Fios teimosos no queixo costumam aparecer de surpresa, quase sempre na pressa da luz do banheiro. Você arranca, eles voltam. De início pode parecer só um incômodo estético, mas a repetição do fenômeno vale um olhar mais atento — afinal, a pele do rosto raramente emite sinais sem motivo.
É normal ter alguns fios?
Sim. Folículos espalhados pela face são ativados por hormônios desde a puberdade, e muitas pessoas designadas mulheres ao nascer veem pontinhos escuros brotarem aqui ou ali.
Quando esses fios se multiplicam, engrossam e escurecem, instalando-se no queixo, mandíbula ou buço, a situação recebe o nome de hirsutismo — um quadro que em si não é doença, e sim um reflexo de algo que se passa nos bastidores do organismo.

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O papel (por vezes bagunceiro) dos hormônios
Estrogênio e progesterona costumam manter os andrógenos sob controle. Se essa balança inclinar a favor da testosterona e companhia, características chamadas “virilizantes” podem aparecer: mais pelos em áreas típicas de padrão masculino, acne que não sara, queda de cabelo no topo da cabeça e ciclos menstruais fora de compasso.
O queixo, portanto, funciona como um “letreiro digital” apontando para um desequilíbrio que merece checagem.
Síndrome dos ovários policísticos: a explicação mais frequente
Uma em cada dez pessoas com útero convive com a SOP. Nessa condição, os ovários produzem andrógenos em excesso e liberam óvulos de forma irregular.
O resultado vai além dos pelos: menstruação imprevisível, tendência ao ganho de peso, espinhas insistentes e dificuldade para engravidar. Até 70% das portadoras também apresentam resistência à insulina, fator que eleva o risco de diabetes tipo 2.
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Outras causas que entram no radar
- Transição para a menopausa: queda do estrogênio libera espaço para os andrógenos atuarem.
- Doenças endócrinas raras, como síndrome de Cushing e hiperplasia adrenal.
- Medicamentos, sobretudo corticosteroides sistêmicos e algumas terapias hormonais.
- Genética: famílias onde o crescimento de pelos grossos entre mulheres é comum.
- Hirsutismo idiopático: exames normais, mas os fios continuam lá; mesmo assim, vale acompanhamento.
Sinais de que é hora de agendar consulta
Procure clínico geral, ginecologista ou endocrinologista se notar:
- surgimento rápido de pelos espessos em poucos meses;
- menstruação ausente ou muito irregular;
- acne persistente ou queda capilar acentuada;
- ganho de peso sem explicação.
O médico deve solicitar perfil hormonal completo e, quando indicado, ultrassonografia pélvica para investigar ovários e glândulas adrenais.

Autocuidado sem culpa
Pelos no queixo não definem feminilidade nem precisam ser motivo de embaraço. Pinça, linha ou depilação a laser seguem como opções cosméticas, mas o ponto principal é entender o que os fios querem revelar sobre o estado hormonal.
Manter acompanhamento regular, registrar mudanças no ciclo e discutir sinais corporais abertamente com profissionais de saúde garante ação precoce, caso necessário, e evita surpresas desagradáveis lá na frente.
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