A difícil arte de realizar

Por Adriana Vitória

Existe a ilusão de que tudo é fácil pra quem cria seja lá o que for.
Não posso responder por todos, mas no que me diz respeito, sou movida pela paixão intensa que sinto pela exuberância da natureza deste mundo, pela absurda complexidade e diversidade existente e pelos meus ideais quase utópicos de transformar a dor em alegria de viver.

Tudo isso gera uma nuvem que paira, quase que permanentemente, sobre minha cabeça. Imagens e palavras caem sobre mim como chuva. As vezes vem em gotas e montar o quebra cabeça fica por minha conta. Outras vem como uma tempestade, prontas e rápidas, o que gera ansiedade. Se não colocar rapidamente no papel, elas secam.

O ato de criar é solitário. Feito a partir de uma observação constante de tudo ao seu redor, é ver através, ler as emoções escondidas nas palavras, as dores por trás das cores, das formas e dos sorrisos amarelos, mas, sobretudo, estar em contato constante com o que há de melhor e pior em você: suas dores, seus amores, sem devaneios, sem distrações ou qualquer artifício que mascare quem você é e o que sente de fato.

Este processo constante também pode ser duro e é preciso esforço pra não ficar julgando. É preciso cuidar pra não se transformar em seu próprio carrasco ou se tornar um esquizofrênico, uma vez que não há ninguém pra compartilhar sua “loucura”.

A arte existe para ser consumida, tocada, sentida, ouvida, e é aí que a dificuldade aparece. Tornar o ideal em algo palpável, um “produto” que dê, além da estética e da alegria, uma utilidade para que as pessoas possam partilhar de todo o processo.

Foi pensando nisso que a Josie (Conti outra) me propôs pensarmos juntas em viabilizar algo com a minha arte. Melhor do que eu, ela sentiu que as pessoas queriam fazer parte disso quando compartilhava meus desenhos.

Sabíamos que não seria fácil, afinal, somos brasileiras, vivemos em um país nepotista que não privilegia quem luta e conquista, a duras penas, um lugar ao sol sem contar com nenhum apoio, mas não imaginávamos que seria tão difícil.

Foram longos dois anos de superação de obstáculos, tentativas e erros até chegarmos nas primeiras cadernetas hoje disponíveis na loja da CONTI online. Determinadas, burras ou insistentes, seja lá o adjetivo que queiram nos dar, aqui estamos, ofertando o que há de melhor em nós.

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Adriana Vitória : colunista Conti outra

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Mineira de alma e carioca de coração, a artista plástica, escritora e designer autodidata Adriana Vitória deixou Belo Horizonte com a família aos seis meses para morar no Rio de Janeiro. Se profissionalizou em canto, línguas e organização de eventos até que saiu pelo mundo sedenta por  ampliar seus horizontes. Viveu na Inglaterra, França, Portugal, Itália e Estados Unidos. Cresceu em meio à natureza, nas montanhas de Minas, Teresópolis, Visconde de Mauá, e do próprio Rio. Protetora apaixonada da Mata Atlântica e das tribos ao redor do mundo, desde a infância, buscou formas de cuidar e falar deste frágil ambiente e dos seres únicos que nele vivem. Página oficial- Adriana Vitória







Mineira de alma e carioca de coração, a artista plástica, escritora e designer autodidata Adriana Vitória deixou Belo Horizonte com a família aos seis meses para morar no Rio de Janeiro. Se profissionalizou em canto, línguas e organização de eventos até que saiu pelo mundo sedenta por ampliar seus horizontes. Viveu na Inglaterra, França, Portugal, Itália e Estados Unidos. Cresceu em meio à natureza, nas montanhas de Minas, Teresópolis, Visconde de Mauá, e do próprio Rio. Protetora apaixonada da Mata Atlântica e das tribos ao redor do mundo, desde a infância, buscou formas de cuidar e falar deste frágil ambiente e dos seres únicos que nele vivem.