Ana Maria Braga chora ao conversar com tutor de cachorro que morreu em avião da Gol

No programa “Mais Você” desta quinta-feira (25), Ana Maria Braga conversou com o engenheiro João Fantazzini, tutor do cachorro Joca, que morreu no bagageiro de um avião da Gol. A apresentadora sem emocionou muito ao ler uma publicação que o dono do animal de estimação fez em homenagem ao cão, e foi aos prantos durante a entrevista com o tutor. “[O cachorro] faz parte da família, é filho, irmão, amigo, é tudo da gente”, declarou.

Joca, um cão da raça golden retriever, saiu do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) e deveria ter sido transportado para Sinop, no interior do Mato Grosso. Devido a uma falha operacional da Gol, companhia que o levava, o cão foi parar em Fortaleza (CE) e, quando chegou ao seu destino original, foi encontrado sem vida.

O atestado de óbito aponta que o animal sofreu uma parada cardiorrespiratória. “É de cortar o coração”, afirmou Ana Maria ao noticiar o caso.

“O João está gentilmente com a gente agora de manhã, para falar com a gente”, apresentou ela, sem conseguir conter as lágrimas. “Todos nós que amamos os bichos, amamos a natureza, temos sensibilidade, a gente sabe o que significa a companhia de um amigo como aqueles que nos acompanham. Eu chamo de filho, né?”, ponderou.

Fantanazzi contou que estava com Joca havia cinco anos. “Eu falei que eu não ia chorar, porque já transcendeu do que eu tô sentindo. Sempre foi eu e ele. Eu comprei ele porque eu sempre fui sozinho, e eu sempre sonhava em ter um golden. Eu sabia que ele era carinhoso, companheiro, mas não sabia que eu ia ser presenteado por algo a mais. O Joca foi muito mais do que isso pra mim, muito mais”, disse o dono do animal, com lágrimas nos olhos.

Ana Maria também exibiu fotos do tutor com o cão Joca. “Quem não tem um bicho desse como filho tira fotos de tudo quanto é jeito, né? Faz parte da família mesmo. É filho, irmão, amigo. É tudo da gente”, afirmou. “Ele conseguia ser tudo”, confirmou o engenheiro civil.

“Eu entendo bem. E acho que, quem também gosta, tem cachorro, tem amor para os animais, entende perfeitamente seu sentimento. A angústia, a revolta”, comentou Ana Maria.

Segundo João, a Gol deu todo o suporte quando ele estava fechando o voo em que Joca seria transportado. “Me deu um aparato ali para eu conseguir fechar o contrato com eles. Falaram que me davam a opção de alugar a caixa de transporte, até porque a caixa deles é a melhor opção, que seria teoricamente segura, a melhor para a segurança dele. E eu acabei aceitando”, contou.

“Eles me induziram a comprar a passagem da Gol, porque sairia mais barato enviar o Joca se eu voasse pela Gol. Eu falei: ‘Ótimo, eu compro a passagem, eu vou pela Gol’. E ainda falaram ‘a gente coloca o Joca no mesmo voo que você, para quando você chegar em Sinop, você já conseguir pegar o Joca de primeira’. Mas não foi isso que aconteceu”, disse ele bastante emocionado.

A apresentadora ficou sem palavras e também não conseguiu segurar as lágrimas. “Eu deixei ele. No dia, eles pediram para chegar cinco horas antes do meu embarque. Eu fui, coloquei ele na caixa. Eles lacraram a caixa, e ele foi embora”, chorou o tutor.

Ana Maria perguntou se João chegou a verificar se havia uma identificação de lugar para o qual Joca estava voando na caixa. “Eu fui ver depois. Quando ele chegou, meu advogado viu que tinha etiqueta de Manaus, de vários lugares do Brasil. E tinham duas etiquetas, uma em cada lado da caixa, que estava escrito assim: ‘Esse é o cachorro Kiara’. Não era o nome do Joca na caixa”, explicou.

A veterana respirou fundo e ficou indignada. “Não tiveram o cuidado de etiquetar só com o animal que estava ali”, reclamou. “Não tinha que ter outras etiquetas. Era uma vida ali dentro, era o meu filho que estava ali dentro. Eu lembro que eu pedi pro cara, antes de ir embora, pra cuidar dele”, afirmou João.

De acordo com o engenheiro, Joca tinha um laudo veterinário para duas horas e meia de voo, mas foi submetido a 1.500 km a mais no trajeto, que durou quase quatro horas. João não teve a opção de ir até Fortaleza para buscar o cachorro, e a atendente da Gol o orientou a retornar para São Paulo, e o animal o encontraria lá.

“Eu perguntei se o Joca estava bem, ela falou que teve um problema. Eu perguntei só se ele estava bem, e ela falou: ‘Ele tá bem’. Ela me falou que houve um erro da Gol, que eles embarcaram o Joca em outro voo. Um voo para Fortaleza”, explicou.

“Ela não me deu a opção de ir para Fortaleza. Ela só falou: ‘A gente já está emitindo uma passagem para você agora. Você vai voltar para São Paulo no próximo voo, e o Joca vai esperar um voo de Fortaleza para São Paulo, e você encontra com ele em Guarulhos’. E eu ‘tá bom’, porque eu não sabia. Se eu imaginasse que poderia acontecer alguma coisa, eu teria pedido para ir para Fortaleza”, acrescentou.

“Eles lotaram meu WhatsApp de fotos dele na pista. Estavam jogando água dentro dele, porque nem abriram a caixinha. Ele tava na pista. Lá a sensação de sol estava em 32°C na hora, imagina na pista”, continuou. “Eles não se preocuparam nem de ter um veterinário, nenhum veterinário atestou se ele era apto a voltar”, lamentou.

A Gol divulgou uma nota oficial falando sobre a falha operacional, e João afirmou que não teve apoio da empresa. “A única coisa é que o presidente da Gol me ligou na hora pedindo desculpas. E eu falei: ‘Você não tem nada a ver com isso, quem matou meu cachorro foi seu operacional. Não tô nem aí se você é o presidente da Gol, o presidente de sei lá de onde'”, esbravejou.

“Nada vai trazer o Joca pra mim. Eles não me deram apoio nenhum. Eu velei o Joca e não teve apoio nenhum. O único apoio que eles tiveram foi dando lanchinho pra quem estava comigo na hora. O que mais me mata é que ele não deveria ter morrido daquele jeito”, finalizou ele, chorando.

***
Fonte: Notícias da TV.







As publicações do CONTI outra são desenvolvidas e selecionadas tendo em vista o conteúdo, a delicadeza e a simplicidade na transmissão das informações. Objetivamos a promoção de verdadeiras reflexões e o despertar de sentimentos.