Neste artigo não iremos analisar os surtos psicóticos, que é uma grave doença mental e no ponto de vista psiquiátrico está relacionado à mudança dos neurotransmissores. Mas vamos avaliar o perfil das pessoas conhecidas, popularmente, como “pavio curto”. Quem nunca teve um acesso de fúria?

Talvez, a resposta esteja no stress e no corre-corre do dia a dia para resolver tantos problemas, que têm levado algumas pessoas a perder a calma. E ao sentirem a sua irritação, em seguida tomam o controle da situação. Porém, os sujeitos mais propensos aos surtos de raiva são aqueles de “pavio curto”, um comportamento perigoso para a saúde de quem surta e de quem está próximo do surto.

Gente de “pavio curto” que recebe uma encostada no trânsito, já sai atrás do outro motorista, com xingamentos e gestos obscenos, sem perceber que essas atitudes podem acabar em confusão ou até a morte.

Também têm aqueles que se enfezam com familiares em casa e com os colegas de trabalho. Entretanto, os parentes e colegas não aturam esse descontrole. Há situações, que tais surtos trazem danos financeiros, a ponto de quebrar a televisão, o celular, o computador e arranjar “rolo”, “banzé” ou “angu”, como dizem os ditos populares.

Existem outros casos mais graves, que são aquelas pessoas que abusam do consumo de drogas ou álcool. Tomaram “pileques” ou ficaram “drogadas” e por efeito disso surtaram em casa, na rua ou entre amigos.

É evidente, que essas substâncias servem como estimulantes para perturbações. Nas igrejas e na rede de saúde pública certos fiéis e pacientes contam “estórias”, de que eles foram possuídos pelo diabo ou vítimas de feitiçaria. E ainda é comum nas redes sociais, a exposição de vídeos mostrando surtos de fúria: por conta de bebedeiras, por uso de entorpecentes e por suposta possessão demoníaca.

Esse tipo de conduta acaba provocando uma série de problemas: as famílias ficam exauridas emocionalmente e as interações sociais terminam em azedume. Mesmo assim, quem mais perde com isso são os indivíduos de “pavio curto.” Ademais, eles são propícios a doenças cardíacas, pois estão sempre com a adrenalina turbinada.

Portanto, é urgente que indivíduos desse perfil busquem tratamento psicológico e espiritual, a fim de entender que a raiva é um “gatilho” emocional importante, quando canalizada de forma adequada. Aliás, não se pode deixar que os surtos se tornem um ritmo de vida, onde a cada disparo ocorre a denotação da fúria.

Por fim, pessoas de “pavio curto” não são, na maioria das vezes, mau caráter ou vítimas de forças malignas. O que elas precisam é de apoio e psicoterapia para superar os surtos de fúria. Além disso, vale apena – ouvir a sabedoria popular –, que recomenda contar até dez para acalmar os nervos.

Jackson César Buonocore

Jackson César Buonocore Sociólogo e Psicanalista

Share
Published by
Jackson César Buonocore
Tags: fúria

Recent Posts

Novidade na Netflix: Glen Close e Mila Kunis arrancam lágrimas e aplausos em filme arrebatador

É impossível não se emocionar com a história profundamente humana e as atuações fenomenais que…

24 horas ago

Viúvo de Walewska quer que pais da jogadora paguem aluguel para morar em apartamento deixado pela filha

"Ele mandou uma notificação sem autorização judicial informando que os pais dela ou pagarão a…

1 dia ago

Desaparecimento de Madeleine McCann completa 17 anos e pais fazem declaração: ‘Vivendo no limbo’

Dezessete anos se passaram desde que Madeleine McCann desapareceu do quarto de um resort na…

1 dia ago

Pai é acusado pela morte do filho após obrigá-lo a correr em esteira em alta velocidade

O pai alegou que obrigava seu filho de 6 anos a correr em uma esteira…

2 dias ago

Mecânica de jogo: O coração da emoção de Aviator

Na nossa análise exaustiva, mergulhamos na mecânica do Spribe's Aviator, analisando como o seu formato…

2 dias ago

Show da Mandonna: Fiscais encontram facas enterradas na areia de Copacabana

Na madrugada desta sexta-feira (3), a Secretaria de Ordem Pública (Seop) do Rio de Janeiro…

2 dias ago