Caiu? Levanta!

 

Cair todo mundo cai. Levantar todo mundo levanta. Uns demoram mais a se levantar, outros menos, mas de alguma maneira todos acabam se levantando. Com exceção dos enfermos.

A diferença está na maneira como se levanta.

Uns se levantam porque não têm opção e sempre o fazem reclamando. Outros porque sabem que navegar é preciso. E há os que se levantam porque aprenderam que esse movimento faz parte do jogo da vida e que cair é tão inevitável quanto se apaixonar sem quê nem para quê.

Quando se aprende que nem o sucesso e nem o fracasso alteram de fato nossa essência as quedas ficam mais amenas.

As crianças, quando caem de suas bicicletas, de árvores, escadas ou balanços, limpam os cotovelos ralados, choram um pouquinho e, na sequência, recomeçam a correria rumo a uma nova brincadeira, rumo ao nada.

Nenhum tropeço para elas é tão grave, assustador, avassalador ou definitivo – a não ser quando se machucam gravemente, claro.

Nós é que depois que crescemos complicamos demais as coisas. Passamos a sentir vergonha das nossas quedas e as associamos ao fracasso. É como se toda queda fosse uma conta a mais no colar encardido de nossas sombras.

Cair (e levantar) não é sinônimo de fracassar. Fracassar é cair e ficar no mesmo lugar, sentindo pena de si mesmo.

Tirando a bailarina de Edu Lobo que não tem “piriri, nem lombriga, nem ameba, ou cheiro de creolina”, procurando bem todo mundo tem um irmão meio zarolho dentro de si que vez ou outra tropeça.

Um irmão meio zarolho que às vezes não nos deixa enxergar o caminho certo a seguir, que nos faz sabotar planos e objetivos, que fica sussurrando em nossos ouvidos que “não vamos conseguir”, que nos faz pensar insistentemente nos problemas que não conseguimos resolver e que nos convida a ficar confortavelmente estagnados, parados.

Só há uma maneira de não cair: não se mexer.

Quem se mexe, quem dança, quem avança, está sujeito a cair em algum momento – os bailarinos, as crianças e atletas sabem disso! Quem se arrisca, quem se apaixona, quem dá a cara para bater, quem muda de ideia, quem experimenta o novo, também.

Cair é inevitável, mas levantar e começar tudo de novo, sem dramas, opcional.

FALANDO NISSO

Uma das cenas que mais aprecio no seriado Sex and the City é a que a personagem Carrie Bradshaw cai em uma passarela, levanta-se e conclui: “levantei e continuei porque é isso o que as pessoas reais fazem na vida real”.

MEU CANAL

Venha tomar um café comigo no meu canal do YouTube Dois cafés e uma água com gás, espaço onde falo sobre comportamento, literatura, beleza, arte, moda, cultura e o que mais der na telha.

Mônica Montone

Mônica Montone é formada em Psicologia pela PUC-RJ e escritora. Autora dos livros Mulher de minutos, Sexo, champanhe e tchau e A louca do castelo.

Recent Posts

Novidade na Netflix: Glen Close e Mila Kunis arrancam lágrimas e aplausos em filme arrebatador

É impossível não se emocionar com a história profundamente humana e as atuações fenomenais que…

13 horas ago

Viúvo de Walewska quer que pais da jogadora paguem aluguel para morar em apartamento deixado pela filha

"Ele mandou uma notificação sem autorização judicial informando que os pais dela ou pagarão a…

13 horas ago

Desaparecimento de Madeleine McCann completa 17 anos e pais fazem declaração: ‘Vivendo no limbo’

Dezessete anos se passaram desde que Madeleine McCann desapareceu do quarto de um resort na…

24 horas ago

Pai é acusado pela morte do filho após obrigá-lo a correr em esteira em alta velocidade

O pai alegou que obrigava seu filho de 6 anos a correr em uma esteira…

1 dia ago

Mecânica de jogo: O coração da emoção de Aviator

Na nossa análise exaustiva, mergulhamos na mecânica do Spribe's Aviator, analisando como o seu formato…

1 dia ago

Show da Mandonna: Fiscais encontram facas enterradas na areia de Copacabana

Na madrugada desta sexta-feira (3), a Secretaria de Ordem Pública (Seop) do Rio de Janeiro…

1 dia ago