A mídia impressa continua relevante na América Latina?

Com o incentivo ao consumo de informações por vias digitais impulsionado pela situação global que tomou conta do ano de 2020, era possível prever que a mídia impressa perderia parte da sua relevância em todo o mundo. Na América Latina, isso não foi diferente.

Relatórios produzidos pela agência Sherlock Communications sobre os hábitos de consumo de notícias dos latinoamericanos mostraram que a preferência por meios de comunicação impressos, como jornais e revistas, diminuiu drasticamente. Enquanto no começo de 2020 12% das pessoas entrevistadas afirmaram não consumir mídia impressa em hipótese alguma, em 2021 esse número cresceu para 22%.

Outro meio de comunicação que perdeu a sua força na América Latina durante o mesmo período foi o rádio. Durante o estudo, 1 em cada 4 latinoamericanos afirmou nunca usar o rádio para se atualizar sobre as notícias. Porém, como nada na região é verdadeiramente homogêneo, é preciso pontuar que essa mudança aconteceu em todos os países mencionados, com exceção do Brasil e do Peru – nesses dois últimos, houveram aumentos de 13% e 4% respectivamente no interesse das pessoas entrevistadas.

Ambos os relatórios da agência foram produzidos com o apoio de entrevistados da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru, sendo que o de 2020 contou com cerca de 2.300 participantes e o de 2021 com mais de 3.100. Dentre as perguntas respondidas, além das informações sobre a falta de preferência pela mídia impressa, também é possível conferir quais outros meios e veículos de comunicação realmente alcançam, atraem e despertam a confiança das pessoas em cada uma dessas regiões.

Além da mídia impressa, como alcançar os latinoamericanos?

Conforme dados divulgados no relatório da Sherlock Communications, peruanos (39%), brasileiros (37%), colombianos (34%), mexicanos (32%) e chilenos (27%) têm a televisão como o meio de comunicação mais confiável. O único dos países que entraram na pesquisa que não compartilha da mesma preferência é a Argentina. Neste último, 35% dos entrevistados afirmaram confiar principalmente na internet para se manterem informados. No entanto, é válido lembrar que, nos demais países, a internet também ocupa um local de destaque, estando presente no segundo lugar.

Já quando olhamos para os meios de comunicação que ocupam a terceira posição no pódio de confiabilidade, não há tanto consenso. Em países como Argentina, México e Peru, o terceiro lugar é ocupado pelas redes sociais, com 15%, 14% e 16% cada, respectivamente. Já quando olhamos para essa posição no Chile e na Colômbia, temos o rádio como o meio de comunicação mais confiado. O país mais fora da curva é o Brasil, país em que, apesar da diminuição no interesse, a mídia impressa ainda segue sendo vista como uma fonte de informação confiável por 11% dos brasileiros.

A mídia impressa no Brasil ainda é um caminho

Apesar de estar longe de ser uma das mídias mais consumidas pelas diferentes audiências latinoamericanas, no Brasil, a mídia impressa segue tendo a sua relevância. Por isso, quando novas empresas passam a fazer negócios na região, pode fazer sentido adicionar esse tipo de mídia na estratégia a ser trabalhada. Essa escolha, no entanto, depende principalmente da faixa etária do público alvo, visto que audiências mais jovens tendem a preferir consumir informações através da internet.

Seja devido ao crescente acesso à internet ou à popularização de meios digitais como um todo, ao que tudo indica, a mídia impressa tende a continuar perdendo seu espaço nos próximos anos. É preciso realmente se atentar a esse movimento para construir estratégias de comunicação eficientes em cada um desses países latinoamericanos e, claro, fugir do erro de replicar estratégias em todos os países da região.







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