Auto-observação e como minimizar os efeitos do estresse no corpo

Por Grace Bender

A consciência do nosso corpo é fundamental dentro da prática da meditação. Ela nos ajuda a ancorar nossa atenção no momento presente e, juntamente com a respiração, auxilia na concentração e no desbloqueio de tensões.

Dores no corpo, em especial nas costas, são de longe uma das queixas físicas mais recorrentes. Quando observo cuidadosamente as pessoas e seus relatos, posso perceber que elas compartilham de alguns padrões da mesma natureza: tensão e rigidez muscular, má postura, respiração torácica e acelerada, além de estruturas mentais indicando algum nível de inflexibilidade ou controle.

Eu poderia aconselhá-las Yoga, alongamentos, massagens (e de fato o faço). Mas prioritariamente, há uma prática muito simples e eficaz que posso ensinar muito rapidamente e gostaria de aqui partilhar, pois tenho obtido excelentes resultados. A auto-observação corporal (ou “escaneamento corporal”) e o relaxamento consciente precisam ser incorporados em sua rotina diária para que possam surtir os devidos efeitos. A forma mais fácil é desenvolver o hábito da meditação silenciosa (como a Vipassana) e meditação com foco na respiração (Anapana), uma vez que o “escaneamento” corporal deriva das práticas meditativas.

Criar a rotina de fazer um “escaneamento” ou “check up” durante vários momentos no decorrer do dia irá ajudar você a não apenas ter maior consciência do que acontece em seu corpo, mas também lhe dará a possibilidade de romper com hábitos prejudiciais para consigo mesmo. Por exemplo, ao “escanear” seu corpo da cabeça aos pés, vá apenas observando quais partes estão tensas e rígidas. Nada além disso precisa ser feito: no momento em que perceber alguma parte “involuntariamente” contraída ou tensa, você irá relaxar automaticamente e sem esforço. E isso requer apenas alguns poucos minutos do seu tempo e pode ser feito em praticamente qualquer lugar.

Se você já descobriu que seu nível de estresse o faz tensionar o maxilar e morder a bochecha, ou então contrair os ombros para a frente, procure, durante momentos alternados do dia, observar essas regiões. No momento em que notar a tensão, você pode inicialmente dar o comando mental “relaxe” e, ao levar a consciência para estas partes do seu corpo, o padrão estará (ao menos temporariamente) quebrado.

Faça o escaneamento nas mais diversas ocasiões: desde o momento ao despertar na cama, ao sentar-se na frente do computador, ao dirigir, esteja sempre atento às necessidades do seu corpo. Com o tempo você perceberá que também estará mais atento aos seus pensamentos, suas emoções e sentimentos. De outra forma um pouco mais sutil, ao se perguntar várias vezes ao dia “como estou me sentindo em relação a determinada situação”, por exemplo, também obterá efeitos benéficos para seu corpo, pois um está relacionado ao outro.

No entanto, não seja neuroticamente rigoroso consigo quando esquecer e (principalmente!) quando perceber um determinado padrão ressurgindo repetidas vezes. Quanto mais tentar controlar para mudar ou eliminar, mais ele estará lá, automaticamente ativo nos momentos em que você estiver mais desatento. Portanto, dê o seu melhor, mas solte e relaxe sempre que lembrar. Dê tempo ao tempo e não pressione para que as coisas aconteçam da noite para o dia. Rupturas de estruturas físicas e mentais dependem muito do quão enraizadas elas estão em você. Persistência e paciência!

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 Nota: A Conti outra agradece a autora pelo envio do texto e autorização da publicação.

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Escritora, mestre em comunicação, pesquisadora, artista, entusiasta espiritualista e terapeuta / professora de yoga. Nas horas vagas contenta-se em contemplar, compor músicas e investigar seu próprio universo interior.

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