Dezembro começa com aquela cara clássica de fim de ano no Brasil: calor firme, sensação de abafamento em boa parte do país e chuva que chega rápido, muitas vezes no fim da tarde, em forma de pancadas fortes.
Embora o verão astronômico só comece em 21 de dezembro e vá até 20 de março de 2026, os meteorologistas já tratam este período como início do “modo estação chuvosa” no Centro-Sul, com nuvens carregadas ganhando espaço e volumes de precipitação subindo gradativamente.
Ao longo dos 31 dias do mês, o cenário geral traçado por órgãos como Cemaden e Inmet é de chuvas dentro da média no Sul e acima do normal em boa parte do Sudeste, Centro-Oeste e faixas da Amazônia e do Nordeste.

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A avaliação é de que há condições para episódios de chuva mais frequentes e com acumulados elevados, principalmente em áreas onde a estação úmida entra mais forte.
Na prática, isso significa que o Centro-Sul do país entra de vez na fase em que frentes frias, calor e umidade da Amazônia “conversam” o tempo todo.
O Cemaden destaca que estamos em plena transição para o período em que sistemas de chuva organizados se repetem com mais frequência, aumentando o risco de temporais, alagamentos e deslizamentos em áreas vulneráveis, especialmente em grandes centros urbanos.
Uma dúvida recorrente é se novos ciclones extratropicais como os que ganharam destaque em meses anteriores vão voltar a aparecer. O Cemaden é claro: não dá para cravar a ocorrência de ciclones específicos com tanta antecedência.

Esse tipo de fenômeno é previsto com alguns dias de folga, e o detalhamento de quais áreas podem sofrer com ventos fortes e chuva volumosa costuma ser refinado em janelas de três dias.
Os especialistas lembram que os ciclones extratropicais que se formam na costa do Brasil não são raros. Em geral, nascem sobre o oceano e influenciam principalmente as Regiões Sul e Sudeste.
Quase sempre chegam acoplados a uma frente fria que avança pelo continente: na “frente” desse sistema, o tempo fica mais instável e chuvoso; atrás dele, entra ar mais seco e frio, derrubando as temperaturas por alguns dias.
Segundo o Cemaden, a previsibilidade desses sistemas é considerada boa. A formação de um ciclone costuma ser detectada com 5 a 7 dias de antecedência nos modelos numéricos.

Já o impacto detalhado — quais cidades podem ter chuva forte, rajadas de vento mais intensas ou mar agitado — entra na conta de curtíssimo prazo, quando a previsão de cerca de 3 dias passa a indicar com mais clareza os pontos de maior risco.
Os meteorologistas reforçam que a atuação de ciclones extratropicais ao longo da costa Sul e Sudeste é frequente. Em alguns períodos, é possível ter sistemas desse tipo praticamente toda semana, sempre associados a frentes frias.
Na maioria das vezes eles não provocam desastres, mas são fundamentais para organizar o regime de chuva nessas regiões, ajudando a “distribuir” os eventos ao longo do mês.
No campo dos volumes, as projeções do Inmet indicam chuva até 50 mm acima da média em grande parte do Centro-Sul, no Centro-Norte do Amazonas, Centro-Sul do Tocantins, boa parte do Pará e praticamente todo o Amapá ao longo de dezembro.
Em trechos específicos do Tocantins e do Amapá, esse excedente pode chegar a 150 mm acima do normal, o que aumenta a atenção para enchentes e transbordamentos de rios.
Há também áreas em que o cenário é diferente. No Acre, no Oeste do Amazonas e no Centro-Sul do Pará, a tendência é de chuvas abaixo do padrão climatológico, o que pode prolongar períodos de tempo mais firme e reduzir a reposição de água no solo e nos rios locais.
Esses contrastes dentro da Amazônia são típicos da transição entre estações, com algumas faixas avançando mais rápido para o regime chuvoso que outras.
No Nordeste, o quadro é mais misto. A previsão indica chuva acima da média na Bahia e no Piauí, enquanto os demais estados tendem a registrar volumes próximos ao histórico de dezembro.
Essa combinação pode trazer episódios isolados de chuva forte, especialmente em áreas de interior, sem afastar a presença de dias quentes e ensolarados na maior parte da região.
No Centro-Oeste, o mapa do Inmet mostra chuvas acima da média em Goiás, no Oeste do Mato Grosso e no Leste do Mato Grosso do Sul.
Já o Centro do Mato Grosso e o Noroeste do Mato Grosso do Sul devem ficar abaixo da média, com chuva mais irregular e possíveis períodos de veranico, quando o tempo seco predomina por alguns dias mesmo no coração da estação úmida.
O Sudeste entra em dezembro com boa parte de seu território na rota de acumulados elevados.
Minas Gerais, Rio de Janeiro e grande parte de São Paulo devem registrar chuvas acima da média, cenário que aumenta o alerta para enxurradas e deslizamentos, principalmente em encostas e regiões metropolitanas.
No Espírito Santo, a projeção é de um comportamento mais próximo ao esperado para o mês, sem grandes desvios.
Já no Sul, o panorama é outro: os acumulados devem ficar abaixo da média em praticamente toda a região, incluindo todo o Rio Grande do Sul.
Isso não significa ausência de chuva, mas uma quantidade menor do que o padrão de dezembro, alternando momentos de tempo firme, passagem de frentes frias e episódios pontuais de chuva forte.
Quanto às temperaturas, o Inmet projeta valores até 1,5°C acima da média em boa parte do território brasileiro.
No Norte, especialmente no sudeste do Pará, as máximas podem chegar a cerca de 32,5°C, reforçando a sensação de calor úmido típica da região.
No Nordeste, áreas do Piauí podem passar dos 27°C mesmo próximas ao litoral, com noites quentes e pouca queda de temperatura.
No Centro-Oeste, o calor tende a ser mais intenso no Norte e no Leste do Mato Grosso e na região central do Mato Grosso do Sul, onde o termômetro deve passar com facilidade dos 30°C em diversos dias.
No Sudeste, as temperaturas mínimas se mantêm em geral acima de 20°C, com picos de calor mais marcantes no Oeste de São Paulo, no Norte de Minas e no Espírito Santo, onde as máximas passam boa parte do mês em patamares elevados.
Na Região Sul, a projeção é de temperaturas próximas à média em áreas do Paraná, no litoral de Santa Catarina e em parte do Rio Grande do Sul.
Já o centro de Santa Catarina e grande parte do Paraná podem superar 18°C com frequência nas mínimas e registrar tardes quentes, especialmente nos intervalos em que o tempo fica mais seco entre a passagem de uma frente fria e outra.
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Fonte: Cemaden
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