O Brasil começa a conviver com uma ferramenta nova de prevenção combinada ao HIV: a PrEP injetável de longa ação com cabotegravir.
Diferente do comprimido diário, o esquema é intramuscular e bimestral, pensado para quem quer alta proteção sem ter de lembrar da pílula todos os dias.
A discussão ganhou força com reportagens recentes e com o registro da formulação pela Anvisa, que abriu caminho para a oferta no país.
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O que é (e para quem é indicada)
A Apretude® (cabotegravir) é indicada para PrEP em adultos e adolescentes (≥12 anos e ≥35 kg) com risco aumentado de adquirir HIV por via sexual — como parte de uma estratégia combinada (preservativo, testagem regular, tratamento de ISTs etc.).
A indicação e a forma farmacêutica injetável de liberação prolongada constam no portal da Anvisa.
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Como funciona na prática
O cabotegravir é um inibidor de integrase: dificulta que o HIV se estabeleça nas células, reduzindo o risco de infecção após exposições sexuais. O esquema de aplicação prevê:
- fase de início com uma injeção;
- segunda dose 4 semanas depois;
- manutenção a cada 8 semanas (bimestral).

Antes de cada aplicação, é obrigatório confirmar status HIV negativo por teste, para evitar uso inadvertido em quem já adquiriu o vírus. Essas orientações constam na bula técnica.
O que mostram os estudos
Em dois ensaios internacionais (HPTN 083 e HPTN 084), a PrEP injetável superou a PrEP oral diária em populações distintas:
- HPTN 083 (HSH e mulheres trans): redução de ~69% no risco relativo de infecção versus TDF/FTC diário.
- HPTN 084 (mulheres cis): redução de ~90% no risco relativo.
São comparações contra um método eficaz (PrEP oral), não contra placebo, reforçando o ganho de proteção.
Disponibilidade no Brasil: onde está e onde não está
Rede privada: o produto já é vendido em farmácias e clínicas no Brasil (nome comercial Apretude), com aplicação a cada 2 meses.
SUS: até agora, o SUS segue ofertando PrEP oral como padrão, enquanto a incorporação do cabotegravir ainda não ocorreu (há tratativas, mas sem decisão publicada).

Por que a injeção pode aumentar a adesão
A durabilidade do cabotegravir (meia-vida de 1 a 2 meses na formulação intramuscular) facilita o seguimento para quem esquece comprimidos ou tem rotina irregular. Estudos de implementação apontam cobertura substancialmente maior entre jovens quando a opção injetável está disponível.
O perfil de segurança inclui, principalmente, reações no local da injeção (dor, nódulo, endurecimento), além de cefaleia e febre em parte dos usuários — eventos, em geral, leves a moderados e transitórios.
Quem pode se beneficiar
A PrEP injetável interessa a quem:
- tem alto risco e baixa adesão à pílula diária;
- procura discrição (menos manipulação de comprimidos);
- deseja consultas regulares com testagem e acompanhamento bimestral.
Critérios de elegibilidade e avaliação de risco devem ser discutidos com o serviço de referência em IST/HIV.
Como acessar
- Privado: consultar clínicas e farmácias que já trabalham com a aplicação do cabotegravir de longa ação.
- SUS (atual): procurar os serviços que ofertam PrEP oral, com possibilidade de migrar para a injetável se/quando incorporada (acompanhar comunicados oficiais).
Em resumo: a PrEP injetável bimestral amplia o cardápio de prevenção, oferecendo alta eficácia e uma rotina mais simples para muita gente. Enquanto a rede privada já oferece a opção, a rede pública mantém a PrEP oral — e a decisão sobre incorporar o cabotegravir ao SUS segue em avaliação.
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