cinema

Stranger Things faz os anos 80 novamente serem respeitados

Até recentemente, o cinema dos anos 80 era motivo de controvérsias discussões entre fãs e críticos. Existia uma bolha emocional e descabida sobre a qualidade das produções sentenciadas e que marcaram gerações. Mas felizmente tudo isso está indo por água abaixo com a nova série original da Netflix, Stranger Things.

Criada pelos gêmeos Matt e Ross Duffer, o programa dividido em oito capítulos não apenas ressuscita o espírito colorido, desbravador e científico da década, como também passeia pontualmente por referências dos clássicos que moveram multidões aos cinemas trazendo sorrisos, lágrimas e muitos sonhos. Para se ter uma vaga ideia, Stranger Things engloba, por exemplo: A Chance (1983), E.T. (1982), O Enigma de Outro Mundo (1982), Os Goonies (1985), Conta Comigo (1986), Chamas da Vingança (1984), Os Fantasmas Se Divertem (1988) e Amanhecer Violento (1984). Os irmãos Duff não negam o mega pacote de inspirações que, dos mais recentes, ainda incluem Super 8 (2011). De J.J.

Abrams passando por Stephen King, Steven Spielberg, John Carpenter e outros, a série determina um novo frescor para o gênero que mesclava o protagonismo narrativo juntando crianças, adolescentes e adultos em tramas ficcionais, mas sempre respaldadas nos conhecidos valores que nos tornam mais humanos. No cerne principal, a amizade. E desse laço afetivo e inconfundível, grandiosos desenvolvimentos muitíssimos bem construídos pela dupla. Todos os personagens de Stranger Things carregam a sua própria importância e ritmo. Há momentos para diversos núcleos serem conduzidos e envolvidos na trama principal. Particularmente, além de retirar do limbo cinematográfico os nomes de Winona Ryder e Matthew Modine, o maior trunfo da série encontra-se na química dos jovens garotos que são: Lucas (Caleb McLaughin), Mike (Finn Wolfhard), Dustin (Gaten Matarazzo) e Eleven (Millie Bobby Brown). É espantosamente divertido e cativante presenciar o poder de atuação dos garotos.

No fundo, é quase impossível não sentir certa nostalgia e fácil identificação com Stranger Things. Porque ao longo dos oito episódios, apesar da estética oitentista muito bem retratada, fotografada e estilizada, a série consegue ir além dos muros da Netflix. Ela determina a oportunidade perfeita para a aproximação de uma nova geração carente de produções simplórias no seu orçamento, mas ricas em imaginação e sentimentalismo. Afinal, essas foram algumas das características básicas que fizeram dos anos 80 uma década no cinema a ser revisitada com frequência. O purismo e a sinceridade na construção e concepção de um trabalho mágico, com cores, formas e laços. Laços por escolha e não obrigação. Stranger Things é a obra-prima que faltava para os anos 80 serem novamente respeitados.

Gui Moreira Jr

"Cidadão do mundo com raízes no Rio de Janeiro"

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