Pamela Camocardi

Se você está sempre solucionando os problemas do outro, está na hora de reavaliar os seus

Imagem de capa: Svitlana Sokolova/shutterstock

Há pessoas e pessoas! Existem aqueles que têm o dom de escutar, outros de aconselhar, outros de defender. E, provavelmente, você tem algum deles.

Você já aconselhou um amigo traído, uma amiga abandonada, um parente que perdeu o emprego… muitos são os que confiam em você. Mas, quanto aos seus problemas? Quais são os seus (autos) conselhos?

Pode parecer clichê, mas um verdadeiro amor começa na amizade e os motivos são óbvios: é nela que o respeito se fortalece, que os laços de admiração se criam e aprende-se a respeitar as diferenças pessoais.

O grande problema é que, muitas pessoas, esquecem que a amizade é o primeiro estágio do amor. Claro que, você e seu parceiro, serão os melhores amigos de toda a vida, mas se a amizade não vier acompanhada do desejo de estar junto, da saudade intensa e do amor incondicional, essa história está com os dias contados.

Jabor, na sua sinceridade extrema, diz que “o perigo do sexo é que você pode se apaixonar. O perigo do amor é virar amizade”. Acredite, amar alguém é diferente de se acostumar com ele.

Afeto, gratidão, carinho, respeito não garantem um relacionamento feliz. Nada, absolutamente nada, substitui o amor. É preciso que haja paixão, vontade em estar juntos, saudade, medo de perder, frio na barriga … tudo isso misturados, formando um ciclone no estômago.

Relacionamento não é algo a se fazer para retribuir um favor. Se precisamos ser amigos, antes precisamos ser amantes. Tem que haver companheirismo e cumplicidade sim (e muito), mas tem que haver vontade e afinidade de cheiros também. E, uma atitude não diminuiu a importância da outra.

Quando a relação amorosa entra em um estágio cômodo de sentimento, as famosas DR-“discussões de relacionamento”, começam a surgir com mais frequência que os jantares românticos. Discutir a relação é necessário. Dar valor aos preciosos momentos de encontros com que se ama, também.

Confesso que não acredito que uma DR tenha mais validade que uma mudança de comportamento sincera. Acredito ser mais válido um pedido de desculpas, acompanhado do comportamento adequado do que longas conversas que desperdiçam o tempo dos dois e desgastam, dia a dia, a relação.

Há relações que em vez de somar, insistem em subtrair. Você tenta construir uma relação tranquila, mas a outra pessoa está sempre reclamando das situações e construindo um muro de lamentações entre vocês. Muitas vezes, as reclamações não se referem à vida a dois, mas a todos os outros problemas externos que envolvem uma relação: o trabalho cansativo, o trânsito parado, o time que foi desclassificado, a roupa que não entrou, enfim, qualquer assunto que interesse a um e desgaste, psicologicamente, o outro.

Entenda: há uma grande diferença entre ser, também, amiga do seu namorado e ser apenas amiga de seu namorado.

Se seu parceiro transforma o encontro de vocês em uma sessão de terapia, está na hora de reavaliar essa relação. O sofá da sua sala de estar não é um divã e um jantar romântico não é um bom momento para contar dos problemas familiares. Se você, realmente, quer passar a vida lidando com os problemas de outras pessoas, deveria se formarem Assistência Social ou Psicologia, pelo menos, ganharia para isso.

Tenhamos consciência de que nosso tempo é precioso demais para perder discutindo e curto demais para não aproveitar amando. Se vamos conversar, que seja de forma leve. Se temos que discutir que entremos em um acordo. Que haja concordância, bom humor e respeito. Fora isso, melhor fazermos silêncio.

Como dizia Cecília Meireles, em Momentos Catárticos: “há pessoas que nos falam e nem as escutamos, há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre.”

Pamela Camocardi

A literatura vista por vários ângulos e apresentada de forma bem diferente.

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