas ou enfatizadas demasiadamente. Outra abordagem possível é pedir a um atleta para escrever a sua própria declaração de missão. Isso pode ajudá-lo a identificar crenças e valores fundamentais. Pode ajudá-los também a entender o que é importante para eles e lembrar-se das razões pelas quais eles participam de seu esporte. Esta atividade pode ser particularmente útil para atletas que estão lutando contra suas motivações ou enfrentando decisões difíceis sobre seu futuro no esporte.







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