“13 Reasons Why” e seu papel social

Se você já tiver ultrapassado os 20 anos de idade, imagine-se voltando ao seu ensino médio, aos seus 17 anos. Agora você é uma garota que acaba de se mudar e está ingressando naquele assustador universo que é o colégio novo. Imagine-se encontrando obstáculos exponencialmente maiores ao longo da exploração desse novo universo. Bullying, assédio e assim por diante. Mescle tais obstáculos as dúvidas, inseguranças e exigências que vem com a adolescência.

Pronto. É esse o cenário que Hannah Baker enfrenta ao chegar à cidade. 13 Reasons Why (Os 13 Porquês), nova série da Netflix, conta todo o processo que levou Hannah a se suicidar.

Para além do bullying e assédio, 13 Reasons Why trata de questões como a homofobia, o machismo, o estupro e obviamente, o próprio suicídio. Temas atuais, considerados pesados, transversais a vida escolar que não só podem, mas devem ser abordados, postos em evidência e acima de tudo, discutidos e repensados.

Toda a história é contada do ponto de vista de Hannah. Talvez seja esse o exercício que série propõe: o de nos colocarmos no lugar de dela. É sua verdade que nos é narrada. É sua realidade que presenciamos. É impossível passar por esse processo – o de estar na pele de Hannah – sem se repensar.

E é justamente ao nos fazer refletir sobre nós mesmos, sobre a forma como agimos que 13 Reasons Why mostra sua dimensão político-social que é sem dúvidas um diferencial nela. Sim. A humanidade e a fragilidade de nossas relações pede por isso.

A conscientização voltada para o respeito às diferenças e o exercício da empatia é uma necessidade urgente. A arte, que tem por particularidade o dom de nos fazer sentir, é, por sua vez, um instrumento poderoso e eficaz quando o objetivo é trazer reflexão. Então por que não unir o útil ao agradável, não é?

Para os que ainda não viram a série, fica a sugestão. Para os que viram, fica o apelo para que nos esforcemos mais para não sermos um dos motivos. As discussões estão sendo abertas. A mudança e a transformação depende de nosso empenho e participação. E sim, hoje você pode salvar uma vida com um gesto simples. Talvez ouvindo, talvez acolhendo, talvez informando, talvez simplesmente estando presente. Fique esperto!

Mísia Morais

Paraibana (Campinense) estudante de Psicologia que tem a cabeça nas nuvens, pés no chão e um fraco por causas perdidas.

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