“Os jogadores eram só borrões num campo verde.” A frase é do próprio Robbie Williams ao contar que, há um tempo, vem percebendo a visão cada vez mais embaçada — e que passou a desconfiar de uma relação com injeções para emagrecer, citando o Mounjaro.
O ponto aqui é importante: ele falou em suspeita, não em diagnóstico fechado.
Segundo relatos publicados na imprensa, o cantor disse que já foi ao oftalmologista por causa do problema.

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Nas redes, o médico brasileiro Dr. Juan Lambert gravou um vídeo pegando esse caso como gancho para um alerta: esse tipo de caneta “viralizou”, muita gente tem usado fora de indicação e sem acompanhamento, e isso aumentaria o risco de problemas — inclusive os relacionados à visão.
O que a ciência e os órgãos de saúde colocam na mesa hoje é o seguinte: existe, sim, discussão séria sobre eventos oculares raros com remédios dessa classe, mas isso está longe de significar que “todo mundo vai ficar cego”.
Um dos pontos mais citados é uma condição chamada NAION (uma “isquemia” no nervo óptico), que pode levar à perda de visão.
Em 2025, o comitê de segurança da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) concluiu que a NAION é um efeito colateral muito raro de medicamentos com semaglutida (como Ozempic/Wegovy) e recomendou atualizar a bula; a orientação é procurar o médico sem demora se houver perda súbita de visão ou piora rápida da vista.

E o Mounjaro, especificamente? O princípio ativo dele é a tirzepatida. Estudos observacionais recentes (com pacientes com diabetes tipo 2) analisaram semaglutida e tirzepatida e encontraram associação com maior risco de NAION e de outros distúrbios do nervo óptico — ainda que o risco absoluto seja baixo.
Esse tipo de estudo não prova causa e efeito, mas reforça o recado: sintoma visual não é “detalhe”.
Além disso, as próprias bulas chamam atenção para complicações de retinopatia diabética em quem já tem histórico (e orientam o paciente a avisar o médico se notar mudanças na visão). Isso aparece tanto em documentos de semaglutida quanto de tirzepatida.
Na prática, o “porquê” do alerta costuma passar por três caminhos bem diretos:
Efeito raro no nervo óptico (NAION): evento incomum, mas potencialmente grave; quando acontece, o tempo para avaliação conta.
Retinopatia diabética: quem já tem doença na retina pode precisar de acompanhamento mais de perto ao usar esses remédios.
Oscilações de glicose e ajustes rápidos: em pessoas com diabetes (ou com variações grandes de açúcar no sangue), mudanças podem bagunçar a visão e confundir a investigação, por isso o médico precisa saber tudo o que o paciente está usando.
Alerta prático: se você usa Mounjaro/Ozempic/Wegovy ou similares e perceber visão piorando, embaçando de forma diferente do habitual, ou qualquer mudança repentina, o caminho seguro é procurar atendimento médico e relatar o uso do medicamento — e, se você tem diabetes/retinopatia, manter acompanhamento regular.
Assista ao vídeo aqui.
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Fonte: EMA
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